Marcio,
contrapondo este artigo com aquele artigo classico atribuido ao Frei
Beto, "Ressonância
de Freqüência de Schulman"

No seu livro "Acordando no Ponto Zero", Gregg Braden descreve muitas das
mudanças ocorridas na Terra e como elas nos afetaram em nosso dia-a-dia. O
campo magnético da Terra está diminuindo devido a desaceleração da rotação
de nosso planeta. Assim, estamos experimentando a intensificação das nossas
emoções e o aumento de nossa dificuldade em lembrarmos de fatos, porque
nosso corpo emocional e nossa memória estão associados ao campo magnético da
Terra. Braden também reafirma a teoria da *"Ressonância de Freqüência de
Schulman",* e que ela está aumentando e, por isso, temos a impressão de que
o tempo está passando mais rápido. Isso também tende a nos trazer profundas
questões emocionais, criando freqüentemente conflitos em nossas relações
interpessoais.

*artigo de Airton Luiz Mendonça*

Por quê o tempo parece acelerar?

O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos. Se
alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília,
sem portas ou janelas, sem relógio, você começará a perder a noção do tempo.

Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as
reações    internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos
de sono, fome, sede e pressão sanguínea. Então, quando tempo suficiente
houver passado, você perderá completamente a noção das horas, dos dias ou
anos...

Estou exagerando para efeito didático, mas, em essência, é o que ocorreria.

Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento
dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos,
como o nascer e o pôr do sol. Se alguém tirar estes sinais sensoriais da
nossa vida, simplesmente perderemos a noção da passagem do tempo.

Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar: nosso
cérebro é extremamente otimizado. Ele evita fazer duas vezes o mesmo
trabalho. Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia.

Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar
conscientemente tal quantidade. Por isso, a maior parte destes pensamentos é
automatizada e não aparece no índice de eventos do dia. Para que não
fiquemos loucos, o cérebro faz parecer que nós não vimos, não sentimos e não
vivenciamos aqueles pensamentos automáticos, repetidos, iguais.

Por isso, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica
muitos recursos para compreender o que está acontecendo. É quando você se
sente mais vivo. Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai
simplesmente colocando suas reações no modo automático e "apagando" as
experiências duplicadas. Se você entendeu estes dois pontos, já vai
compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e
porque os natais chegam cada vez mais rapidamente.

Quando começamos a dirigir, tudo parece muito complicado: o câmbio, os
espelhos, os outros veículos... Nossa atenção parece ser requisitada ao
máximo. Então, um dia, dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos,
lendo os sinais ou até falando ao celular (proibido no Brasil) ao mesmo
tempo. E você usa apenas uma pequena "área" da atenção para isso.

Como acontece? Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas
(você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); o cérebro
já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas
e usa, no lugar de repetir realmente a experiência). Em outras palavras,
você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles
críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa, são apagados de
sua    noção de passagem do tempo...

Por quê estou explicando isso? Que relação tem isso com a aparente
aceleração do tempo? Tudo.

A primeira vez que isso me ocorreu foi quando passei três meses nas
florestas de New Hampshire, Estados Unidos, morando em uma cabana. Era tudo
tão diferente, as pessoas, a paisagem, a língua, que eu tinha dores de
cabeça sempre que viajava em uma estrada, porque meu cérebro ficava lendo
todas as placas (eu lia mesmo, pois era tudo novidade para mim). Foram
somente três meses, mas ao final do segundo mês, eu já me sentia como se
estivesse há um ano longe do Brasil. Foi quando comecei a pesquisar a razão
dessa diferença de percepção. Bastou eu voltar ao Brasil e o tempo voltou
a    "acelerar". Pelo menos, assim parecia.

Veja quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a
experiência repetida. Conforme envelhecemos, as coisas começam a se repetir:
as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão,
reclamações... Enfim, as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar
e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio
de novidades) vão diminuindo. Até que tanta coisa se repete que fica difícil
dizer o que  tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas,
na década.

Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a: ro-ti-na.

Não me entenda mal. A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa,
mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu
diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.

O ANTÍDOTO PARA A ACELERAÇÃO DO TEMPO: "M&M". Felizmente há um antídoto:
Mude e Marque. Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma
festa ou registros com fotos. Mude de paisagem, tire férias com a família
(sugiro que você tire férias sempre e, preferencialmente, para um lugar
quente, um ano, e frio no seguinte) e marque com fotos, cartões postais e
cartas. Tenha filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas de
aniversário para eles, e para você (marcando o evento e diferenciando o
dia); use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes de
momentos usuais. Faça festas de noivado, casamento, 15 anos, bodas disso
ou    daquilo, "bota-foras", participe da formatura de sua turma, visite
parentes distantes, vá a uma final de campeonato, entre na universidade com
60 anos, troque a cor do cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre
enfeites diferentes no natal ou faça os enfeites com frutas da região e a
participação das crianças, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de
um livro novo. Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor:
faça diferente. Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos
diferentes. Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque
experiências diferentes. Seja diferente. Se você tiver dinheiro,
especialmente se já estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou amigos
para outras cidades ou países, veja outras culturas, visite museus
estranhos, deguste pratos esquisitos...

Em outras palavras: vi-va. Porque se você viver intensamente as diferenças,
o tempo vai parecer mais longo. E se tiver a sorte de estar casado(a) com
alguém disposto(a) a viver e buscar coisas diferentes, seu livro será muito
mais longo, muito mais interessante e muito mais vivo do que a maioria dos
livros da vida que existem por ai. Se você não tiver mais a esposa ou o
marido, cerque-se de amigos. Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares
diferentes, com religiões diferentes e que gostam de comidas diferentes.

Enfim, acho que você já entendeu o recado, não é?

Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade,
emoção, rituais e vida."

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