Prezados,
 
Há algum tempo decidi que, a despeito das críticas que pudesse receber por exteriorizar minhas idéias, jamais deixaria de tomar partido nas discussões que, de alguma forma, viessem de encontro aos meus conceitos.
 
Inclusive, assim, expondo-me a contradita dos demais, posso verificar os erros que eventualmente cometi ao formular meu raciocínio e, em tempo, rever os meus conceitos.
 
Nem sempre, é claro, agrado a todos.
 
Bem, considero o debate criado em torno da possibilidade ou não da utilização do grupo como consultoria jurídica on-line (que, convenhamos, é o que está ocorrendo) altamente necessário.
 
Ano passado, quando decidi por inscrever-me no Grupo, entendi que seria necessário partilhar conhecimento com colegas dos mais distantes pagos, com as mais diversas experiências em todos os ramos do Direito.
 
Sentia a necessidade, como advogado militante, de não perder o interesse pelo estudo, pela pesquisa, pelo bom debate. Assim, como não estava, e ainda não estou, fazendo qualquer curso de pós graduação, senti na integração ao Grupo a possibilidade de ir além.
 
Com efeito, ainda no ano passado, lembro de acirrados debates, com a participação altaneira dos colegas, inclusive de outras áreas profissionais.
 
Era aquilo, definitivamente, o que eu estava procurando.
 
De outro lado, o que estamos vivenciando hoje vai, na minha mais sincera opinião, muito além da convivência democrática entre os interessados no Direito Civil.
 
Infelizmente, dos mais de 400 e-mails recebidos do Grupo, de novembro até maio deste ano, poucos eram destinados ao debate, ao fomento da pesquisa.
 
Vejam, não sei em quantos estamos atualmente, mas temos, com certeza, uma grande quantidade de estudantes e profissionais de outras áreas. Isso é bom?
 
Penso eu que sim.
 
Os estudantes, ao que me lembro dos tempos acadêmicos, são aqueles que diariamente respiram o Direito. Estão próximos de grandes mestres, obtendo, em primeira mão, lições renovadas, pontuais, as quais, ao cabo da faculdade, só temos acesso pela pesquisa, pelo estudo constante (tal como nos foi ensinado nos mesmos bancos hoje freqüentados pelos futuros colegas).
 
Lecionam, ainda em Graduação, lembrem-se, nomes célebres de nossas letras jurídicas.
 
Com isso, quero dizer que absolutamente todos estudantes de direito são sempre bem vindos a toda e qualquer discussão da matéria, pois podem, com bastante propriedade, nos ajudar a pensar o Direito.
 
Da mesma forma, os profissionais (ou também estudantes) de outras áreas, têm muito a contribuir ao fim colimado por este grupo de discussão. Seu interesse aqui representa, no mínimo, a lembrança de que todo o nosso trabalho tem invariavelmente reflexos na vida de terceiros.
 
Suas contribuições, outrossim, já mostraram-se muito bem aproveitadas.
 
Desta forma, não imagino, e isso não representa qualquer crítica as opiniões antes dispostas pelos colegas, a necessidade de vetarmos a participação neste grupo seja de estudantes, seja de profissionais de outras áreas.
 
Entretanto, e aqui vão as razões deste e-mail, entendo que a utilização despreocupada do Grupo como um sistema automático de respostas jurídicas vai contra a sua própria razão de ser (ou pelo menos, contra a razão que despertou meu interesse pessoal nele, e que penso também seja a de outros).
 
Vejam, ilustres, que é necessário um mínimo de bom senso no momento em que são formulados quaisquer questionamentos. A internet é hoje uma fonte fecunda da informação, mas não pode e não deve substituir os demais meios de pesquisa, nos quais devem se lançar aqueles que efetivamente se preocupam em assimilar conhecimentos.
 
Absolutamente todos os ligados às ciências jurídicas têm condições de buscar o mínimo necessário para dirimir, com suas próprias forças, muitas das dúvidas apresentadas ao Grupo. Ocorre, porém, que se tornou rotineira a apresentação de consultas, numa sincera confusão entre o fomento ao estudo do Direito e consultoria jurídica on-line.
 
Com efeito, por todos estes motivos, criticar a falta do comprometimento daqueles somente preocupados em absorver conceitos não me parece mesquinhez. Ao contrário, se todos queremos um grupo forte, precisamos primar pela qualidade de sua utilização.
 
A toda evidência buscar auxílio no Grupo será sempre o caminho mais fácil, mas não o mais correto. Nenhuma resposta pronta poderá substituir o trabalho de pesquisa, a investigação, que cada um dos consultores deve primar.
 
Espero não ter viajado demais. Apenas, senti uma vontade incontrolável, quase impertinente, de fazer estes comentários.
 
Abraço a todos,
 
 
 
Tiago Britto Sponton
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