2008/4/11 Hudson Lacerda <[EMAIL PROTECTED]>:
>  Mas um eleitor poderia ser pressionado a divulgar seu número secreto (voto
> de cabresto). Pelo princípio do sigilo absoluto do voto, o eleitor precisa
> ser totalmente _incapaz_ de comprovar em quem votou, uma vez passado o
> momento de votar. Note que um eleitor tem o direito de _declarar_ em quem
> votou, mas deve ser impossibilitado de _comprovar_ em quem votou.

Eu já havia comentado aqui, existem soluções:
http://listas.softwarelivre.org/pipermail/psl-brasil/2008-April/023054.html

aqui está a parte que interessa
"""
Até aqui nada impede que alguns compradores de votos obriguem a
pessoa, sob ameaça, a fornecer o seu número para comporvar o voto a
favor.

Para evitar isso, depois da votação normal a pessoa poderia votar de
novo e emitir um novo número. Este número também poderia ser
consultado, só que não seria computado como voto.
"""

Pensei numa senha também para liberar o resultado verdadeiro, e uma
que liberasse o resultado falso. Ou seja, pode ser aprimorado, mas é
possível, é só usar as técnicas certas(tm).

>  No caso do voto em papel, a 'entrada de dados' coincide com o 'registro do
> voto', e resulta num documento material _verificado_ pelo eleitor /a
> posteriori/ (imediatamente após o /input/). Esse documento pode ser contado
> e recontado posteriormente.
>
>  Com a introdução do voto na urna, a parte da fiscalização que compete ao
> eleitor termina, e entra em ação a fiscalização partidária etc.
>
>  Já com a tela da máquina de votar virtual, o registro efetivo do voto é
> realizado após a entrada de dados, mas é inacessível ao eleitor. O voto só é
> computado após se apertar o botão 'Confirma' (que ainda faz parte da etapa
> de 'entrada de dados'), mas não se gera nenhum documento conferível para
> assegurar o registro correto do voto.

Logo é responsabilidade da fiscalização garantir que os sistemas
usados estejam registrando o voto corretamente.

>  Leia 'O Mundo Assombrado pelos Demônios', de Carl Sagan, e você entenderá
> por que, num mundo dominado por ciência e tecnologia 'esotéricas', é
> importante que a compreensão ampla de critérios e métodos científicos deve
> estar ao alcance de um cidadão comum, e não apenas restrito a
> 'especialistas'.

Não estou falando em restringir a especialistas. Desve estar aberto
para quem quiser entender entender. Mas se alguém não entender por
falta de capacidade, isso não desqualifica o método por causa daquele
cara que não entendeu.

>  A 'Ciência' pode ser ética e políticamente neutra, mas é ingenuidade
> assumir que os cientistas e técnicos sejam éticos e neutros (ao usar
> conceitos que só eles entendem), especialmente quando PODER está em jogo.

Não são conceitos que "só eles entendem". Faça perguntas ao cidadão
comum a respeito do processo eleitoral usando papel, e você perceberá
que a maioria tem uma noção vaga. Se o processo fosse implementado da
maneira que eles acham que é, seria muito pior, e a maioria não
saberia responder como as fraudes são evitadas ou como isso ou aquilo
é feito.

> > Isso. Por exemplo, não é preciso usar um sistema de arquivos com TOC
> > nas mídias, sendo que só vai ter um arquivo mesmo. É só queimar os
> > bits numa mídia em que os Zeros possam se tornar Ums mas os Ums não
> > possam voltar a ser Zeros, e queimar os mesmos bits invertidos em
> > outra mídia (tipo um negativo). Então se alguém andar queimando uns
> > bits em uma mídia não vai poder fazer o contrário na outra, e a fraude
> > vai ser detectada.
> >
> > As urnas seriam analizadas para ver se a imagem do programa na memóra
> > está como deveria, e o harware vai e volta lacrado dentro da casca da
> > urna, sendo mais fácil de verificar.
> >
>
>  Boas idéias! ;-)

Pois é. Acredito que se todos ajudarem do processo, teremos o conjuto
de requisitos necessários para fazer o negócio funcionar(tm), e se nos
dedicarmos a ensinar estes princípios, é possível que uma pessoa
inteligente o entenda e o comprove, mas não qualquer um. Acho que isso
vale para qualquer método.

Não na caixa preta como tem sido as ultimas eleições =(

>  Depende do cuidado por parte de quem. Quantos partidos têm condições de
> auditar/fiscalizar efetivamente o equipamento eleitoral? Quanto tempo e
> dinheiro é necessário para se analizar um sistema operacional pequeno mas
> completo, mais os softwares do TSE, checar as listas de candidatos etc.,
> assegurar que os binários correspondem aos fontes (compiladores podem ser
> infectados) e então verificar se as cópias instaladas em cada máquina são
> fiéis, se o hardware não foi adulterado e se está em bom estado...

Todas estas perguntas são pertinentes e existem maneiras de resolver.
Poderiamos discutir uma a uma se tiver espaço na lista.

>  Penso que esses sistemas deveriam ser analisados e aprimorados
> continuamente, de forma totalmente aberta (software livre 'no bazar'), e não
> a cada eleição por um diminuto corpo técnico. A tradição brasileira era dar
> 5 (cinco) dias aos partidos para analisar o código de _todos_ os programas
> eleitorais não-secretos...

Pois é...

>  Nesse contexo, acho extremamente perigoso um modelo que permita 'total'
> confiança na totalização, mas seja inferior ao voto em papel justo no
> momento crucial do registro do voto. Causaria uma ilusão de segurança mais
> traiçoeira do que a atual.

Isso. Seja qual for o processo, deve ser de tal forma que seja
estatisticamente mais fácil uma pessoa marcar o quadrado errado sem
perceber do que o registro da máquina falhar e não dizer nada para o
eleitor.

>  E que, como precaução, métodos adicionais de redundância e conferência
> deveriam ser aplicados, para detectar possíveis problemas.
>
>  No caso, os problemas só foram detectados porque um candidato derrotado
> questionou o resultado das eleições e contratou avaliação técnica dos logs
> das urnas eletrônicas. Senão ninguém ia ficar sabendo...

Como diria o chaves: isso isso isso...

> > Exato, e são válidos até o momento que o voto passa pelo buraco da urna.
>  Sim. Mas esse momento é posterior à entrada e registro de dados no
> documento material verificável.

Isso é uma característica do processo. O mais importante é que o
processo seja confiável em registrar o voto de acordo com as intenções
do eleitor.

>  E quem é que decide qual método é superior? Por quê dever-se-ia, num evento
> democrático, aceitar um método possivelmente obscuro para a maioria dos
> eleitores?

Acho que isso já acontece de qualquer forma. As grandes eleições são
processos complexos. Ninguém vai passar a entender alta culinária se
ao invés de usar um forno industrial usar uma fogueira no chão.

>  (Problema extremamente difícil de se resolver... Lembra-me a proposta de se
> exigir de eleitores uma certificação de consciência política, sem a qual
> alguém deveria ser proibido de votar. Quem é que controlaria o processo de
> certificação?)

Pois é.

>  O que eu quero dizer é que, se alguém não se importa em como seu voto é
> registrado e computado, esse alguém não deveria ser tomado como referência
> na defesa da democracia.

Ok.

>
>  A 'confiabilidade do processo' depende da confiabilidade de cada etapda do
> processo. O voto em papel tradicional é especialmente vulnerável na
> contagem, o voto eletrônico puro (sistema brasileiro atual) é especialmente
> vulnerável já no registro. A combinação do papel (poderia ser qualquer outro

Isso é dependente de implementação.

> suporte físico _efetivamente_ conferível pelo eleitor) com o dispositivo
> eletrônico (eficaz na computação) contrabalança falhas de cada método puro.
>
>  Sobre a fiscalização em cada etapa, veja:
>  http://www.brunazo.eng.br/voto-e/livros/FeD.htm#ataques
>  Baixe o livro completo:
>  http://www.brunazo.eng.br/voto-e/livros/F&D-texto.pdf

Guardei, valeu.

Esse round tá bem comprido =D

Vou ver se comento o resto ainda hoje, vou ler o material que você me
passou também.

A parte dos métodos de controle de qualidade vai ser comprida, então
vou dar uma parada aqui =D.

-- 
Opções desconhecidas do gcc:
 gcc --bend-finger=padre_quevedo
O que faz:
 dobra o dedo do Padre Quevedo durante a execução do código compilado.

Não uso termos em latim, mas poderia:
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_Latin_phrases_(full)

A ignorância é um mecanismo que capacita um tomate a saber de tudo.


 "Que os fontes estejam com você..."

Glauber Machado Rodrigues
PSL-MA

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