Re: [irriga-l] Re: [irriga-l] irrigação

2001-07-19 Por tôpico Fernando Braz Tangerino Hernandez

É conversando que nos entendemos. Obrigado pela oportunidade de discutir o tema.
Abracos
Tangerino

Jorge Julio de Sousa wrote:

 Prezado Fernando B. Tangerino,

 Agora sim!

 Obrigado pela complementação.

 Na verdade, tenho as mesmas preocupações  que me enviou e parabenizo todos
 que percorrem o caminho das soluções.
 Claro que 1,5 mm é uma abordagem incompleta quando um agricultor quer saber
 quanta água vai consumir.
 Regra geral, os nossos agricultores não dominam o conhecimento das nossas
 referências técnicas, sejam os mm sejam as evapotranspirações, Kc e outros
 significados técnicos .
 Sou um profissional em Irrigação e penso que certas informações devem chegar
 ao agricultor com a clareza necessária para que ele não desperdice a água
 pela qual todos nós agora gritamos.
 A comunicação não se faz em termos eficazes e daí acontecem todos pos erros
 e frustrações.
 Valeu a sua explicação e faço votos para que continuem debatendo este
 assunto tão importante.
 Obrigado também pelo pronto atendimento.

 Um abraço

 Jorge de Sousa
 [EMAIL PROTECTED]

 - Original Message -
 From: Fernando Braz Tangerino Hernandez [EMAIL PROTECTED]
 To: IRRIGA - Lista [EMAIL PROTECTED]
 Sent: Thursday, July 19, 2001 4:47 PM
 Subject: [irriga-l] irrigação

  Eugenio,
  a  questao toda é falta de percepção das coisas.
 
  É necessario distinguir entre laminas de projeto e laminas de
  irrigacao.
 
  Nesta regiao, os projetos sao feitos para entregar 5, 6 ou mais
  milimetros por dia, dependendo da cultura.
  Isto não quer dizer que entregaremos isso todos os dias, pois temos
  fases fenologicas distintas e evapotranspiracao distinta tambem.
 
  Veja o o frio que fez recentemente: chegamos a ter 0,5mm de
  evapotranspiracao de referencia. Neste caso, porque entregar a lamina
  de projeto? para cometer excesso e jogar água e energia fora?
 
  Mas a discussao é boa, pq chama a atencao para o manejo da irrigacao,
  coisa que poucos fazem ou sabem fazer. Porem, nos dias atuais, é
  absolutamente necessario utilizar a agua na maneira correta, qual
  seja, repondo a evapotranspiracao da cultura.
 
  E neste caso, se utilizaremos a atmosfera ou o solo como referencia, é
 
  uma questao de adaptabilidade. Agora mesmo em Campinas aconteceu um
  Workshop (divulgado na lista) para o uso de TDR, uma outra ferramenta
  importante.
 
  Mas precisamos discutir mais esta questao do fornecimento de agua, até
 
  mesmo para esclarecer os profissionais da irrigacao. Pois em tempo de
  crise de energia, muitos segmentos da imprensa e do governo têm
  colocado a irrigacao como vilã, o que absolutamente não é.
 
  O setor de saneamento com perdas de até 40% é muito mais problemático
  que o da irrigação, pois desperdiça água tratada e energia e pouco se
  fala disso.
  Entao nós da irrigacao devemos estar bastante informado e com o
  discurso ensaida sobre o valor economico da irrigacao, para que o
  setor nao seja ainda mais prejudicado. Mas este é um assunto para
  outro e_mail.
 
  Abracos
 
  Fernando Tangerino
 
 
 
  Brunheroto, Eugenio wrote:
 
  Part 1.1Type: Plain Text (text/plain)
  Encoding: quoted-printable
 
  --
  Fernando Braz Tangerino Hernandez
  Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira - UNESP
  Chefe do DEFERS - Departamento de Fitossanidade, Engenharia Rural e
  Solos
  Area de Hidraulica e Irrigação (Hydraulics and Irrigation Division)
  Caixa Postal 34 (P.O. Box 34)
  15.385-000  -  ILHA SOLTEIRA - SP - BRASIL
  Phone / Fax: (0##18) 3742-3294 / 3743-1180
  http://www.agr.feis.unesp.br/defers.html
  http://www.agr.feis.unesp.br/irrigacao.html
  http://www.agr.feis.unesp.br/fbth.htm
 
 
 
 
 ==
  Saiba o que já foi discutido na IRRIGA-L em:
  http://www.agr.feis.unesp.br/irriga-l.htm
 
 
  Para sair da lista IRRIGA-L, envie um e-mail para:
  [EMAIL PROTECTED]
  e no corpo da mensagem digite:
 
  unsubscribe irriga-l (seu endereco eletronico)
 
  Nao envie mensagens com este conteudo diretamente para a lista.
 
 
 ==
 

 
==
 Saiba o que já foi discutido na IRRIGA-L em:
 http://www.agr.feis.unesp.br/irriga-l.htm

 Para sair da lista IRRIGA-L, envie um e-mail para:
 [EMAIL PROTECTED]
 e no corpo da mensagem digite:

 unsubscribe irriga-l (seu endereco eletronico)

 Nao envie mensagens com este conteudo diretamente para a lista.
 
==

--
Fernando Braz Tangerino Hernandez
Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira - UNESP
Chefe do DEFERS - Departamento de Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos
Area de Hidraulica e Irrigação (Hydraulics and Irrigation Division)
Caixa Postal 34 (P.O. Box 34)
15.385-000  -  ILHA SOLTEIRA - SP - BRASIL
Phone / Fax: (0##18) 3742-3294 / 

[irriga-l] Re: [irriga-l] Re: [irriga-l] irrigação

2001-07-19 Por tôpico Jorge Julio de Sousa

Caro Giorgi, e Fernando Tangerino,

Estamos quase em chat.

Quero aqui valorizar a franqueza do Eng. Giorgi.
Ela vale por tudo quanto a indignação nos acomete nestes dias de hoje,
frente aos inúmeros problemas mundiais que passam sempre um pouco pelos
problemas pessoais.
Na verdade o que você reclama não é novidade mas precisa ser badalado.
Não temos agricultores no mundo nem técnicos produtivos.
Temos donos de terras e funcionários bem pagos, quando são bem pagos.
Correndo o risco de exagerar e de ser injusto pela generalização, acompanho
um pouco o seu desencanto com a situação da técnica e da gestão dos
proprietários.
É um fato e um fato triste , mas está aí!
Como consertar? Espere mais uns anos , talvez 100!
Mas nessa altura existirão outros problemas talvez maiores que talvez dêem
tanta importância á irrigação como hoje damos importância ao carro de bois.
Mas , conforme ia dizendo, o problema persiste e demorará tanto tempo para
solucionar quanto o tempo que resistirmos á mudança de hábitos e perdermos o
medo de usarmos o que sabemos que é eficaz.
De tão habituados á idéia de emprego fixo ad eternum, esquecemos de aplicar
a técnica aprendida nas escolas , nas faculdades e na vida.
Esquecemos de olhar para milhões de Brasileiros de Angolanos de Nigerianos,
Moçambicanos, etc etc que morrem de fome comendo barro para que os ácidos
digestivos não façam doer a barriga.
Não saimos do nosso conforto para resolver esses problemas que julgamos
serem dos outros até ao momentop em que um qualquer pai de familia honrado ,
despedido, alijado da economia, sem arrimo, deixa de ser tranquilo e nos
invade as nossas casas, roubando e matando , revoltado com a má distribuição
dos recursos de sobrevivência.etc etc
Mas falemos do que sabemos.
Irrigação !
Quem a faz? Quem tem direito ao seu produto? Quem é dono ? Porque os
técnicos ficam nos gabinetes inventando fórmulas que corroboram outras
fórmulas sem mudarem o essencial, apenas para escrever mais um livro?
A coisa parece complicada e é porque mexe com direitos adquiridos de há
séculos.
Exemplo: você pode ser o melhor técnico do mundo e estar ciente de que certa
propriedade pode produzir 300.000 kg de alimentos por ano para alimentar 500
pessoas e que eventualmente essa será a derradeira solução para salvar essas
vidas. Mas, você não é dono da terra e não lhe é dado o direito de fazer
essa boa ação de salvar 500 pessoas.
O dono exibe o titulo de propriedade, chama a polícia ou o exercito que
legalmente estão constituidos para salvaguardar os direitos desse
proprietário e escorraçam os 500 famintos para bem longe dessa propriedade,
se sentindo mui dignos pela lei cumprida! Palavrão Palavrão Palavrão!!
É assim meu caro!
Temos de ir reformando e vendo que por um lado os agricultores, não sabem
produzir, por outro lado os técnicos não são compensados por aumentos de
produtividade e quando querem produzir , porque sabem produzir, não são
considerados nos orgãos financeiros porque tendo gasto seu patrimônio
estudando, não exibem garantias reais , posse de terras, casas, e outras
coisas mais de que os bancos são gulosos.
Mas há soluções ! Temos de as buscar e ter a coragem de enfrentar os que nos
impedem ostensivamente . E depois, abraçar ações concertadas que descartem a
malandragem, e que sejam sérias e objetivas na construção de uma economia
sólida, dando emprego para as pessoas trabalhadoras e também para os
ladrões, porque não? Eles também têm o dever de ganhar o seu próprio
sustento nem que seja á força!
O problema mais grave não é acertar a formula técnica de seja qual for a
irrigação que se considere para aumentar eficiências de 95% para 98%  ou de
65% para 70%.
O maior desafio é esclarecer o agricultor para que ele aceite produzir muito
dividindo um pouco com os seus colaboradores, com os quais deve fazer
contrato firme de remunerar o aumento de produtividade e os beneficios de
uma boa colocação dos produtos no mercado a bom preço para o que é
fundamental aquilo que não se faz decididamente no Brasil que é
PLANEJAMENTO!
Não digo aquele planejamento que os gabinetes fazem normalmente para retirar
dinheiro do banco . O outro planejamento que projeta a produção para as
necessidades levantadas pelo plano de MARKETING!
Enquanto não decidirmos ser todos ricos, ficaremos uns com diplomas
empoeirados e outros com fazendas inprodutivas e inadimplentes.
Importante é começar pelo planejamento e pelas relações entre participantes
na produção.
Não basta ser dono para exercer o mando!
Quando não se sabe mandar, contrata-se e paga-se a quem sabe comandar!
Este acordo em linhas tão simples, é apenas um lá mi ré. A musica é muito
mais sinfónica!

Aqui que eu bato na tecla de que o nosso agricultor precisa urgentemente de
esclarecimentos acessíveis ás suas plantações.
Não é necessário que o próprio dono entenda o que é Kc.
Ele tem que deixar é que os técnicos participem de seu esforço como
entidades empenhadas em aumentar produtividades dirigidas a encomendas
firmadas por bom