On 5/22/07, Paulo de Souza Lima <[EMAIL PROTECTED]> wrote:
Maxwilliam, >> Dizer que o Linux não é homologado por não ter ninguém para culpar em >> caso de problemas é puro FUD. Que seja, mas a visão das empresas de software é assim. Mais por proteção jurídica do que por motivos técnicos.
Cara eu já trabalhei em empresas pequenas, médias e hoje estou numa software house multinacional. Nunca ouvi tal exigência por proteção jurídica.
E pra te falar a verdade, duvido muito que ele funcione no Red Hat e não funcione no Debian. A gente só tem de encontrar a maneira.
Há questões que impedem isso, questões técnicas como constado anteriormente: incompatibilidade de bibliotecas. Há solução sim, mas muito trabalhosa.
>Quando tu instala uma distribuição tu instala o software "como é", >contratos como o da SuSE/Novell, RedHat e outras inclui isto logo no >começo. Ao usar o software tu aceita os termos e, portanto, não pode >responsabilizá-los por eventuais falhas. Sim. O software sim. Mais um motivo pra ter desconfianças quanto ao S.L. É por isso que apareceram as distribuições como Red Hat, Suse, Ubuntu e outras: para dar a credibilidade de uma entidade que se responsabiliza pelo software. Parece brincadeira, mas é isso mesmo.
Na verdade a SuSE sempre teve um foco empresarial e a RedHat assumiu esta postura pela popularidade. Ubuntu é o fruto de um entusiasta milionário disposto a gastar com isso. Se tu tiver um RedHat AS 5.0 e perder os dados de todo o teu ERP por um bug no kernel, não vai poder fazer nada contra a RedHat, tu leu e concordou com isto, citado no contrato. Neste caso, o que adianta ter a empresa para responsabilizar juridicamente? O mesmo vale para tantas outras como Microsoft, Sun e etc. Eles fornecem um sistema operacional e em alguns casos suporte, nada mais.
>Em relação à segurança, ou melhor, relação a QA, o Debian é de longe a >distribuição mais avançada com um ciclo de desenvolvimento >excepcional, não sendo, à toa, a segunda distribuição mais velha ainda >em atividade e base de tantas outras. (A saber, a mais antiga em >atividade é o Slackware, que saiu um ano antes do Debian) Eu concordo, mas isso não é suficiente pra sensibilizar o CEO e o CIO de uma empresa, na hora de decidir por um S.O. de um servidor. A palavra chave nesse momento é "risco". O cara pode pensar: "Estarei eu disposto a colocar o meu na reta e escolher o Debian, a melhor distribuição do mundo, mas que não tem suporte nem uma figura jurídica, ou o Red Hat, uma distribuição meia -boca, mas que me garante que eu posso jogar a culpa se alguma coisa der errado? Estarei eu disposto a ficar com a bomba na mão, mesmo que ela esteja desarmada?"
Te garanto que muitas dessas decisões passam por gente competente e que tem conhecimentos técnicos antes de chegar num CIO e/ou CEO. Meio sem fundamento este argumento de "deixar na reta", ele fica "na reta" de todas as formas mais por uma questão de equipe incopetente que por problemas com a empresa/fundação que provê o sistema operacional.
>Para fins de informação, a Marinha dos EUA, Exército Brasileiro, >ANVISA, e mais todo o pessoal deste link[1] usam. > >Resumindo, falta informação, vontade e capacidade para que empresas >tomem atitudes como esta. > >1 - http://www.debian.org/users/ É verdade. Falta vontade e falta coragem. Mais porque elas não estão dispostas a correr riscos desnecessários, menos ainda aqueles que não têm a ver com o seu negócio, mas que podem causar grandes estragos. Um caso que gosto muito de citar (e que não está na lista) é o da Celepar, a companhia de processamento de dados do Paraná. Tudo (ou quase tudo) o que eles desenvolvem hoje é S.L. E eles usam Debian a rodo lá.
Não é risco desnecessário, é falta de conhecimento técnico mesmo. Como disse, poderia muito bem homologar com determinadas versões de bibliotecas e se fosse o caso compilar todos os binarios estaticamente. Assim o requisito seria "compatibilidade com binários ELF" e no máximo uma versão da LIBC e não uma distro. ;)