2014-02-18 14:30 GMT-03:00 Benedito <bened...@ufrnet.br>:
>
> É infinito nos quatro quadrantes, que é para permitir muitos movimentos.
>
> De: owner-ob...@mat.puc-rio.br [mailto:owner-ob...@mat.puc-rio.br] Em nome de 
> terence thirteen
> Enviada em: segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014 08:16
> Para: obm-l
> Assunto: Re: [obm-l] Problema do Cavalo
>
> Ele é infinito nos quatro quadrantes?
>
> Eu tentaria algo como construir um grafo infinito, mas vou pensar antes...

Eu tenho uma idéia de solução no braço. Supondo que a questão seja:
"Qual é o número de casas diferentes em que um cavalo pode terminar
uma seqüência de N movimentos". Assim, para n = 1, temos 8 casas
(brancas), e para n = 2 temos 33 casas (pretas, incluindo a casa preta
original!).

Para n maior, a seqüência fica assim (feito num computador, na marra):

8; 33; 76; 129; 196; 277; 372; 481; 604; 741; 892; 1057; 1236; 1429; ...

Agora, vem o chute principal (que é o que vai ajudar a gente a fazer
indução): Calcule as diferenças sucessivas dos elementos! Isso dá:

25; 43; 53; 67; 81; 95; 109; 123; 137; 151; 165; 179; 193; ...

Ainda não parece bom ? Não tem problema... Mais uma vez, faça as diferenças:

18; 10; 14; 14; 14; 14; 14; 14; 14; 14; 14; 14; ...

Ahhhhhhhhhhhhh ! Parece que é uma PA de segunda ordem, a partir de um
certo ponto...

Vamos entender essa idéia. No "longo prazo", o cavalo vai se afastando
do centro, e portanto ele pode cobrir uma área no máximo proporcional
a N^2. Isso por si só já justifica tentar achar uma PA de segunda
ordem. O que é interessante é que a parte perto do centro (depois do
início, onde ainda há um monte de buracos meio aleatórios) estará
completamente coberta depois de um certo tempo, e o que interessa é o
que acontece nas "coroas". Agora, tem que justificar que as coroas têm
uma espessura constante depois de passada a parte "transiente"
inicial.

Como eu usei um computador, e posso calcular mais do que n = 10 (por
exemplo n = 100) e os 14 continuam até esse ponto. Para mim, isso é
mais do que suficiente para eu ter certeza que a resposta é essa, mas
admito que falta um argumento garantindo que "basta observar um número
finito de passos" para acertar a recorrência. Eu diria que, como um
cavalo "completa" a vizinhança do ponto inicial (o 3x3 em volta da
origem) em uma quantidade finita de passos (basta chegar na
profundidade 3 do grafo do Torres) a recorrência não pode ser de ordem
muito maior do que isso. Para melhorar, veja que a partir de 3 passos,
o que temos é um octógono, TODO preenchido, dos quadrados brancos (que
são os únicos em que o cavalo pode estar!). Daí pra frente, não é
difícil ver que a cada etapa teremos um octógono com lado aumentando
de 1 a cada vez. Veja também que a partir do 3o termo da segunda
diferença, só tem 14. Não é coincidência.

Agora, eu deixo a indução para você completar!

Abraços,
-- 
Bernardo Freitas Paulo da Costa

-- 
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Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html
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