Olá boa noite! Para o pessoal que labauta com agricultura, confira o Editorial do Estado São Paulo em 15 de fevereiro de 2005, "Plantando distorções".
Abracos a todos e tenham uma bela e proveitosa semana! Fernando Tangerino Plantando distorções O governo americano está aumentando e continuará a aumentar no próximo ano os subsídios à agricultura, apesar do corte anunciado na proposta orçamentária para o ano fiscal de 2006. Não há contradição entre as duas informações. O corte de US$ 587 milhões prometido no começo do mês afetará pagamentos “normais”. Mas os fazendeiros estão recebendo neste ano e continuarão a receber uma soma imensamente maior como compensação para a baixa de preços de vários produtos, incluídos algodão, soja e milho. São os chamados subsídios contracíclicos: uma bênção para os produtores americanos e um desastre para os agricultores do mundo em desenvolvimento, porque contribuem para que as cotações caiam ainda mais. O governo americano concedeu no ano passado subsídios no valor de US$ 10 bilhões. O total deve subir para US$ 24 bilhões neste ano fiscal, que terminará em setembro. No próximo ano chegará a US$ 19 bilhões, apesar do corte indicado na proposta orçamentária enviada ao Congresso há menos de duas semanas. Como os produtores ganham mesmo com os preços em queda, a oferta americana é pouco sensível à baixa das cotações. Os agricultores continuam plantando, porque o governo garante sua remuneração. Isso prolonga as dificuldades financeiras dos agricultores de outros países, que não recebem compensações e dependem das condições do mercado para sobreviver e pagar contas. Com os pagamentos contracíclicos, os subsídios aos produtores americanos de algodão devem subir de US$ 1,4 bilhão no ano fiscal anterior para US$ 4,8 bilhões neste ano. O auxílio destinado aos plantadores de milho subirá de US$ 2,3 bilhões para US$ 7,5 bilhões e a ajuda aos cultivadores de soja saltará de US$610 milhões para US$ 1,5 bilhão. No próximo ano estes produtores deverão embolsar o total de US$ 3,25 bilhões Esse tipo de ajuda amplifica, portanto, as distorções que o sistema de subsídios impõe ao mercado. Ao estimular uma produção maior que a demandada pelo mercado, a subvenção contracíclica interfere perigosamente no mecanismo dos preços, tornando o ajuste do mercado mais lento e mais penoso para quem não dispõe desse tipo de ajuda. Se subsídios como esse forem mantidos, depois de concluída a rodada global de negociações comerciais, o mercado de produtos do agronegócio continuará sujeito a amplas e perigosas distorções. Por enquanto, americanos e europeus mostraram disposição de eliminar os subsídios à exportação e parte das subvenções internas. Mas falta garantir que todos os pagamentos com grande impacto na formação de preços serão eliminados, para que o mercado possa de fato funcionar com razoável grau de liberdade. A grande esperança dos países em desenvolvimento é que as limitações fiscais forcem americanos e europeus a reduzir seriamente suas políticas intervencionistas. A União Européia, agora com 25 membros, não terá condições para sustentar, sem mudanças importantes, a velha Política Agrícola Comum. Os primeiros passos da reforma foram dados. Apesar da resistência liderada pela França, as pressões financeiras por novas alterações provavelmente se intensificarão. Nos Estados Unidos, a grave situação fiscal impõe ao governo alguma limitação dos subsídios. Essa condição está refletida na proposta orçamentária para o ano fiscal de 2006. Mas a tolerância do Tesouro americano a déficits orçamentários é muito ampla, graças ao financiamento externo. A discussão da nova lei agrícola deverá intensificar se no próximo ano e então ficará mais clara a real disposição do governo. Além disso, até lá a negociação geral de comércio deverá - espera-se - avançar substancialmente. Por enquanto, resta aos países prejudicados, como o Brasil, recorrer a processos na Organização Mundial do Comércio (OMC) para se defender das políticas antimercado. Em março, juízes da OMC deverão dar a decisão final sobre o processo brasileiro contra os subsídios americanos aos produtores de algodão. O Brasil ganhou em primeira instância. Se a vitória for confirmada, a sentença conterá, provavelmente, elementos para uma ação semelhante contra os subsídios à produção de soja. -- Fernando Braz Tangerino Hernandez Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira - UNESP DEFERS - Departamento de Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos Area de Hidraulica e Irrigação (Hydraulics and Irrigation Division) Caixa Postal 34 (P.O. Box 34) 15.385-000 - ILHA SOLTEIRA - SP - BRASIL Phone / Fax: (0##18) 3742-3294 / 3743-1180 www.agr.feis.unesp.br/irrigacao.php (Institucional) www.agr.feis.unesp.br/fbth.php (Home page pessoal) MSN Messenger - [EMAIL PROTECTED] Skype - fernando_tangerino ********************** ATENÇÃO / ATTENTION As informações contidas nesta mensagem são confidenciais e protegidas pelo sigilo legal. A divulgação, distribuição ou reprodução deste documento depende da autorização do emissor. Caso V. Sa. não seja o destinatário ou preposto, fica, desde já, notificado que qualquer divulgação, distribuição ou reprodução é estritamente proibida, sujeitando-se o infrator às sanções legais. Caso esta comunicação tenha sido recebida por engano, favor avisar o emissor imediatamente. Obrigado pela cooperação. The information contained in this message is strictly confidential. 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