Caro Heródoto e todos,
Volto a contatá-lo, com o objetivo de chamar sua atenção para um fato que a mídia tem
procurado minimizar, com ajuda do atual
governo.
Trata-se da divulgação da facilidade com que se pode fraudar a urna eletrônica,
vedete, cantada em prosa e verso por aqueles que
podem se beneficiar (ou já o fizeram) de suas possibilidades mais obscuras.
Por que você não faz uma visita ao site sobre o tema www.votoseguro.org e troca umas
figurinhas com o Amilcar Brunazzo, perito
judicial na área e assessor de alguns parlamentares? Amilcar Brunazo Filho
[EMAIL PROTECTED]
Abraços,
Heitor Reis
-Mensagem Original-
De: Heitor Reis
Para: [EMAIL PROTECTED]
Cc: CBN Heródoto Barbeiro
Enviada em: Domingo, 24 de Março de 2002 15:41
Assunto: [AmigosDoRuiMartins] Etica no jornalismo
Caro Heródoto e todos,
Perdoe minha objetividade.
Mas uma das coisas que mais me incomoda no jornalismo brasileiro é que todos, todos
sem exceção, afirmam que estamos em uma
democracia.
Caso isto fosse verdade, o povo governaria e não apenas votava.
As eleições seriam livres da influência do poder econômico, já que nem todos podem
financiar seus candidatos, especialmente os
pobres.
Portanto, há uma manipulação das eleições pelos ricos, contrariando a Constituição que
proibe a influência do poder econômico e
não apenas o abuso.
Não estarei em SP, mas venho defendendo esta tese na Internet há alguns anos e o
enfoque desta questão será fundamental para que
haja realmente alguma ética no jornalismo, em um tema de tamanha relevância.
O único problema que você ter de entrar na fila dos desempregados logo após...
Segue artigo de um jurista de renome sobre o tema.
Há outros nos endereços listados abaixo
Abraços,
Heitor Reis
BH/MG
ABAIXO A CLEPTOCRACIA!
http://br.geocities.com/ditaduracivil/
http://try.at/HeitorReis
+++
http://www.diap.org.br/Diap_99/Boletin/ano98/julho/plutocracia.htm
http://geocities.yahoo.com.br/ditaduracivil/pluto.html
==
Plutocracia nas eleições
==
Osny Duarte Pereira
Jurista e membro do
Conselho da República
e professor do Instituto Superior
de Estudos Brasileiros - ISEB
No dicionário Aurélio a palavra Plutocracia, sociologicamente, significa:
Dominação da classe capitalista,
detentora dos meios de produção,
circulação e distribuição de riquezas,
sobre a massa proletária,
mediante um sistema político e jurídico
que assegura àquela classe o controle social e econômico.
Em comentários à Constituição (de 1967),
Pontes de Miranda,
tido como um dos mais conceituados
constitucionalistas brasileiros,
depois de discorrer sobre a evolução
da Liberdade, no Direito nacional, conclui:
Tudo é passado, mas cheio de lições.
O problema, hoje, é mais profundo:
quer-se mais democracia,
o que significa, nos nossos dias,
livrar da plutocracia as eleições,
e mais igualdade, mais ciência, mais técnica.
Igualdade não se faz em textos.
Os homens não serão iguais enquanto a todos
não se derem as mesmas oportunidades.
A plutocracia, como sistema político e jurídico,
se instala através de processo eleitoral adequado
a favorecer a escolha dos privilegiados
em detrimento dos candidatos dos mais desfavorecidos.
Ao longo dos séculos, tem existido
um esforço permanente dos assalariados
em reduzir essa influência
que se contrapõe ao conceito de Democracia,
escopo de todos os chamados
estados de direito, ditos civilizados.
Os jornais noticiaram, amplamente,
as discussões nos parlamentos europeus e japonês
sobre a corrupção oriunda das contribuições
de grandes empresários aos partidos,
com a finalidade de eleger Legislativos dóceis
a negociatas com dinheiros públicos.
É copiosa a literatura de sociólogos norte-americanos
descrevendo e condenando esse cancro
da democracia em seus país.
Aqui, a imprensa promoveu uma devassa
sobre os alucinantes recursos,
canalizados pelos grandes empresários,
para eleger Fernando Collor
e uma grande parte dos parlamentares.
(Ver O Globo, de 14.06.92,
Jornal do Brasil, de 11, 15 e 21.05.92;
Veja, de 17.06 e 22.07.92,
entre outros, apontados em nossos ensaios,
O Clamor Público por uma Nova Lei Eleitoral,
publicado na CIDE,
do Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro,
n. 2, setembro de 1992).
Na Itália, a devassa resultou numa verdadeira revolução.
Os juízes tomaram a iniciativa de furar o tumor.
Prenderam grandes empresários, políticos tradicionais e,
apoiados pelo povo, os parlamentares decentes
promoveram uma nova legislação eleitoral
em que os donativos estão proibidos.
(Ver um balanço no Jornal do Brasil, de 24/08/93,
com o título Craxi é o maior corrupto da Itália).
É certo que não basta eliminar as doações,
quando o controle dos meios de comunicação
permanece em poder de poderosos grupos privados
e estes podem recorrer a todos os expedientes
para assustar e enganar o eleitor,
sem dar espaço de contestação aos adversários.
Graças a esse privilégio, o magnata Berlusconi