A sentença original de Gödel é Pi_1. Se juntarmos à teoria original todas as
sentenças verdadeiras Pi_1, não se ganha nada em termos de provabilidade. Mas
se juntarmos todas as Pi_2 verdadeiras obtemos uma teoria não r.e. mas completa
na aritmética.
Kleene, que eu saiba, foi quem primeiro estudou essas outras sentenças.
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> On 30 Jun 2017, at 14:22, Bruno Bentzen wrote:
>
> Olá a todos,
>
> Obrigado pelos excelentes comentários, também acho o assunto fascinante.
>
> 1) Agradeço em particular ao Rodrigo por me apontar o equívoco. É possível
> demonstrar sim construtivamente que sentença de Gödel é verdadeira, e não
> apenas que ela não pode ser falsa. Se vale a informação, o que me levou a
> sustentar o contrário anteriormente foi o seguinte: como sabemos, quando
> assumimos que uma proposição A é falsa e chegamos a uma contradição,
> construtivamente, apenas podemos provar que A não pode ser falsa. Mas isso,
> claro, vale apenas em geral. Quando A := ¬P ocorre como uma negação, por
> exemplo, podemos derivar A de volta através de ¬¬A através da lei da tripla
> negação de Brouwer. O descuido, então, esta em esquecer que sentença de Gödel
> é, em essência, uma negação!
>
> 2) As indagações do Anderson também são muito interessantes. Me pergunto,
> contudo, se tais teorias formais da aritmética sem negação seriam capazes de
> satisfazer os requerimentos dos teoremas da incompletude. Em particular,
> verifica-se que a linguagem de tal teoria não é capaz de expressar todas as
> relações numéricas decidíveis (por exemplo, R(x,y) := x ≠ y), quer dizer, o
> conjunto de “verdades básicas de aritmética” que a teoria pode demonstrar é
> razoavelmente limitado.
>
> 3) Acredito que esta seja essa a discussão na HoTT Cafe que o Fernando esteja
> se referindo, “Can the judgement (A true) be made into a proposition?”
>
> https://groups.google.com/d/msg/hott-cafe/jyD2Bhc5GWo/UEzjWj0wAwAJ
>
> Abraços,
> Bruno
>
> --
> Bruno Bentzen
> https://sites.google.com/site/bbentzena/
>
>> On Thursday, June 29, 2017 at 7:53:09 PM UTC+8, Rodrigo Freire wrote:
>> Olá Bruno,
>>
>> Parabéns para a Valeria e para você pela ótima participação.
>>
>> Como é sabido por nós, Martin Loef afirma que verdade não pode ser
>> identificada com demonstrabilidade em um sistema específico devido ao
>> teorema de Godel. Por isso a identificação dele seria: verdade é
>> demonstrabilidade "em geral" (o que também não é claro que muda muita coisa,
>> mas não esse o ponto da discussão). Ao que parece, ninguém duvida que
>> qualquer sistema recursivamente enumerável razoavelmente forte pode ser
>> diagonalizado para produzir uma sentença de Godel, mas um dos problemas
>> seria como poderíamos dizer construtivamente que a sentença de Godel é
>> verdadeira.
>>
>> A sentença de Godel pode ser canonicamente interpretada como a afirmação que
>> uma determinada máquina de Turing (que busca uma demonstração da própria
>> sentença de Godel) nunca para. Você menciona em um comentário que a sentença
>> de Godel não pode ser dita verdadeira construtivamente, apenas podemos dizer
>> que ela não é falsa. Usando a interpretação acima, construtivamente
>> poderíamos dizer então que não é o caso que não é o caso que aquela máquina
>> de turing não para. Mas isso não seria o mesmo que dizer que aquela máquina
>> de Turing não para pela eliminação da tripla negação? E isso não é o mesmo
>> que dizer que G é verdadeira?
>>
>> Abraço
>> Rodrigo
>>
>>
>>
>> Enviado do meu iPhone
>>
>>> Em 29 de jun de 2017, às 07:01, Bruno Bentzen
>>> escreveu:
>>>
>>> Olá pessoal,
>>>
>>> Venho acompanhando a thread "How do we construct the Gödel’s sentence in
>>> Martin-Löf type theory?" no MathOverflow
>>>
>>> https://mathoverflow.net/q/272982/58734
>>>
>>> que tem sido bem popular desde os últimos dias (e contado com a
>>> participação da Valéria e do Dana Scott).
>>>
>>> Penso que talvez a discussão seja de interesse para alguns dos colegas da
>>> lista.
>>>
>>> Abraços,
>>> Bruno
>>>
>>> --
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