Tô com o Stallman e respeito seus posicionamentos. Sempre na frente de nossos 
tempos. 
Claro que isso não significa que eu precise agir como o RMS e fazer tudo que 
ele faz. Cada um de nós tem uma trajetória diferente e problemas concretos 
diferente pra resolver no cotidiano da vida.

Como dizia nosso grande Lages: vida longa pro RMS!


Marcelo Branco

Enviado por smartphone


-------- Mensagem original --------
De : anah...@anahuac.eu 
Data:27/02/2015  17:29  (GMT-03:00) 
Para: PSL-Brasil <psl-brasil@listas.softwarelivre.org> 
Cc:  
Assunto: [PSL-Brasil] Síndrome de Stallman 


Novo Artigo

O Stallman não é fácil. Ele é duro, reto, honesto, rude, impaciente e consegue 
estar certo quase sempre. Se você já assistiu algum episódio da série americana 
The Big Bang Theory e já esteve com o Stallman, fará o link inevitável entre 
Sheldon Cooper e Richard Stallman. Os dois são geniais, querem mudar o mundo e 
são quase ineptos sociais. A diferença real entre eles é que Stallman é real, 
existe e vem revolucionando o mundo a mais de 30 anos, enquanto o outro é 
apenas um palhaço megalomaníaco.

Mas não se pode julgar um livro pela capa, certo? Ao menos assim deveria ser. 
Me parece absurdo ter que dizer isso, mas é fato que boa parte da militância do 
Movimento Software Livre se deixou levar pelas propaganda anti Stallman e vem 
reagindo ao conceito filosófico do Software Livre baseando-se no seu 
comportamento (anti) social. Em um mundo cada vez mais fútil e frívolo a imagem 
pesa muito. Cabelo cortado, um sorriso no rosto, uma pitada de maldade e boom! 
O que quer que o candidato a galã das seis, tenha a dizer, deve ser ouvido. 
Mesmo que não seja algo bom. Vide a forma como a mídia age de maneira 
condescendente com o Lunis Torvalds, mesmo sendo ele mesmo uma pessoa 
reconhecidamente rude.

A aversão à pessoa do Stallman é algo tão marcante que um colega do movimento, 
depois de uma longa conversa, em tom de brincadeira disse sofrer da “Síndrome 
de Stallman”. Então vamos tentar explicar isso e ver se, você, por acaso, sofre 
do mesmo mal?

Primeiro vamos conceituar: “Trata-se de uma reação visceral, subconsciente, 
instintiva de rechaço às conceituações filosóficas do Software Livre definidas 
pela Free Software Foundation, graças ao comportamento anti social, rude e 
indelicado do criador do Movimento, do projeto GNU e da sua Fundação. Sua 
principal característica é justificar o Software Livre usando conceituações da 
Open Source Initiative.”

Sintomas:

*   Repúdio visceral ao nome Stallman;
*   Incontida associação do nome GNU, FSF, Stallman ou GPL ao xiitismo como 
sinônimo de radicalismo inconsequente;
*   Convicção que Software Livre deve dar dinheiro de alguma forma, pois não há 
almoço grátis;
*   Sentir que entender e praticar os preceitos filosóficos do Software Livre 
tem conotação religiosa;
*   Certeza de que liberdade é sim “liberdade de escolha”, inclusive a de usar 
Software Privativo;
*   Descrença por essa ideia de mudar o mundo, afinal de contas o mundo é 
capitalista e nada vai mudá-lo;
*   Calafrios sempre que alguém cita que Open Source e Software Livre são 
coisas diferentes;
*   Convicção que essa coisa de GNU e Software Livre é coisa de comunista;
*   Discordar com veemência que Software Livre é um movimento social e político;

Se você sente mais de três desses sintomas simultaneamente, então você sofre da 
Síndrome de Stallman. Provavelmente você é um militante, ativista ou 
simpatizante fervoroso do código aberto, que não aceita os supostos extremismos 
do Stallman. Durante seu tempo de uso do Software Livre, lentamente, sua 
percepção sobre a seriedade e comprometimento dos princípios do copyleft e suas 
implicações filosóficas foram se suavizando. Lentamente os apelos da 
simplicidade de uso das ferramentas privativas on-line, somados à simplicidade 
de instalação de “Linux” com partes privativas em qualquer notebook, somado ao 
seu fantástico smartphone foram minando a capacidade critica de combater o uso 
cotidiano de Software Livre. Assim o discurso do Stallman e seu séquito, foi se 
tornando cada vez mais agressivo, surreal, inverossímil, apelativo e pouco 
pragmático. O que um dia era um sonho, uma utopia que te convenceu a usar 
Software Livre, foi convertido em certeza pragmática de que apenas o acesso ao 
código é o que importa.

E assim, você se convenceu de que continua sendo um defensor, ativista, fã de 
Software Livre e que foi o Stallman, a FSF e seus seguidores os que não 
evoluíram. Ficaram estacionados no tempo e na ingenuidade de fazer do mundo um 
lugar melhor. Ele são agora, mais que nunca, um bando de radicais 
intransigentes.

A Síndrome de Stallman é um acometimento que vai se tornando mais grave com o 
passar do tempo, culminando com o auto convencimento de que não foi você quem 
se transformou em outra pessoa, mas que o próprio Software Livre deveria ser 
aquilo que você quer que ele seja, deixando de ser o que sempre foi. Você 
deseja, do fundo da alma, que o Software Livre se adéque ao mercado, ao 
cotidiano, que seja mais maleável, compreensível e que não cause tanta 
controvérsia. A incapacidade de perceber que essas características nunca foram 
do Software Livre e sim do OSI é o ápice da síndrome.

Tem cura?

Como a maior parte das síndromes a cura é muito difícil, podendo até ser 
incurável. Mas as etapas são relativamente simples:

1.   Assuma-se. Olhe para dentro de si certifique-se de realmente deseja lutar 
por um mundo melhor;
2.   Separe a pessoa Stallman, do conteúdo de suas ideias. Não é porque ele é 
impaciente ou grosseiro que o que ele diz está errado;
3.   Entenda de uma vez por todas que não há concessões plausíveis para o 
Software Livre. Quem cede, coaduna e se mistura com Software Privativo é OSI;
4.   Tenha bem claro que Software Livre e Código Aberto são coisas bem 
diferentes. Misturá-las apenas reforça a síndrome em você e nos demais;
5.   Reconhecer que foi você quem mudou é fundamental;
6.   E finalmente, terá que decidir se vai voltar a defender o Software Livre, 
como ele sempre foi ou se vai assumir sua mudança, e passar a defender outro 
conceito, como o OSI, por exemplo.

Vencidas as etapas do tratamento, a sua vida será mais prazerosa e honesta, 
especialmente porque qualquer que seja o seu caminho, ele estará claro para 
você os demais ao seu redor. Assim o que o Stallman diz voltará a fazer sentido 
ou não terá a mínima importância.

Saudações Livres!



-- 
Anahuac de Paula Gil

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