[VotoEletronico] Backups, criptografia, análise do software p/ 2° turno

2002-10-17 Por tôpico Amilcar Brunazo Filho
Eneida,

At 15:22 17/10/02 -0300, you wrote:

Amilcar,
Eu percebi que era uma especulação.  Como você mesmo disse, não dá para
afirmar nada, porque o sistema é inauditável.  Mas é que você deu uma outra
explicação:  que eles estariam consertando à mão.  Só que isso não explica
o estranho fato do Lula ter ficado praticamente estacionado nos 46%, pouco
depois de apurados apenas 10% dos votos.  Ou essa última informação não é
verídica?
Cordialmente,
Eneida Melo


Que eles tiveram que consertar a mão é obvio. Ou o progrma ou os dados ou 
ambos tinham erros. Para consertar, alguém entrou no sistema de banco de 
dados, usando sua senha especial de autorização e foi corrigir o que estava 
dando erro.
Se ele só corrigiu o erro ou se ele fez algo amais, nunca saberemos, por 
que este ato de entrar (logar) no sistema e mexer nos dados ou programas da 
apuração não é feito em seção presenciada por fiscais independentes. Tudo 
isto é feito entre aqueles que são os responsáveis e que não adimitem ser 
fiscalizados!

Eu acho uma loucura isto ter acontecendo debaixo dos narizes deste monte de 
políticos e jornalistas deslumbrados, que nem tem idéia de como este erro 
foi consertado, e ainda bate palma para esta farsa toda.


[]s ,
Amilcar



__
O texto acima e' de inteira e exclusiva responsabilidade de seu
autor, conforme identificado no campo remetente, e nao
representa necessariamente o ponto de vista do Forum do Voto-E

O Forum do Voto-E visa debater a confibilidade dos sistemas
eleitorais informatizados, em especial o brasileiro, e dos
sistemas de assinatura digital e infraestrutura de chaves publicas.
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[VotoEletronico] Re: [VotoEletronico] Backups, criptografia, análise do software p/ 2° turno

2002-10-15 Por tôpico João Paulo Braga e Souza


Amilcar,

quando serão estas cerimônias de teste e lacração? Alguma
prevista aqui para o DF?

[]´s

JP

---
Nosso sistema eleitoral eletrônico precisa ser auditável.
http://www.votoseguro.org
- Original Message -
From: Amilcar Brunazo Filho [EMAIL PROTECTED]
To: [EMAIL PROTECTED]
Sent: Tuesday, October 15, 2002 12:31 PM
Subject: [VotoEletronico] Backups, criptografia, análise do software p/ 2°
turno


 Olá Sílvia,

 At 08:09 15/10/02 -0300, you wrote:
 Por que nova programação? Bastaria alterar a tabela de candidatos para
cada
 UF. E para todo o Brasil, bastaria alterar a tabela de cargos, excluindo
 senador, deputado federal e deputado estadual. Pelo próprio resultado
dado
 pelo TSE (arquivo uf_votos_secao.txt) vê-se que é esta a lógica da
 programação. Alterar OS programas, só se for para alterar algoritmos.

 Esta alteração dos programas não estava prevista pois nada deveria ser
 alterado.
 Acontece que além do erro no programam validador dos demais programas, que
 já haviamos denunciado aqui antes das eleições, um outro erro, desta vez
no
 programam de votação, foi encontrado, e que provocou erro no momento de
 gravar os resultados nos disquetes.

 O atraso na apuração final dos resultados no Rio de Janeiro (que foi um
dos
 últimos a divulgar o seu resultado), foi devido a este erro que eu vi
 acontecendo em São Gonsalo.

 Também houve um problema com a convocação dos partidos para esta
 apresentação. Eu não recebi nenhum comunicado que haveria esta nova
 modificação dos programas e não pude comparecer.
 No TSE eles alegam que enviaram o comunicado ao PDT no dia 8 mas lá no PDT
 ninguém recebeu o tal aviso. Ainda estou tentando descobrir onde está o
 foco desta confusão.


 []s ,
  Amilcar



 __
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[VotoEletronico] Backups, criptografia, análise do software p/ 2° turno

2002-10-15 Por tôpico Amilcar Brunazo Filho

Eneida,

At 16:02 15/10/02 -0300, Eneida wrote:
 Amilcar,
 O atraso na apuração final dos resultados no Rio de Janeiro (que foi um
dos últimos a divulgar o seu resultado), foi devido a este erro que eu vi
acontecendo em São Gonçalo.
 Que erro foi esse?
 [ ]'s
 Eneida Melo

Completando a mensagem anterior onde conmentei dos erros no programa de 
votação das urnas eletrônicas, obtive uma nova informação de que o programa 
de totalização dos votos utlizado no primeiro turmo TAMBÉM apresentava 
problema de funcionamento (errava as contas).

O problema foi constatado pela justiça eleitoral ANTES da eleição mas a 
decisão foi a de escamotear o problema  e consertar as contas a mão.

Isto explica por que os fiscais dos partidos não eram admitidos dentro da 
sala onde se reunia a Junta Apuradora nos TRE. No Rio de Janeiro houve até 
um princípio de tumulto com os fiscais dos partidos exigindo maior acesso 
aos dados que chegavam, mas não foram atendidos. Apenas receberam uma sala 
bem longe de onde se reunia a junta apuradora, onde viam os resultados já 
prontos pelo telão.

Este problema também deve ser a explicação do erros nos totais apresentados 
inicialmente para alguns candidatos (sendo o caso mais conhecido o do 
41.000 votos negativos do Lula, mas houve outros casos nos Estados).

Lembro que em nenhum TRE foi permitido que os fiscais dos partidos pudessem 
verificar a assinatura digital do programa totalizador, criando uma 
situação esdruxúla. O TSE calculou e publicou na Internet o hash (resumo 
criptográfico) do programa de totalização mas os juizes nos TRE não 
permitiam que os fiscais o conferissem!!!
De que adianta, então, utilizar este recurso de verificação de integridade 
dos programas e na hora de conferir não se permite?!

  O resumo disto tudo é:

1- O programa de verificação de integridade dos dados nas urnas 
eletrônicas, o VAUDIT.EXE, que deveria ser utilizado pelos fiscais dos 
partidos no dia da carga das urnas estava com DEFEITO de funcionamento a 
ponto do TRE de São Paulo divulgar a circular 71/02 onde admitia o problema 
e impedia o uso pleno do programa pelos fiscais.

2- O programa de votação, que rodou nas urnas eletrônicas no dia da eleição 
apresentava um erro ainda não explicado claramente, que provocou erro na 
gravação dos resultados no disquete em várias urnas. Foi este o motivo do 
atraso na apuração em  alguns estados como o Rio de Janeiro e Minas Gerais.

3- O programa de totalização, que rodava nos computadores nos TRE, 
apresentava erros no fechamentos dos totais. O problema foi detectado antes 
das eleições mas se optou por acertar os erros a mão.

4- Estes erros forçaram o TSE a convocar uma seção extraordinária, que não 
estava prevista no calendário eleitoral, para corrigir os programas e 
apresentá-los aos partidos, nos dias 11 a 13/10.

5- Os eleitores foram mantidos o mais desinformados possível sobre estes 
problemas e a imprensa pouco noticiou. (alguns jornalistas alegaram que não 
queiam aterrorizar o eleitorado!)

[ ]s
Amilcar


mensagem anterior

Eneida,

Eu já havia explicado. Acontece que além do erro no programa validador dos 
demais programas da urna eletrônica, que já haviamos denunciado aqui antes 
das eleições, um outro erro, desta vez no programa de votação, foi 
encontrado, e que impediu a gravação dos resultados nos disquetes de 
algumas urnas.

Eu não conheço detalhes deste erro encontrado  no programa de votação que 
fez que várias urnas não conseguissem gravar o BU no disquete, forçando a 
recuperação dos dados por meio de uma outra urna de reserva.
É muito estranho que o erro tenha ocorrido em apenas algumas urnas e não em 
todas, já que o programa deveria ser o mesmo em todas elas.
Mas o manto de silêncio que a justiça eleitoral mantém em torno do seu 
sistema faz com que os que sabem dos problemas desconversem e nada digam. 
Tentem perguntar a algum juiz o que ocorreu e vocês só ouvirão desconversa.

Eu sei apenas que por causa deste erro o TSE teve que marcar uma nova 
cerimônia de apresentação e lacração dos programas do segundo turno para os 
dias 11 a 13 de outrubro. Esta apresentação não estava prevista, já que os 
programas do primeiro turno deveriam ser os mesmos do segundo turno, 
alterando-se apenas o disquete que indica os candidatos do 2 turno.
[]s ,
 Amilcar



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2002-10-15 Por tôpico Amilcar Brunazo Filho

Eneida,

At 20:09 15/10/02 -0300, you wrote:
Amilcar,
Você acha então que a explicação dada pelo Prof. Pedro Rezende não procede?
Sobre a possibilidade de ter sido proposital?
Eu achei bem convincente.
[ ]'s
Eneida Melo

Leia com atenção o texto do Pedro.
Ele não afirma que o problema dos votos negativos do Lula era resultado de 
fraude programada.
Ele apenas especulou de como poderia um programa fraudulento mal feito 
provocar tal tipo de erro. O que o Rezende pretende com este tipo de 
especulação é demonstrar que o sistema eleitoral brasileiro não pode ser 
entendido como confiável simplesmente por que fulano ou sicrano afirma que 
o sistema é confiável. Ele apenas criou uma explicação alternativa para o 
problema, mais lógica que o suscinto erro de formatação da alegação 
oficial do TSE.

O problema verdadeiro, Eneida, não é se houve ou não a alteração dos totais 
do Lula e sim que o TSE NÃO PODE DEMONSTRAR A CONFIABILIDADE DO SEU SISTEMA 
E DO RESULTADO PUBLICADO. A verdade é que não se tem como saber se houve ou 
não fraude. E esta dúvida é o grande problema do nosso sistema eleitoral. 
Seu resultado é indemonstrável, inconferível, inauditável...

Por isto, eu tenho sido contra quem fica falando em fraude deste ou daquele 
candidato, pois não dá para saber se o programa de totalização desviava 
voto do Lula ou não. Qualquer conclusão é pura especulação. E isto é que é 
ruim, um sistema eleitoral sem confiabilidade.

Quando eu falo que nenhum partido conferiu a integridade da assinatura 
digital do programa de totalização eu estou querendo dizer só isso: ninguém 
conferiu. Não estou querendo dizer que então tinha fraude escondida lá dentro.

Se ninguém conferiu ou auditou a apuração de forma eficiente então o 
sistema não é confiável e, para mim, isto é suficientemente ruim para que 
saia por aí denunciando.

Quando eu vou assistir a apresentação dos programas no TSE, ou a carga das 
urnas nos cartórios ou a totalização no TRE, não vou procurar fraudes 
escondidas, vou lá para verificar se o sistema é auditável na prática ou 
não, se dá para conferir a apuração ou não. Quando não é (e de fato não é), 
boto a boca no trombone.

A minha luta, e sei que a do Pedro também, é conseguir despertar esta 
consciência nos eleitores brasileiros, inclusive nos bem informados e 
educados que costumam deixar este problema de lado com o argumento de que 
eu não acredito que tenha fraude proposital.

[]s ,
 Amilcar



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2002-10-15 Por tôpico Amilcar Brunazo Filho

Eneida,

At 20:09 15/10/02 -0300, you wrote:
Amilcar,
Você acha então que a explicação dada pelo Prof. Pedro Rezende não procede?
Sobre a possibilidade de ter sido proposital?
Eu achei bem convincente.
[ ]'s
Eneida Melo

Veja os comentários (desdobramentos) do próprio Pedro sobre a questão do 
houve ou não houve fraude, despertado pelo seu último artigo  em:
http://www.cic.unb.br/docentes/pedro/trabs/queda.htm
onde ele justamente fala da indemonstrabilidade da confiabilidade do 
resultado eleitoral brasileiro, que eu também abordei em minha resposta 
anterior.


-
Dos desdobramentos
Alguns colegas computatas, em posição de autoridade e influência na 
formação de opinião dentro da classe profissional, dirigiram-se a mim, após 
tomarem conhecimento deste artigo, para expressar sua crença taxativa e 
catégorica na inexistência do tipo de irregularidade sobre a qual o artigo 
estava, justamente, a mostrar-se de comprovação impossível. Desta 
impossibilidade decorre a impunidade para sua eventual ocorrência, agravada 
pelo fato da admissibilidade da prova ter necessariamente que contar com o 
anuência do acusado, sendo este, no caso, o próprio julgador. Pois, no 
nosso sistema eleitoral, é o mesmo Poder que normatiza, executa e julga 
seus processos. Quem conhece a teoria da computação deve saber que tal 
postura não tem fundamento lógico, em decorrência do primeiro teorema de 
incompletude de Göedel. A indemonstabilidade de um construto semântico 
sobre um sistema formal não-minimal não implica na falsidade do construto.
Um poder absoluto, sem tranparência, é obscurantista. Se os colegas 
duvidassem dos fatos narrados, fatos que justificam a qualificação de 
obscurantismo na condução do processo em tela, poderiam ter me pedido 
provas. Não me pediram. Se duvidassem da possiblidade de fraude, não teriam 
admitido acreditar ser o sistema vulnerável, como fizeram. Mas o que 
fizeram em seguida foi -- quero crer estar aqui analisando corretamente a 
linguagem com a qual se dirigiram a mim -- duvidar da ocorrência de fraude, 
embora não disputem os fatos que implicam na indemonstabilidade de 
possíveis ocorrências, aqui narrados.
No estudo da segurança, qualquer segurança, risco costuma ser calculado 
como estimativa do valor de perda multiplicado pela probabiliade de 
ocorrência. A experiência mostra, fartamente, que a impunidade está 
diretamente associada a esta probabilidade, estando esta experiência 
consagrada na filosofia do Direito. Em decorrência, as qualidades mais 
precisas que consigo encontrar na língua portuguesa para quem não vê 
relação entre impunidade e risco de fraude são a ingenuidade, a 
credulidade, e a boçalidade, palavra esta que aqui não busca denotar 
ofensa, mas uma qualidade psicológica formada pela combinação de pouca 
inteligência e pouca cultura. Ocorrendo num profissional de informática, 
dependendo de sua responsabilidade -- direta ou indireta -- com o sistema a 
situação se agrava, pois a tolice estará rondando a inépcia ou a cumplicidade.
Esses colegas preferiram expressar sua credulidade e confiança na 
honestidade intríneseca dos que manipulam o sistema eleitoral, já que a 
extrínseca não nos está acessível, fato que preferiram não questionar. É 
claro que se vierem a justificar-nos esta crença, a qualificação que meu 
artigo estaria lhes reservando se esvaziaria, naturalmente. E se isso vier 
a ocorrer, creio que o mal entendido deva ser atribuido mais aos seus 
laconismos dogmáticos em assunto tão delicado, do que à minha agressividade 
falastrã em assunto que não conheço em suficiência para opinar.
Dos fatos, das insinuações e das acusações:
A indemonstabilidade das possíveis fraudes de origem interna, e a 
passividade ou medo irracional da sociedade diante deste grave quadro, 
especialmente da imprensa e da grande maioria dos colegas, são as únicas 
acusações que no artigo faço. Tudo o mais são fatos, cuja documentação 
tenho disponível para quem quiser averiguar, e análises de possibilidades, 
que possam justificar ou explicar ou comparar ou conectar esses fatos.
Este é o exercício necessário a quem se julga no dever cívico de oferecer à 
sociedade sua contribuição naquilo que sabe fazer, no caso, analisar riscos 
ligados à informática. Quem discorda da análise por mim apresentada poderia 
contribuir para o debate, e para a defesa da cidadania, apresentando 
métricas alternativas para avaliação dos riscos, riscos sobre cuja 
existência se possa concordar e métricas que desqualifiquem as que 
apresento. Ignorá-las, ou descartá-las por meio de sofismas ou 
psicologismos, pela via dogmática ou casuística, creio não ser nem sábio 
nem prudente. A quem queira divulgar suas métricas alternativas, ofereço o 
espaço desta publicação eletrônica.
Também creio não cair sobre minha análise o ônus da prova de que tenha 
havido fraude, pois as únicas acusações que faço no contexto deste artigo 
são justamente a da impossibilidade do cumprimento deste ônus, caso se