Re: [obm-l] Re: [obm-l] Matemático resolve probl ema centenário e recusa US$ 1 milhão

2006-08-30 Por tôpico Palmerim Soares
Maravilhoso o artigo recomendado pelo Thiago, vale a pena ser lido na íntegra.
2006/8/29, Thiago Lucas [EMAIL PROTECTED]:


Talvez haja algo mais interessante sobre esse tema no artigo Copiado de Annals of Mathematics, The New Yorker, August, 2006 de Sylvia Nasar e David Gruber. 

Quem estiver interessado pode baixá-lo a partir do seguinte endereço:
http://www.dmat.ufpe.br/
ou então pegá-lo direto:
http://www.dmat.ufpe.br/mathpress/Gruber-Manifold.pdf

É isso, pessoal! Abraços

2006/8/29, [EMAIL PROTECTED] 
[EMAIL PROTECTED]: 

Boa noite a todos (estou na Cor�ia do Sul).Na realidade o que Perelman consegui foi com uma boa dose de pol�mica 
levaras pessoas a refletir.Pessoalmente eu acredito que n�o seja poss�velconcluir nada desse fato (da atitude dele ter recusado o pr�mio).Ela �indecid�vel e vc pode interpret�-la positivamente (como abaixo) ou 
negativamente. De qualquer maneira isso n�o muda a realidade objetiva, ofato, ou seja, ele realmente demonstrou o teorema! Uma interpreta��o negativa, entre outras, por exemplo,poderia ser de que ele pode mais que o dinheiro e portanto n�o precisa 
dele.Portanto com esta atitudeele estaria desprezando as pessoasque tem dinheiro e o pr�prio dinheiro (j� que ele pode mais que odinheiro).Algu�m poderia dizer, desta forma, que Perelman seria extremamente 
arrogante.Mas acreditamos na boa f�, ou seja, ningu�m se esfor�a tanto paranada(ningu�m � m�quina). Se ele o fez, o fez pelo amor 'amatem�tica: ele realmente gosta muito de matem�tica! Desta forma mesmo recusando o pr�mio, Perelman j� recebeu 
o pr�mio do reconhecimento e admiria��o de todos, e isto, de fato, j�bastapara ele. E o dinheiro vir� como consequ�ncia pois quando temos talentonunca ficamos desamparados.NUNCA PODEMOS NOS ESQUECER DE CULTIVAR O 
TALENTO. � preciso ter muito cuidado quando interpretamos uma atitudepois a interpreta��o � na maioria das vezes totalmente subjetiva.E precisamos tamb�m manter em mente que muitas vezes pessoas que 
normalmente desprezar�amos pelo fato de n�o terem dinheiro, podem fazermuito em sua pr�pria casa sozinhas ou cuidando de algu�m como fez MadreTereza e portanto n�o existeningu�m(que tenha lisura e escr�pulos, � 
claro)que n�o mere�a nossa considera��o ourespeito.Mesmo os professores mais humildes de Perelman merecem serlembrados neste momento (e essa lembran�a j� � um pr�mio :))Grande [] a todos!
#50500;#45768;#50616;#50612; #52376; #50556;On Sun, Aug 27, 2006, Palmerim Soares 
[EMAIL PROTECTED] said: O que está se louvando aqui é a postura, a atitude, a forma de encarar comamor e desprendimento, sem egoísmo, nem interesse, o espírito desacrifíciopelo bem da humanidade, coisa muito rara hoje em dia e que talvez ajudasse 
atirar muitos países do ostracismo científico e da miséria. Ninguémaquidisse que está se candidatando a santo, apenas adimiramos algo que énobre eraro, manifestando-se em abundância em um colega de profissão 
estrangeiro. Não é preciso se tornar uma Madre Teresa para dar umaparcelado nosso tempo, energia e amor � queles que não têm acesso ao que paranós éfacilmente obtido. Dividir o conhecimento é ainda mais nobre que dividir 
oalimento... e isso nós todos aqui já estamos fazendo de maneiramagnífica emaravilhosa, não é?Eu, pessoalmente, se fosse desprendido como ele,aceitaria o dinheiro do Rei (que talvez o utilizasse de maneira fútil) e 
oempregaria para fazer mais pesquisas e também para auxiliar os menosfavorecidos que apenas precisam de uma oportunidade e um gesto de amorparamostrarem ao mundo o quanto são capazes... Acho que o que a atitude dele 
nosensina é que nem todos os homens agem somente por dinheiro ou por fama enempor isso deixam de ser felizes ou deixam de fazer os outros felizes.Grande abraçoPalmerim= 
Instru��es para entrar na lista, sair da lista e usar a lista emhttp://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html
= 



Re: [obm-l] Re: [obm-l] Matemático resolve probl ema centenário e recusa US$ 1 milhão

2006-08-29 Por tôpico rlalonso
Boa noite a todos (estou na Coréia do Sul).

   Na realidade o que Perelman consegui foi com uma boa dose de polêmica
levar
as pessoas a refletir.  Pessoalmente eu acredito que não seja possível 
concluir nada desse fato (da atitude dele ter recusado o prêmio).  Ela é
indecidível e vc pode interpretá-la positivamente (como abaixo) ou 
negativamente. De qualquer maneira isso não muda a realidade objetiva, o
fato, ou seja, ele realmente demonstrou o teorema!

  Uma interpretação negativa, entre outras, por exemplo,
poderia ser de que ele pode mais que o dinheiro e portanto não precisa
dele.  Portanto com esta atitude  ele estaria desprezando as pessoas 
que tem dinheiro e o próprio dinheiro (já que ele pode mais que o
dinheiro).
   Alguém poderia dizer, desta forma, que Perelman seria extremamente 
arrogante.
   
 Mas acreditamos na boa fé, ou seja, ninguém se esforça tanto para
nada
(ninguém é máquina).   Se ele o fez, o fez pelo amor 'a
 matemática: ele realmente gosta muito de matemática!
Desta forma mesmo recusando o prêmio, Perelman já recebeu
o prêmio do reconhecimento e admiriação de todos, e isto, de fato, já
basta
para ele. E o dinheiro virá como consequência pois quando temos talento
nunca ficamos desamparados.  NUNCA PODEMOS NOS ESQUECER DE CULTIVAR O
TALENTO.

  É preciso ter muito cuidado quando interpretamos uma atitude
 pois a interpretação é na maioria das vezes totalmente subjetiva. 

 E precisamos também manter em mente que muitas vezes pessoas que
normalmente desprezaríamos pelo fato de não terem dinheiro, podem fazer
muito em sua própria casa sozinhas ou cuidando de alguém como fez Madre
Tereza e portanto não existe  ninguém  (que tenha lisura e escrúpulos, é 
claro)  que não mereça nossa consideração ou
respeito.  Mesmo os professores mais humildes de Perelman merecem ser
lembrados neste momento (e essa lembrança já é um prêmio :))

 

Grande [] a todos!
#50500;#45768;#50616;#50612; #52376; #50556;





On Sun, Aug 27, 2006, Palmerim Soares [EMAIL PROTECTED] said:

 O que está se louvando aqui é a postura, a atitude, a forma de encarar com
amor e desprendimento, sem egoísmo, nem interesse, o espírito de
sacrifício
pelo bem da humanidade, coisa muito rara hoje em dia e que talvez ajudasse
a
tirar muitos países do ostracismo científico e da miséria. Ninguém
aqui
disse que está se candidatando a santo, apenas adimiramos algo que é
nobre e
raro, manifestando-se em abundância em um colega de profissão
estrangeiro. Não é preciso se tornar uma Madre Teresa para dar uma
parcela
do nosso tempo, energia e amor àqueles que não têm acesso ao que para
nós é
facilmente obtido. Dividir o conhecimento é ainda mais nobre que dividir
o
alimento... e isso nós todos aqui já estamos fazendo de maneira
magnífica e
maravilhosa, não é?  Eu, pessoalmente, se fosse desprendido como ele,
aceitaria o dinheiro do Rei (que talvez o utilizasse de maneira fútil) e
o
empregaria para fazer mais pesquisas e também para auxiliar os menos
favorecidos que apenas precisam de uma oportunidade e um gesto de amor
para
mostrarem ao mundo o quanto são capazes... Acho que o que a atitude dele
nos
ensina é que nem todos os homens agem somente por dinheiro ou por fama e
nem
por isso deixam de ser felizes ou deixam de fazer os outros felizes.

Grande abraço

Palmerim


=
Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html
=


Re: [obm-l] Re: [obm-l] Matemático resolve probl ema centenário e recusa US$ 1 milhão

2006-08-29 Por tôpico Thiago Lucas
Talvez haja algo mais interessante sobre esse tema no artigo Copiado de Annals of Mathematics, The New Yorker, August, 2006 de Sylvia Nasar e David Gruber. 

Quem estiver interessado pode baixá-lo a partir do seguinte endereço:
http://www.dmat.ufpe.br/
ou então pegá-lo direto:
http://www.dmat.ufpe.br/mathpress/Gruber-Manifold.pdf

É isso, pessoal! Abraços

2006/8/29, [EMAIL PROTECTED] [EMAIL PROTECTED]:
Boa noite a todos (estou na Cor�ia do Sul).Na realidade o que Perelman consegui foi com uma boa dose de pol�mica
levaras pessoas a refletir.Pessoalmente eu acredito que n�o seja poss�velconcluir nada desse fato (da atitude dele ter recusado o pr�mio).Ela �indecid�vel e vc pode interpret�-la positivamente (como abaixo) ou
negativamente. De qualquer maneira isso n�o muda a realidade objetiva, ofato, ou seja, ele realmente demonstrou o teorema! Uma interpreta��o negativa, entre outras, por exemplo,poderia ser de que ele pode mais que o dinheiro e portanto n�o precisa
dele.Portanto com esta atitudeele estaria desprezando as pessoasque tem dinheiro e o pr�prio dinheiro (j� que ele pode mais que odinheiro).Algu�m poderia dizer, desta forma, que Perelman seria extremamente
arrogante.Mas acreditamos na boa f�, ou seja, ningu�m se esfor�a tanto paranada(ningu�m � m�quina). Se ele o fez, o fez pelo amor 'amatem�tica: ele realmente gosta muito de matem�tica! Desta forma mesmo recusando o pr�mio, Perelman j� recebeu
o pr�mio do reconhecimento e admiria��o de todos, e isto, de fato, j�bastapara ele. E o dinheiro vir� como consequ�ncia pois quando temos talentonunca ficamos desamparados.NUNCA PODEMOS NOS ESQUECER DE CULTIVAR O
TALENTO. � preciso ter muito cuidado quando interpretamos uma atitudepois a interpreta��o � na maioria das vezes totalmente subjetiva.E precisamos tamb�m manter em mente que muitas vezes pessoas que
normalmente desprezar�amos pelo fato de n�o terem dinheiro, podem fazermuito em sua pr�pria casa sozinhas ou cuidando de algu�m como fez MadreTereza e portanto n�o existeningu�m(que tenha lisura e escr�pulos, �
claro)que n�o mere�a nossa considera��o ourespeito.Mesmo os professores mais humildes de Perelman merecem serlembrados neste momento (e essa lembran�a j� � um pr�mio :))Grande [] a todos!
#50500;#45768;#50616;#50612; #52376; #50556;On Sun, Aug 27, 2006, Palmerim Soares [EMAIL PROTECTED] said:
 O que está se louvando aqui é a postura, a atitude, a forma de encarar comamor e desprendimento, sem egoísmo, nem interesse, o espírito desacrifíciopelo bem da humanidade, coisa muito rara hoje em dia e que talvez ajudasse
atirar muitos países do ostracismo científico e da miséria. Ninguémaquidisse que está se candidatando a santo, apenas adimiramos algo que énobre eraro, manifestando-se em abundância em um colega de profissão
estrangeiro. Não é preciso se tornar uma Madre Teresa para dar umaparcelado nosso tempo, energia e amor � queles que não têm acesso ao que paranós éfacilmente obtido. Dividir o conhecimento é ainda mais nobre que dividir
oalimento... e isso nós todos aqui já estamos fazendo de maneiramagnífica emaravilhosa, não é?Eu, pessoalmente, se fosse desprendido como ele,aceitaria o dinheiro do Rei (que talvez o utilizasse de maneira fútil) e
oempregaria para fazer mais pesquisas e também para auxiliar os menosfavorecidos que apenas precisam de uma oportunidade e um gesto de amorparamostrarem ao mundo o quanto são capazes... Acho que o que a atitude dele
nosensina é que nem todos os homens agem somente por dinheiro ou por fama enempor isso deixam de ser felizes ou deixam de fazer os outros felizes.Grande abraçoPalmerim=
Instru��es para entrar na lista, sair da lista e usar a lista emhttp://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html=



Re: [obm-l] Re: [obm-l] Matemático resolve probl ema centenário e recusa US$ 1 milhão

2006-08-27 Por tôpico Palmerim Soares

O que está se louvando aqui é a postura, a atitude, a forma de encarar com amor e desprendimento, sem egoísmo, nem interesse, o espírito de sacrifício pelo bem da humanidade, coisa muito rara hoje em dia e que talvez ajudasse a tirar muitos países do ostracismo científico e da miséria. Ninguém aqui disse que está se candidatando a santo, apenas adimiramos algo que é nobre e raro, manifestando-se em abundância em um colega de profissão estrangeiro.Não é preciso se tornar uma Madre Teresa paradar uma parcela do nosso tempo, energia e amor àqueles que não têm acesso ao que para nós é facilmente obtido. Dividir o conhecimento é ainda mais nobre que dividir o alimento... e isso nós todos aqui já estamos fazendo de maneira magnífica e maravilhosa, não é?Eu, pessoalmente, se fosse desprendido como ele, aceitaria o dinheiro do Rei (que talvez o utilizasse de maneira fútil) e o empregaria para fazer mais pesquisas e também para auxiliar os menos favorecidos que apenas precisam de uma oportunidade e um gesto de amor para mostrarem ao mundo o quanto são capazes... Acho que o que a atitude dele nos ensina é que nem todos os homens agem somente por dinheiro ou por fama e nem por isso deixam de ser felizes ou deixam de fazer os outros felizes.


Grande abraço

Palmerim



Em 27/08/06, fernandobarcel [EMAIL PROTECTED] escreveu:
O assunto é offtopic, mas fiquei chocado com o que vai pela cabeça desse pessoal!Quer dizer que só matemáticos conseguem ter atitudes humildes?!
E quer dizer que quem trabalha com matemática pura durante 10 anos não deve fazê-lo por dinheiro? então, todos os profesores de matemática deveriam dar aula de graça?!E quem ganha um prêmio Nobel, ou equivalente? aceitá-lo seria fraqueza de caráter? ou menos nobre, talvez?
Adoro o meu trabalho, mas não aceitaria trabalhar de graça se não tivesse de onde tirar o meu sustento. Como não sou filho de pai rico, e comumente tenho vontade de fazer mais do que posso, jamais recusaria um prêmio em dinheiro (ou qualquer outra modalidade). Não sou excêntrico, nem hipócrita, tampouco demagogo - me considero um cidadão comum, que vive num país capitalista.
Abraços a todos!-- Início da mensagem original ---Assunto: Re: [obm-l] Matemático resolve probl ema centenário e recusa US$ 1 milhão Sem dúvida, é uma atitude humilde, e que só os matemáticos conseguem ter,
 quando acabei de ler a notícia, do meu computador o aplaudi e fiz uma reverencia, matemática não é dinheiro, não acredito que alguém possa passar 10 anos trabalhando em matemática pura por dinheiro, o bonito do sucesso do
 Perelman além da resolução magnífica foi se recusar a receber essa quantia. Talvez outros não pensem assim, mas quando se entrar no ramo da matemática subentende-se que você não está nem aí pra dinheiro e que o pouco que você
 ganha lhe torna uma pessoa feliz, porque você faz o que gosta e tem amor por isso. Um abraço a todos os matemáticos do Brasil! Que isso sirva de exemplo!
=Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista emhttp://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html
=


Re: [obm-l] Re: [obm-l] Matemático resolve probl ema centenário e recusa US$ 1 milhão

2006-08-27 Por tôpico leonardo maia
Fiquei pensando alguns minutos se valeria a pena envolver-me nessa disputa: investe-se algum tempo e o risco de ser mal compreendido é enorme... Mas tenho plena convicção de que tenho algo relevante a dizer.
As reações ao gesto do Perelman variaram do maluco ao nobre. Pessoalmente, eu diria apenas interessante ou curioso. Qualquer julgamento (para o bem ou para o mal) depende das convicções pessoais do inquisidor, construídas a partir das suas experiências de vida, únicas e incomunicáveis. Ou seja, cuidado para não enxergar apenas o que você quer ver... O próprio Perelman disse que ninguém deveria ter interesse em saber mais sobre ele, ele não quer ser exemplo de nada!
Creio que ninguém se envolve com o conhecimento sem paixão, pelo menos em um grau mínimo. Porém, mesmo que se trate de uma paixão ardorosa, isso não implica desprendimento de qualquer outro desejo. Muito já se escreveu sobre a diferença na mentalidade dos cristãos católicos (que condenam fortemente o acúmulo de capital) e a dos cristãos protestantes (que não demonizam o dinheiro ganho justamente). A Reforma surgiu desse conflito!
Preferências religiosas à parte, é indiscutível que a linha católica encontra eco em uma mentalidade muito comum nas ciências puras no Brasil, de que
qualquer trabalho mais aplicado ou que possa gerar dividendos seja
condenável. Acho particularmente nociva (para a própria Ciência e para a sociedade
em geral) essa postura. Tenho inúmeras críticas a valores e atitudes norte-americanas, mas é inquestionável que, no mundo em que vivemos, os EUA são o país que melhor sabe transformar conhecimento em riquezas. Não coincidentemente, o Brasil, subdesenvolvido, é péssimo nesse aspecto.
Aqui, muitos respeitáveis professores doutores digladiam-se em uma questionável disputa que dá a entender que a Matemática, que é uma só, divide-se em pura e aplicada, resultando em pouquíssimos pesquisadores envolvidos com aplicações. Enquanto isso, nos EUA ou em qualquer outro país desenvolvido, os pesquisadores que enfatizam aplicações atraem recursos e estudantes não só para suas áreas de atuação mas também para aquelas mais fundamentais, respeitando e sendo respeitados pelos pesquisadores com temas mais afastados do cotidiano.
Em resumo, no mundo em que vivemos, para tirar muitos países do ostracismo científico e da miséria, acima de tudo é preciso parar de demonizar quem tem outras ambições além das intelectuais. Arrisco dizer que o que irritou o Fernando não foi a
atitude do Perelman, mas sim a exaltação fervorosa dessa atitude, que praticamente implica na condenação do comportamento oposto.
Pelo menos comigo, foi o que ocorreu. Com todo o respeito, considero a frase quando se entrar no ramo da matemática subentende-se que você não está nem aí pra dinheiro e que o pouco que você ganha lhe torna uma pessoa feliz, porque você faz o que gosta e tem amor por isso muito parecida com uma pregação religiosa: o reino dos céus será seu, não importa o quanto você sofra aqui na Terra. Cada um tem o direito de acreditar no que quiser, mas tenho convicção (e parece que todos os estudos sobre o desenvolvimento sócio-econômico das nações vão nessa direção) de que essa postura não ajuda em nada o desenvolvimento da Matemática e do Brasil.
Notem, não condeno o Perelman, não condeno nenhuma pesquisa pura, não estou dizendo que só se deve fazer pesquisa aplicada. Só defendo a não-demonização de quem gosta de aplicações e/ou quer ganhar dinheiro com o conhecimento: isso pode ser benéfico para todos!
Respeitosamente,Leonardo P. Maia.On 8/27/06, Palmerim Soares [EMAIL PROTECTED]
 wrote:
O que está se louvando aqui é a postura, a atitude, a forma de encarar com amor e desprendimento, sem egoísmo, nem interesse, o espírito de sacrifício pelo bem da humanidade, coisa muito rara hoje em dia e que talvez ajudasse a tirar muitos países do ostracismo científico e da miséria. Ninguém aqui disse que está se candidatando a santo, apenas adimiramos algo que é nobre e raro, manifestando-se em abundância em um colega de profissão estrangeiro.Não é preciso se tornar uma Madre Teresa paradar uma parcela do nosso tempo, energia e amor àqueles que não têm acesso ao que para nós é facilmente obtido. Dividir o conhecimento é ainda mais nobre que dividir o alimento... e isso nós todos aqui já estamos fazendo de maneira magnífica e maravilhosa, não é?Eu, pessoalmente, se fosse desprendido como ele, aceitaria o dinheiro do Rei (que talvez o utilizasse de maneira fútil) e o empregaria para fazer mais pesquisas e também para auxiliar os menos favorecidos que apenas precisam de uma oportunidade e um gesto de amor para mostrarem ao mundo o quanto são capazes... Acho que o que a atitude dele nos ensina é que nem todos os homens agem somente por dinheiro ou por fama e nem por isso deixam de ser felizes ou deixam de fazer os outros felizes.


Grande abraço

Palmerim



Em 27/08/06, fernandobarcel [EMAIL PROTECTED]
 escreveu:
O assunto é offtopic, mas fiquei chocado com o que vai pela