USP cria linha de pesquisa que aproxima direito e TI

Intitulado "Engenharia Legal, Ciência e Tecnologia Forenses", estudo
foi criado após constatação de que a formação de peritos no Brasil é
deficiente.

Por COMPUTERWORLD*
16 de novembro de 2006 - 16h37

Na Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP), um
grupo de pesquisadores iniciou um estudo inédito no Brasil que
aproxima duas áreas aparentemente distantes entre si: direito e
tecnologia.

Sob a liderança de Pedro Luís Próspero Sanchez, a pesquisa intitulada
"Engenharia Legal, Ciência e Tecnologia Forenses", oferecida pelo
Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos, deverá qualificar
engenheiros e outros profissionais que trabalham como peritos,
advogados e juízes que lidam profissionalmente com tecnologias, como
com questões como direitos autorais na internet.

De acordo com o professor, a idéia surgiu a partir da constatação de
que, no Brasil, a atividade pericial - que é freqüentemente realizada
por engenheiros -, apresenta uma formação deficiente. No caso das
perícias judiciais (estabelecidas por um juiz), não é preciso ter
qualificação especial, apenas diploma de curso superior e estar no
exercício da profissão. Entre as perícias extrajudiciais, estão
aquelas realizadas para a análise de patentes e de segurança, a
avaliação de ativos de empresas e as auditorias, por exemplo.

"Essa falta de qualificação pode levar o perito a produzir laudos
deficientes ou errôneos, ao mesmo tempo em que os juízes podem ter
alguma dificuldade para entenderem os resultados dessas perícias",
aponta Sanchez, lembrando que a nomeação para a realização de perícias
criminais é de aceitação obrigatória, segundo o código penal.

"Quando o juiz designa um perito para analisar um caso, é muito
importante que, além dos conhecimentos tecnológicos, esse perito
também conheça o sistema jurídico sobre aquele assunto", conta
Sanchez.

Em 2003, a linha de pesquisa foi aprovada pela Comissão de Pesquisa da
Poli. Em 2004, começaram a ser oferecidas as disciplinas de
pós-graduação: Tópicos de Direito Tecnológico, Ciência Forense
aplicada a Sistemas de Informação, Fundamentos da Ciência Forense e
Metodologia da Prova Pericial. "Pretende-se oferecer a possibilidade
de formar profissionais com um embasamento teórico adequado ao
desenvolvimento da atividade pericial sobre bases científicas",
afirma.

Interdisciplinaridade
Atualmente, a equipe é composta por cerca de 20 pesquisadores,
mestrandos e doutorandos. A interdisciplinaridade fica evidente quando
se verifica a área de formação dos alunos. São profissionais que atuam
como engenheiros, advogados, auditores, contadores, peritos criminais,
policiais federais e professores.

Entre as pesquisas que estão sendo desenvolvidas pelo grupo, o
professor cita um trabalho de análise tecnológica e jurídica da
assinatura digital; um estudo sobre os sistemas de firewall,
ferramenta que pode ser muito útil nas perícias em informática; e uma
pesquisa sobre os aspectos tecnológicos e jurídicos das redes de
automação bancária, entre outras.
Com informações da Agência USP
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