Ué, qual é a surpresa?
Mercado de ações é parte integrante do sistema capitalista. Uma
valorização de 29.000% em 7 anos (2003-2010) dá uma média de 225%
a.a., o que é um valor bom, mas nada absurdo.
Mesmo que se considerasse 35.000% (computar juros e dividendos como
parte da "valorização" mostra que não se sabe o significado desses
termos), ainda assim a valorização média seria de 231% a.a. Tem coisa
que valoriza muito mais.
Takashi
-----Mensagem original-----
*De:* psl-brasil-boun...@listas.softwarelivre.org
[mailto:psl-brasil-boun...@listas.softwarelivre.org]*em nome de
*Rafael Luís Vasel
*Enviada em:* quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010 14:43
*Para:* Projeto Software Livre BRASIL
*Assunto:* [PSL-Brasil] [off-topic] ESTÁ PINTANDO UM ESCÂNDALO
GIGANTESCO NA TELEBRÁS! OU: A TELEFONIA À MODA PETISTA
*fonte:
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/esta-pintando-um-escandalo-gigantesco-na-telebras-ou-a-telefonia-a-moda-petista/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+ReinaldoAzevedo+%28Reinaldo+Azevedo%29
<http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/esta-pintando-um-escandalo-gigantesco-na-telebras-ou-a-telefonia-a-moda-petista/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+ReinaldoAzevedo+%28Reinaldo+Azevedo%29>*
*ESTÁ PINTANDO UM ESCÂNDALO GIGANTESCO NA TELEBRÁS! OU: A
TELEFONIA À MODA PETISTA
<http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/esta-pintando-um-escandalo-gigantesco-na-telebras-ou-a-telefonia-a-moda-petista/>*
*quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010* | 13:33
A manchete da /Folha /de hoje é esta: “Boatos valorizam ações da
Telebrás em 35.000%”. Isto mesmo: 35 mil por cento!!! Reproduzo
trechos da reportagem de Marcio Aith e Julio Wiziack. Comento em
seguida:
*
Declarações sem confirmação oficial e rumores sobre a criação de
uma estatal para vender serviços de acesso à banda larga inflaram
em 35.000% as ações da Telebrás desde 2003, sem que, no período,
nada tenha acontecido. A valorização se baseou na suposição, até
hoje não transformada em realidade, de que a Telebrás será
reativada na implantação do PNBL (Plano Nacional de Banda Larga)
- um projeto do governo para levar o acesso à internet a 68% dos
domicílios brasileiros até 2014.
A Folha apurou que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) faz,
desde 2008, uma ampla investigação sobre o assunto, por meio de
uma equipe que inclui não só fiscais do órgão como procuradores.
Em dezembro de 2002, o lote de mil ações ordinárias da Telebrás
valia R$ 0,01. No dia 8 de fevereiro passado, ela foi negociada a
R$ 2,95 (variação nominal de 29.000% ou de 35.000% -considerando
dividendos e juros sobre o capital próprio, segundo a Economática).
O investidor que colocasse R$ 10 mil na empresa no dia 31 de
dezembro de 2002 teria R$ 3,5 milhões no dia 8 de fevereiro. Já
com um investimento de R$ 100 mil o dono do dinheiro tiraria R$
35 milhões. No clima de euforia em torno das ações da Telebrás, o
valor de mercado das ações ordinárias da companhia saltou de R$
3,4 milhões (custo do camarote expresso 2222, no Carnaval de
Salvador) para R$ 2,6 bilhões (valor equivalente ao empréstimo do
BNDES para a formação da BrT-Oi, maior companhia privada brasileira).
*Twitter*
Dois episódios retratam a forma como os papéis da empresa se
valorizaram. No último dia 2, o representante da Associação
Software Livre, Marcelo Branco, usou o Twitter para divulgar, em
tempo real, um encontro fechado entre o presidente Lula e
entidades da sociedade civil interessadas no assunto. Dizendo-se
autorizado pelo Planalto a usar um telefone no encontro, Branco
relatou, citando palavras do próprio presidente Lula, nunca
desmentidas pelo palácio, que a Telebrás seria, sim, reativada,
na esteira do PNBL. Credita-se às “tuitadas” de Branco uma
valorização de 33% em apenas dois dias.
Após o episódio, o ministro Hélio Costa (Comunicações) negou que
já houvesse decisão sobre a reativação da Telebrás, apesar de o
Planalto não ter desmentido Branco. Costa, aliás, protagonizou o
maior impulso das ações da Telebrás, em novembro de 2007. Ao
participar de evento, ele disse que o governo criaria uma estatal
para atender locais onde não há a prestação de serviços
tradicionais de telefonia. Simultaneamente, o presidente da
Telebrás, Jorge da Motta e Silva, disse que essa seria uma
reparação “tardia” para a empresa. Resultado: as ações subiram
572% em dois dias.
Leiam mais aqui
<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi1802201002.htm> e
aqui <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi1802201003.htm>
*Comento*
Está na hora de Elio Gaspari rever os seus conceitos, não? Aquilo
que ele chama “privataria” tucana produziu alguns efeitos no
setor de telefonia/comunicações: *1)* as ações foram vendidas por
um ágio cujo valor em Bolsa (bem menor), um ano depois, provou
ser espetacular — portanto, à diferença do que diziam os petistas
e certo jornalismo, elas foram vendidas a peso de ouro, não de
banana; isso é fato, não achismo; *2)* assistimos à
universalização do telefone e à impressionante expansão de outros
serviços. Alguns são ainda muito ruins, e é para zelar pela sua
qualidade que existe a Anatel. Se, sob o governo Lula, passou a
ser um cabide político, bem, isso nada tem a ver com a
privatização em si. Adiante.
Já a telefonia no modelo petista é diferente: como a gente vê,
ela pode PRODUZIR MILIONÁRIOS sem fornecer, no entanto, um
miserável telefone aos brasileiros, nada! É uma “riqueza” feita
de papelório, nada mais. Nestes sete anos de governo Lula, de
boato em boato, o valor de mercado da Telebras saltou de R$ 3,4
milhões para R$ 2,6 bilhões.
A história cheira muito mal. Márcio Aith e Julio Wiziack
começaram a mexer num grande escândalo. NÃO SEI NADA A MAIS DO
QUE A MATÉRIA REVELA; SEI, COMO SEMPRE, O QUE INDICA A LÓGICA DO
PROCESSO. *E a lógica do processo me diz que não se fabrica uma
valorização de ações dessa dimensão sem que homens muito, vamos
dizer assim, “influentes” atuem nos bastidores e nas franjas do
poder*.
E o que não falta no petismo hoje em dia é essa qualidade de
“homens influentes”, não é mesmo? Acusar a “privataria” com
argumentos puramente ideológicos é bico. Corajoso mesmo é apontar
a ação dos piratas do estatismo.
Na página 68 de Máximas de Um País Mínimo, lê-se:
*“SÃO AS EMPRESAS PRIVADAS QUE ATENDEM AOS INTERESSES PÚBLICOS;
AS EMPRESAS PÚBLICAS EXISTEM PARA ATENDER AOS INTERESSES PRIVADOS”.*
Sinto que ainda faltam personagens de peso nessa história. O tal
Marcelo Branco é só um peixe pequeno. Podem apostar que há
tubarão na área. E aposto dez contra um que ele tem uma estrela
no peito.
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