[Direito Penal] Crime Organizado

2004-11-11 Por tôpico Fernando



Segue um texto da Revista Istoé
 
abraços:
 




  
  
Crime organizado
  
O falecido
  
Testemunha de CPI do Narcotráficodiz que foi abandonado e se 
  consideraum morto vivo
  

  
Francisco Alves Filho
A Comissão Parlamentar de Inquéritodo Narcotráfico e a CPI do Roubo de 
Cargas devem muito ao caminhoneiro pernambucano Salvio Barbosa Vilar, 48 anos. 
Depois de participar por seis anos de um esquema de roubo de caminhões e tráfico 
de armas e drogas organizado por policiais paulistas, ele forneceu aos 
parlamentares informações que possibilitaram várias prisões. Desde que deu com a 
língua nos dentes, passou a temer por sua vida e a de sua família – ele é casado 
e tem três filhos. “Deputados prometeram que seríamos incluídos no programa de 
proteção à testemunha, mas tudo não passou de promessa”, cobra. Um filho, a 
ex-mulher e um primo de Salvio foram mortos e o resto da família vive escondido. 
Condenado a 18 anos e dez meses por assalto, ele tem direito a regime 
semi-aberto. Apesar disso, desde que foi transferido, por segurança, para a 
Divisão Anti-Sequestro, no Rio de Janeiro, a Justiça fluminense o mantém 
trancafiado. Ele elogia a conduta dos policiais da DAS, que garantem a sua 
sobrevivência, mas anda preocupado porque poderá ser transferido para uma 
penitenciária paulista a qualquer momento. “Se eu voltar, vou morrer. Os 
culpados serão os deputados das duas CPIs.” Num rasgo de humor negro, alguns 
policiais já tratam Salvio como Falecido e ele mesmo diz que se sente como se já 
estivesse morto. O caminhoneiro tem uma tradução própria para as três letras da 
famosa sigla CPI: Caminho para o Inferno. Ele conta seu drama a ISTOÉ e faz 
importantes revelações sobre roubo de carga e tráfico de armas e drogas no País, 
envolvendo caminhões de grandes empresas.
ISTOÉ – Quando o sr. começou a participar do esquema dos policiais 
envolvidos com o crime organizado?Salvio Barbosa Vilar – Fugi do 
hospital penitenciário em abril de 95, pagando US$ 5 mil aos PMs que tomavam 
conta de mim. Acabei sendo descoberto e, para não voltar a ser preso, tive de 
“trabalhar” para eles, o pessoal do Depatri (Departamento de Investigações sobre 
Crimes Patrimoniais) e do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime 
Organizado). Eles apreendiam as cargas roubadas e revendiam para grandes lojas. 
A maioria desses casos atualmente não é de roubo, e sim de desvio de cargas, em 
que existe a conivência dos motoristas que conhecem grandes receptadores desse 
material. O caminhão some e depois a ocorrência é registrada como roubo. A 
partir daí, vende-se a carga roubada para lojas que ou vendem ou repassam para 
os camelôs revenderem.
ISTOÉ – E os caminhões roubados?Salvio – A maioria das 
carretas e dos caminhões trucados que são roubados está em Belém, nas grandes 
madeireiras. Essa carreta fica um, dois, três anos puxando madeira no meio do 
mato, com placa fria. Lá não tem polícia, não tem nada. Estive lá em algumas 
dessas madeireiras com a Polícia Federal e os agentes constataram que eu falo a 
verdade.
ISTOÉ – E quanto às drogas?Salvio – Nas apreensões de 
drogas, acontecia o mesmo que no caso das cargas. Uma parte era apresentada à 
imprensa e outra revendida pelos policiais.
ISTOÉ – Parece um esquema muito rentável...Salvio – Ali 
corria mais dinheiro que num banco. O ladrão de carga era preso, mas pagava e 
ficava livre. Vi acertos de R$ 700 mil e de R$ 1,5 milhão.A minha tarefa era 
somente entregar, principalmente droga. Cheguei a levar 100, 200 quilos. Uma vez 
levei uma grande quantidade, uns 60 quilos, para uma residência no Morumbi, em 
São Paulo. Transportei para Recife também. Os nomes dos policiais eu já 
denunciei à CPI. Alguns foram presos e outros estão soltos.
ISTOÉ – E quanto às armas?Salvio – As armas eram 
divididas entre o grupo e algumas eram revendidas. Mas existem as grandes 
empresas transportadoras que levam cocaína e armas para São Paulo e Rio. São 
transportadoras que não levantam suspeitas. Qual o policial rodoviário que pára 
a carreta de um grande frigorífico do Sul? A outra é uma grande transportadora. 
Tenho como provar. Talvez os diretores das empresas nem saibam, mas tem gente lá 
dentro que coloca as marcas famosas em algumas carretas e usa esses nomes para 
fazer o transporte. Também clonam as notas fiscais. As armas que chegam ao Rio 
hoje vêm através desse esquema. Não é verdade que entrem pelo mar ou em ônibus 
que vêm do Paraguai. A polícia sabe


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[Direito Penal] crime organizado

2002-07-14 Por tôpico KHETLYNN



repassando.
 
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 khetlynn
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