Sangue sobre Patópolis - Parte XVII
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 CAÇA À RAMEIRA

Margarida teve alta e voltou para casa.  Seus poros emanavam apreensão.  A
cada esquina ela se sentia seguida pelas paredes de mil olhos, acompanhada de
perto pelo espectro de mil parentes sedentos de vingança.

Não era habitual que uma cidadã patopolense abortasse por acidente um ovo
fecundado - na pior das hipóteses, havia a opção de abandonar o ovo na
Chocadeira de Base de Patópolis - nem que uma agregada matasse de desgosto uma
velhinha decrépita.  Na escala de valores da Família Pato, Margarida estava
abaixo do Mancha Negra ou do João Bafo-de-Onça.

Abandonada no hospital pelos parentes, Margarida ainda não sabia que se
tornara a proprietária legal da herança de Patinhas.  E por ora nem queria
saber.  Tudo que Margarida desejava era voltar para casa e reassumir a
identidade de Superpata que renunciara há cinco anos. Porém...

- Quaaaaaaaac!!!!!!!

A Família Pato, colérica, invadira a casa de Margarida.  Estraçalharam as
portas a machadadas, quebraram todas as janelas.  Móveis e utensílios foram
revirados.  Os objetos de valor desapareceram.  A multidão devorou o conteúdo
da geladeira.  As paredes cor-de-rosa estavam lambuzadas com palavrões que
lembravam a imoralidade de Margarida.  Fezes nauseabundas cobriam o chão.
Perplexa, a noiva de Donald correu ao sótão, onde estava o baú com o
equipamento de Superpata.  Saquearam todos os objetos do sótão, menos o baú.
Vazio, com um bi-lhete irônico: "Vá enganar outro, Margarida".

Naquele instante, Margarida se deu conta de que os ares de Patópolis
dificilmente fariam bem à sua saúde.

*****

Aeroporto Internacional de Patópolis.  Exatamente na hora marcada, um Donald
impecavelmente trajado esperava diante do portão de embarque.  Logo depois
chegaram Huguinho, Zezinho e Luisinho, pequenos em comparação com suas
mochilas de escoteiros-mirins.

- Olá, meninos!

- Olá, tio Donald!

- Vejo que já estão com a bagagem pronta.  Aqui estão seus passaportes; acabei
de fretar um jatinho para Gansópolis e conto com a presença de vocês.  Afinal,
somos uma família ou não somos?

Enquanto os patos atravessavam o portão de embarque, Zezinho perguntou:
- Onde o senhor esteve durante todo esse tempo sem nos avisar?

- É uma longa história.  Na viagem eu conto.

Absortos em sua curiosidade, os sobrinhos embarcaram e nem notaram que o
piloto era absolutamente idêntico ao próprio Donald.

(continua)
  

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Segundo casamento é o triunfo da teimosia sobre a experiência.


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