Eu não fui ao FISL este ano e não vi nada do que está sendo discutido, mas não pude deixar de associar os relatos que tenho lido com os posts do Anahuac sobre a "perda de foco" da "comunidade" e uma apresentação que vi no Latinoware de 2012. Em 2012 teve uma apresentação de acessibilidade digital para Surdos que, na verdade, era a apresentação de um produto 120% proprietário e com um modelo de negócio obscurantista. É até legal o produto, mas que é proprietário e obscurantista é, e muito!
Neste sentido o colega Hudson Lacerda tem razão em "sugerir" mais cuidado para que eventos de SL não sejam usados como trampolim para tecnologias proprietárias e modelos de negócio obscurantistas se aproveitem. Apenas meus 2 tostões na discussão. Em 14 de maio de 2014 00:45, Joao S. O. Bueno <gwid...@mpc.com.br> escreveu: > Eu estive nos três eventos da grade sobre "energia livre". > > Então - a coisa é apresentada com exemplos e discussões. > Por exemplo, um dos slides mencionava 50 tecnologias distintas para > obtenção de energia - > emumacoluna, 25 formas de energia "limpa" mas por métodos ditos > "convencionais" (eólica, geotérmica, > aproveitamento da maré, etc...), na outra > 25 métodos "não convencionais" - alguns dos quais - talvez entre 7 e > 10, pudessem estar no > rótulo de "grande abóbora" que você coloca. > > Agora, veja, uma coisa é chamar tudo de "grande abóbora" sentados na > cadeira, e recapitulando > as aulas de física. Uma outra é ser convidado a ver um dispositivo > funcionando, e ser convidado a explicar por que > é que ele não deveria estar funcionando - de fato, principalmente > tendo em vista as 25 categorias de tecnologias convencionais que > poderiam estar tendo uma participação maior na matriz energértica,e > não estão, o convite para pensar e entender o por que de ainda > estarmos presos à petróleo, fissão núclear, hidro-elétricas (que são > limpas, desde que você não conte a destruição ambiental necessária > para sua construção) com tudo isso acontecendo, e considerar: se essas > 25 daqui são tão "maltratadas" assim, por que algumas da outra coluna > (não convencional) não podem estar sendo simplesmente negligenciadas > pelos meios de divulgação? > > Assim sendo, é um debate político, cuja perspectiva foi sim modificada > pela modificação no panorama cultural inicialmente propiciada pela > cultura de Software Livre, e sua descendente mais direta - a Internet, > bem como as outras tendências que o S.L. pos em movimento: a maior > participação na ciência, artes e cultura refletida no "Creative > commons", movimento maker, "jornalismo ninja", e tantas outras áreas > em que hoje, diferente do cenário que existia há 15 anos, ou mesmo 10, > muitas coisas diferentes acontecem por que se pode ter acesso a > informação e as pessoas diretamente, sem precisar passar por um > intermediador, como uma rede de TV, um jornal, uma Universidade ou uma > empresa automobilística. Note que esses outros movimentos todos estão > sim presentes no FISL, em maior ou menor grau. (Em particular, não vi > nada específico sobre "jornalismo ninja" no fisl 15, mas suponho que > deve ter havido alguma discussão/debate também). > > Antes de encerrar: perceba que eu disse 50 categorias de tecnologias, > não 50 _implementações_ de 5 ou 6 categorias - e o número redondo > claramente indica que são 25 de cada grupo selecionados, havendo ainda > outras categorias sob investigação. > > E por fim, alardes estapafurdios - que tambem apareceram nessas > apresentações, são simplesmente isso: estapafúrdios, mas que devem > estar presentes na diversidade, mas nas mesmas palestras, outros > anúncios e demonstrações, bastante difíceis de se contradizer estando > sentado na cadeira (isso é, sem por a mão na massa para provar "onde é > que está o erro disso", ou "será que isso acontece mesmo no país XX?" > (ou você acha que é todo mundo que acredita, mundo afora, que temos > Etanol a partir da cana de açucar disponível em quase todos os postos > de combustível do Brasil?)) > > Então, sim, considero um debate mais do que válido. Ainda mais, tendo > em vista que alguns resultados práticos são apresentados (com > aparelhos presentes tanto em 2013 quanto em 2014), mesmo nos campos > que seriam considerados, pelo senso comum, mais estapafúrdios. É fácil > replicar o que nos foi dito na educação normal e dizer "isso é > impossível, portanto voce é um charlatão, (portanto é errado ter > espaço no FISL)" mais difícil é pegar o equipamento funcionando, > efetuar medidas, e dizer de onde é que ele está retirando energia de > forma convencional, e que foi apenas um engano do construtor que algo > de novo ou diferente estava acontecendo ali. > > js > -><- > > > 2014-05-13 21:50 GMT-03:00 Hudson Flavio Meneses Lacerda > <hfmlace...@yahoo.com.br>: >> Olá, pessoal. >> >> Eu acompanhei, à distância, as notícias sobre o FISL 15, vendo se >> destacar a polêmica sobre se o movimento do software livre brasileiro >> acabou ou não, se "radicais livres" são prejudiciais, sobre a defesa ou >> adoção de software proprietário e de produtos e serviços bisbilhoteiros >> e/ou restritivos como Facebook e iPhone, ou a questão de se o FISL não >> deu exagerado espaço a eventos de interesse corporativo não alinhado com >> os ideais do software livre, etc. Esses são temas que podem ser (ou >> não) considerados em reflexões para edições futuras do FISL ou para >> outros eventos de software livre. >> >> Mas me chamou a atenção a ocorrência de palestras no FISL sobre um tema >> bastante questionável, e, mais estranho ainda, chamou a minha atenção a >> ausência de questionamentos sobre a inclusão desses eventos, ou mesmo >> sobre seu conteúdo. >> >> Refiro-me a painéis sobre "energia livre", com anúncios de invenções >> supostamente "revolucionárias", cujos entusiastas se beneficiaram com a >> visibilidade internacional do FISL. Além de não ter relação com >> software livre, muito do que foi apresentado não parece ter respaldo >> factual (essas "invenções revolucionárias" não deveriam ser >> metodicamente analisadas em eventos científicos?). >> >> Não sei como funciona a seleção de eventos do FISL, mas deveria haver >> algum cuidado para que o FISL não seja usado como trampolim para >> promoção de pseudociência, por mais bem intencionados que possam ser os >> realizadores. >> >> Motivado por essa questão, traduzi um texto de Mark Dansie sobre as >> perspectivas das tecnologias de "energia livre". Mark Dansie participa >> de um grupo (GBEM) interessado em pesquisas sobre dispositivos para >> independência energética que não agridam o meio-ambiente. Esse grupo se >> interessa por essas supostas "energias livres". Mark Dansie me relatou >> (por e-mail) ter interesse em "descobrir a verdade e por quaisquer >> tecnologias reais, se existirem", atuando no grupo "para prover uma >> visão equilibada ou científica". Eu diria que ele tem a *mente livre*, >> mas não a "cabeça aberta" ao ponto de deixar o cérebro cair. >> >> No texto que traduzi, ele cita um desenho do Charles Schultz, o que me >> sugeriu nomear essa questão sobre o FISL com o nome "Linux e a Grande >> Abóbora"... >> >> Aqui está a tradução: >> >> Energia livre: esperando pela Grande Abóbora >> https://diaspora.juntadados.org/posts/388789 >> >> O texto original: >> >> Free Energy: Waiting for the Giant Pumpkin >> http://revolution-green.com/free-energy-waiting-giant-pumpkin/ >> >> >> E aqui dois textos que denunciam um golpe típico, em que um suposto >> "gerador de energia livre" (e ainda, no caso, dito "open source"!!!) é >> usado para tomar dinheiro de pessoas incautas: >> >> Open Sourced QEG generator: Show Me The Data! >> http://revolution-green.com/open-sourced-qeg-generator-show-data/ >> (Nota: a formatação das citações está bem confusa.) >> >> QEG and the Hopegirl Saga Update >> http://revolution-green.com/qeg-hopegirl-scam-update/ >> >> Abraços, >> Hudson Lacerda >> >> >> P.S.: >> >> Pode ser divertido conhecer uma coleção de invenções impraticáveis: >> http://www.ceticismoaberto.com/ciencia/2470/motos-perpetuos-o-museu-dos-dispositivos-impraticaveis >> >> ...mas pode ser preocupante pensar em quanto dinheiro se "investe" em >> projetos como este (quem será que paga?): >> http://www.rarenergia.com.br/ >> (Achei bastante curioso o texto científico apresentado no final da >> página, com gatinho atropelado e tudo mais...) >> >> >> >> >> >> _______________________________________________ >> psl-brasil mailing list >> psl-brasil@listas.softwarelivre.org >> http://listas.softwarelivre.org/cgi-bin/mailman/listinfo/psl-brasil >> Regras da lista: >> http://wiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil >> SAIR DA LISTA ou trocar a senha: >> http://listas.softwarelivre.org/mailman/options/psl-brasil > _______________________________________________ > psl-brasil mailing list > psl-brasil@listas.softwarelivre.org > http://listas.softwarelivre.org/cgi-bin/mailman/listinfo/psl-brasil > Regras da lista: > http://wiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil > SAIR DA LISTA ou trocar a senha: > http://listas.softwarelivre.org/mailman/options/psl-brasil _______________________________________________ psl-brasil mailing list psl-brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/cgi-bin/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://wiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil SAIR DA LISTA ou trocar a senha: http://listas.softwarelivre.org/mailman/options/psl-brasil