Wellington Rossi Kramer wrote:

>Por que 7os Estados Unidos são o que são: Quatro Lições que aprendi na
>> América, por Roberto Bezerra Motta*.

>> *Roberto Bezerra Motta é gerente de tecnologia da informação da
>Telemar


Ele pode até ter aprendido. Só falta ele e a Telemar aplicá-las.

-----Mensagem original-----
De: <[EMAIL PROTECTED]>
Para: [EMAIL PROTECTED] <[EMAIL PROTECTED]>
Data: Quinta-feira, 23 de Dezembro de 1999 09:21
Assunto: [naval] eua x brasil


>Alguém da lista pediu para eu enviar a mensagem novamente. Não concordo
>com tudo o que está escrito aí, apenas em parte. Enviei a mensagem
>justamente para ser discutida.
>
>Por que os Estados Unidos são o que são: Quatro Lições que aprendi na
>> América, por Roberto Bezerra Motta*.
>>
>-----------------------------------------------------------------------
>>
>>  Morei quatro anos e meio nos Estados Unidos. Fui para lá, em 1989,
>> trabalhar no Banco Mundial como consultor de informática. Voltei em
>1994,
>> após chegar à conclusão de que, feliz ou infeliz, meu lugar era aqui
>> mesmo (e após quatro invernos chegar a essa conclusão não foi
>difícil...).
>>
>>  Porém, viver tanto tempo por lá mudou radicalmente minha visão do
>mundo.
>>  Morar fora deveria ser obrigatório para todos os brasileiros. Tenho
>> certeza de que isso tornaria o Brasil um outro país. As verdadeiras
>> diferenças entre o Brasil e os EUA levam tempo para ser percebidas.
>Elas
>> têm muito mais a ver com o que os americanos são, acreditam e praticam
>do
>> que com o que eles têm, podem ou sabem. Abaixo, algumas das principais
>
>> lições que, a meu ver, temos que aprender com nossos primos do norte.
>>  O Governo NÃO RESOLVE NADA, quem resolve são as pessoas e A
>SOCIEDADE.
>>  Essa foi a primeira lição que aprendi nos EUA. Ninguém espera que o
>> governo resolva nada - pelo contrário, o americano detesta o governo,
>> especialmente o federal. Exatamente o contrário do brasileiro, que
>acha
>> que tudo é culpa do governo e que tudo está como está (e está sempre
>ruim)
>>
>> porque o governo não resolve. Tudo mesmo, desde a inflação à seca do
>> Nordeste, incluindo a poluição do ar, o trânsito, a violência, a
>educação
>> pública e a miséria.
>>  Para o americano, o governo que importa é o local, o da sua cidade. É
>
>> onde se discute a qualidade das escolas e se elegem os chefes de
>polícia,
>> por exemplo. Mas, mesmo assim, os cidadãos não hesitam em ir à luta e
>> atacar de frente seus problemas, em vez de esperar sentados pelo
>governo,
>> qualquer que ele seja.
>>  É o que acontece com as mães e pais que controlam o trânsito em
>frente
>> das escolas públicas, com os programas de neighborhood watch, nos
>quais
>> a vizinhança inteira se une para combater assaltos, e com os programas
>de
>> voluntários, em que pessoas de todas as classes - incluindo as altas -
>
>> dedicam parte de seu tempo (e não apenas de seu dinheiro) a uma causa
>> social. Os americanos praticamente inventaram as ONGs - chamadas de
>> non-profits, que existem para promover todo tipo de causas e
>bandeiras,
>> da defesa do consumidor à defesa da ecologia. É claro que em países
>como
>> o nosso existem fatores estruturais que só podem ser mudados por ações
>
>> do Estado. Na esmagadora maioria dos casos, entretanto, os problemas
>> podem ser resolvidos ou melhorados se a sociedade e os cidadãos se
>> mobilizarem.
>>  Faça o que eu digo E FAÇA O QUE EU FAÇO.
>>  Uma das características do comportamento brasileiro que mais
>contribuem
>> para o nosso atraso social é a relatividade com que julgamos o certo e
>o
>> errado.
>>  Se os outros fazem, é errado. Se somos nós que fazemos, bem, aí
>depende.
>>  Pode ser apenas o jeitinho brasileiro. Todo mundo se escandaliza com
>a
>> corrupção no governo, mas uma grande parte dos escandalizados não se
>> recusa a, por exemplo, comprar mercadoria contrabandeada. Como é que
>> essas pessoas acham que essa mercadoria chegou aqui? Trazida por
>anjos?
>> Não seria isso uma forma indireta, mas ativa, de corrupção de
>funcioná-
>> rios do próprio governo que criticamos?
>>  Todo mundo critica a nossa polícia. Mas, de novo, uma boa parte dos
>> críticos não se nega a usar expedientes alternativos para escapar de
>uma
>> multa na estrada. Meus favoritos são os que reclamam da violência
>urbana
>> e, de vez em quando, consomem sua porçãozinha de droga. Será tão
>difícil
>> ver que estão financiando seu próprio assalto? Ultrapassar sinal
>vermelho
>> já foi um expediente para ser usado a altas horas da noite em locais
>> perigosos - agora vale para qualquer hora e lugar. O americano pára
>até
>> num sinal em cruzamento de estradas vazias no meio do deserto. O
>Brasil
>> tem 25 000 mortos em acidentes de trânsito por ano; em dois anos
>morrem
>> tantos brasileiros quanto morreram americanos em toda a Guerra do
>Vietnã.
>>  Tudo o que vale a pena ser feito vale a pena SER BEM-FEITO.
>>  Essa é a lei máxima não escrita do espírito empresarial americano.
>>  Funciona assim: se você é um garoto que está lá, no seu primeiro
>emprego,
>>
>> fritando hambúrgueres, você está tentando ser o melhor fritador de
>ham-
>> búrgueres do mês. Do ano. Do país. Você está realmente se esforçando.
>> Você quer bater o recorde de hambúrgueres fritos por hora da sua
>lancho-
>> nete. Anos depois, quando você já for um executivo poderoso, você vai
>> ter no seu currículo um lugar de honra para o seu primeiro emprego, o
>de
>> fritador de hambúrgueres.
>>  Posso ouvir você pensando: isso não existe aqui porque no Brasil
>frita-
>> dores de hambúrguer nunca chegam a executivos. Certo? Errado. O
>hambúr-
>> guer aqui é apenas uma metáfora (embora, no caso americano, seja uma
>> posibilidade real e concreta). A dura realidade (talvez visível apenas
>
>> para quem já morou fora) é que poucos profissionais no Brasil, sejam
>de
>> que nível forem, colocam paixão e empenho no seu trabalho. Isso é
>porque
>> o trabalho não os leva a lugar nenhum, você vai dizer de novo. De novo
>
>> errado. Conheço, na minha área de atuação, inúmeros casos de
>oportunida-
>> des abertas esperando candidatos com iniciativa e vontade de vencer.
>Um
>> dos meus maiores desafios como gerente tem sido recrutar pessoas com
>> garra e motivação. E, em todo caso, executar mal uma tarefa dá quase
>> tanto trabalho quanto fazê-la bem. Pense bem: se fazer um excelente
>> trabalho não vai levar você a lugar nenhum, o que vai? A Tele-Sena?
>>  Os casos mais flagrantes estão nos setores de serviços e comércio. A
>> diferença é gigantesca. Entre uma loja nos EUA e você é saudado - good
>
>> morning, how are you doing? - por vendedores sorridentes, que
>imediata-
>> mente se colocam à sua disposição (e certamente estão pensando em
>bater
>> o recorde de vendas da loja, ser promovidos a gerente, a diretor, a
>> presidente...).
>>  Eu entro numa loja brasileira e a balconista, que está fazendo as
>unhas,
>> nem olha para mim (o caso é verdadeiro).
>>  Se você acha que pode, VOCÊ PODE.
>>  Essa é a máxima que melhor descreve, na minha opinião, a filosofia de
>
>> vida da sociedade americana. Ela perdeu um pouco a sua força devido à
>> banalização, de forma primária e superficial, pela indústria de auto-
>> ajuda e suas receitas enlatadas de sucesso. Mas não deve ser
>esquecida.
>>  Essa máxima pode ser lida de várias formas. A minha interpretação
>> preferida é de que todos nós somos capazes de atingir objetivos muito
>> mais ambiciosos do que pensamos ser possível. Uma série de fatores e
>> circunstâncias - a maneira como fomos criados, nossa história
>familiar,
>> nossa cultura, nossos meios de informação, nossa própria energia indi-
>
>> vidual - colabora para formar nossa percepção do quão longe podemos ir
>
>> e do quanto podemos realizar. Uma das grandes influências nessa
>percepção
>> é a nossa própria história nacional.
>>  Pense bem: se nos úlitmos 100 anos o seu país conquistou a maioria
>dos
>> Prêmios Nobel, venceu a maioria das guerras, dominou o planeta
>econômica
>> e culturalmente, dividiu e depois fundiu o átomo e colocou um homem na
>
>> Lua, você também não sentiria que pode conquistar o mundo? Aí está a
>> questão: os americanos acreditam em si mesmos devido à sua história,
>> ou é a história o resultado direto dessa crença? Não importa. O que
>> interessa é aprender o quanto a crença na capacidade de traçar o
>próprio
>> destino é importante para a construção de um país e do futuro de cada
>um.
>>
>>
>> *Roberto Bezerra Motta é gerente de tecnologia da informação da
>Telemar
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