Caro Bacellar e todos,

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 Treze teses sobre Heitor Reis:
1 - Só pode governar em benefício do povo
a parcela da elite que está do lado do povo
(elite intelectual e cultural,
que na minha linguagem constitui
a verdadeira elite).
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A parcela da elite que está contra o povo
(e a favor de seus lucros selvagens,
interesses egoísticos, individualistas, etc.)
vai governar em benefício próprio.
Isto é, na realidade, a quase totalidade
da elite do poder econômico.
A parte favorável ao povo, à justiça
e à democracia é quase insignificante.


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2 - Só pode ser em benefício do povo
aquilo que Heitor Reis chama de
"ditadura intelectual", subentendendo-se
a hipótese da "boa-fé e caráter"
dessa elite intelectual (pró-povo).
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Há uma parte da elite intelectual
que possui boa fé e bom carater,
sendo que outra parte não os tem.
É vendida aos interesses dos ricos.


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3 - Essa "ditadura intelectual" seria
uma democracia protegida
(e com tendência participativa),
portanto adjetivada, logo relativa.
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Sendo dúvida.
Como democracia é o governo do povo,
não sendo o povo, intelectual,
não governaria, sendo, assim, governado
por uma outra classe, dirigido e manipulado
por ela. Uma ditadura.
Neste caso da elite intelectual.

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4 -  Excepto em sonhos, toda democracia é relativa.
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Sem dúvida. Neste mundo, tudo é relativo.
No entanto, como conceito e alvo a ser buscado,
a democracia, justiça, verdade, etc.,
devem estar num padrão acima
das limitações relativas.
Não devemos nos contentar com os reducionismos,
migalhas e os placebos, por melhores que sejam.

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Ela está no horizonte.
Me aproximo dois passos
e ela se afasta dois passos.
Caminho dez passos
e o horizonte corre dez passos.
Por mais que eu caminhe,
jamais a alcançarei.
Para que serve a utopia ?
Serve para isto, para fazer caminhar.
(Eduardo Galeano)
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Sendo ou não utopia,
a democracia (sem adjetivos)
deve ser buscada.
Jamais devemos nos contentar
ou acomodar com menos que o ideal.


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Seja proletária ou burguesa, sempre pode,
em qualquer caso, ser mais democrática
do que a cleptocracia, e esta menos
antidemocrática do que o fascismo
ou "democracia musculada" de Pinochet...
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Sempre haverá uma ditadura "menos pior"
que outra. Mas jamais será uma democracia,
adjetivada ou não.
Qual a diferença entre matar seres humanos
por questões ideológicas, sejam elas,
religiosas, políticas ou econômicas?

"Todo ano o sistema financeiro internacional
mata mais pessoas do que a Segunda Guerra.
Mas, pelo menos, Hitler era louco."
(Ken Livingstone, quando ainda candidato
independente à Prefeitura de Londres,
na Folha de São Paulo)



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5 -  Na Grécia Antiga, os sofistas vendiam
as suas aulas e isso foi historicamente
interpretado como democratização,
pois teria permitido que novas camadas sociais,
mediante um melhor uso da palavra,
pudessem ter acesso ao poder.
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Fato este impossível à 80% da população,
a qual era composta de escravos,
os quais permitiam o ócio necessário
à especulação filosófica dos "cidadãos".


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6 - Heitor Reis é demasiado benevolente
(apesar da sua própria vontade...)
com a candidatura de Lula,
que deve merecer o nosso voto.
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Ele é o candidato "menos pior" de todos
com possibilidade de vencer as eleições.


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Mas não é preciso exagerar-se a esperança
e o elogio, dizendo-se que teremos
"uma ditadura da classe média
com alguma influência plutocrática",
pois o governo do PT:
a) não será, infelizmente, uma ditadura,
ao invés conservando toda a estrutura
da jurisdicidade inerente à
permissividade/impunidade da cleptocracia;
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Um exemplo é o que ocorre hoje em SP,
quando M. Suplicy, cai absurdamente
na preferência popular,
em função da forma autocrática
com que governa.
Isto sem discutirmos se o que faz está
correto ou não.
Ela não consegue dialogar
com seus eleitores (e os demais),
o suficiente para mantê-los
(ou sensibilizar os demais)
compreendendo suas decisões.


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b) nem mesmo conseguirá que a classe média
tenha predominância no poder real,
ao invés permanecendo ali os grandes ricos;
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Reprisando o que eu escrevi,
texto citado por você mais acima:
"uma ditadura da classe média
com alguma influência plutocrática",

Você defende o inverso:
o poder continuará nas mãos dos ricos
e o papel da classe média seria secundário.

Se os partidos conhecidos como esquerda
(que para mim são de centro)
não tiverem maioria no Congresso,
concordo que você esteja certo.

Mas eu considera que o PT (e as "esquerdas")
teriam chegado ao PODER
e não meramente à Presidência.

Em meu conceito, são partidos de direita:
PFL, PPB, PTB, PMDB, PSDB.
Partidos de centro:
PT, PDT, PSB, PV
Partidos de esquerda:
PSTU e  PCO.

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c) essa enorme influência plutocrática
continuará permeável,
tomara que bastante menos,
às manobras dos eternos ladrões
de colarinho e gravata.
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Certamente, ao chegar ao Poder Executivo
e Legislativo, o PT não terá uma varinha
de condão, que lhe permita virar
instantaneamente a mesa.
Há um processo a ser desencadeado.
Não há milagres, nem mágica...


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Basta ver-se que nem presidente
que comprou deputados nem parlamentares
que se venderam serão presos;
e enquanto puderem existir
à solta tipos como Renan Calheiros
e Jader Barbalho, a velha política
vai continuar de boa saúde
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Sim. Mas com o PT (e a "esquerda")
no poder isto será reduzido gradualmente.
Dentro de um processo...


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7 -  Criticar o PT por estar "se afastando
cada vez mais de suas origens,
viciado nas doações de grandes capitalistas
para sua campanha", eis uma afirmação
do mais puro esquerdismo ingênuo,
que sempre esteve -e continua-
a léguas de todo o sistema
de pensamento de Heitor Reis.
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Possivelmente não lhe tem sido possível
ler tudo que escrevo, mas com razoável
frequência tenho explicitado esta posição.


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8 -  Dizer-se "prefiro os erros que o Lula
cometeria, quando ainda era proleta,
que os dele hoje, como pequeno-burguês",
é uma preferência chocante...
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Você afirma, que, com o PT no governo,
a plutocracia continuaria dominando.
Este erro de Lula e seus companheiros
é, para mim, pior do que se ele,
como faria antes, não permitisse
tal influência (eu) ou dominação
(como você prefere).


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9 -   Aquilo que Heitor Reis chama de
"ditadura da elite econômica" sempre foi,
é e ao menos nos tempos próximos irá,
infelizmente, continuar sendo a realidade brasileira
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Concordo plenamente
e jamais disse algo que apontasse
em direção contrária.


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- seja com Lula ou com quem for que esteja decidido a manter as regras do
jogo, isto é: decidido a não fazer aquilo que Heitor mais detestaria, que
era declarar o fim da ordem burguesa, portanto o advento da Ditadura - com o
término puro e simples do voto universal e da separação de poderes, caindo
pois a mão pesada da Justiça sobre os parlamentares e não só, um por um, que
o merecessem.
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Eu defendo o processo, lento, gradual
e seguro de evolução da plutocracia
para a democracia. Sem rupturas.
Sem ditadura de minorias.


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10 - Aquilo que Heitor Reis chama de
"ditadura da classe média"
é para mim um sonho longínquo,
se isso acaso correspondesse
a outro dos seus conceitos -
o de "ditadura intelectual".
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Concordo plenamente.
Jamais mencionei algo que
pudesse ser entendido como
diferente disto.
Aliás, sempre mencionei "o que"
e não "o quando".


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11 - Ao dizer "democracia ou ditadura
do proletariado", esta expressão
que parece nascida para designar
o regime cubano e fidelista,
Heitor Reis manifesta-se elogiosamente.
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Onde não há liberdade partidária,
liberdade de imprensa,
direito de ir e vir, etc.,
não há democracia.
Ou seja, mesmo o povo apoiando
o ditador, ele não tem informações
suficientes para poder decidir-se livremente.
Portanto, as eleições não são livres,
como aqui, onde as informações
são manipuladas pela influência do
poder econômico nas eleições.


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Embora jamais tenha se manifestado
elogiosamente sobre Cuba!
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Sempre elogiei o que está certo
e critiquei o que está errado em Cuba.
Educação e saúde, ambas de alto nível
e gratuitas para todos
é de fazer inveja à todos nós.
Mas é uma ditadura.


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Para mim, pelo contrário, Cuba,
que não parece ser o ideal, julgo ser,
neste momento, o regime menos mau
que o ser humano constrói no planeta.
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Em Cuba temos o cão de coleira,
sendo bem tratado;
no Brasil, temos o lobo livre,
com todas as mazelas
da selvageria.
(Fábula "O Cão e o Lobo")
Ou vice-versa, dependendo
da área que enfocarmos.


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12 -  Aquilo que Heitor Reis designa por
"experiência prática" de afirmação da
"ditadura do proletariado",
para mim só tem sentido falar-se
se se falar de Cuba e da experiência
na Nicarágua, nada mais
(excepto a Rússia de 1920).
Nestes casos, os líderes (Fidel e Guevara,
Daniel Ortega, Lênin e Trotsky)
não exploraram o povo e não se tornaram
elite econômica.
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Privar o povo de liberdades fundamentais,
para mim, é explorá-lo, ainda que não
economicamente.

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Regra geral, o termo "ditadura do proletariado"
vem na prática associado a um banditismo
partidário, nada tendo em comum com
nenhuma variante de democracia.
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Sem dúvida.
Da mesma forma que o termo democracia,
vem associado ao capitalismo
e imperialismo, que promovem, na prática,
o mesmo banditismo, com raras exceções.
Leia "O Fator Humano" em http://try.at/HeitorReis


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13 - devemos prestar vassalagem
e nos curvar até o umbigo, ante cada uma
das normas que os grandes e ilustres líderes
democráticos, como Jader Barbalho
e Renan Calheiros, Hildebrando Pascoal
e Luiz Estevão, aprovaram para regulamentar
o nosso exercício do jogo democrático...
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Você acredita realmente que
eles sejam líderes democráticos?
Para mim são cleptocráticos.
E, sinceramente, não disponho da informação
de qual foi o voto deles durante a elaboração
da Constituição de 1988.
Ao afirmar tal coisa, certamente você
deve dispor deste dado,
o que seria importante veicular
para que dele tomemos conhecimento.


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13 - Estou fora. Mil vezes prefiro
"reduzir a dimensão do conceito"
do que deitar ao lixo o conceito inteirinho.
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Quem, onde e como teria deitado
ao lixo o conceito inteiro?


Dial Eticamente,

Heitor Reis
BH/MG

http://try.at/HeitorReis
http://DitaduraCivilnoBrasil.cjb.net

"A grandeza de um país
não depende da expressão de seu território,
mas do caráter de seu povo."
(Colber, citado em "O Caráter",
de Samuel Smiles)



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