On Nov 19, 2009, Pedro Paranaguá <pedro.parana...@gmail.com> wrote:

> Vi que o Pirate Bay fechou (http://thepiratebay.org/blog/175), digo, nao está
> mais usando tracker, pq segundo eles o DHT (http://torrentfreak.com/
> common-bittorrent-dht-myths-091024/) não exige tracker e já funciona
> suficientemente bem.

> 1. O que isso significa na prática? Pelo que entendi não ha mais
> necessidade de se buscar um tracker pq o sistema "novo" (nem tanto, ja
> usado pelo vuze etc) funciona como um ímãn e dispensa uma busca.

> É mais ou menos isso?

O tracker é um centralizador da distribuição de informação sobre os
peers disponíveis para um torrent.

No sistema DHT, essa informação não é mantida centralizada, mas sim
distribuída: a pergunta vai “pra rede”, e quem estiver na rede responde.
Na prática, todo mundo passa a cumprir um pouco a função de tracker,
generalizando o peer exchange, a troca direta de informação sobre outros
peers disponíveis.

> 2. Na prática isso pode ter efeito nas tentativas de se bloquear um
> tracker (através de ação judicial etc), ou seja, com DHT não haveria
> mais esse problema de derrubar um site, correto?

A descentralização do processo certamente dificultaria eventuais
tentativas de impediento judicial.

> 3. Ocorre que com o sistema do three-strikes ou resposta gradual, aprovado na
> França e sendo espalhado, literalmente, para o mundo inteiro (Coréia do Sul,
> Nova Zelância, Reino Unido e tratado internacional - ACTA), os provedores
> poderão passar a bloquear o ACESSO a internet depois de 2 suspeitas de 
> violação
> de direito autoal.... o sistema DHT resolve esse problema? Ou o provedor de
> internet continuará hábil a bloquear o acesso à internet?

DHT não faz diferença alguma nesse sentido.  O provedor continua podendo
bloquear um peer.  Mas não vai mais existir um nó central, uma cabeça
que poderia ser cortada para matar a rede de compartilhamento.

> 4. Se sim, a única solução é criptografia, como Tor e tantas outras?

Criptografia pode até ajudar, mas não resolve.  Mesmo que toda sua
comunicação de torrents fosse criptografada, se você entra num torrent,
vai passar a receber e enviar trechos de arquivos que recebeu de outros.
Se o titular de uma obra entra no torrent e pede pra receber a obra
também, e recebe um trecho dela de você, mesmo que a comunicação seja
toda criptografada, terá evidências de que recebeu o trecho de você.

Algo que lhe ofereça a possibilidade crível de negar que você tenha sido
a fonte daquele envio, como usar TOR ou disponibilizar sinal aberto de
rede sem fio para a vizinhança, pode ajudar, mas do jeito que andam os
estados policialescos, vão querer dizer que você é no mínimo
co-responsável pelo suposto ilícito, e vão tentar proibir e criminalizar
essas possibilidades, do mesmo jeito que estão proibindo que um sujeito
distribua um software de comunicação P2P no Paraná.

Saudações livres,

-- 
Alexandre Oliva, freedom fighter    http://FSFLA.org/~lxoliva/
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