"Mas nós, aqui nesta lista, deveríamos ser os reagentes, ou seja,
exatamente aqueles que agem não por puro prazer, mas por aquilo é
certo."

As pessoas cada vez menos sabem "o que é certo"... é o "problema" da
pluralidade.

Omar



Em 2 de outubro de 2014 11:53,  <anah...@anahuac.eu> escreveu:
>
> Uma vez vi uma entrevista com uma odontóloga, tratando sobre o problema da 
> "banguelisse" no Brasil. Em um determinado momento a jornalista pergunta se o 
> fator preço não pesava no problema da escovação, afinal de contas material de 
> higiene bucal costuma ser caro. A resposta foi esta:
>
>  - O único material de higiene bucal realmente eficiente é a escova de 
> dentes. Até mesmo a pasta de dentes é absolutamente dispensável. Considerando 
> que uma escova de dentes das mais baratas custa em torno de R$ 6,00 e que 
> deve ser trocada a cada três meses, o custo seria de R$ 2,00 por mês. Então o 
> problema não é o dinheiro, mas a educação doméstica que não cria o hábito de 
> escovar os dentes 3 vezes ao dia.
>
> Mas Anahuac, o que tem esse papo odontológico haver com esta discussão?
>
> É que o problema dos atuais pseudo-ativistas do extinto movimento do Software 
> Livre não é financeiro. É um misto de cansaço, senilidade, complacência e 
> falta de impeto hacker. Então qualquer desculpa serve para se entregar ao 
> lado negro da força. É como se falar sobre Software Livre, traduzir Software 
> Livre ou codificar Software Livre isenta-se o uso do Software Livre. Então 
> como eu uso muito, posso usar Gmail de boa! Ou se eu falo muito sobre 
> Software Livre, então posso usar o Facebook para alcançar mais pessoas. E, 
> esse raciocínio é simplesmente errado em si mesmo: não se pode abrir mão da 
> liberdade para tentar conquistá-la, simplesmente não funciona.
>
> Porque não funciona? Porque a complacência é um artifício psicológico, em 
> geral coletivo, que tende ao que é mais fácil, confortável e prazeroso, em 
> contraponto ao que é certo. Então, assim, explicasse porque a maioria não se 
> importa com o Software Livre e nem mesmo com o que é certo. Mas nós, aqui 
> nesta lista, deveríamos ser os reagentes, ou seja, exatamente aqueles que 
> agem não por puro prazer, mas por aquilo é certo.
>
> Voltando ao exemplo do servidor de e-mail, é verdade que o combate ao Spam é 
> ingrato e inglório. É verdade, também, que ter à disposição o poder 
> computacional e humano do Google para combatê-lo é algo extremamente 
> desejável, mas me lembro de uma época, não muito distante, onde aprender M4 
> para poder configurar o sendmail era muito, mas muito mais legal!
>
> Não me interprete mal. Não acho que as coisas tem que ser difíceis para serem 
> legais. Sou muito favorável às tendências de amigabilidade e usabilidade. 
> Estou apenas apontando que se nós que somos os nerds, hackaers, ativistas 
> cibernéticos começamos a colocar o conforto acima da ética, ao ponto de 
> usarmos serviços devassos na rede, então estamos condenados.
>
> Que tal reagirmos? No caso do e-mail, o jeito mais fácil é contratando uma 
> conta de e-mail
>
>
>
>
>
> ----- Mensagem original -----
>> De: go...@riseup.net
>> Para: "PSL-Brasil" <psl-brasil@listas.softwarelivre.org>
>> Enviadas: Quinta-feira, 2 de outubro de 2014 11:27:45
>> Assunto: Re: [PSL-Brasil] Para Bárbara, Software Livre com amor
>>
>> Heitor,
>>
>> Se você for um militante social contra o capitalismo, o riseup oferece
>> conta para você :)
>>
>> O espaço é bem curto, mas você pode usar pastas locais para evitar
>> encher sua caixa de entrada.
>>
>> www.riseup.net
>>
>> Se essa não for sua opção, juntar pessoas e dividir o custo operacional
>> é uma boa opção também.
>>
>> Atenciosamente,
>>
>> On 2014-10-02 09:38, Heitor Faria wrote:
>> > Anahuac,
>> >
>> > Como facilitarmos e custearmos o acesso aos anceios de liberdade?
>> > Penso que o maior aprisionamento hoje seja o email. Tentei durante
>> > algum
>> > tempo utilizar uma solução livre administrada por mim, um Postfix
>> > (salvo
>> > engano) + Squiremail / RoundCube. Mas a quantidade de spam era surreal,
>> > e
>> > acabei me rendendo ao Gmail.
>> > O próprio Expresso penso que conte com filtros de spam que não são
>> > livres.
>> > Escolhi o tema email pois você é o papa do negócio. Mas podemos começar
>> > por
>> > outro ponto.
>> >
>> > Abraços,
>> >
>> > 2014-10-02 8:45 GMT-03:00 <anah...@anahuac.eu>:
>> >
>> >>
>> >> Enquanto isso...
>> >>
>> >> Nem um único comentário dos apolíticos, apartidários, amorais,
>> >> aéticos,
>> >> areligiosos e apolarizados sobre o artigo que trata sobre Software
>> >> Livre!
>> >>
>> >>
>> >>
>> >> ----- Mensagem original -----
>> >> > De: anah...@anahuac.eu
>> >> > Para: "PSL-Brasil" <psl-brasil@listas.softwarelivre.org>
>> >> > Enviadas: Quarta-feira, 1 de outubro de 2014 18:57:57
>> >> > Assunto: [PSL-Brasil] Para Bárbara, Software Livre com amor
>> >> >
>> >> >
>> >> > Mais um artigo em http://www.anahuac.eu
>> >> >
>> >> > Longo!
>> >> >
>> >> > ---------------------------------------
>> >> >
>> >> > Querida amiga, você pediu por uma resposta. Ela é longa e bem
>> >> intencionada. A
>> >> > faço pública porque suas dúvidas e receios são também de outros.
>> >> >
>> >> > Na Campus Party Brasil de 2014 tive o prazer de te conhecer, Bárbara
>> >> Tostes.
>> >> > Naquele, então, estavas na equipe de curadores do eixo temático do
>> >> Software
>> >> > Livre e te mostrastes uma pessoa muito sagaz, empreendedora, cheia de
>> >> > inciativa e especialmente criativa. Assumistes para si a interação com
>> >> > os
>> >> > participantes do evento pelas redes sociais. Com nítidas habilidades
>> >> > gráficas estava claro que esse, era também, teu trabalho, ou seja,
>> >> fizestes
>> >> > das artes gráficas teu meio de vida e aplicavas nela todo o sentido
>> >> crítico
>> >> > do seu curso de jornalismo.
>> >> >
>> >> > Teu entusiasmo e personalidade me remeteram imediatamente aos primeiros
>> >> > ativistas de Software Livre que inundaram as primeiras edições do FISL e
>> >> > Latinoware. Então antes de mais nada, aqui há meu respeito e admiração
>> >> pelo
>> >> > seu trabalho e ativismo. Em segundo, um tremendo carinho por ser, você,
>> >> uma
>> >> > convicta e verdadeira ativista do Software Livre. E por fim, e mais
>> >> > importante, minha extrema preocupação pela sua absoluta inocência por
>> >> > não
>> >> > conseguir discernir Software Livre de OSI.
>> >> >
>> >> > Como tenho dito em outros artigos, OSI e Software Livre não são a mesma
>> >> > coisa. Na verdade suas convergências são muito menores que suas
>> >> diferenças.
>> >> > Enquanto um trata de filosofia, ética, moral e liberdade, o outro trata
>> >> de
>> >> > mercados, finanças, técnicas e modelos de negócio. Então misturar as
>> >> > duas
>> >> > coisas não poderia terminar bem. Você, Bárbara é apenas mais uma vítima,
>> >> > dessa mistura. E a culpa é minha. Não só minha, mas de toda a comunidade
>> >> de
>> >> > Software Livre que deliberadamente se deixou encantar pelos argumentos
>> >> > mercantilistas da OSI a uns 10 anos atrás.
>> >> >
>> >> > Li seu artigo “como é difícil ser livre!”, externando sua inocência e
>> >> > perplexidade frente aos novos argumentos levantados pelos ativistas do
>> >> > movimento Software Livre, que estão tentando corrigir o erro histórico
>> >> > de
>> >> > ter misturado o mercantilismo OSI com a filosofia GNU. Eu incluído e
>> >> citado.
>> >> >
>> >> > Já no primeiro parágrafo você deixa claro que não percebeu a mistura
>> >> > homogênea que foi feita com o propósito de destituir o conteúdo
>> >> filosófico
>> >> > do projeto GNU, quando fala nas Distribuições Linux. Permita-me te dizer
>> >> que
>> >> > essa não é uma verdade. O Movimento Software Livre não usa um sistema
>> >> Linux,
>> >> > não desenvolve um sistema Linux e não mantém um sistema Linux. O sistema
>> >> é
>> >> > GNU. O kernel pode ser Linux ou não. Mas o sistema como um todo é GNU.
>> >> Veja,
>> >> > no dia em que o kernel Hurd estiver usável e for feita uma distribuição
>> >> > usando-o, vamos chamá-la de distribuição Hurd? Pouco provável. Quer dois
>> >> > exemplos proprietários? Android e MacOS, usam kerneis livres. O primeiro
>> >> > Linux, o Segundo BSD. Não vejo ninguém chamando o MacOS de Distribuição
>> >> BSD.
>> >> > Nem o Android de distro Linux. A lista de exemplos é imensa: Gnome ou
>> >> KDE?
>> >> > Coloque o kernel no seu devido lugar: é apenas mais um componente do
>> >> sistema
>> >> > GNU.
>> >> >
>> >> > A marca Linux ganhou espaço na mídia e o consciente coletivo das massas,
>> >> > porque ele destitui o fator ideológico do nome do sistema operacional ao
>> >> > remover o GNU. Inclusive o Linus Torvalds tem um papel fundamental nesse
>> >> > processo por não dar a devida importância à liberdade. Como ele mesmo
>> >> > declara, ele “faz livre porque é divertido, o resto é bobagem”. Veja, o
>> >> > mesmo acontece com o termo “hacker”, que como todos nós sabemos, é algo
>> >> > bacana, legal, inteligente e excitante, mas que na mão da mídia marrom,
>> >> se
>> >> > transformou em sinônimo de crime, ilícito, desajustado, terrorista…
>> >> >
>> >> > Então se você defende a liberdade essencial, aquela que transforma a
>> >> vida,
>> >> > não use mais “Linux” para definir o nome de nenhum sistema operacional
>> >> > Livre. O Linux é um excelente projeto de Software Livre, coordenado por
>> >> um
>> >> > gênio que só olha par seu próprio umbigo. E nada mais.
>> >> >
>> >> > E você, Bárbara tem toda a razão quando diz que ser livre é muito
>> >> difícil.
>> >> > Guerras mundiais fora travadas em seu nome. Hoje o controle planetário
>> >> pela
>> >> > disseminação e uso das redes sociais devassas tem tudo haver com a
>> >> > manutenção ou perda das mais elementares liberdades individuais. Você
>> >> > não
>> >> > precisa ter algo a esconder para ter direito a privacidade. Até porque,
>> >> > pense bem, se for assim, todos os que manifestarem interesse em tê-la
>> >> serão
>> >> > alvos da curiosidade daqueles que não a querem permitir. Some à
>> >> complexidade
>> >> > natural do tema, toda a pressão de marketing e ideologias do livre
>> >> mercado,
>> >> > e teremos as reações mais absurdas, onde se justifica a perda da
>> >> liberdade
>> >> > em nome de tê-la!
>> >> >
>> >> > Confuso? Vou explicar, mas leia com calma os dois próximos parágrafos.
>> >> >
>> >> > Por volta de 2004 a comunidade de Software Livre no Brasil estava
>> >> > completamente convencida de que a liberdade tecnológica era o caminho
>> >> certo.
>> >> > O grande desafio era como fazer o GNU e sua filosofia chegar até as
>> >> pessoas.
>> >> > A FSF, com o Stallman e Alexandre Oliva à frente, bradavam que o
>> >> > objetivo
>> >> > não era a a massificação, mas o entendimento, o convencimento. Qualidade
>> >> > sobre quantidade, pois de nada adiantaria criar uma massa de usuários de
>> >> > tecnologias livres se eles não soubessem o que estavam usando. A
>> >> ignorância
>> >> > dos usuários seria o elo fraco que permitiria o a apropriação dos meios
>> >> > pelos poderosos, como sempre. E em contraponto estavam a Linux
>> >> > International, capitaneada pelo querido Maddog e Linus, e a OSI com seu
>> >> > maior expoente, Eric Raymon, que diziam exatamente o contrário: era
>> >> > necessário massificar o uso e a adoção a qualquer custo, em especial
>> >> pelas
>> >> > empresas que são o motor da sociedade capitalista ocidental. Uma vez que
>> >> a
>> >> > massa estivesse usando não seria nem necessário mais falar em liberdade,
>> >> > afinal, eles já estariam livres, certo? Dez anos depois, já podemos
>> >> concluir
>> >> > quem tinha razão.
>> >> >
>> >> > O Linux é sem dúvida um dos maiores e mais importantes projetos de
>> >> Software
>> >> > Livre, usado em 9 de cada 10 distribuições GNU. Portanto é um programa
>> >> > crítico que não deveria ser “infectado” por software não livre de forma
>> >> > alguma! Mas o argumento de que a massificação faria a diferença foi tão
>> >> > contundente que, como comunidade, como grupo social organizado,
>> >> permitirmos
>> >> > a inserção de código fechado nele, proprietário mesmo. Permitimos que
>> >> nossa
>> >> > liberdade fosse cerceada, na busca por garanti-la e massificá-la. Faz
>> >> algum
>> >> > sentido isso? Então agora a liberdade de escolha, aquela que você
>> >> menciona,
>> >> > está entre escolher qual será sua distribuição GNU não livre. Que
>> >> armadilha!
>> >> >
>> >> > Deveríamos ter reagido! Deveríamos ter dito: ei! Nada disso! Os
>> >> fabricantes
>> >> > de hardware que se ajustem, que abram seus drivers e façam maquinas
>> >> > compatíveis ou não compraremos seus equipamentos! Mas não fizemos isso.
>> >> > Porque não? Acreditávamos que se entregássemos os anéis, não perderíamos
>> >> os
>> >> > dedos. E com a massificação do Software Livre – que agora nem é tão
>> >> > livre
>> >> > assim – estaríamos levando o melhor para as pessoas. Erramos feio. E
>> >> estamos
>> >> > cometendo o mesmo erro com a adoção massiva das redes sociais devassas.
>> >> > Ativistas de Software Livre se lambuzando! Amanhã pagaremos o preço!
>> >> >
>> >> > O Ubuntu surgiu como sendo a prova material de que era possível ter um
>> >> modelo
>> >> > de negócio que respeita-se os conceitos filosóficos do Software Livre.
>> >> > Um
>> >> > distribuição GNU, jovem, com alto investimento financeiro, com estrutura
>> >> > profissional, com aquele jeito de empresa web, bom acabamento e um apelo
>> >> > intangível da inocência africana! Era quase como um ato de boa fé! Eu
>> >> mesmo
>> >> > embarquei nessa em 2005 e fui usuário e disseminador do Ubuntu até
>> >> novembro
>> >> > de 2012. Cheguei até a fazer um bordão com o significado, para provocar
>> >> os
>> >> > amigos do Debian: “Ubuntu é uma palavra africana que significa Debian
>> >> > bem
>> >> > feito”. Provocação pura! Assim ajudei a disseminar o Ubuntu e a
>> >> massificar o
>> >> > uso de “Linux”, como todos os demais ativistas de Software Livre! Estava
>> >> > militando no movimento social mais justo e revolucionário de que tenho
>> >> > notícia! Isso sem falar no meu uso do Gmail.
>> >> >
>> >> > O que aconteceu em outubro de 2012 foi uma das maiores traições à
>> >> comunidade
>> >> > de Software Livre mundial. Os detalhes e suas consequências estão
>> >> descritas
>> >> > no artigo “Microsoftização da Canonical“, mas em resumo, eles inseriram
>> >> um
>> >> > spyware no ambiente gráfico padrão sem avisar nada a ninguém! E como se
>> >> não
>> >> > bastasse a violação total de confiança, quando foram confrontados com os
>> >> > fatos, recorreram a argumentação mercadológica de que “todos estão
>> >> fazendo
>> >> > isso, então não é nada grave demais. Vocês, os radicais, estão fazendo
>> >> uma
>> >> > tempestade em um copo d’água”. Desde então, minha confiança na Canonical
>> >> e
>> >> > no Ubuntu foi reduzida a zero. Como confiar que essa é a única armadilha
>> >> > plantada sem conhecimento de ninguém? Afinal de contas as empresas de TI
>> >> são
>> >> > repletas de ações anti éticas, amorais e mercadológicas que “todas
>> >> fazem”.
>> >> > Na Canonical não podemos mais confiar. E mais uma vez, a comunidade
>> >> Software
>> >> > Livre em vez de se indignar, reclamar e deixar claro que não admitiria
>> >> > tamanha traição, fez o oposto: se fez de cega, surda e louca. Deu de
>> >> ombros,
>> >> > creditou mais uma paranoia à FSF e Stallman e continuou usando e
>> >> > disseminando o spyware disfarçado de Software Livre, como se estivessem
>> >> no
>> >> > maravilhoso mundo de Alice!
>> >> >
>> >> > Perceba que seu desejo é que as pessoas, prefeituras, bancos e demais
>> >> usem
>> >> > Software Livre. Então nada de Ubuntu, pois ele vem com um kernel cheio
>> >> > de
>> >> > componentes não livres e com spyware. Nada mais parecido com o Windows!
>> >> > Tanto que o amigo Júlio Neves o batizou de “Linux 8″! Mas alguns pseudo
>> >> > ativistas, inebriados pelo mercantilismo conseguem a proeza de deformar
>> >> > tanto a lógica livre, que tem propagado que usar Ubuntu é o mesmo que
>> >> usar
>> >> > Debian! Um absurdo completo! E se fosse um desqualificado a ter feito
>> >> > tal
>> >> > afirmação, ainda vá lá! Mas estamos falando de gente da própria
>> >> comunidade
>> >> > Debian!
>> >> >
>> >> > Mas nem tudo está perdido, pois parte da comunidade Software Livre
>> >> percebeu o
>> >> > engodo: não podemos mais pautar a liberdade tecnológica pelo dueto da
>> >> > massificação e mercantilização. Lentamente os sistemas operacionais
>> >> > estão
>> >> > perdendo a importância, sendo trocados por serviços e aplicativos na
>> >> nuvem.
>> >> > Inclusive os computadores, o hardware mesmo. Hoje se troca de celular,
>> >> > tablet ou notebook sem maiores traumas, afinal de contas os arquivos e
>> >> > aplicações podem ser restaurados com alguns cliques. E são esses os
>> >> grandes
>> >> > serviços que representam a maior opressão às liberdades que tanto
>> >> > defendemos. Google, Instagram, Facebook, Dropbox, Skype, Netflix e mais
>> >> um
>> >> > monte de aplicações proprietárias tem se apropriado das tecnologias
>> >> livres,
>> >> > das falhas em nossas licenças, e especialmente da complacência da
>> >> comunidade
>> >> > e dos movimentos, para repensar seus modelos de negócio da forma mais
>> >> > lucrativa para eles usando nossos meios de produção, ideias e trabalho
>> >> > colaborativo. Nenhuma preocupação com liberdades ou direitos, apenas
>> >> > massificação e lucros!
>> >> >
>> >> > Então, Bárbara, se você queria muito que as pessoas, prefeituras,
>> >> > bancos,
>> >> > negócios e demais usassem “Linux”, pode relaxar: 90% dos smartphones do
>> >> > mundo usam Android. Seu maior desejo já é realidade. Sabendo disso, se
>> >> > pergunte como essa massificação no uso aumentou a autonomia, segurança
>> >> > ou
>> >> > liberdade das pessoas? Até onde consigo perceber, ao usar Andoid de
>> >> fábrica,
>> >> > as pessoas estão carregando consigo sistemas de monitoramento em tempo
>> >> real.
>> >> > Ao adicionar suas contas do Google e permitindo, automaticamente, que a
>> >> mega
>> >> > corporação dos USA monitore cada movimento, ligação, mensagem, foto,
>> >> desejo,
>> >> > ideia ou sonho, elas estão sendo mais livres? Mas pode ser ainda mais
>> >> > sinistro: estudo de caso feito pelo Facebook com 700 mil pessoas provou
>> >> que
>> >> > eles são capazes, também, de influenciar diretamente o rumos e
>> >> expectativas
>> >> > dos usuários! Não estão apenas monitorando, classificando, perfilando e
>> >> > categorizando. Estão gerando tendências artificialmente.
>> >> >
>> >> > Sua insegurança é causada pelo choque de contrapor liberdade como algo
>> >> que
>> >> > não pode ser conseguida sem um modelo de negócios que gere receita para
>> >> > pagar as contas. Essa é a grande mentira do sistema capitalista, onde o
>> >> > objetivo maior é ganhar dinheiro e não fazer as coisas do jeito certo. A
>> >> > concepção de que o objetivo maior é ganhar a vida antes de educar, ser
>> >> > educado, respeitar e ser respeitado é o que afoga a todos no mar de lama
>> >> do
>> >> > consumismo. Como somos impelidos a nos classificar em sociedade,
>> >> terminamos
>> >> > fazendo isso pelo consumo. Onde quem consome mais é melhor. Não se
>> >> destaca
>> >> > quem respeita mais, ou quem ama mais, ou quem mais luta pelas minorias,
>> >> ou
>> >> > quem, de fato, dedica a vida a defender a liberdade. A capacidade de
>> >> acúmulo
>> >> > e consumo passou a definir quem se destaca. Antepor qualquer valor
>> >> > moral,
>> >> > ético ou até mesmo religioso a isso, te desqualifica em vez de te
>> >> destacar.
>> >> >
>> >> > Eu não estou me contrapondo a ganhar dinheiro. Não estou propondo viver
>> >> de
>> >> > luz, nem nenhuma outra baboseira (me desculpem os bobos) desse tipo. Eu
>> >> vivo
>> >> > de Software Livre! Ganho a vida da mesma forma que você e dos demais 95%
>> >> dos
>> >> > humanos: vendendo minha força de trabalho. Viver de Software Livre é
>> >> igual a
>> >> > viver de qualquer outro tipo de Software. É como plantar orgânico ou
>> >> > transgênico. Plantar é plantar oras! Mas o que se planta e como se
>> >> planta,
>> >> > definira certamente o que se colhe. Eu planto Software Livre, sem
>> >> > agrotóxico, sem semente transgênica e sem atravessador. Quem me ensinou
>> >> foi
>> >> > o Stallman.
>> >> >
>> >> > Concordo muito contigo quando dizes “que não podemos ser livres assim,
>> >> que
>> >> > não podemos mostrar a liberdade que temos (ou não temos), sem exemplos”.
>> >> > Nós, os ativistas de Software Livre devemos dar o exemplo do que é ser
>> >> livre
>> >> > tecnologicamente, e devemos defender essa liberdade. Devemos não fazer
>> >> > concessões, não sermos coniventes, não sermos acomodados ou
>> >> > complacentes,
>> >> > além de não nos deixar levar pelas ondas mercadológicas. Como ativistas,
>> >> > devemos nos recusar a usar ferramentas proprietárias e devassas como
>> >> > Facebook e Gmail. Devemos refutar com veemência o Ubuntu pela sua
>> >> traição.
>> >> > Não devemos assinar o NetFlix. Devemos retomar o curso da defesa do
>> >> Software
>> >> > Livre e seus símbolos: FSF, GNU e Stallman. Olhar para trás, identificar
>> >> o
>> >> > erro e corrigi-lo, como bons hackers que somos!
>> >> >
>> >> > Um dia, muitos optaram por se libertar do Windows! E isso foi muito além
>> >> de
>> >> > apenas não usar Software Proprietário. Fomos criticos contumazes de seu
>> >> > modelo de negócio, dos seus ardis mercadológicos e de se seus anseios
>> >> > monopolistas. O que difere as empresas que citei antes da Microsoft? Foi
>> >> a
>> >> > promessa de que uma nova ordem estava se estabelecendo e que nós
>> >> > faríamos
>> >> > parte dela. Uma nova ordem tecnológica que levaria liberdade, segurança
>> >> > e
>> >> > autonomia ao usuário. Então, uma vez empoderado, nós, os humanos
>> >> conectados,
>> >> > seríamos mais fortes e poderíamos usar esse poder para transformar o
>> >> Mundo
>> >> > em um lugar melhor, mais justo, mais limpo, mais fraterno. Eu sonhei
>> >> > isso
>> >> > contigo e com muitos outros.
>> >> >
>> >> > Mas a realidade é bem diferente. Ingênuos, fomos usados, fomos corroídos
>> >> por
>> >> > dentro pelo movimento contra-revolucionário chamado OSI. Esse movimento
>> >> > infiltrou o mercantilismo e a complacência com o Software Proprietário,
>> >> sob
>> >> > o argumento da massificação de seu uso, e promoveu o “Linux” sobre o
>> >> “GNU”,
>> >> > os modelos negociais sobre as comunidades de usuários, o ganha-pão sobre
>> >> o
>> >> > voluntariado, o Maddog sobre o Stallman, e como eles mesmo dizem, não
>> >> veem
>> >> > mal algum em usar as redes sociais e serviços on-line privativos. Hora
>> >> > de
>> >> > reagir!
>> >> >
>> >> > Então minha amiga. Concordamos que ser livre não é fácil. Será que
>> >> > concordaremos mais ainda?
>> >> >
>> >> > Saudações Livres!
>> >> >
>> >> >
>> >> >
>> >> > --
>> >> > Anahuac de Paula Gil
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