Companheiros,

Se me permitem gostaria de passar um texto de outro lutador 
contra as mazelas a que estamos submetidos, e pediria aos
signatarios da lista que fizessem um pequeno exercicio para
associar o que relata o autor do texto e a conjuntura que
estamos e ESTAREMOS submetidos nesta nossa luta pela melhoria
da maquina de votar.

Proporia um sub-titulo como:

E A URNA PARA 2002, COMO VAI?   VAI BEM OBRIGADO!

Mas vamos ao texto...

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"EXTORSÃO, ACHAQUE, VIOLÊNCIA... NEO LIBERALISMO É ISSO E MUITO MAIS


por Laerte Braga (Juiz de Fora - MG)

Imagine um bandido como Sérgio Naya sendo proprietário de algo em torno de
2 mil apartamentos. Vai dizer, como não se cansa de dizer, que trabalhou
duro, que saiu do nada e venceu. Roubou, trapaceou, cometeu toda a sorte de
crimes possíveis, inclusive lavar dinheiro do tráfico de drogas e está
livre, tranqüilo, auferindo os lucros de ter compreendido a essência do
capitalismo. 

Naya é algo a ser estudado, num outro aspecto. Estudou com sacrifício, era
realmente menino pobre, foi quase sempre o primeiro da turma, inclusive na
Faculdade de Engenharia em Juiz de Fora e deu no que deu. Lembra-me um
professor de matemática, daquela mesma Faculdade e que costumava dizer o
seguinte: "Deus me livre dos primeiros alunos. Têm uma deformação séria no
caráter". 

O ministro Nelson Jobim, um sem vergonha que ocupa uma cadeira no Supremo
Tribunal Federal, auto intitulou-se "líder do governo nesta Corte", quer
dizer, o cara não tem um pingo de respeito nem por ele mesmo, elaborou,
intra muros, um projeto prorrogando os mandatos dos presidentes de
tribunais superiores, para evitar que assuma a presidência do STF um
ministro adversário de FHC. E não é nenhum santo não. Pelo contrário, é o
primo de Collor, aquele que votou pela absolvição do fazendeiro que
"praticou intercurso sexual com a pretensa vítima por vontade livre dela,
ainda que remunerada". A vítima tinha doze anos.

Jobim quer que o banana do Veloso continue e assim o governo possa
continuar livre, ao arrepio da lei, escorado em medidas provisórias, tudo
conforme o receituário do consórcio de empresas e bancos que pagam FHC e as
várias quadrilhas que formam seu "governo". Vem aí 2002 e não querem
surpresas. Além do que, nessas horas o por fora aumenta e como aumenta. Ou
como diz Millôr Fernandes: "tudo bem que a corrupção é universal, mas aqui
pagamos os 10% mais caros do mundo". 

Naya recebeu "incentivos", digamos assim, do Banco do Brasil para suas
empresas, em troca do voto na reeleição. Jobim ganhou a cadeira no STF por
ter sido servil e chutado a Constituição tantas quantas vezes pediram
(continua chutando), quando ministro da Justiça de FHC. Veloso é um bobo
que acha que preside alguma coisa, que acredita que o Poder Judiciário tem
que ficar de quatro e compreender os tempos contemporâneos.

Robert Kennedy, na última entrevista que concedeu antes de ser assassinado
(tanto que quando foi exibida o senador já estava morto), perguntado sobre
o por quê ou da vaidade, ou do deslumbramento de certos homens públicos,
respondeu assim: "é que convivemos num meio em que todos recebem aplausos,
mesmo que sejam hipócritas. Que sejam formais, mas são aplausos". Para
Veloso bastam os aplausos. Acha que aparecer no "Jornal Nacional" com pose
de sério é o bastante. Fica para o álbum.

O jornalista Alberto Dines, um dos pilares na luta contra a ditadura
militar na imprensa (responsável por uma revolução no jornalismo brasileiro
quando foi editor do "Jornal do Brasil"), acima de tudo um sujeito decente,
viu-se na contingência de cancelar uma entrevista com o autor de um livro
sobre ACM e sua trajetória de cangaceiro bem sucedido, para não prejudicar
todo um conjunto de pessoas na rede de tevês educativas.  Definiu ACM de
maneira precisa e magistral ao chamá-lo de medíocre e outras coisas.

O Congresso Nacional dá o pior exemplo possível nessa luta pela presidência
das duas casas, Câmara e Senado (felizmente o PT lançou candidato próprio).
Vale tudo. Quem abaixa para apanhar o sabonete leva ferro, literalmente.
Não encontro paralelo nem em brigas de lupanares – vamos lá, esta  palavra
é fogo, mas em todo caso – onde o respeito campeia, ou é logo imposto
quando se faz necessário.  

O que acontece no Equador, na Colômbia, no México, em todos os países
latino americanos, os africanos, em muitos países da Ásia, no mundo não
desenvolvido, que seja assim, é apenas a imensa rede do capital que
agrilhoa tudo e a  todos. É a extorsão, o achaque, a violência do
capitalismo que, nesta quadra, ganhou o nome de neo liberalismo. Só isso.
Ou por outra: muito mais que isso.

FHC, como Pastrana, como De La Ruas, como Banzer, como foi Fujimori, não
diferem em nada entre eles e os outros, são figuras desprezíveis,
destituídas de qualquer sentimento, amorais lato senso, eternamente de
quatro, bandidos menores no grande saque que o capital vem promovendo
historicamente contra a classe trabalhadora.

Não há que se falar em reforma. Em convivência. Em fraternidade com essa
gente. É uma luta sem tréguas, de sobrevivência, de resistência, do
contrário vamos todos ser etiquetados e transformados em ativos até
determinada idade e jogados num almoxarifado da miséria, da barbárie, como
o são os aposentados.

Os últimos dias têm sido, particularmente, dias de vergonha, de pura
podridão. Sem falar nos assaltos contínuos e oficiais, sob a égide do
genro, praticados pelas empresas de telefonia, de energia elétrica, pelos
bancos, pelo consórcio enfim. É preciso entender, mais que nunca o sentido
real de uma afirmação de Lênine: "o que é um assalto a um banco diante de
um banco? " A luta é por aí. Não é para discurso reformista e ao agrado da
classe média com vistas a 2002. 2002 é apenas uma data."
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Saudacoes PeTistas,

Evandro Oliveira

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