Em Ter, 2006-09-19 às 10:33 -0300, José Eduardo De Lucca escreveu: > Certa vez (não faz muito tempo) um professor de Política científica e > tecnológica da Unicamp me disse, em uma conversa sobre licenças de > software e do aparecimento de empresas do porte da IBM e Novell no > cenário de software livre: "É, não tem jeito, cedo ou tarde, o grande > capital consegue encontrar uma forma de se apropriar de tudo." Ele se > referia, óbvio, à dinâmica do software livre e, em especial, à > inteligência da comunidade. E eu pensava: "Nahhh, desta vez vai ser > diferente... O espírito do software livre prevalecerá." Ingênuo...
eu acredito que isso é uma possibilidade bem concreta e até a mais previsível analisando outros ex-novos movimentos que surgiram no passado e que foram incorporados/cooptados por forças econômicas... > O grande capital está mais preparado para incorporar e re-moldar tudo do > que qualquer movimento social. Quando o movimento torna-se > economicamente significativo, o grande capital pega suas armas para > incorporar tudo o que lhe é conveniente, e esfacelar o que não é. Suas > armas são marketing e poder econômico. Concordo. Mas eu creio que é este processo de disputa de valores distintos entre o mundo do software proprietário e o movimento de software livre que vai determinar a "forma" e "quais" valores prevalecerao na sociedade como um todo. > Todo o que nós fazemos é aberto e compartilhado. Ora, a idéia é que > "qualquer um" se apropria do que precisa ou do que quer e pode sair > fazendo negócio. Em "qualquer um" também se lê grandes conglomerados e, > como todos sabemos, eles são muito mais aptos a "dizer" que fazem > melhores negócios do que outros "qualquer um"... > Então, no finzinho das contas, pode-se imaginar que todo o software > livre beneficia à comunidade (um pouco) e a sociedade (um pouco) e o > grande capital (um muito). sim, este é o caso da IBM, pra ficar em só uma empresa do "grande capital". Ela está incorporando (tentando pelo menos) na sua forma de produçao e de fazer negócios o "suco" das razoes do exito software livre...para se reposicionar no mercado e aumentar seus lucros. Isso é inevitável com as regras da sociedade em que vivemos. Mas nao acredito que esta seja exatamente a estratégia da MS em relaçao ao movimento de software livre. Pra MS, ainda, a dinâmica desencadeada pelo SL significa aumentar a possibilidade de seus concorrentes aumetarem sua capacidade de disputa no mercado de TI e dos usuários se libertarem de seu domínio (dependêcia tecnológica) e por tanto perder dinheiro. O modêlo de negócios do software livre pode até ser interessante economicamente para algumas grandes corporaçoes como a IBM, mas bate de frente com o modêlo de negócios que perpetua a MS como quase-monopólio em algumas aréas e que possiblitou o seu império econômico. A nao ser que na sequencia eu venha me convencer que a MS está interessada mesmo em abrir mao de parte de seus negócios e democratizar o mercado de TI. Eu ainda nao estou convencido disso. A empresa continua tendo uma visao monopolista e é aí que o modêlo do SL bate de frente...é antagônico. Quanto a MS devolver a liberdade aos usuários de computadores? estou com Tosatti na entrevista que deu origem a este tópico: ela nunca pensou Marcelo _______________________________________________ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil