Quanto ao Ray Ozzie, não quis dizer que ele ajudou a arquitetar a
estratégia. Ele é o meu "terceiro motivo" porque para a Microsoft acho que
ele representa algo como um "Romário de cara para o Gol", entende?

Quanto ao Mono, concordo com suas observações (parece que você não simpatiza
muito com o Icaza :-)). Ainda assim tenho um sentimento estranho de que a
gigante gostaria de "aprontar" algo mais sutil para ele, além da estratégia
já em curso do  "cachorro corrento atrás do próprio rabo"!

Abraço,

ASF
http://antoniofonseca.wordpress.com/

On 11/29/06, Olival Júnior <[EMAIL PROTECTED]> wrote:


Em 29/11/2006, às 12:45, Antonio Fonseca escreveu:

É curioso o fato da Microsoft promover conjuntamente nesse final ano os
lançamentos de Vista+Office 2007+ Exchange 2007. Mesmo sabendo Exchange só
estará pronto no começo de 2007.


É a "sexta força de Porter": produtos complementares. O MS Office já vem
sendo posicionado como plataforma de trabalho cooperativo há um tempinho.
Acho q desde a versão XP eles começaram a dedicar mais atenção à integração
do pacote com o Exchange (cujo workflow é complicado de utilizar, conforme
comentamos em outra msg aqui) e o Shared Point (curiosamente, na época do
Exchange 5.5 ele e o SPoint tinham um problema sério de integração).

Q eu me lembre, este reposicionamento do MS Office veio junto com aqueles
relatórios q demonstravam q seus clientes já estavam bem atendidos mais ou
menos desde a versão 97, em termos de uso "comum" (edição de textos,
planilhas básicas, etc), evitando os onerosos upgrades da plataforma. Daí
veio a concorrência com o OpenOffice.org, q se posicionava como um Office
"bom o bastante" para essas atividades comuns.

Q fez a MS? Estabeleceu q o MS Office era uma plataforma de trabalho
colaborativo com maior segurança no compartilhamento de documentos (contanto
q vc usasse toda a sua infra MS de cima a baixo). O Exchange aparece como
coadjuvante nessa jogada, pois seria parte dessa infra necessária à
colaboração e compartilhamento seguro de documentos. Por sua vez, tudo isso
depende do MS Active Directory, onde no final das contas estão os catálogos
de usuários e suas chaves.

Assim, a força do produto acaba sendo sua integração, mas tbém a fraqueza
para quem depende de algum pto dessa rede.


Outro detalhes interessante sobre o Exchange é que a Microsoft trabalha
fortemente para sua adoção dentro de empresas de grande porte no Brasil
(creio que isso deva se repetir mundo afora). Muitas delas empresas do setor
público. Sei de algumas histórias de arrepiar os cabelos.


Qdo eu sai da Receita Federal para a ESAF, lá por 95, o Serpro estava
colocando Exchange por lá (Receita e MinFaz como um todo - a única
resistência era a SFC ou STN q usava Novell Groupwise). Qdo fui pra ESAF e
fechamos um contrato de serviços com o Serpro, o correio eletrônico
oferecido tbém era Exchange. Aliás, ele fornecia como serviço: eles
mantinham o servidor no data center deles e vc conectava lá. No extinto Mare
tbém empurraram Exchange e por aí vai. O próprio Serpro teve dificuldades pq
tinha um investimento alto em Lotus Notes, mas acho q, no final, acabaram
indo pro Exchange tbém. Assim, o MS Exchange dominou a esplanada dos
Ministérios. Acho q só não usou quem não tinha grana. Vc sabe, "ninguém é
despedido por contratar Microsoft" era a versão anos 90 do "ninguém é
despedido por contratar IBM" algumas décadas antes.


Terceiro, Ray Ozzie.


Apesar dele ser quem é, acho q a estratégia precede o sujeito uns bons 5
anos.


Agora quanto ao Mono, acho que a MS tem outros planos melhores para ele.
Penso que ela está estudando isso com "muito carinho".

Um tênue indício disso (mas não menos curioso) é que uma foto apontando
para uma entrevista do Icaza está estampada em destaque no Port 25 (
http://port25.technet.com/) já há várias e várias semanas.


O Mono, para a MS, é a grande cartada para demonstrar em tribunais q sua
plataforma não é "monopolista". Além disso, faz um tempinho q o Icaza  tem
relações mais amigáveis com a MS (lembra daquela entrevista na Info onde ele
disse q tentou trabalhar lá e não conseguiu? Sem falar naquela foto no blog
dele com o CTO da Microsoft e o Nat Friedman - aliás, não foi ele q lançou o
projeto Hula? -  dançando can-can) do q com a própria FSF (lembro de um
podcast recente onde o comentário dele a respeito do Stallman insistir no
termo gnu/linux foi "isn't it a silly thing?"). Como ela serve pra isso e
está longe de ameaçar a plataforma .Net, já q sua lista de features sempre
está um pouco atrás e vc não vê uma migração em massa de desenvolvedores
.Net no Windows para Mono no gnu/linux, acho q eles a toleram. Se ela algum
improvável dia ameaçar o mercado do .Net, vamos ver se a coisa continua
assim. ;-)

[ ]s,

olival.junior

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