2015-04-03 13:08 GMT-03:00 Juliana Oliveira <julyms...@gmail.com>: > Oi gente, tudo bem? > > Talvez seja uma pergunta boba e tenha uma fonte onde possa achar essa > resposta, mas não achei... > > Alguém pode me dar exemplos de alguns softwares livres pagos? >
na prática, a realidade é que nenhum software, hoje, é gratuito, seja ele livre ou proprietário. Como vivemos em uma economia capitalista, a consequência é que todos eles são pagos, seja pelo tempo do programador, seja por uma quantia em dinheiro, seja pelo adware ou spyware que se instala junto, seja pelo escambo proposto: ele SEMPRE tem um custo. o código do Blender, por exemplo, foi comprado pela sua comunidade ao redor do mundo e colocado sob responsabilidade da Blender Foundation [1]. A continuidade de seu desenvolvimento é paga através de ações de pré-venda de filmes e jogos e também financiada por instituições educacionais e culturais. Mas as pessoas tem uma cultura de achar que, porque baixam o Blender sem a exigência de pagamento no site, ele é gratuito. Não é! Ele tem um custo altíssimo de manutenção, e porque sei que existem pessoas que estão pagando por isso, não vejo porque dizer que ele é gratuito. Prefiro dizer que é a generosidade de uma comunidade permite que ele seja fornecido sem custo para quem não tem condições de, ou simplesmente não quer, ajudar na manutenção de seu desenvolvimento. na página do manifesto GNU é possível encontrar várias sugestões de modelos de negócios para a sustentabilidade no desenvolvimento de softwares livres [2]. Mas a ressalva que se faz é que não são modelos que irão fazer essas pessoas terem lucros extraordinários. mas que programador de software proprietário tem lucros extraordinários? Bill Gates, por exemplo, lucrou muito mais com o que outros programaram do que com os códigos que ele mesmo produziu, então é a figura desse intermediário que acaba quase sempre ficando com a maior parte do bolo, como em qualquer outra profissão com estas características. portanto, acho que evitar o termo gratuito não somente favorece à filosofia do SL como também valoriza o capital social e monetário envolvidos na produção do SL. Isso porque ainda não estamos dentro de uma economia baseada em dádivas, mas sim baseada em capitais. Mas se algum dia a humanidade conseguir evoluir para a economia da dádiva [3], aí sim não haverá problema algum em se referir ao SL como sendo gratuito, porque tudo será gratuito, inclusive o nosso tempo. [1] https://www.blender.org/foundation/history/ [2] https://www.gnu.org/gnu/manifesto.pt-br.html [3] http://culturadissonante.blogspot.com.br/2013/04/dar-e-receber.html saludos, fabs .
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