Re: [obm-l] Sequência Complicada

2014-12-21 Por tôpico Artur Costa Steiner
Na realidade, estes problemas em que se dão os k primeiros termos de uma 
sequência e se pede para encontrar o termo geral não fazem sentido. Vc pode 
encontrar uma fórmula para o termo geral, mas não a fórmula para o termo 
geral, pois há infinitas. Nenhuma sequência fica definida conhecendo-se apenas 
um número finito de seus termos. Há, por exemplo, uma infinidade de polinômios 
que passam pelos pontos dados. Qualquer um deles pode ser corretamente 
escolhido como a fórmula do termo geral.

Digamos que se informe que os 5 primeiros termos de uma sequencia são 1, 2, 3, 
4 e 5. Isto não significa que o próximo termo seja 6, como seria evidente. Eu 
posso dizer que é e^(-2pi)/457. Basta eu escolher um  polinômio que passe por 
(1, 1), (2, 2), (3, 3), (4,4), (5, 5) e (6, e^(-2pi)/457)). Há uma infinidade. 
Outro poderia até dizer que é sqrt(pi^3 + 1) - sen(3^(-6,7)) i, se for uma 
sequência nos complexos.

Logo, há sempre uma solução imediata: um polinômio que passe pelos pontos 
dados. Acho que este tipo de problema jamais poderia aparecer numa prova de 
matemática ou num concurso para algum emprego. Quem formulou a questão  jamais 
poderá dizer que a solução que tinha em mente é a correta. 

Um outro tipo de problema que a rigor não faz sentido, muito comum em provas de 
nível médio, é determinar o domínio de uma função conhecendo-se a fórmula para 
f(x). O domínio de uma função faz parte de sua definição. 

Bom domingo para todos.

Artur

Artur Costa Steiner

 Em 19/12/2014, às 08:08, Richard Vilhena ragnarok.liv...@gmail.com escreveu:
 
 Prezados, não consigo encontrar o termo geral desta sequência onde são 
 dados os nove primeiros termos:
 
 2^3, 3^4 , 2^4 , 3^5 , 2^6, 3^5 × 5, 2^7 × 3, 3^5 × 5 × 7, 2^10 × 3, …
 
 Agradeço a ajuda.
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[obm-l] Re: [obm-l] Sequência Complicada

2014-12-21 Por tôpico Richard Vilhena
Caro Artur, de fato suas colocações fazem muito sentido. Não me passou pela
ideia usar uma interpolação de Lagrange, por exemplo, para encontrar um
polinômio interpolador...
Quanto a encontrar o domínio da função, não ficou muito claro para mim. O
problema aplicado no nível médio não poderia ser justamente esse: Completar
a definição da função dada, estabelecendo o seu domínio?
Abs

Em 21 de dezembro de 2014 06:52, Artur Costa Steiner steinerar...@gmail.com
 escreveu:

 Na realidade, estes problemas em que se dão os k primeiros termos de uma
 sequência e se pede para encontrar o termo geral não fazem sentido. Vc pode
 encontrar uma fórmula para o termo geral, mas não a fórmula para o
 termo geral, pois há infinitas. Nenhuma sequência fica definida
 conhecendo-se apenas um número finito de seus termos. Há, por exemplo, uma
 infinidade de polinômios que passam pelos pontos dados. Qualquer um deles
 pode ser corretamente escolhido como a fórmula do termo geral.

 Digamos que se informe que os 5 primeiros termos de uma sequencia são 1,
 2, 3, 4 e 5. Isto não significa que o próximo termo seja 6, como seria
 evidente. Eu posso dizer que é e^(-2pi)/457. Basta eu escolher um
  polinômio que passe por (1, 1), (2, 2), (3, 3), (4,4), (5, 5) e (6, 
 e^(-2pi)/457)).
 Há uma infinidade. Outro poderia até dizer que é sqrt(pi^3 + 1) -
 sen(3^(-6,7)) i, se for uma sequência nos complexos.

 Logo, há sempre uma solução imediata: um polinômio que passe pelos pontos
 dados. Acho que este tipo de problema jamais poderia aparecer numa prova de
 matemática ou num concurso para algum emprego. Quem formulou a questão
  jamais poderá dizer que a solução que tinha em mente é a correta.

 Um outro tipo de problema que a rigor não faz sentido, muito comum em
 provas de nível médio, é determinar o domínio de uma função conhecendo-se a
 fórmula para f(x). O domínio de uma função faz parte de sua definição.

 Bom domingo para todos.

 Artur

 Artur Costa Steiner

 Em 19/12/2014, às 08:08, Richard Vilhena ragnarok.liv...@gmail.com
 escreveu:

 Prezados, não consigo encontrar o termo geral desta sequência onde são
 dados os nove primeiros termos:

 2^3, 3^4 , 2^4 , 3^5 , 2^6, 3^5 × 5, 2^7 × 3, 3^5 × 5 × 7, 2^10 × 3,
 …

 Agradeço a ajuda.
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[obm-l] Re: [obm-l] Sequência Complicada

2014-12-21 Por tôpico saulo nilson
2^11,3^5,2^12,3^6,2^14,3^6*6,2^14*33,3^6*6*8,2^17*3...
2014-12-19 8:08 GMT-02:00 Richard Vilhena ragnarok.liv...@gmail.com:

 Prezados, não consigo encontrar o termo geral desta sequência onde são
 dados os nove primeiros termos:

 2^3, 3^4 , 2^4 , 3^5 , 2^6, 3^5 × 5, 2^7 × 3, 3^5 × 5 × 7, 2^10 × 3, …

 Agradeço a ajuda.
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[obm-l] Re: [obm-l] Seleção num conjunto de inteiros

2014-12-21 Por tôpico saulo nilson
+31+47+-19+11+41-13=108
2014-12-20 9:02 GMT-02:00 Richard Vilhena ragnarok.liv...@gmail.com:

  Caros colegas da lista, solicito uma ajuda nesses dois problemas.

 Problema 1:

  Dado um conjunto de inteiros:

 {-7,11,-13,17,-19,23,-29,31,-37,41,-43,47}

   Selecione alguns elementos distintos desse conjunto (sem repetição) tal
 que a soma deles seja igual a  108.

  Problema 2:

  Dado um conjunto de números inteiros:

 {-101, 103, -107,109, -113,127, -131, 137, -139, 149, -151, 157, -163,
 167, -173, 179, -181, 191, -193, 197}

   Selecione alguns elementos distintos desse conjunto (sem repetição) tal
 que a soma deles seja igual a 1058 .


 Obrigado por qualquer ajuda.

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Re: [obm-l] Problema interessante de EDO

2014-12-21 Por tôpico saulo nilson
y=A(x)senx
y´=A´senx+Acosx
y=Acosx+A´cosx+A´cosx-Asenx
A+2A´=0
A´=u
u´+2u=0
lnu=-2x+c
u=Ce^(-2x)
A(x)=C1e^(-2x)+C2
y(x)=(C1e^(-2x)+C2)senx=0
x=2npi que corresponde a infinitos zeros
2014-12-19 19:50 GMT-02:00 Artur Costa Steiner steinerar...@gmail.com:

 Seja g uma função contínua em [a, oo) tal que, para todo x neste
 intervalo, tenhamos g(x)  m  0. Mostre que, se y é solução da EDO

 y'' + g(x) y = 0

 então y tem uma infinidade de zeros em [a, oo).

 Abraços.

 Artur Costa Steiner
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 Instru�ões para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
 http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html
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Re: [obm-l] Problema interessante de EDO

2014-12-21 Por tôpico saulo nilson
y(x)=A(x)senx+B(x)cosx
y(x)=0
sen(x+u)=0
x+u=2npi
x=2npi-u que sao infinitos valores de n para obter x.
2014-12-19 19:50 GMT-02:00 Artur Costa Steiner steinerar...@gmail.com:

 Seja g uma função contínua em [a, oo) tal que, para todo x neste
 intervalo, tenhamos g(x)  m  0. Mostre que, se y é solução da EDO

 y'' + g(x) y = 0

 então y tem uma infinidade de zeros em [a, oo).

 Abraços.

 Artur Costa Steiner
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Re: [obm-l] RANDOM WALK - OBM UNIVERSITARIA problema 5 segunda fase

2014-12-21 Por tôpico charles
Cara, o ítem a) eu fiz assim:
Seja E(a, b) o valor esperado do número de movimentos necessários para
alcançar a ou b. Daí a recursão para E(a, b) é:

E(a, b) = 1/2 * (E(a+1, b-1) + E(a-1, b+1)) + 1.

Daí vc percebe que nessa equação a soma x+y dos termos E(x, y) é constante
e chama f(k) = E(k, a+b-k), então :
f(k) = 1/2*f(k+1) + 1/2*f(k-1) + 1  -
f(k+1) - 2*f(k) + f(k-1) = -1

Daí como padrão pra esse tipo de recorrência que sobra uma constante vc
repete a equação pra k+2 e elimina a constante:

f(k+1) - 2*f(k) + f(k-1) = -1
f(k+2) - 2*f(k+1) + f(k) = -1 , subtraindo uma da outra fica:

f(k+2) - 3*f(k+1) + 3*f(k) - f(k-1) = 0, cuja equação característica é
(x-1)^3 com solução f(n) = a_0 + a_1*n + a_2*n^2.

Substituindo f(0) = 0 e f(a+b) = 0 (pois E(x, y) = 0 quando x ou y são
zero), temos que f(n) = a_1*n*(1 - n/(a+b)) (***). Talvez tenha um modo
mais fácil de fazer o resto, mas eu tentei achar outro f, no caso f(1).

Primeiro vamos calcular um p(x) que é a probabilidade de que dado que eu
estou no inteiro x (x=0 e x=S) eu chegue em 0 antes de chegar em S
inteiro (dado que se anda do mesmo modo que no enunciado, i.e., com 1/2 de
probabilidade de ir para cada lado). A recursão para p(x) é p(x) =
1/2*p(x-1) + 1/2*p(x+1) e a equação característica é x^2 -2*x +1 = (x-1)^2,
logo a solução é p(x) = b_0 + b_1*x. Substituindo p(0) = 1 e p(S) = 0,
chegamos a p(x) = (S-x)/S, i.e., a probabilidade é diretamente proporcional
à distância que falta pra chegar em S.

Agora vamos calcular f(1). f(1) = E(1, a+b-1). Vamos usar recursão em a+b.
Assim defina g(x) = E(1, x). Seja E1 o valor esperado do número de
movimentos necessários para alcançar -1 dado que não se chegou até x e E2 o
valor esperado do número de movimentos para se alcançar x dado que não se
tocou no -1, tudo isso partindo do zero. Assim, g(x) = prob*E1 +
(1-prob)*E2 (*) (o valor esperado total E(1, x) pode ser dividido na
parcela que atinge -1 e na que atinge x) em que prob é a probabilidade de
se atingir o -1 antes do x (note que prob vale p(1) para S = x+1, i.e.,
prob = x/(x+1)). Além disso, g(x+1) = prob*E1 + (1-prob)*(E2 + g(x+1) )
(**) (esse é mais difícil que o g(x). Ou o cara atinge -1 antes do x (termo
E1), ou chega a atingir o x (termo E2) e aí pode voltar para o -1 ou ir
para o x+1 ( termo g(x+1) ), que está logo ao lado. Veja que esse último
termo vale g(x+1) por simetria). Usando essas duas últimas equações
chegamos a prob*g(x+1) = g(x), mas prob vale x/x+1 - g(x+1) = g(x) *
(x+1)/x. Note que g(1) = 1. Assim, por indução, g(x) = x. Logo E(1, x) = x
- f(1) = E(1, a+b-1) = a+b-1. Substituindo em (***), temos que a_1 = a+b
- f(n) = n*(a+b-n), em particular, f(A) = E(A, B) = A*B.

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