peço vênia ao nobre colega alex oivane para
rafirmar o meu pensamento.
A nação gasta milhões de horas e reais com
esses certames que via de regra estão eivados de irregularidades.
No próprio Judiciário são vergonhosas as
ocorrências de apadrinhamento - de díficílima apuração, mas de uma evidência a
toda prova.
Certo dia eu conversava com um defensor
público e ele me falava sobre as dificuldades de aprovação em concurso da
magistratura, ante o número majoritário de aprovados dentre os que possuim DNA
de desembargador.
O artigo 37 da CF, se não existisse, não
faria tanta falta, porque em todas as esferas do poder o que vemos são os
concursos fraudados, as irregularidades, além de uma FILTRAGEM na seleção dos
candidatos que começa irremediavelmente pela taxa de inscrição que deixa de lado
os hiposuficientes de recursos a priori.
Mas como vivemos no país da hipocrisia,
deixemos que esses jovens continuem iludidos, pensando que haverá vagas para
todos, enquanto enriquecem os órgãos que preparam e executam esses certames,
enquanto o desemprego humilham milhões de patriotas e a energia da juventude é
dissipada em estudos que nada acrescentam ao verdadeiro conhecimento, à técnica,
à filosofia e à ciência - porque os concursos são uma sucessão de cartões de
loteria - essa perde, essa ganha.
Outro fato relevante, caro colega, é que
não existe nenhuma segurança nessa falsa garantia de estabilidade e outras
benesses prometidas para o servidor concursado.
Premido pelos patrões do FMI e dos
banqueiros que mandam no país, ao Estado brasileiro foi colocada a única opção
de um a um, cercear e fulminar os direitos dos servidores.
FHC deu a primeira, que fez tchun, o
operário Lula deu a segunda, que fez tchan, ainda não sabemos que fará o
tchan,tchan,tchan,tchan. Mas qualquer um observador pode ver que a menos que
alguem dê um grito de independência, os chamdos "privilégios" dos concursados
cairão e seremos todos uma imensa massa celetizada.
Quando eu tinha 19 anos prestei concurso
público e aprovado, fui contratado para um emprego que considerava seguro. Aos
45, quando eu mais precisava daquela segurança, o órgão onde travalhava
foi extinto e fui demitido.
Não fiquei no vexame porque sentindo o
vendaval que começava, dediquei-me à advocacia.
Espero que o meu exemplo sirva para alertar
esses jovens esperançosos que nem você, neste país que é grande, pela safadeza
das autoridades.
Américo Gomes de Almeida
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