Quando Christina iniciou essa discussão com a frase/tema de Martin Glaz Serup: "Network blackouts bring questions of mass, multitude and visibility in the largest possible scale, but also in the intimate details of 'individuated masses' in painting, printing and writing practices. We are exploring landscape as performative, and how a field comes into being. The Field doesn't know." eu senti a necessidade de entender o significado de "CAMPO" para Martin.

Procurei a prosa/poema "THE FIELD" e após sua leitura sinto-me mais a vontade para participar desse debate. Resolvi adotar a idéia do "CAMPO" como metáfora para um espaço de transformação e embate social e também como metáfora para nós mesmos, como propõe Martin.

O "CAMPO" é a ação, o agente e o espaço onde ela ocorre. Entendido dessa forma as questões das massas/multidões estão intimamente relacionadas com as ações individuais e especialmente nesse caso, com as práticas artísticas.

É comum imaginar que a ação de um único indivíduo não afeto a massa. A massa é muito maior, parece ter força própria e suprimir toda e qualquer perturbação isolada. Mas de tempos em tempos surge um indivíduo capaz de alterar todo o curso das massas. Ele coloca em choque toda a nossa intuição e afirma a capacidade do micro alterar o macro. Nós aprendemos então que o indivíduo e a multidão são interdependentes e alteram-se mutuamente.

O que não sabemos é quando um indivíduo será capaz de perturbar suficientemente a massa para produzir uma transformação. O "CAMPO" não sabe quando será relevante.

As práticas artísticas são ações potencializadoras dos "CAMPOS" individuais. Quando um indivíduo através da pintura, escrita, música é capaz de sintetizar uma nova idéia, um pensamento contundente, essa ação individual pode reverberar exponencialmente alterando as massas.

Mas como ocorre esse processo?

Muitos indíviduos estão nesse exato momento pintando, dançando, escrevendo, imersos em seus processos de criação. Por que alguns modificarão seu entorno e outros não?

O que torna o "CAMPO" relevante? Se entendermos o "CAMPO" como a ação, o agente e o ambiente somos levamos a pensar que uma ação em dissonância com seu ambiente gera um "CAMPO" estéril.

Mas de tempos em tempos um indivíduo em discordância com seu entorno gera um novo paradigma. O "CAMPO" é imprevisível.

Mas o "CAMPO" surge das relações entre o indivíduo, as massas, sua cultura e ambiente e são muitas as relações possíveis.

Tendemos a pensar que um "CAMPO" individual virá a tona quando for relevante para a massa. Mas se observarmos alguns fenômenos midiáticos podemos concluir que entendendo minimamente como um "CAMPO" torna-se visível é possível induzí-lo, e uma idéia irrelevante para o todo pode transformar-se em um fenômeno de massa.




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