Re:[obm-l] Problema do Kuratowski

2005-04-03 Por tôpico claudio.buffara
Oi, Paulo (e quem mais estiver interessado):

Achei uma solução pra esse problema aqui:
http://www.mctague.org/carl/fun/kuratowski/kuratowski.pdf

Umconjunto que gera 14 conjuntos distintos é:
(0,1) união (1,2) união [Q inter (3,4)] união {5}.

E uma generalização aqui:
http://www.math.ucsb.edu/~dsherman/14-sets.pdf

Enfim, achei isso bem legal e vou dar uma estudada mais a fundo quando tiver tempo. 

Obrigado pela dica.

[]s,
Claudio.



Re:[obm-l] Problema do Kuratowski

2005-04-02 Por tôpico claudio.buffara
Oi, Paulo:

Imagino que o que você queira é gerar, a partir de A_1 = A, por sucessivas aplicações de F ou C, uma sequência de conjuntos A_1, A_2, ...,
tal que:
i)A_(n+1) = F(A_n) ou A_(n+1) = C(A_n)
e
ii)a família {A_1, A_2, ...} tenha a maior cardinalidade possível.

Eu acho que a maior cardinalidade possível é 8. 
Minha explicação segue abaixo.


Como, para todo X, F(F(X)) = F(X)e C(C(X)) = X, a única chance de obtermos um conjunto "inédito" é aplicandoalternadamente C e F.

Por exemplo, se A_1 = A = União(n em Z) [2n-1,2n], então F(A) = A.
Assim, fazemos: 
A_2 =C(A_1) = C(A) = União(n em Z) (2n,2n+1) ==
A_3 = F(A_2) = F(C(A)) = União(n em Z) [2n,2n+1] ==
A_4 = C(A_3) = C(F(C(A))) = União(n em Z) (2n-1,2n) ==
A_5 = F(A_4) = F(C(F(C(A)) = União(n em Z) [2n-1,2n] = A_1.
Logo, a partir de A obtivemos uma família de cardinalidade 4.

Começando comqualquer A contido em R se, em algum ponto, aplicarmos F e depois C, obteremos C(F(A)), um subconjunto aberto de R, o qual se expressa de maneira única como uma reunião no máximo enumerável de intervalos abertos dois a dois disjuntos.

Se os fechos desses intervalos forem disjuntos dois a dois, então cairemos numa situação como a do exemplo acima. Logo, a idéia é adiar ao máximo a aparição de um aberto cujo fecho seja uma união deintervalos fechados (degenerados ou não)disjuntos dois a dois.

Por exemplo, se tivermos:

A_1 = (a,b) união (b,c), com a  b  c, então:
A_2 = F(A_1) = [a,c]
A_3= C(A_2) = (-inf,a) união (c,+inf)
A_4 = F(A_3) = (-inf,a] união [c,+inf)
A_5 = C(A_4) = (a,c)
A_6 = F(A_5) = [a,c] = A_2 ==
obtivemos uma família de cardinalidade 5.

Esse exemplo mostra que se algum A_kfor uma reunião de intervalos abertos cujos fechos não são disjuntos, teremos A_(k+1) = F(A_k) = união de intervalos fechados disjuntos (cada dois intervalos abertos cujos fechos se intersectam se fundirão num único intervalo fechado contendo ambos e, possivelemnte, mais outros intervalos abertos).

A partir desse ponto, o primeiro exemplo mostra que geraremos apenas mais três conjuntos inéditos - A_(k+2), A_(k+3) e A_(k+4). Teremos necessariamente A_(k+5) = A_(k+1).

A seguir, partimos de A, uma união de intervalos abertos cujos fechos não sejam disjuntos e tentamos obter o maior número possível de termos anteriores a A na sequência.

Por exemplo, quem seria o antecessor de A = (-1,0) união (0,1)?
Como este conjunto é aberto, só pode ter sido obtido como complementar de algum conjunto B. 
Naturalmente, B = (-inf,-1] união {0} união [1,+inf).
B é o fecho de algum C, por exemplo, C = (-inf,-1) união {0} união (1,+inf).
Finalmente, C é o complementar de D = [-1,0) união (0,1].
Não podemos voltar mais, pois D não é fechado e, portanto, não é fecho de ninguém. D é o complementar de C, o que não adiciona nenhum conjunto inédito. Logo, a sequência começa com D. Chamando este D de A_1, teremos:

A_1 = [-1,0) união (0,1]
A_2 = C(A_1) = (-inf,-1) união {0} união (1,+inf).
A_3 = F(A_2) = (-inf,-1] união {0} união [1,+inf)

A_4 = C(A_3) = (-1,0) união (0,1)
A_5 = F(A_4) = [-1,1]
A_6= C(A_5) = (-inf,-1) união (1,+inf)
A_7 = F(A_6) = (-inf,-1] união [1,+inf)
A_8 = C(A_7) = (-1,1)
A_9 = F(A_8) = [-1,1] = A_5 ==
cardinalidade = 8.

[]s,
Claudio.





De:
[EMAIL PROTECTED]




Para:
obm-l@mat.puc-rio.br




Cópia:





Data:
Sat, 02 Apr 2005 19:10:51 +




Assunto:
[obm-l] Problema do Kuratowski
 Ola Pessoal,
 
 O problema abaixo e interessante e foi descoberto pelo Kuratowski :
 
 Seja A contido em R ( numeros reais ) um conjunto. Representaremos por F(A) 
 o fecho de A e por
 C(A) o complemento de A. EXIBA um A tal que a sucessiva aplicacao composta 
 de F's e C's fornece a quantidade maxima de conjunto dois a dois distintos.
 
 SUGESTAO : Como claramente F(F(A)) e C(C(A)) retornan, entao parta de 
 F(C(A)) e C(F(A)). Use entao A e sua fronteira, fr(A), e mostre que mesmo 
 assim as reiteradas aplicacoes retornam, vale dizer, sao periodicas. Depois 
 estude os sucessivos tipos topologicos de A.
 
 O problema nao e dificil ( a sugestao acima e baseada na minha ideia ) mas 
 eu nao consegui encontra uma solucao elegante e sintetica.
 
 Um Abraco a Todos !
 Paulo Santa Rita
 7,1609,020405
 
 _
 Chegou o que faltava: MSN Acesso Grátis. Instale Já! 
 http://www.msn.com.br/discador
 
 =
 Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
 http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html
 =
 


Re:[obm-l] Problema do Kuratowski

2005-04-02 Por tôpico Paulo Santa Rita
Oi Claudio e demais colegas
desta lista ... OBM-L,
A maior cardinalidade possivel e 14. Voce nao precisa seguir uma sequencia, 
pode seguir por dois ou mais bracos a partir de A.  Mas eu estou mais 
interessado em uma solucao inteligente, nao bracal. Eu nao consegui 
encontra-la uma tal solucao.

Um Abraco
Paulo Santa Rita
7,2144,020405

From: claudio.buffara [EMAIL PROTECTED]
Reply-To: obm-l@mat.puc-rio.br
To: obm-l obm-l@mat.puc-rio.br
Subject: Re:[obm-l] Problema do Kuratowski
Date: Sat,  2 Apr 2005 18:35:55 -0300
Oi, Paulo:
Imagino que o que você queira é gerar, a partir de A_1 = A, por sucessivas 
aplicações de F ou C, uma sequência de conjuntos A_1, A_2, ...,
tal que:
i) A_(n+1) = F(A_n)  ou  A_(n+1) = C(A_n)
e
ii) a família {A_1, A_2, ...} tenha a maior cardinalidade possível.

Eu acho que a maior cardinalidade possível é 8.
Minha explicação segue abaixo.
Como, para todo X, F(F(X)) = F(X) e C(C(X)) = X, a única chance de obtermos 
um conjunto inédito é aplicando alternadamente C e F.

Por exemplo, se A_1 = A = União(n em Z) [2n-1,2n], então F(A) = A.
Assim, fazemos:
A_2 = C(A_1) = C(A) = União(n em Z) (2n,2n+1) ==
A_3 = F(A_2) = F(C(A)) = União(n em Z) [2n,2n+1] ==
A_4 = C(A_3) = C(F(C(A))) = União(n em Z) (2n-1,2n) ==
A_5 = F(A_4) = F(C(F(C(A)) = União(n em Z) [2n-1,2n] = A_1.
Logo, a partir de A obtivemos uma família de cardinalidade 4.
Começando com qualquer A contido em R se, em algum ponto, aplicarmos F e 
depois C, obteremos C(F(A)), um subconjunto aberto de R, o qual se expressa 
de maneira única como uma reunião no máximo enumerável de intervalos 
abertos dois a dois disjuntos.

Se os fechos desses intervalos forem disjuntos dois a dois, então cairemos 
numa situação como a do exemplo acima. Logo, a idéia é adiar ao máximo a 
aparição de um aberto cujo fecho seja uma união de intervalos fechados 
(degenerados ou não) disjuntos dois a dois.

Por exemplo, se tivermos:
A_1 = (a,b) união (b,c), com a  b  c, então:
A_2 = F(A_1) = [a,c]
A_3 = C(A_2) = (-inf,a) união (c,+inf)
A_4 = F(A_3) = (-inf,a] união [c,+inf)
A_5 = C(A_4) = (a,c)
A_6 = F(A_5) = [a,c] = A_2 ==
obtivemos uma família de cardinalidade 5.
Esse exemplo mostra que se algum A_k for uma reunião de intervalos abertos 
cujos fechos não são disjuntos, teremos A_(k+1) = F(A_k) = união de 
intervalos fechados disjuntos (cada dois intervalos abertos cujos fechos se 
intersectam se fundirão num único intervalo fechado contendo ambos e, 
possivelemnte, mais outros intervalos abertos).

A partir desse ponto, o primeiro exemplo mostra que geraremos apenas mais 
três conjuntos inéditos - A_(k+2), A_(k+3) e A_(k+4). Teremos 
necessariamente A_(k+5) = A_(k+1).

A seguir, partimos de A, uma união de intervalos abertos cujos fechos não 
sejam disjuntos e tentamos obter o maior número possível de termos 
anteriores a A na sequência.

Por exemplo, quem seria o antecessor de A = (-1,0) união (0,1)?
Como este conjunto é aberto, só pode ter sido obtido como complementar de 
algum conjunto B.
Naturalmente, B = (-inf,-1] união {0} união [1,+inf).
B é o fecho de algum C, por exemplo, C = (-inf,-1) união {0} união 
(1,+inf).
Finalmente, C é o complementar de D = [-1,0) união (0,1].
Não podemos voltar mais, pois D não é fechado e, portanto, não é fecho de 
ninguém. D é o complementar de C, o que não adiciona nenhum conjunto 
inédito. Logo, a sequência começa com D. Chamando este D de A_1, teremos:

A_1 = [-1,0) união (0,1]
A_2 = C(A_1) = (-inf,-1) união {0} união (1,+inf).
A_3 = F(A_2) = (-inf,-1] união {0} união [1,+inf)
A_4 = C(A_3) = (-1,0) união (0,1)
A_5 = F(A_4) = [-1,1]
A_6 = C(A_5) = (-inf,-1) união (1,+inf)
A_7 = F(A_6) = (-inf,-1] união [1,+inf)
A_8 = C(A_7) = (-1,1)
A_9 = F(A_8) = [-1,1] = A_5 ==
cardinalidade = 8.
[]s,
Claudio.
De:[EMAIL PROTECTED]
Para:obm-l@mat.puc-rio.br
Cópia:
Data:Sat, 02 Apr 2005 19:10:51 +
Assunto:[obm-l] Problema do Kuratowski
 Ola Pessoal,

 O problema abaixo e interessante e foi descoberto pelo Kuratowski :

 Seja A contido em R ( numeros reais ) um conjunto. Representaremos por 
F(A)
 o fecho de A e por
 C(A) o complemento de A. EXIBA um A tal que a sucessiva aplicacao 
composta
 de F's e C's fornece a quantidade maxima de conjunto dois a dois 
distintos.

 SUGESTAO : Como claramente F(F(A)) e C(C(A)) retornan, entao parta de
 F(C(A)) e C(F(A)). Use entao A e sua fronteira, fr(A), e mostre que 
mesmo
 assim as reiteradas aplicacoes retornam, vale dizer, sao periodicas. 
Depois
 estude os sucessivos tipos topologicos de A.

 O problema nao e dificil ( a sugestao acima e baseada na minha ideia ) 
mas
 eu nao consegui encontra uma solucao elegante e sintetica.

 Um Abraco a Todos !
 Paulo Santa Rita
 7,1609,020405

 _
 Chegou o que faltava: MSN Acesso Grátis. Instale Já!
 http://www.msn.com.br/discador

 
=
 Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
 http