Bom dia  José Alves Junior,
Meus comentários ao seu texto.

O tema descreve um mundo de assuntos relativos ao meio agrícola, misturando
muitas coisas desse meio, que tem muito a ver com a irrigação , alguma mal
feita e outra bem feita.
O problema da agricultura no Mundo e no Brasil também passa por outras
circunstâncias que não foram enumeradas e que exercem uma força muito grande
em toda essa "gritaria " sobre o que está errado e o que está certo.
Seu texto não deixa de ser um alerta  a mais, para que pensemos no que está
errado. Mas experimente levar em consideração apenas esta palavra:
PLANEJAMENTO . Acrescente talvez Marketing, a esses novos ingredientes e
você poderá trabalhar com outras visões , uma das quais é sem dúvida esta: O
mercado tem um tamanho igual ao da fome das pessoas vivas.
Não adianta aumentar indiscriminadamente a produtividade de todos quantos
querem fazer a vidinha económica produzindo muitas batatas, cebolas e
tomates, quando o que se produz já é suficiente a abarrotar os mercados de
quem tem dinheiro para pagar comida.
A realidade é essa. Não existe outra fómula senão produzir competitivamente
como vc grita em seu texto mas dentro de um tamanho da propriedade rural que
produza planejadamente aquilo que se consome. Leve em conta que os indices
mundiais de productores rurais indicam que 5% a 10% da população, quando bem
treinada em produção de alimentos, produz tudo quanto se consome pelos 100%
dos viventes. Significa isso que  as tendências que se vêem de abandono do
campo pelos campesinos , especialmente esses menos escolarizados, é um
fenómeno que por si só, é demonstrativo da realidade inexorável:
Temos gente demais no campo e não sabemos que outras profissões daremos para
elas.
Mas o seu treinamento de maus agricultores para bons agricultores,
simplesmente não resolveria o problema económico de ninguém nem das escolas
que pretende ver mais activas e eficientes, porque o destino de toda essa
super safra de alimentos seria a lixeira por serem excedentárias as
produções.
Se vc introduz mais produtores nesse campo, tem de retirar equivalentes
productores de outra parte , ou eles vão se danar na inviabilidade da
atividade rural por excesso de produção. Ou seja, todos os nossos institutos
de ensino ainda não confessaram que isso é uma realidade palpável, vista
diariamente, porque navegam no mesmo barco de quererem " Não se reciclar"
num mundo onde o que está fazendo falta é "modo de vida económica fora da
agricultura" para aqueles que estão sendo expurgados do campo, empurrados
pelos competentes.Pontualmente e em certas regiões vc terá necessidade de
algumas correções no numero e qualidade desse staff profissional de
agricultores, técnicos e escolas, etc, mas se der uma passeada por esse
Brasil vai ver quantas fazendas estão paradas com toda a infraestrutura
enferrujando , por não terem mercado que pague sua produção.
No mais, e a meu ver, sua explanação é pertinente para o momento, mas erra
por uma visão que não resolve o problema de ninguém. Deixe triturar quem
está a mais no sector, pois com catequese, ninguem vai a lado nenhum.
Há sim um problema social enorme, que pelos vistos, nem o governo nem as
escolas, nem os agricultores estão sabendo como resolver. Os assentamentos
da reforma agrária estão aí para demonstrar que 99% está errado, muito
embora usem os nossos impostos para enganar temporáriamento esse povo até
que todos eles compreendam que a produção agricola não pode ficar , enquanto
actividade económica, em mãos de gente despreparada, porque o mercado está
já por conta dos competentes.
Poderemos ser mais competentes que os atuais competentes? Certamente , mas
sobrará mais gente expurgada do campo que precisa de outras profissões que
não na agricultura do agro negócio. Sobrevivência entretanto é outro
assunto!

Um abraço para todos
tenham um bom dia.
Jorge de Sousa
[EMAIL PROTECTED]

----- Original Message ----- 
From: "Jose Alves Junior" <[EMAIL PROTECTED]>
To: <irriga-l@feis.unesp.br>; <[EMAIL PROTECTED]>; <[EMAIL PROTECTED]>;
<[EMAIL PROTECTED]>; <[EMAIL PROTECTED]>; <[EMAIL PROTECTED]>;
<[EMAIL PROTECTED]>; <[EMAIL PROTECTED]>; <[EMAIL PROTECTED]>;
<[EMAIL PROTECTED]>; <[EMAIL PROTECTED]>; <[EMAIL PROTECTED]>
Sent: Saturday, February 12, 2005 8:45 AM
Subject: [irriga-l] Se a educacao rural fizesse os "deveres de casa"....os
problemas os problemas da agricultura estariam solucionados.


> Se a educação rural fizesse os "deveres de casa"...os problemas da
> agricultura estariam solucionados
> Polan Lacki
>
> No mundo globalizado  existe um macrofator que, no final das contas,
> determina o êxito ou o fracasso econômico dos produtores rurais; todos
> os demais fatores, reais ou imaginários, são menos importantes. Este
> macrofator chama-se eficiência, dentro e fora das porteiras das
> propriedades rurais. Aliás, os agricultores que já são eficientes, têm
> rentabilidade, são competitivos e simplesmente não necessitam de
> ajudas paternalistas. Os mais problemáticos, dependentes e vulneráveis
> são, coincidentemente, os mais ineficientes. Na América Latina, os
> governos não têm - e não terão em um futuro previsível - condições de
> compensar as ineficiências desses agricultores através de subsídios e
> outras ajudas paternalistas. Insistir na generalização e perpetuação
> dessas compensações significaria perder tempo, pois tal possibilidade
> é nula. Em vez de subsidiar os ineficientes, deveremos educá-los para
> que eles mesmos se transformem de ineficientes e dependentes em
> eficientes e emancipados. Entr
>  etanto, só teremos êxito nesta
> empreitada emancipadora se abandonarmos os eufemismos e enfrentarmos,
> com determinação e coragem, "a causa das causas" que está originando
> as ineficiências desses agricultores. Esta causa está dentro do
> sistema de educação rural, isto é, nas escolas fundamentais rurais,
> nas escolas agrotécnicas, nas faculdades de ciências agrárias e nos
> serviços de extensão rural.
>
> Uma verdade que deve ser dita, sem "dourar" a pílula
>
>  A principal razão pela qual esses agricultores estão fracassando
> economicamente é que eles não sabem produzir, administrar nem
> comercializar com eficiência; não por culpa deles, evidentemente. Não
> sabem fazê-lo porque, com honrosas exceções, o mencionado sistema de
> educação rural não proporcionou - e continua não proporcionando - aos
> agricultores os conhecimentos adequados às necessidades do mundo
> contemporâneo, o qual, ao ser altamente competitivo, exige que os
> agricultores sejam muito eficientes. Então, sejamos objetivos: se as
> principais causas dos problemas desses agricultores estão nas
> ineficiências do sistema de educação rural, é lá que deverão ser
> adotadas as medidas corretivas para eliminá-las. Conseqüentemente, o
> referido sistema deve assumir, como sua, a tarefa de corrigir as suas
> debilidades e imperfeições. Deverá fazê-lo "de baixo para cima e de
> dentro para fora", sem esperar por macrodecisões políticas e recursos
> adicionais; mesmo porque algumas dessas sempre de
>  sejadas "ajudas externas" são
> inviáveis e outras simplesmente prescindíveis.
>
> Proposta estratégica: Substituir as dispersas, efêmeras e excludentes
> ajudas paternalista-dependentes por uma estratégia
> educativo-emancipadora de dependências. Ou seja, oferecer aos
> habitantes rurais uma educação, formal e não formal, cujos conteúdos
> os próprios educandos possam aplicar na correção das suas
> ineficiências e na solução dos seus problemas, com menor ajuda
> governamental, pois esta é decrescente e, para a grande maioria dos
> agricultores, simplesmente inexistente.
>
> Proposta executiva: Para concretizar esta estratégia
> educativo-emancipadora, será necessário adotar apenas as seguintes
> medidas:
>
> 1. Exigir que as escolas agrotécnicas e faculdades de ciências
> agrárias formem extensionistas que tenham real capacidade
> teórico-prática de corrigir as ineficiências dos produtores rurais,
> pois são elas as principais causas dos seus fracassos econômicos.
> Essas escolas não podem continuar ignorando que, enquanto se queixam
> de insuficiência de recursos orçamentários, estão desperdiçando em
> grande parte os que já possuem, porque estão formando egressos para o
> desemprego.Tampouco podem ignorar que, em grande medida, o desemprego
> de extensionistas existe porque os seus egressos não respondem às
> necessidades dos empregadores e dos agricultores. Isto significa que a
> principal causa desse desemprego não necessariamente é a demanda
> insuficiente do mercado de trabalho, e sim a oferta inadequada das
> escolas agrotécnicas e das faculdades de ciências agrárias. Na
> verdade, a agricultura do mundo contemporâneo está "pedindo aos
> gritos" uma enorme quantidade de extensionistas "corretores das
>   ineficiências e solucionadores
> dos problemas" existentes no meio rural; entretanto, a oferta
> educativa não está sendo capaz de satisfazer tal demanda. Isto ocorre,
> em primeiro lugar, porque as "receitas" que essas escolas estão
> ensinando não são compatíveis com os "ingredientes" que a maioria dos
> agricultores possui; em segundo lugar, porque a formação que os
> educandos estão recebendo é excessivamente teórica, com mínimas
> oportunidades para que os estudantes desenvolvam a criatividade e as
> habilidades práticas. Essas escolas, em vez de entediar os alunos com
> excessivos e irrelevantes conteúdos teóricos nas salas de aula, devem
> ensinar-lhes a produzir, administrar e comercializar com eficiência,
> produzindo, administrando e comercializando com eficiência. E devem
> executar este "ensinar e aprender fazendo" preferentemente lá onde os
> problemas ocorrem, isto é, nas propriedades, nas comunidades, nas
> agroindústrias e nos mercados rurais. Essas habilidades práticas eles
> devem adquirir enquanto estão nas escolas e
>   não, como ocorre com demasiada
> freqüência, vários anos depois de formados, às custas dos erros que
> cometem com os agricultores.
>
> 2. Exigir que as escolas fundamentais rurais ( do primeiro ao oitavo
> ou nono ano ) "agriculturalizem" e "ruralizem" os seus conteúdos
> educativos; que proporcionem aos seus alunos uma educação que
> desenvolva as suas potencialidades latentes e que eleve o seu
> ego/auto-estima/autoconfiança/desejo de superação. Uma educação que os
> energize e "empodere", para que adquiram a vontade e a capacidade de
> corrigir, eles mesmos, os erros que os habitantes rurais cometem nos
> seus lares, nas suas propriedades e comunidades rurais. Ao egressar
> das referidas escolas fundamentais, os jovens rurais deverão: I) -
> estar conscientes de que eles mesmos podem e devem assumir uma maior
> participação/parcela de responsabilidade/compromisso na correção das
> ineficiências e na solução dos problemas que ocorrem no meio rural;
> II)- possuir a motivação e as competências ( conhecimentos,
> habilidades e atitudes ) que lhes permitam assumir, com eficiência,
> este novo e fascinante desafio de autodesenvolvimento;
>   e III) - estar aptos a buscar,
> selecionar e adquirir novos conhecimentos para se manter sempre
> atualizados.
>
> 3. Exigir serviços de assistência técnica e/ou de extensão rural-
> SATER -que: Em primeiro lugar, contem com os extensionistas cujo
> perfil foi descrito no item 1; com aptidões e atitudes mais
> pragmáticas e construtivas que lhes permitam: I)-diagnosticar as
> causas elimináveis que estão originando os problemas dos produtores;
> II)- identificar as potencialidades e oportunidades existentes nas
> propriedades rurais; III)-identificar e corrigir as ineficiências
> cometidas e corrigíveis pelos produtores rurais e solucionar os
> problemas que são solucionáveis pelos próprios agricultores.
> Extensionistas que identificam causas não elimináveis pelos produtores
> rurais, que solicitam recursos externos antes de utilizar
> racionalmente aqueles que os agricultores já possuem, que em vez de
> solucionarem, eles mesmos, os problemas reivindicam que outros o
> façam, são extensionistas improdutivos e, por este motivo, sérios
> candidatos ao desemprego.
> Em segundo lugar, que esses agentes de extensão disponham de meios
> (veículos, combustíveis, diárias, etc.) para permanecer nas
> comunidades rurais. Em certos casos será necessário que os executivos
> dos SATER adotem a medida drástica de reduzir as suas estruturas
> burocrático-operativas; e com os recursos poupados ofereçam aos
> extensionistas os referidos meios. Será muito mais produtivo manter 50
> extensionistas bem remunerados e capacitados educando no campo que
> manter 100 agentes mal remunerados, não capacitados e desmotivados,
> burocratizando nos escritórios, tal como, lamentavelmente,  está
> ocorrendo há mais de 25 anos na maioria dos SATER estatais da América
> Latina. Entretanto, para que essas adaptações possam ser executadas,
> será necessário "desestatizar" os atuais SATER e delegar a sua
> administração à instituições privadas sem fins lucrativos,
> desburocratizadas e despolitizadas, como por exemplo as cooperativas e
> outras entidades associativas que genuinamente representem os
>   interesses econômicos dos
> agricultores; porque a rigidez burocrática dos serviços estatais e as
> nefastas interferências político-partidárias simplesmente inviabilizam
> a adoção dessas medidas saneadoras e "eficientizadoras" nos serviços
> estatais de extensão rural.
>
> Felizmente, muitas dessas medidas corretivas podem ser adotadas pelos
> próprios professores e extensionistas, em muitos casos sem necessidade
> de recursos adicionais nem de macrodecisões políticas, mesmo que ambos
> sejam desejáveis. Os documentos incluídos na Página web
> http://www.polanlacki.com.br    descrevem e demonstram "o que" e
> "como" os próprios educadores (professores, extensionistas e diretores
> das suas respectivas instituições) podem fazer para tornar-se, eles
> mesmos, mais eficientes; e como, através da somatória das eficiências
> individuais, podem melhorar a eficiência das suas respectivas
> instituições.
>
> Se o sistema de educação rural adotar apenas essas medidas
> "eficientizadoras" e emancipadoras, dos seus educadores e das suas
> respectivas instituições, os principais problemas da maioria dos
> produtores rurais estarão resolvidos; e, o que é mais importante,
> serão solucionados pelas próprias famílias rurais; sem paternalismo,
> sem dependências e sem humilhações. Entretanto, se essas medidas não
> forem adotadas - não tenhamos nenhuma dúvida - todo o discurso do
> desenvolvimento rural com eqüidade, dos direitos humanos, da justiça
> social e da inclusão dos excluídos, continuará sendo uma ingênua
> manifestação de boas intenções ou, o que é muito pior, um vergonhoso e
> lamentável deboche do sofrimento dos pobres rurais, pois o
> paternalismo estatal demonstrou e continua demonstrando que não tem
> condições de fazê-lo.
> (1) E-Mail:  [EMAIL PROTECTED]


======================================================================================
Saiba o que já foi discutido na IRRIGA-L em:
http://www.agr.feis.unesp.br/irriga-l.htm


Para sair da lista IRRIGA-L, envie um e-mail para:
[EMAIL PROTECTED]
e no corpo da mensagem digite:

unsubscribe irriga-l (seu endereco eletronico)

Nao envie mensagens com este conteudo diretamente para a lista.
======================================================================================

Responder a