Uma foto do míssil sul africano A-DARTER, um AAM de curto alcance de quarta geração. O grande diferencial deste míssil é seu projeto aerodinâmico, os de boa memória vão lembrar que ele parece muito com o ASRAAM, míssil ar-ar avançado de curto alcance, cujos primeiros desenhos foram vinculados em meados da década de 80. Este tipo de míssil parte de um paradigma de projeto completamente diferente do que deu origem ao SIDEWINDER e a praticamente todos os AAM guiados por IR de curto alcance. Em um míssil como o SIDEWINDER, ATOL, MAGIC, PIRANHA, PHYTON, KUKRI, APHID, etc. .. o perfil de vôo é sempre o mesmo, a aceleração violenta do míssil pela queima total de combustível em menos de 3 segundos, na maioria dos casos menos de 2 segundos. Depois com o míssil a velocidade máxima, ele vai gradativamente perdendo energia (velocidade) até um limite mínimo ao qual ele não tem mais nenhuma capacidade útil de manobra, já que esta vinculada a sua velocidade. Um outro ponto importante é que a capacidade de manobra do míssil convencional esta vinculada a altitude do projetil, quanto mais alto, mais rarefeito o ar, menos ele tem capacidade de manobrar. Agora que se sabe o perfil típico de vôo de um míssil da classe do SIDEWINDER, é possível estimar em que ponto do vôo sua capacidade de manobra será máxima, quando sua velocidade for máxima, e seu peso mínimo, logo isto ocorre no final da queima do combustível, velocidade máxima, e peso estabilizado no mínimo. (CELULA + OGIVA apenas). Isto conduz a uma situação paradoxal pois a queima do combustível sendo muito rápida, como já disse menos de 3 segundos, o míssil entao terá sua capacidade ótima de manobra instantes após o lançamento, com uma parcela pequena de seu alcance máximo apenas percorrido. Quando chegar a um alvo próximo ao seu limite de alcance, entao sua capacidade de manobra não é a máxima? Perfeito, mas justamente para um alvo que teve mais tempo para adotar procedimentos de evasão o míssil tem menos capacidade de perseguição. Sensível a este problema surgiu o sistema de empuxo vetorado, que é aplicado em mísseis como o A-DARTER, ASRAAM, etc. .. Neste sistema o fluxo de empuxo da tubeira é usado para dirigir o míssil, as superfícies aerodinâmicas do projetil não mais tem esta incumbência. As vantagens são as seguintes: Capacidade de manobra praticamente constante com a altitude, na verdade teoricamente ela até aumenta com a altura pois o motor foguete rende mais em ar rarefeito. Capacidade de manobra constante em qualquer fase do vôo pois agora ela não esta mais relacionada com a queda de velocidade do projetil como no caso dos mísseis mais antigos. Na realidade ela até é melhor na fase final do vôo pois com muito pouco combustível o míssil esta mais leve. É claro que com a introdução do empuxo vetorado ( TVC) o perfil de queima do motor mudou, ele ainda tem uma fase de impulsão de poucos segundos como nos mísseis anteriores porem com um sustentador atuando de forma continua até o final do tempo de missão como forma de gerar um empuxo de controle de manobra. Pode ser afirmar que um míssil TVC não seja necessariamente mais manobravel que um convencional, porem ele tem uma capacidade ótima de manobra que não varia tanto com a distancia do alvo e altitude, oque trás mais flexibilidade no paramento de engajamento. Alguns pontos sobre o projeto aerodinâmico do A-DARTER. Atras das aletas de cauda, é possível ver dois dos quatro defletores de empuxo do míssil, são estes componentes feitos em material cerâmico que defletem o fluxo gerando a força de manobra. As aletas de cauda tem um projeto aerodinâmico que visa duas coisas, primeira, dar alguma estabilidade direcional ao míssil, estabilidade que não precisa ser muito grande, já que ele pode atuar com o TVC para corrigir qualquer desvio maior de trajetória. A segunda e principal função que identifico neste projeto aerodinâmico de aleta de cauda é criar atras do míssil uma zona de baixa pressão ( vácuo) que favorece a expansão dos gases do foguete melhorando seu rendimento. Alem das aletas de calda é possível identificar as pequenas superfícies paralelas ao corpo do míssil que chamamos de LEX. No caso do A-DARTER este componente do projeto aerodinâmico esta ali pelo seguinte motivo: junto ao corpo do míssil o escoamento de fluxo é mais lento, logo quando este muda de direção com violência o fluxo se descola do corpo causando uma zona de vácuo atras do míssil em manobra. Ex. O míssil manobra para a direita com violência, logo do seu lado esquerdo se formou um vácuo que atrapalha a manobra. Oque a LEX faz é gerar um fluxo de ar na forma de redemoinho ( vórtices) paralelo ao corpo do míssil, este fluxo e acelera a camada lenta próxima a fuselagem retardando o seu desprendimento e impedindo que a zona de baixa pressão atrapalhe a manobra. Na minha opniao o A DARTER é atualmente o melhor projeto de AAM de curto alcance fora da Rússia, e foi desenvolvido por um pais que tem metade do tamanho da economia brasileira, oque prova que talento independe de vultuosas somas de dinheiro. _________________________________________________________ Do You Yahoo!? Obtenga su dirección de correo-e gratis @yahoo.com en http://correo.espanol.yahoo.com
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