AMOR NA REDE

Regina não acreditou quando Luiza telefonou contando
sobre seu caso. A amiga falou tão rápido ao telefone
que ela não entendeu quase nada. Por isso, era
importantíssimo que as duas se encontrassem. Tinha que
saber mais sobre o amante. Amante? Ela não podia crer
na história. Logo a Luiza que era a mais quieta da
turma. Aquela com aquele olhar de ontem, tão parada,
tão santinha... Era ouvir pra crer. Marcaram de se
encontrar no restaurante. Regina ansiosa chegou
primeiro e ficou esperando uma meia hora.
Luiza, como sempre, chegou com aquele olhar parado.

Regina acenou: Aqui, Luiza.

Puxa! Chegou cedo. Está aí há muito tempo?

Imagina!? Mas me conta, que história é esta de amante?
Como? Quando?

Calma, Regina. Garçom, dá pra trazer uma cerveja, por
favor?

Como, calma? Quero saber a história toda. Como é que
você arrumou um amante? E o Vado? Logo você, hein? Com
esta cara de santinha!

Ih, Regina, já vi que você não entendeu nada da
história que te contei.

Ué, então tem ou não tem amante nesta história?
Afinal, tá se encontrando com um homem ou não?

Sim e não. Tem um cara sim, mas não estou me
encontrando com ele, não.

Pára de fazer suspense, Luiza. Afinal, onde o
conheceu?

Em um chat na internet. Começamos a conversar e logo
trocamos nossos e-mails.

E aí? - perguntou Regina, sem fazer a mínima idéia do
que a amiga estava falando.

Um dia ele me mandou um cartão lindo! Cheio de
segundas intenções!

Nossa, Luiza, um cartão? E o Vado? Não é ele que pega
a correspondência de vocês?

Ô, Regina. Você não está entendendo nada. O cartão era
virtual, ele mandou pela internet.

Ah! - Exclamou Regina, com medo de interromper a
história.

No dia do meu aniversário, ele me mandou flores! Foi
tão lindo!

Flores? Acho que agora você pirou, Luiza. E o Vado?
Não viu aquelas flores todas?

As flores eram virtuais, Regina.

Ah!

Aí, a coisa ficou mais quente. Combinamos de nos
encontrar toda noite, às oito.

Porque você não me contou logo? Tadinho do Vado. O
divórcio é amigável?

Tá maluca, Regina. Não fala besteira. O encontro não
era real, era...

Já sei, virtual.

Isso aí. Então, ele achou que estava na hora de nos
conhecermos!

E aí marcaram um encontro real? - arriscou Regina.

Sai, fora! Mandei uma foto minha. Lembra daquela que
estou na praia, com aquele biquíni minúsculo?

Dá um tempo, Luiza. Aquele tapa-olho não dá nem na sua
filha menor!

É daí? Ele não precisa saber disso. E tem mais, ele me
mandou uma foto dele também.

Que tal o cara? Charmoso?

Parece com o Brad Pitt. Gatésimo!

Nossa - suspirou Regina. - Que sorte grande! Um amante
e ainda por cima a cara do Brad Pitt.

Será? Não dá pra acreditar em tudo o que se vê na
internet.

Se for pela foto do biquíni... E o sexo?

Luiza deu uma gargalhada.

O cara ficou louco. Queria se encontrar comigo de
qualquer jeito.

E você? Marcou um encontro com ele? Deu umas
beijocas... e sexo?

Tá maluca? Encontrar-me com ele? Nunquinha na minha
vida!

Não estou entendendo nada. Por que não?

E ele descobrir que nem o meu dedão dá mais naquele
biquíni? E eu descobrir que do Brad Pitt ele só tem o
branco dos olhos? Ficou maluca, Regina?

Ah, que história sem graça! Eu vim pra cá crente que
ia ouvir uma história sórdida, sobre amores
escondidos, telefonemas codificados. Sexo, muito sexo!
E você vem com esta história de amante virtual. Que
coisa sem graça, Luiza. Só podia ser coisa sua mesmo.
Com esta carinha de santa, sempre olhando pra ontem...
Não ia aprontar nada mesmo.

Pôxa, Regina, eu me abrindo toda aqui e você só
pensando em sexo?

É só pensando mesmo. Afinal, se tem amante tem que ter
sexo. Argumentou Regina e emendou - Esse amante não é
de nada! Sem sexo, sem beijinho, sem nada... -
choramingou ela frustrada.

Luiza sentiu dó de Regina. Olhou para o relógio e viu
que estava atrasada, deu um beijo na amiga e cochichou
no ouvido:

Quer saber mesmo? Assim que eu desligo o computador, o
sexo rola solto lá em casa. Entro no quarto cheia de
insinuações e novas sacanagens. Nunca transei tanto na
minha vida... Estou levando o Vado à loucura!

Luiza piscou o olhou e saiu com um olhar malicioso,
bem diferente daquele com que entrou. A gargalhada que
soltou foi tão deliciosa que Regina ficou com inveja.
Então, enquanto o Vado assistia ao Jornal Nacional, a
Luiza, com aquela cara de santa, aprendia mil e uma
para incrementar o sexo entre os dois, tarde da
noite!?

É, precisava conversar com o Paulo, já estava na hora
de eles comprarem um computador e... quem sabe?
Navegar na Internet... como a Luiza.


Heloisa Aragão Torres é Jornalista



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