:: Luiz Queiroz :: 26/07/2006
Na segunda quinzena de agosto a Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, estará colocando em consulta pública a versão 2.0 do e-PING - Padrões de Interoperabilidade do Governo Eletrônico.
Ficou claro ontem (25), durante reunião do Comitê Técnico de Implemetação do Software Livre, que a nova versão do e-ping, elaborada pela SLTI, apenas "recomendará" aos órgãos de governo, a adoção do OpenDocummnet Format como formato de documentos oficiais. Recomendar não significa adotar e, portanto, o ODF apenas será utilizado por quem efetivamente migrou da plataforma proprietária para o software livre.
De acordo com as declarações dadas ontem na reunião, pelo Gerente de Projetos da Secetaria de Logística e TI, Leandro Corte, o ODF não deverá será tratado no e-PING, como um padrão que deva ser oficialmente adotado pelo governo. Segundo explicou, para que ganhe o status de padrão utilizado no governo, o ODF ainda terá que passar por um período de homologação e até uma auditoria, que comprove que ele cumpre alguns requisitos técnicos do tipo, "ser internacionalmente reconhecido" ou "amplamente utilizado".
Leandro também afirmou que para figurar no e-PING como um padrão de interoperabilidade que mereça ser adotado por todas as esferas de TI do governo, será preciso que o ODF demonstre capacitação na área de suporte técnico. "Não adianta se pensar em especificações técnicas bem elaboradas e academicamente aprovadas, mesmo que tecnicamente excelentes, se não há suporte no mercado, quem forneça suporte à tecnologia", destacou.
Essas argumentações deixam claro que há divergências de opiniões entre os técnicos do Ministério do Planejamento e da comunidade do software livre no governo. Para a SLTI, o XML, da Microsoft, tem a característica de padrão preferencial de formato de documentos, neste momento, devido a sua capacitação técnica já ser reconhecida mundialmente. Pelo menos foi assim deixou transparecer ontem, durante a sua palestra, o Gerente de Projetos, Leandro Corte.
Se o XML for mantido no e-ping como padrão preferencial de arquivo para os documentos oficiais, então significa que a migração para a plataforma livre não será mais tratada como uma política de governo. Só de bom senso, da parte de quem a abraçou.
Quem continuar mantendo sistemas proprietários, não precisará fazer esforço algum para migrar para o software livre, pois bastará apenas esperar pelo plugin que a Microsoft pretende lançar na versão do Office 2007, que converterá documentos ODF para o formato OpenXML.
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