Senador quer responsabilizar professores pelo uso da internet em escolas

da Folha de S.Paulo no Rio

O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) --autor do projeto que criminaliza
o acesso indevido à internet-- sugeriu que as professoras sejam
responsáveis pelo uso que os alunos fazem da internet nas escolas.

Uma das críticas ao substitutivo do senador é a de que estaria na
contramão da inclusão digital pretendida pelo governo Lula, que tem
projeto de interligar as escolas com rede de acesso em banda larga.

Eduardo Azeredo disse que não adianta definir os crimes cometidos via
internet, os chamados cibercrimes, se não houver obrigatoriedade de
identificação dos usuários. "Hoje, o internauta pode navegar com nome
fantasia. Pode, até, enviar e-mail com identificação de asteriscos. A
quem interessa o anonimato?", indagou.

Azeredo disse que já discutiu o projeto com o Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência da República e que o Ministério das
Comunicações ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.

O senador rejeita a proposta de auto-regulamentação, defendida pelos
provedores de acesso à internet e pelas empresas de telefonia. "Seria
muito bonito --e talvez funcionasse-- na Suécia. No Brasil, as
experiências de auto-regulação não foram exitosas", declarou.

O advogado Renato Ópice Blum, estudioso dos crimes via internet,
defende que os provedores sejam obrigados a armazenar os registros das
conexões por pelo menos três anos, como previsto no texto do senador.

O delegado da Unidade de Repressão a Crimes Cibernéticos da Polícia
Federal Cristiano Barbosa Sampaio apóia o ponto de vista dos bancos em
relação à exigência de certificação prévia dos usuários da internet.

Ele defende que o acesso de menores seja registrado em nome dos pais,
os quais seriam responsabilizados pelos atos dos filhos. O delegado
lembra que os menores não são imputáveis criminalmente, o que se
estenderia aos crimes que viessem a cometer no ciberespaço.

Sampaio diz que os crimes pela internet explodiram nos últimos anos e
que o projeto tem o mérito de tipificar crimes novos, decorrentes da
internet, que ainda não estão previstos em lei. Cita, como exemplo de
crimes ainda não tipificados, a difusão de vírus e o roubo de
identidade na internet.

De acordo com o delegado, não há definição legal para o crime de
captura de senha, por exemplo. A polícia tem indiciado os suspeitos
por furto mediante fraude e por estelionato, que, segundo Barbosa
Sampaio, são "legislação emprestada".

Segundo ele, o roubo de senha levou a PF a prender 25 pessoas em 2001,
55 em 2003, 77 em 2004, 213 em 2005 e 199 de janeiro a setembro deste
ano. Só neste ano, foram registradas 112 prisões por clonagem de
cartões de crédito pela internet e 81 por pirataria, comercialização
de músicas, softwares e vídeos sem pagamento de direito autoral.

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