Ola Anahuac,

Fico feliz que essa troca de emails serviu para chegarmos a uma discussao muito 
mais interessante. Voce esta mostrando que eh perfeitamente possivel discordar 
de um posicionamento sem recorrer a criticas distorcidas. Voce tem toda a razao 
em defender o software livre como discurso etico e social, acho importante o 
debate. 

O movimento software livre no Brasil -- ate pelo envolvimento de pessoas como 
voce -- nunca abandonou o discurso etico, e eh por isso que eu acredito muito 
mais no nosso posicionamento nacional da comunidade software livre -- de 
utilizar tecnicas "open source" para discutir a etica "free software" -- do que 
a polarizacao de "free software" vs "open source" que vemos em outros lugares. 

Talvez nao tenha ficado claro dessa discussao, mas a OSI nao despreza os pontos 
eticos do software livre. Vou reforcar isso, ja que parece que se perde no meio 
de tao longos emails: a OSI foi fundada por desenvolvedores e sempre acreditou 
na etica do desenvolvimento de software livre. Mas a OSI reconhece que a 
mensagem da etica eh de dificil aceitacao para a grande maioria dos envolvidos 
no desenvolvimento de software -- em especial empresas e nao-desenvolvedores -- 
e portanto, a OSI foca em uma mensagem mais pragmatica, focada nos beneficios. 
A discussao da etica sera sempre a melhor estrategia para falar com os 
desenvolvedores, mas em geral, nao sao eles que precisam ser convencidos.

O fato que muito mais gente participa do movimento, e que a discussao eh 
global, apenas permite com que a sua mensagem etica possa atingir um publico 
mais preparado para aceitar e ouvir o que voce tem a dizer. Antes, quando se 
falava de software livre, a discussao era ingloria... Como voce mesmo colocou, 
era necessario mostrar que era possivel ganhar dinheiro, que era possivel se 
fazer software de qualidade, que outros modelos que nao fossem o modelo 
proprietario eram viaveis. Hoje, apenas os totalmente alienados nao veem que 
software livre eh a base para tudo o que fazemos no mundo do software. Voce 
pode ate achar incongruente que alguem use software livre e proprietario ao 
mesmo tempo, mas o fato dele perceber que ambos estao em patamares semelhantes 
(tecnico, financeiro, de adocao, etc), torna o convencimento etico muito mais 
viavel. Enquanto o software livre era marginal, a vantagem etica nao era 
suficiente para convencer a maioria. Com o software livre se tornando parte do 
dia a dia de todos, a etica eh uma vantagem nossa que o software proprietario 
nao tem como copiar, e que eh portanto muito mais facil de ser apresentada.

A comunidade de software livre nao deixou de ser etica. O que eu acredito eh 
que mais gente faz parte dela, e nem todos estao educados e entendem a 
discussao etica. Acredito que eh sim importante reposicionar e fortalecer essa 
discussao, mas acredito que isso eh mais facil hoje do que foi ontem.

Por outro lado, muita dessa discussao ignora os principais motores da 
comunidade software livre, que sao os desenvolvedores. Por exemplo, voce 
considera incoerente que alguem venha palestrar no FISL usando MacOS ou 
Windows, mas se esse palestrante vem mostrar o software livre que ele 
desenvolveu em uma dessas plataformas, ele deveria ser aplaudido e nao 
escorracado. Nao importa qual plataforma o desenvolvedor utilize, se o foco 
dele eh desenvolver software livre, ele esta sim sendo etico e esta sim do lado 
da comunidade software livre. Citando Richard Stallman:

        "If your program is free software, it is basically ethical [...] 
        Whether any given program in source form is free software depends 
solely 
        on the meaning of its license."
        
        "Se seu programa eh software livre, ele é basicamente ético [...] 
        Um programa ser software livre depende basicamente do significado da
        sua licenca."
        https://www.gnu.org/philosophy/java-trap.html

Portanto, sejamos coerentes, e vamos sempre aplaudir o desenvolvedor que esta 
fazendo a sua parte, e esta sendo etico. Inclusive, se voce quer resgatar a 
discussao etica, seria importante que eventos como o FISL tivessem um maior 
foco no desenvolvimento de software. Essa eh uma discussao que eu sempre tive 
durante a montagem do conteudo do evento, que eh aumentar o foco no 
desenvolvimento. As discussoes politicas, sociais e eticas sao muito bem 
vindas, mas de nada adiantam se nao atraem o desenvolvedor de software, que eh 
basicamente a base dessa comunidade. 

Quando o foco eh a geracao de software livre, existem dois grupos que sao 
capazes de colocar uma licenca livre em um software. O desenvolvedor, se ele 
desenvolve por conta propria. Ou seu chefe (a "empresa"), se ele trabalha para 
alguem. Convencer o desenvolvedor com o valor etico eh valido. Convencer a 
empresa com o valor pratico tambem eh valido. Ambos resultam em mais software 
livre. Qualquer outro esforco, que promova o uso de software livre pelos 
usuarios, que mostre aos usuarios as vantagens da liberdade, etc, pode ser 
importante para promover o software livre. Mas sem ter quem o crie, eh uma 
discussao esvaziada.

Isso eh importante tambem para os esforcos com o governo. Investe-se muito em 
convencer o uso. Discute-se leis que promovam ou exigam a adocao. E todo o 
software desenvolvido para o governo, sendo pago pelo governo? Porque esses 
desenvolvedores nao tem o direito, ou talvez devessem ter o dever, de 
desenvolver software livre, que possa beneficiar a todos? Isso vale para as 
empresas tambem. Voce pode considerar que ao se render ao Google foi pessimo 
para voce como usuario. Mas se nosso foco eh o desenvolvedor, considerar a 
quantidade de pessoas que sao pagas pelo Google para desenvolver software 
livre, isso eh valido? Richard Stallman disse uma vez:

         “I think Sun has contributed more than any other company to the 
        free software community in the form of software. It shows leadership. 
        It's an example I hope others will follow.” 
        "Eu acho que a Sun contribuiu mais do que qualquer outra empresa
        aa comunidade software livre na forma de software. Mostra lideranca.
        Eh um exemplo que eu espero outros vao seguir."
        http://www.fsf.org/news/fsf-welcomes-gpl-java.html

Eu tenho certeza que voce vai encontrar dezenas de razoes para nao usar os 
produtos e servicos que a Sun disponibilizava na epoca. Ou agora, a Oracle. Mas 
isso nao muda o fato que a Sun (e agora a Oracle) pagam centenas de 
desenvolvedores para desenvolver software livre. Se queremos um mundo realmente 
livre, onde os usuarios terao a liberdade de fazer o que quiserem com seu 
software, nos precisamos de mais desenvolvedores nessa situacao. E convencer as 
empresas eh uma forma de acelerar isso!

Eu tenho certeza que a comunidade software livre brasileira pode incentivar a 
criacao. Nao acredito que seja necessario ostracizar quem parece incoerente. 
Precisamos eh que 100% de todo o software distribuido, seja distribuido sob uma 
licenca livre. Pra isso, podemos ate incentivar o uso, mas o foco tem que ser 
na criacao.

[]s,
Bruno.




On 22/05/2014, at 00:20, anah...@anahuac.eu wrote:

> 
> Olá Pessoal,
> 
> Demorei um pouco para elaborar da forma mais elegante que pude o que penso 
> sobre o assunto.
> Terminou saindo mais um artigo,longo, sobre o tema.
> 
> Aos que quiserem imergir, boa sorte :-)
> 
> Olá Bruno,
> 
> O artigo não é uma resposta direcionada a você, mas como você me citou 
> nominalmente tomei a liberdade de fazer o mesmo.
> Sugiro que você dê uma lida nos demais artigos que escrevi sobre o tema, 
> começando por um chamado "A microsoftização da Canonical".
> Estão todos disponíveis no meu site: http://www.anahuac.eu
> 
> E só para finalizar, eu não sou membro da FSF, nem da FSFLA, nem da ASL, nem 
> da organização do FISL... na verdade eu sou apenas dedicado ativista do 
> Movimento Software Livre.
> 
> 
> -----------------
> 
> Pragmatismo Open Source ameaça o Software Livre
> 
> 
> É sério, tenho me sentido dentro de um episódio do fantástico Além da 
> Imaginação, serie de TV dos anos 80 que colocava seus personagens em 
> situações surreais. Num desses episódios um cara acorda e ninguém entende o 
> que ele fala. As palavras estão trocadas, ou seja, tem significados 
> diferentes. Na cena final, resignado, ele ouve o filhinho lhe ensinando que o 
> ultimo dia da semana se chamava "dinossauro". Tenho me sentido assim. 
> Liberdade e coerência perderam completamente o significado. Entrei numa 
> máquina do tempo ou perdi o bonde?
> 
> Em que momento Software Livre virou sinônimo de Open Source? Quando foi que 
> GNU virou sinônimo de Linux? Quando foi que usar Facebook e Gmail passou a 
> ser aceitável?
> 
> Como o significado mudou, o que eu escrevo não tem o efeito esperado. Os 
> leitores reagem como se eu os estivesse ofendendo, acusando, diminuindo. Não 
> dá para refutar a Lei da Gravidade nesta dimensão, é algo que se aplica a 
> tudo e a todos. Não é uma ofensa pessoal lembrar as pessoas que ela existe e 
> é imutável. Você tem todo o direito de se ofender, de berrar, de apontar 
> minhas incoerências, me taxar de improdutivo, estrela, chato, feio e bobo. 
> Mas adivinha? A Gravidade não vai deixar de existir por causa disso. Então 
> vou repetir, de novo: Software Livre e Open Source Initiative não são a mesma 
> coisa. Mas não tome a minha palavra apenas.
> 
> Na lista do PSL-BR, Bruno Souza, diretor da OSI, me deu uma explicação 
> prolixa[1], dizendo que SL e OSI são de fato movimentos diferentes - obrigado 
> Bruno -  mas que lutam pela mesma coisa: liberdade do código para proteger o 
> usuário. Segundo a explicação o que diferencia o movimentos da iniciativa é a 
> abordagem. A OSI teria um "aproach" mais pragmático, direcionado aos 
> tomadores de decisão, empresários e pessoas que não entendem argumentos como 
> liberdade e ética como vantagens competitivas em uma economia de mercado, 
> então a OSI usa argumentos como qualidade de software, desempenho, custo e 
> outros que soam mais atraentes para esse público. Segundo meu entendimento da 
> lógica OSI a ideia é levar o código livre a maior quantidade possível de 
> pessoas através do convencimento dos usuários e tomadores de decisão, 
> inclusive sendo complacente com o uso de Software Proprietários e serviços 
> privativos se isso for necessário. O objetivo é, no fim, popularizar o uso de 
> softwares que tenham códigos disponíveis.
> 
> Enquanto isso no SL a preocupação é com os princípios éticos, ideológicos, 
> sociais e políticos do uso de Software Livre e por conseguinte, dos 
> malefícios do uso de Softwares Proprietários e serviços privativos. A 
> abordagem é focada nos benefícios sociais, no combate às mazelas políticas e 
> de controle impostas pelo código fechado. O "aproach" é mais na linha do "por 
> um Mundo melhor", algo meio hippie, meio ecologista, algo mais lúdico. 
> Alguns, inclusive, definem essa abordagem de utópica. Como o próprio Stallman 
> diz que o Software Livre é "um movimento social e político pela liberdade dos 
> usuários de programas"[2]. Não se trata de fazer o programa ser mais vendável 
> ou aceitável, é sobre convencimento ético e filosófico através do 
> entendimento dos benefícios do uso de Softwares Livres. Dureza! Mas é isso.
> 
> Então temos duas formas de propagar uma ideia. Uma focada nos benefícios 
> éticos e o outro nos benefícios comerciais. Eu não vou fazer juízo de valor. 
> Resumindo é isso.
> 
> Compreendidas as diferenças elementares agora cabe avaliar a evolução do 
> movimento e da iniciativa e ver como estamos hoje. Esta é a minha visão e 
> pode não ser fidedigna e, talvez, nem mesmo realista. No decorrer da última 
> década a abordagem da OSI foi extremamente bem sucedida, pois o convencimento 
> pelos argumentos OSI massificaram o uso de softwares com código aberto para 
> pessoas que nem sabem o que é isso. O Android é um excelente exemplo disso, 
> por exemplo. Entretanto o companheiro de luta, o SL vem falhando 
> fragorosamente. Trata-se de uma  relação inversamente proporcional: quanto 
> mais usuários de softwares de códigos abertos, menos usuários nas fileiras do 
> Software Livre. Porque será?
> 
> Permitam-me ir um pouco mais fundo na análise. Quando o movimento SL nasceu 
> no Brasil, ele era eminentemente SL. Foi a convicção ética, social e política 
> de que o Software Livre era bom para a sociedade que motivou a maioria dos 
> ativistas. Foi baseado nessas premissas que se fundou o CIPSGA, o Projeto 
> Software Livre Brasil , a ASL, o FISL e tantos outros exemplos. A prova disso 
> são as infindáveis palestras sobre como ganhar dinheiro com Software Livre em 
> quase todos os eventos. Fomos uma legião de ativistas que eram constantemente 
> chamados de radicais pelas empresas de Software Proprietário e seus aliados. 
> Essa foi a tônica até que o Google mudou a forma de lidar com o Software. A 
> licença GPL define lealmente o que é Software Livre e ficava fácil 
> distinguir. Com os serviços em nuvem a faixa cinza do que era ou não 
> aceitável ficou muito maior. Era possível usar os serviços do Google, como 
> Gmail, sem desrespeitar a GPL nem nenhum princípio explícito da FSF. Esse 
> argumento foi usado massivamente por praticamente todos os ativistas.A GPL3 
> não emplacou.
> 
> Me lembro bem do primeiro FISL em que o Google apareceu nos crachás do 
> evento. Minha primeira reação foi pedir uma caneta Pilot e riscar o nome 
> dela. Lembro das caras de indignação de todos, afinal o Google era uma 
> empresa "amiga" que estimula e contribui com o Software Livre e a prova 
> estava ali, no patrocínio do FISL. Gastei muitas horas tentando explicar às 
> pessoas o porque elas estavam erradas e como o Google se aproveitou das 
> brechas da GPL2 e usando todos os argumentos comerciais tinha convencido a 
> todos. Foi muito triste. Mas, vejam vocês: três anos depois eu mesmo me 
> convenci de que não havia problema e criei minha conta no Gmail. E vivi feliz 
> na "Matrix" por dois anos. Foram os argumentos de popularização, de 
> massificação, de otimização e toda essa terminologia mercantilista associada 
> à verdadeira funcionalidade de suas ferramentas que tinham me convencido. 
> Porque não fui cativado pelo Windows, mas sim pelo Google? Agora éramos uma 
> legião de ativistas de Software Livre que tínhamos sucumbido ao argumento OSI 
> de atingir as massas através do pragmatismo mercantilista, enfurnados como 
> felizes usuários de uma ferramenta proprietária e todos seus encantos.
> 
> O salto das ferramentas do Google para o Facebook, Skype, OS X, iPhones e 
> outras é mais da mesma explicação acima. Trata-se da evolução lenta e gradual 
> da complacência dos argumentos do "aproach" OSI de militância que permitiu 
> atingir milhares de pessoas, mas usando as ferramentas e meios complacentes 
> que o SL não aceita: uso do Facebook, catalisando as relações com a Apple que 
> usa BSD, justificando a inserção de códigos proprietários no Kernel Linux, 
> achando que a inserção de spyware no Ubuntu é algo irrelevante, e muito mais. 
> E com esses resultados palpáveis para mostrar que sua forma de atingir o 
> mesmo objetivo do Software Livre era certa, grupos de usuários inteiros, 
> eventos inteiros e muitos radicais foram convencidos a também serem 
> complacentes. Assim, de complacência em complacência, os ativistas que 
> outrora se posicionavam pela forma SL de atingir o objetivo, migraram para a 
> forma OSI de atingir o objetivo.
> 
> Essa migração natural é fruto da complacência pragmática do OSI. Fui vítima 
> dela. Como disse num artigo anterior, é difícil trocar os confortos da Matrix 
> pelo creme sintético à bordo da Nabucodonosor. As tentações são muitas, sejam 
> comerciais, de alcance efetivo da militância. Quem pode desprezar o argumento 
> de que de atingem, literalmente, milhões de pessoas usando o Facebook? Quem 
> pode desprezar as pressões sociais de nosso modelo econômico lhe empurrando 
> todo santo dia para o consumismo e portanto para o "ganhar dinheiro" é mais 
> importante? Quem pode suportar todos os inconvenientes de não estar "na 
> moda", "na onda", "com o melhor design"? Quem consegue suportara tudo isso 
> mesmo vendo que seus companheiros de ativismo também estão nessa onda? Quase 
> impossível. Sem nenhum medo de errar, só posso citar o Stallman. E é 
> exatamente por isso que ele foi transformado em um "mal necessário". Percebam 
> a inversão da situação. Um dia o argumento era de que a convivência com o 
> Software Proprietário seria "um mal necessário" para poder atingir nosso 
> objetivo. Hoje, em quase todas as mensagens mais elaboradas vejo algo do tipo 
> "os radicais são necessários". O Stallman pela sua inabilidade natural de 
> relacionamento interpessoal, tem sido agredido de todas as formas possíveis, 
> exatamente porque ele não se deixa levar pela complacência.
> 
> Juntam-se então a fome com a vontade de comer: o pragmatismo técnico 
> mercadológico dos argumentos OSI cai como uma luva na insaciável busca das 
> corporações e governos de eliminar custos e aumentar produtividade sem nenhum 
> questionamento ideológico. Empresas modernas e antenadas percebem a 
> oportunidade e faturam, se apropriando da inteligência coletiva, do esforço 
> de milhares para criar seus monopólios, suas redes sociais, seus dispositivos 
> interconectados, sempre com o mesmo objetivo: ganhar para eles. Aos 
> "bobinhos" do Software Livre organizam gincanas como o Google Summer of Code. 
> Arregimentam os melhores do mercado do código aberto, agora para trabalhar 
> internamente em suas super estruturas. Não é mera coincidência, no Brasil, 
> que esses melhores eram também os líderes de diversas comunidades, grupos e 
> eventos de Software Livre. É assim que o GNU se transforma em Linux. É o 
> argumento OSI quem elimina o GNU.
> 
> Então, se SL e OSI são aliados para alcançar o mesmo objetivo, é chegada a 
> hora de fortalecer os argumentos Software Livre e ver se podemos nos 
> beneficiar dessa massa de usuários para trazer a tona os aspectos éticos e 
> filosóficos. Esse sempre foi o papel do FISL, por exemplo, trazer todos para 
> um centro de convivência onde se buscava a demonstração clara de que se pode 
> transformar o mundo não apenas usando programas de código aberto, mas 
> entendendo os princípios éticos e o alcance transformador de sua ideologia.
> 
> Quando preconizei a morte do Movimento Software Livre, me referi à busca pelo 
> convencimento através de argumentos baseados na ética, na ideologia, no 
> movimento transformador social e político. Se o crescimento da massa de 
> complacentes continuar nesse ritmo, muito em breve não haverá mais efeito 
> transformador algum, pois as ferramentas em nuvem que não desrespeitam as 
> liberdades do usuário serão absolutas e dentro delas estará um seleto grupo 
> de produtores de Softwares abertos que não tem a menor percepção da 
> importância de seu código ser aberto. O movimento Software Livre e seus 
> argumentos serão suplantados pelo pragmatismo mercadológico.
> 
> Acredito que agora ficou fácil de perceber que é exatamente esse pragmatismo 
> e complacência que o OSI implementa o maior responsável pela redução do 
> entendimento ético e ideológico do Software Livre. Portanto eu acredito que 
> está na hora de fazer uma desassociação do OSI. Em minha opinião o objeto 
> final do método OSI pode até ser o mesmo que o do Software Livre, mas estou 
> convencido de que seus meios terminarão por extingui-lo. Nós, os defensores 
> do Software Livre, se não sairmos das redes sociais devassas, se não 
> deixarmos de usar Ubuntu, se não tornarmos inaceitável o uso de Gmail, Skype, 
> iPhone, se não migrarmos para redes sociais livres e federadas, se nos não 
> formos capazes de gerar um antagonismo a tudo isso como fizemos com o uso do 
> Windows, seremos extintos.
> 
> Não serei hipócrita, pois nunca fui. Incongruências e incoerências todos 
> temos. O problema é que esse pragmatismo OSI, que leva à complacência, que 
> confunde, tem se tornado o padrão do movimento. A relação de incoerência é de 
> 95% incoerente para 5% coerente. Temos que fazer algo para trazer essa 
> relação para patamares mais próximos de nossos interesses como Movimento 
> Software Livre. Há alguns anos poucos se arriscariam a fazer uma palestra 
> usando Windows ou Mac. Hoje é quase maioria. Há alguma coisa fora da ordem.
> 
> Por isso, para que não haja nenhuma dúvida: muito menos OSI para que possa 
> haver muito mais Software Livre.
> 
> Saudações Livres
> 
> Links
> 
> 1 - http://listas.softwarelivre.org/pipermail/psl-brasil/2014-May/002006.html
> 2 - https://www.youtube.com/watch?v=MKDn9quw5sc
> 
> 
> 
> De: "ricardo ruiz" <doutorsocratesoreidofute...@gmail.com>
> Para: "PSL-Brasil" <psl-brasil@listas.softwarelivre.org>
> Enviadas: Quarta-feira, 21 de maio de 2014 22:28:19
> Assunto: Re: [PSL-Brasil] GNUs para Reinaldo Bispo
> 
> ótima discussão. estamos  todos no caminho certo. (uma mensagem curta, para 
> variar)
> 
> Em 21/05/2014 21:57, "Frederico Goncalves Guimaraes" 
> <fgguimar...@teia.bio.br> escreveu:
> Olá Tobias e demais,
> 
> Consta no registro TS21203 do Livro da Grande Teia que
> Tobias, em 21/05/14 escreveu o seguinte:
> 
> > > Um dos equívocos que tenho percebido desde que essa discussão
> > > começou é a tentativa de encontrar "culpados" pelos problemas que
> > > estamos enfrentando - além de, na minha opinião, um exagero na
> > > dimensão desse problema. Apontar dedos não ajuda em nada o
> > > movimento de software livre. Ao contrário, só faz reforçar a ideia
> > > de que somos exclusivistas e chatos.
> > >
> >
> > Desculpe-me se a impressão que passei foi essa! O objetivo não era
> > apontar dedos, mas sim rever onde esse fato-não-tão-bom ocorreu para
> > poder refletir sobre e corrigi-lo.
> 
> Sou eu quem peço desculpas se minha mensagem ficou parecendo como um
> recado específico pra você. Não era essa a intenção. Era uma
> constatação do conjunto das mensagens e não só da sua.
> 
> Um abraço e até mais.
> 
> 
> Fred
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