SEXO
 Por Kate Taylor

Parece mas não é

A cena de sexo lambuzado de manteiga do filme O Último Tango em Paris parece
boa demais para ser verdade- e é mesmo. O melhor sexo é aquele que acontece
num quarto escuro na frente e centenas de pessoas. Mas o segundo melhor
lugar
para transar é no cinema. Na tela você pode assistir a gente bonita de doer
transformando o simples ato de fazer encaixar pernas de tamanhos diferentes
numa experiência incrivelmente erótica. Mas quão realistas são essas cenas?
Pelo bem da pesquisa científica (e como desculpa para transar) eu tentei
reproduzir
algumas das cenas de sexo mais famosas de Hollywood. Será que a experiência
foi Impacto Profundo ou Duro na Queda?

INSTINTO SELVAGEM
   No filme - Michael Douglas (metido numa camisetinha com gola V) dá uns
agarros
na Sharon Stone enquanto sua amiga lésbica dança furiosamente. Michael e
Sharon
vão para a casa dela. Ele beija os peitos dela. Ela geme. Ele beija as
partes
dela. Ela tem um orgasmo. Ela rola por cima dele, desce para um oral legal,
sobe de novo para um amasso e ele rola por cima dela para penetrá-la. Ele
põe
o dedo na boca dela. Ela geme. Ela estraçalha as costas dele com as unhas,
rola
por cima dele e dá outro amasso. Ela pega um cachecol de seda debaixo do
travesseiro
e com ele amarra Michael à cabeceira da cama. Ela se inclina para trás, tem
outro orgasmo e desmorona na cama. Eles se abraçam.

Na vida real - Como não conheço ninguém que se atreva a vestir uma
camisetinha
com gola V para ir à boate, tive que me contentar com meu ex. Dou uns
amassos
nele na boate. Vamos para a minha casa. Eu faço um café enquanto ele lê o
caderno
de esportes do jornal. Vamos para a cama e damos uns amassos. Ele pára de
repente
e diz: "Você pintou as paredes desde a última vez em que vim aqui". Damos
mais
amassos. Rolo por cima dele e coloco suas mãos nos meus peitos. Não acontece
nada. Eu sussurro: "Beije-os agora". Ele desce para pegar um copo d'água.
Quando
volta, estou conferindo minhas anotações. Digo a ele: "Agora vem o sexo
oral".
Ele beija minhas partes. Tosse. Eu desço para fazer um oral nele. Ele perde
o controle. Meia hora mais tarde, tentamos de novo. Ele rola por cima e
consegue
me penetrar. Nós dois rolamos. Ele põe o dedo na minha boca. Eu engasgo. Eu
pego meu pijama velho debaixo do travesseiro. Amarro meu ex à cabeceira da
cama
com as mangas e me inclino para trás para tentar ter um orgasmo. Ele aperta
os bicos dos meus peitos como se estivesse sintonizando um rádio enquanto eu
finjo que estou tendo um orgasmo e peço a Deus que me arrume um quebrador de
gelo bem afiado.
   Fator realidade: 4/10

O ÚLTIMO TANGO EM PARIS
  No filme - Ela entra no apartamento. Ele manda ela pegar a manteiga. Ela
obedece,
depois entra na sala, joga a manteiga nele e eles brigam. Ele arrasta ela
pelo
chão, abaixa seu jeans, passa manteiga no traseiro dela e eles transam. Ele
recita a passagem da Bíblia: "Igreja de bons cidadãos..." sem parar até que
goza, e ela jura que jamais se atreverá a andar de bicicleta de novo.
  Na vida real - Eu entro no apartamento do meu amante e encontro ele
sentado
no chão comendo sanduíches de queijo. "Vá pegar a manteiga", ele sussurra de
um jeito sexy. Eu  vou, aí entro na sala, jogo a manteiga nele e nós
brigamos
(de verdade, porque a manteiga bateu bem na cara dele). Eu espero que ele me
arraste pelo chão. Ele começa a abrir meu jeans. Mal consigo respirar. Ajudo
ele a abrir os botões e ele arranca o jeans. Dói. Ele passa manteiga no meu
traseiro. É muito sexy - gordurosa e oleosa e escorregadia. Isso é bom,
porque
estou ficando nervosa só de pensar no que vem em seguida. Ele tira o short e
tenta entrar por trás. Mas não! O dito cujo fica escorregando para fora por
causa da manteiga. Ele ri, e bate seu instrumento para cima e para baixo,
como
um baterista enlouquecido. Eu me viro e lanço um olhar gelado. Ele se
prepara
de novo para penetrar, empurra o quadril para frente... e eu saio voando até
o outro canto da sala. Desistimos e vamos para a cama para uma transada mais
confortável - pela porta da frente.
   Fator realidade: 3/10

AS TRAPALHADAS DE UM CONQUISTADOR
    No filme -Jeff Goldblum chega ao apartamento de Emma Thompson para uma
transada
à tarde. Eles dão uns amassos, tiram a roupa e vão para a cama. Ele
engatinha
por baixo do acolchoado, começa a fazer sexo oral nela e espirra. Ela joga o
acolchoado pela janela. Eles transam na cama, rolam e caem sobre cereais,
torrada
e café, e acabam destruindo o quarto. Eles transam contra a parede e
destroem
quadros, quebram teclas do piano e quase acabam também com o closet, depois
de transar dentro dele.
   Na vida real - O amante chega ao meu apartamento para um pouco de sexo à
tarde. Damos uns amassos e arrancamos nossas roupas. Ele vai para debaixo do
acolchoado e dá uma cuspida (ele leu minhas anotações errado). Eu impeço que
ele jogue meu acolchoado supercaro pela janela e, em vez disso, ele joga uns
lencinhos. Ele me empurra para o chão. Dói. De maldade, eu esfrego umas
torradas
no cabelo dele. Ele me empurra contra a parede e deixa que uma moldura
pesada
se choque contra a minha cabeça. Jogo ele contra o armário e tento
estrangulá-lo
com uma meia-calça. Ele espirra perfume nos meus olhos. Eu jogo as roupas
dele
pela janela. Ele berra. Nós terminamos nosso relacionamento.
   Fator realidade: 10/10

NOVE E MEIA SEMANAS DE AMOR (cena da geladeira)
  No filme - Recém-saída do chuveiro e vestindo apenas uma camisola e meias,
Kim Bassinger senta de olhos fechados em frente à geladeira enquanto Mickey
Rourke lhe alimenta com tomatinhos, morangos, vinho, xarope contra tosse,
macarrão,
gelatina, leite, água Perrier e mel.
  Na vida real - Esse é um ato sexual que requer um expert no assunto e, por
isso, recrutei um cara dos Vigilantes do Peso. Durante o jantar ele parece
entusiasmado
com a idéia de recriar a cena. "Você achou muito excitante?", pergunto.
"Não,
mas aquela gelatina parecia linda." Mesmo assim, fomos para o apartamento
dele,
onde eu tomei uma chuveirada. Eu pego emprestada um pijama dele (na verdade
dois, que a mãe dele tinha costurado para fazer um), e me sento em frente da
geladeira. Começa bem. De olhos fechados, eu experimento o adocicado da
laranja,
e então o picante da mostarda, creme de limão pinga sobre a minha língua,
seguido
de um pedaço lisinho de queijo cheddar. Mas depois de um tempo eu me sinto
uma
caixa de correio, sentada ali cega e de boca aberta. Que curioso! Abro um
olho
e vejo o rapaz mergulhando de cabeça num pote de sorvete. Quando estou indo
embora, ele me segue, acenando com o pote de sorvete. "Volte! Só tem quatro
por cento de gordura!" Eu respondo: "Mas você, não!" E me mando.
  Fator realidade: 6/10

  Para concluir: o cinema pode temperar sua vida sexual. Ele lhe dará
inspiração
para experimentar posições e técnicas novas que podem reavivar até o mais
estável
relacionamento. Mas nunca será como na tela. No seu quarto, braços se ralam,
pernas ficam com cãibras e nenhum de vocês dois pode se dar ao luxo de
contar
com um dublê. O melhor do cinema acontece no próprio cinema. Compre um
cachorro-quente
na entrada, para servir de coadjuvante.

 Extraído de VIP Exame (Jan/99)
http://www.awa.com.br




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