A Busca pela Longitude, a uma década do GPS
civil<http://scienceblogs.com.br/100nexos/2010/05/a_busca_pela_longitude_a_uma_d.php>

[image: 1-Navigation]

Somos cercados por tecnologias fabulosas, que podem por vezes combinar em
uma pequena bugiganga tantos avanços e conhecimentos científicos que não
surpreende que sejam consideradas mágicas. E podem ser tanto mais mágicas
quanto mais simples seja sua função. Vide o caso do GPS.

Por algo ao redor de um salário mínimo é possível adquirir um aparelho que
informará sua posição em praticamente qualquer ponto da superfície do
planeta, atualizada a cada intervalo de segundos. Simples assim, o GPS diz
onde você está. Mas mágico, porque esta simples tarefa envolve não apenas a
aplicação de inúmeras áreas da ciência em um feito surpreendente de
engenharia, como também reflete as complexidades da história humana.

Não iremos nos estender aqui sobre as complexidades científicas que tornam a
maquininha capaz de localizá-lo com uma precisão em torno de 15 metros em um
planeta com superfície de 510 milhões de quilômetros quadrados. O *Carlos
Orsi* publicou há pouco um texto fantástico indo da Teoria da Relatividade
de Einstein à poeira cósmica a 1 bilhão de anos-luz, que já deve fornecer
uma boa idéia do quão incrível é a façanha: *Relatividade, buracos negros e
o 
GPS*<http://blogs.estadao.com.br/carlos-orsi/2010/04/20/relatividade-buracos-negros-e-o-gps/>
.

Nosso interesse maior aqui são as complexidades da história dos macacos que
inventaram essa bugiganga, a pretexto de uma misteriosa mensagem recebida do
professor *José Ildefonso* <http://entrononentro.haaan.com/>.


Vire à direita 100 metros à frente. Ou atrás.

“Neste mês de maio comemora-se o 10º aniversário do fim do SA (Selective
Availability)<http://en.wikipedia.org/wiki/Global_Positioning_System#Selective_availability>”,
ele me avisava. Muito bem, antes de seguir o link, não fazia a menor idéia
do que ele estava falando. *Selective Availability*? Depois de visitar o
link, caiu a ficha. Faz dez anos que o sistema GPS deixou de ter erros
deliberados inseridos em seu sinal.

*Erros deliberados*? Um fabuloso sistema de navegação global derivado de
testes da precisão da teoria da relatividade com relógios e medidas
ultra-precisas… e temos *erros deliberados*?

Somos muito afortunados porque para nós, uma pequena máquina capaz de dizer
com uma precisão de 15 metros ou menos aonde estamos nos parece algo útil
para saber em que rua pegar o retorno, ou avisar todos no *Twitter* que
acabamos de chegar à pizzaria, incluindo suas coordenadas no planeta. Para
outras pessoas em diferentes confins do mundo uma máquina com esta
capacidade é atraente ao invés para coordenar melhor ataques de guerrilha ou
direcionar mísseis. Não há tantas ruas asfaltadas para se perder em, nem
muitas pizzarias em tais lugares.

Há guerras neste momento, e em uma guerra, um GPS é extremamente útil. Este
choque entre nossas confortáveis vidas de classe média no mundo ocidental e
a realidade em outros cantos do planeta também ocorre com outras tecnologias
incluindo imagens de satélite e mapeamento aéreo disponíveis pelo *Google*,
por exemplo.

Pequeno detalhe, o sistema GPS foi criado pelo Departamento de Defesa
americano e ainda é administrado pela Força Aérea gringa. Foi e é um sistema
militar. Sua disponibilidade pública, civil, o que significa que poderia ser
usada mesmo pelo inimigo, foi oferecida inicialmente então com uma ressalva,
que era a “*Selective Availability*”.

Qualquer um poderia utilizar o sinal do GPS para localizar-se pelo globo,
mas o sinal continha erros propositais variantes de até 100 metros. Isto
tornaria seu GPS muito pouco útil pela navegar pela cidade, com erros do
tamanho de um quarteirão. Também seriam menos úteis para combatentes
inimigos. Receptores seletos, disponíveis apenas aos militares americanos,
eram capazes de compensar o erro no sinal, que era em verdade pré-definido
de acordo com chaves reservadas, podendo assim contar com a melhor precisão
disponível pelo sistema.

Precisão esta que, no entanto, todos nós podemos usufruir desde 1 de Maio de
2000, quando *Bill Clinton* ordenou que a “*Selective Availability*” fosse
efetivamente encerrada, com o erro introduzido sendo reduzido a zero. Por
esta época, já fazia mais de uma década que a União Soviética havia se
esfacelado, o GPS já estava sendo usado mesmo pela avião civil americana, e,
outro pequeno detalhe, os militares americanos haviam desenvolvido técnicas
para impedir que o sinal GPS seja usado em áreas seletas pelo globo,
tornando efetivamente desnecessário tornar o sinal globalmente impreciso.
Eles podem “desligá-lo” nas em áreas determinadas quando desejarem.

Se Orsi o lembrou de sinais a um bilhão de anos-luz de certa forma
determinando a posição precisa da sua seta no GPS, *100nexos* quer lembrá-lo
também de como macacos pelados sempre podem encontrar usos terríveis para
algo à primeira vista tão singelo quanto dizer “vire à direita para chegar
ao seu destino”. Complicados, esses humanos.


Pombos e Longitude

Antes do advento da tecnologia espacial – e tantas outras tecnologias – que
permitiram o desenvolvimento do sistema GPS, localizar-se pelo planeta não
era mesmo tarefa fácil. Volte apenas algumas décadas, e temos uma fantástica
ilustração de como mísseis inteligentes se guiavam antes do GPS, antes da
miniaturização de componentes eletrônicos: o famoso psicólogo
behaviorista *B.F.
Skinner*, famoso por treinar e experimentar com pombos, chegou a treinar e
desenvolver pombos capazes de guiar
mísseis<http://www.ceticismoaberto.com/geral/560/cerebro-de-passarinho>na
Segunda Guerra.

Na imagem abaixo, um protótipo, os três receptáculos são espaço reservado
para três pombos saírem bicando o caminho do míssil em direção ao alvo
através de pequenas telas. Usariam três pombos para que, combinados, o erro
fosse menor. Era o “Projeto
Pomba<http://historywired.si.edu/object.cfm?ID=353>”.
E não, esta não é uma piada.

[image: 353a]

Mísseis guiados por pombos. Só não seriam algo pior do que mísseis guiados
por seres humanos, como os Kamikazes japoneses. Um sistema GPS fez muita
falta.

Voltemos mais alguns séculos, e o problema de localizar-se pelo mar durante
a era das Grandes Navegações, da expansão mercantil, era ainda mais vital.
Não apenas em guerras, mas simplesmente para cruzar os oceanos
pacificamente, incontáveis vidas foram perdidas em navios deparando-se
inesperadamente com terra, ou andando em círculos no mar.

Pois bem, com seus primitivos instrumentos, a bordo de navios sacolejando,
marinheiros podiam determinar com alguma precisão a sua latitude, isto é,
quanto ao norte ou sul estavam. Bastava uma olhada na elevação das estrelas,
do Sol. Grosso modo, no equador o Sol estaria a pino, próximo dos pólos,
estará baixo no horizonte.

[image: grid]

O problema maior, muito maior, era descobrir a longitude. Um problema que
levou séculos para ser solucionado, e pode ser considerado sem exagero um
dos mais importantes problemas científicos do século XVIII. É simples
entender a dificuldade: a Terra está girando. Não bastam observações
astronômicas simples como as da latitude. A longitude não é medida como a
distância ao equador ou aos pólos, e sim como a distância ao meridiano zero
que passa pelo Observatório de Greenwich, Inglaterra. Algo um tanto
arbitrário, mas há um motivo para isso.

Quem finalmente solucionou o problema da longitude foi um inglês, foi *John
Harrison* <http://en.wikipedia.org/wiki/John_Harrison>. Um relojoeiro
auto-didata que dedicou praticamente toda sua vida a solucionar o problema
da longitude, ao qual o Parlamento Britânico ofereceu um prêmio de milhões –
e que Harrison, apesar de tê-lo solucionado, acabou nunca ganhando
oficialmente. É uma biografia das mais incríveis na história da tecnologia,
incluindo *Isaac Newton* declarando que a idéia de Harrison jamais teria
frutos, e momentos de grande tensão e expectativa enquanto as tentativas de
Harrison eram testadas.

A leitura imperdível sobre a história do problema da longitude e os
percalços e a vitória de John Harrison é o livro
“*Longitude*<http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=80076>”,
de *Dava Sobel*, que dramatiza levemente as aventuras, que são contudo em
sua essência completamente reais. A história de Harrison também foi
dramatizada em um seriado homônimo,
“*Longitude*<http://en.wikipedia.org/wiki/Longitude_%28TV_serial%29>”,
e em um documentário da PBS americana, “Lost at Sea: The Search for
Longitude”, todos fascinantes.

Aos interessados pelos feitos técnicos de Harrison, confira suas invenções
como o “escape gafanhoto<http://en.wikipedia.org/wiki/Grasshopper_escapement>”
ou o simples e engenhoso pêndulo
Gridiron<http://en.wikipedia.org/wiki/Gridiron_pendulum>,
combinando metais diferentes para que a dilatação por calor não afetasse o
comprimento final do conjunto. Harrison também utilizou inovações como
rolamentos em seus mecanismos em busca da máxima precisão na medida do
tempo.

Porque Harrison solucionou o problema da longitude com um relógio. Ou
melhor, vários relógios. Vários dos mais precisos relógios já construídos
até então, com uma precisão de frações de segundo ao dia, mesmo em condições
adversas a bordo de navios cruzando os trópicos. De posse de um relógio
preciso, bastaria comparar a hora local com aquela de um meridiano
conhecido, geralmente Greenwich, para descobrir sua longitude.

Sabemos, por exemplo, que quando aqui é meio-dia, no Japão, nosso antípoda,
é meia-noite do dia seguinte. São doze horas de diferença. O inverso também
vale: caso não soubéssemos em que longitude estamos, e descobríssemos que
nossa hora local difere doze horas daquela no Japão, saberíamos que estamos
do outro lado do planeta em relação ao Japão. Saberíamos nossa longitude,
saberíamos nossa posição, usando um relógio. A Terra girar se tornava
finalmente algo a favor da medida de longitude.


Espaço-Tempo

Definir nossa posição no espaço através do registro preciso do tempo. Como o
sistema GPS viria a demonstrar de vez, testando e aplicando mesmo a Teoria
da Relatividade, estes dois conceitos fundamentais estão intrinsecamente
relacionados. Não é um mero recurso adicional pedido pelo cliente que todos
aparelhos receptores de GPS também registrem horário. O registro da hora com
precisão absurda continua sendo, como era com os relógios de Harrison, algo
fundamental para localizá-lo pelo planeta.

A relação intrínseca entre espaço e tempo se traduz na constante fundamental
da velocidade da luz, a razão absoluta e imutável da distância percorrida
por um fóton em um determinado período de tempo. Idéias das mais
revolucionárias e fundamentais à física moderna, aplicadas em uma máquina em
seu bolso, para uma precisão de metros, que foi contudo inicialmente
disponibilizada com uma imprecisão deliberada para que macacos pelados não a
usassem contra os macacos pelados que criaram tal tecnologia.

Finalmente, há dez anos, completados este mês, nós podemos usufruir de toda
esta tecnologia, de toda esta ciência, de toda esta história para Twittar
nossa latitude… e longitude.


[As partes desta mensagem que não continham texto foram removidas]



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