Privacidade em extinção André Caramuru Albert avalia projeto de lei contra crimes na internet brasileira.
Pelo menos por enquanto, não seguiu adiante no Senado brasileiro o projeto de lei neo-maoista que propunha a identificação e o controle de todas as pessoas que acessam a internet. Ponto para a defesa da privacidade. Mas essa vitória não passa de uma ilusão. As pessoas podem reclamar à vontade, e de fato tem muita gente inconformada. Mas a verdade é que a privacidade acabou. Ilusão democrática e liberal defendida desde a Revolução Francesa como direito inalienável do cidadão, a privacidade sempre foi vista com desconfiança pelos governos (autoritários principalmente, mas democráticos também). A privacidade representa "direitos do cidadão", o que quase sempre significa "limitação dos poderes do Estado". Se um paga impostos, o outro cobra; se um fala em liberdade individual, o outro responde com a segurança coletiva; se um quer ter a liberdade de ir e vir sem ser controlado, o outro quer controlar tudo o que vai e volta. Nos últimos duzentos e poucos anos, os defensores dos direitos do cidadão nos países democráticos ainda conseguiram, bem ou mal, manter a luta equilibrada, apesar da sempre renovada e criativa pressão dos governos. Mas o fim do século XX viu o equilíbrio de forças ser radicalmente alterado. E a culpada é a tecnologia da informação. Já é história, mas não faz muito tempo que "banco de dados" era papel empilhado, e "arquivo" era um armário de ferro com pastas dentro. Os governos podiam investigar, fotografar, interrogar e fichar, mas os arquivos eram "físicos" e portanto "isolados". Os bancos de dados eletrônicos iniciais ainda eram isolados, mas o desenvolvimento das redes levou ao óbvio: integração de dados. 1 | 2 PRÓXIMA _______________________________________________ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil