[VotoEletronico] Re: [VotoEletronico] VOTAÇÃO das Urnas Eletrônicas

2001-10-03 Por tôpico pr7aeh

Grande Amilcar,


Eis meu consolo: você, como cidadão, fez a sua parte. 

Se me aconteceram algumas coisas gratificantes nesta vida, uma delas foi ter 
participado 
desta Lista.  Mas saiba, algo me dizia que tudo terminaria assim. Sou tido como 
pessimista por muitos. Geralmente não me ofendo quando percebo olhos me vendo 
assim. A vida me ensinou que quase a totalidade das pessoas são otimistas por opção, 
portanto, para que  assim vivam, é necessário que estas auto-obliterarem a razão. À 
luz 
desta realidade, digamos que existem mais pessoas irracionais que racionais. 

Entre os racionais, que são poucos, uns optam por utilizar a inteligência para fins 
escusos, outros, a minoria desta minoria, são pessoas como você: honestas. 

Sou filho de um homem como você. Um professor de latim, ex-seminarista, culto, 
honestíssimo, que optou  por lutar armado com lápis e papel contra tudo quanto havia 
de 
desonesto. Você não imagina o quanto este homem sofreu por conta desta opção. Ele 
passou a ser uma espécie de intruso aos poderosos, foi caçado (com cedilha mesmo) 
pelas milícias do Estado. E veja bem, muito antes de 1964. Após 1964, a truculência 
aumentou. Para que percebas a truculência dos caçadores, eu, ainda criança, tive um 
cano 
de uma INA enfiado na minha boca para confessar onde meu pai estava. Quem fez isto ? 
O Estado. Neste momento perdi dois dentes. O resto é uma longa história. 

Por tal, amigo, lute por seus interesses. Esqueça tudo isto. Pessoas como você tendem 
a 
sofrer muito.

Faço agora alguns comentários sobre o ocorrido.

“No dia 15 de agosto, o Jobim fez um acordo com o Requião, com o 
Tuma, com o Brizola e com outros parlamentares envolvidos no 
assunto, de que o TSE aceitaria (quer dizer, deixaria o projeto de lei 
ser aprovado sem fazer lobby contra) a impressão do voto desde que 
fosse incluído o voto manual em separado no projeto de lei e lhe fosse 
dada a verba necessária para a implantação das modificações. O 
Jobim disse, também, que não valeria o princípio da anualidade para 
esta lei, por que ela não altera direitos dos eleitores.”

Apesar de render homenagens ao trabalho do Requião, sinto-me 
obrigado a apontar alguns erros que cometeu. Veja o que você 
escreveu: ? “...  o Jobim fez um acordo com o Requião...” Este foi o 
mais grave. Requião jamais deveria ter negociado com o TSE. 
Requião é um senador, um representante do Povo, do dono da coisa, 
portanto não devia ter negociado nada com o TSE. Requião deveria 
ter buscado apoio popular para o seu projeto, deveria ter botado a 
boca no trombone, como fez Brizola. Ele próprio declarou que evitou 
um confronto com o TSE. Nunca entendi esta sua posição. Havia uma 
briga. Não havia espaço para carícias. Perdemos parte da questão 
nesta tolice do Requião. 

“ o Jobim redigiu um projeto de lei novo, colocando uma série de 
outras alterações que não faziam parte do acordo inicial e que 
comprometiam bastante a confiabilidade objetivada.”

Deste momento em diante cabia uma denúncia. Posto que, o que fora 
escrito aumenta as facilidades às fraudes e oferecia garantias aos 
que tramam contra a lisura do processo eleitoral.

“No dia da votação deste substitutivo, o Jobim encaminhou a vários 
senadores as emendas que ele queria ver inclusas (e que tinham sido 
rejeitadas pelo Tuma).”

Faltou aqui a figura da impressa. Não é papel do Ministro redigir 
projetos de leis. No fundo o Senado saiu desmoralizado. Esta tutela 
intelectual aponta para a incompetência do Senado. Eu, então 
senador, não permitiria isto, denunciaria a indução do TSE. Se o 
Senado não é capaz de fazer o certo por moto próprio, para que 
mantemos tudo aquilo ? 

“Foram apresentadas 19 emendas, sendo que apenas 4 (3 do 
Requião e uma do Valadares) tinham texto diferente das oferecidas 
pelo TSE.”

O TSE não podia, não devia, não poderia ter se intrometido. Cabia 
uma denúncia constando em ata. Ao TSE cabe cumprir leis, e leis são 
feitas por representantes populares: vereador, deputados e 
senadores. Nisto os nossos senadores foram frouxos. 

“Miro Teixeira, inclusive a que excluía o Sistema Operacional da lista 
de programas apresentados aos partidos, contrariando o próprio 
mandato de segurança do PDT.”

Pelo que me consta este senhor é deputado. Tem sido um deputado 
barulhento em público, todavia, muito afinado intramuros.

Bom, ia escrever um pouco mais, todavia, vejo que minha raiva em 
nada vai contribuir.

Só nos resta fazer uma denúncia internacional. Denuncia esta que 
terá poucos efeitos, todavia, deixa registrada a safadeza.

O meu protesto será o de ir votar vestido de palhaço. Vou passar todo 
o dia da eleição assim.


Um abraço,


Aristóteles

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autor, conforme identificado no campo remetente, e nao
representa necessariamente o ponto de vista do Forum do Voto-E

O Forum do Voto-E visa debater a confibilidade dos sistemas

[VotoEletronico] VOTAÇÃO das Urnas Eletrônicas

2001-10-03 Por tôpico pr7aeh

On 3 Oct 2001, at 10:31, Wallace F. e Silva wrote:

 Aristoteles e companheiros,
 
 Sou novo na lista tem uns 2 meses que acompanho a discussao, e acredito
 que um movimento para todo mundo ir votar de palhaco serah um dos ultimos
 cartuchos !
 

É para valer mesmo. Vou pedir ajuda a um amigo estilista. A idéia é 
levar uma peruca no bolso e um nariz de bola. Após votar, ainda na 
cabine indevassável, saio de lá caracterizado: palhaço. Uma calça 
e um suspensório estravagante. Idéias são bem-vindas. Vou 
procurar saber de pessoas ligadas a teatro que tinta é aquela 
branca. Se der pinto a cara.


Aristóteles
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eleitorais informatizados, em especial o brasileiro, e dos
sistemas de assinatura digital e infraestrutura de chaves publicas.
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http://www.votoseguro.org
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[VotoEletronico] VOTAÇÃO das Urnas Eletrônicas

2001-10-03 Por tôpico Amilcar Brunazo Filho

Olá,

O PLS 194/99, NÃO FOI VOTADO HOJE (03/10) NO PLENÁRIO CÂMARA, ao contrário 
do que afirmara o Sen. Hugo Napoleão (PFL) ontem, ao orientar a bancada do 
PFL a votar contra a proposta do Requião de retirar a exigência de 
anualidade, do texto do PLS 194.

O Sen Hugo Napoleão afirmou que não era preciso retirar o principio da 
anualidade do último artigo por que tinha certesa que ele seria aprovado 
na Câmara hoje.

... Não foi...

Este posicionamento do Sen. Napoleão foi orientado pelo Min. Jobim (o 
senador não escondeu este fato) que assim descumpriu o que havia dito aos 
parlamentares, no seu gabinete do STF, no dia 15/08.

(fica ruim para nós, eleitores brasileiros, saber que a nossa maior 
autoridade eleitoral, que acumula poderes judiciário, executivo e 
legislativo, não cumpre com a palavra empenhada)

No entanto, foi marcada para amanhã (4/10) uma reunião extraordinária da 
Câmara. A pauta ainda não foi divulgada e não dá para saber se o PLS 194 
será incluido ou não.

Se for aprovado amanhã na Câmara, ainda valerá para as eleições de 2002. Se 
não for, só valerá para 2004!!!



[ ]s
Amilcar
EU QUERO VER MEU VOTO !
www.brunazo.eng.br
Santos, SP

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[VotoEletronico] VOTAÇÃO das Urnas Eletrônicas

2001-10-02 Por tôpico Amilcar Brunazo Filho

Olá,

Sobre explicações da votação no senado do projeto de lei que tentava dar 
mais credibilidade ao sistema eletrônico eleitoral, Gil disse:

Acho que o Amílcar deverá fazê-lo, Ari. Tá tudo muito nebuloso ainda, pelo
menos para mim. Como ele tem maior contato com o Senador Requião (que aliás
fez o que pode), as informações dele serão bem melhores do que a minha.

Lá vai a minha versão...

Tomamos um banho...
Em termos de propostas aprovadas no senado, perdemos tudo... de goleada...
TSE 10 x 0 Voto-E

Primeiro vamos rever os acontecimentos recentes:

No dia 15 de agosto, o Jobim fez um acordo com o Requião, com o Tuma, com o 
Brizola e com outros parlamentares envolvidos no assunto, de que o TSE 
aceitaria (quer dizer, deixaria o projeto de lei ser aprovado sem fazer 
lobby contra) a impressão do voto desde que fosse incluido o voto manual em 
separado no projeto de lei e lhe fosse dada a verba necessária para a 
implantação das modificações. O Jobim disse, também, que não valeria o 
princípio da anualidade para esta lei, por que ela não altera direitos dos 
eleitores.

Para incluir este itens do acordo no projeto de lei, o Jobim redigiu um 
projeto de lei novo, colocando uma série de outras alterações que não 
faziam parte do acordo inicial e que comprometiam bastante a confiabilidade 
objetivada.

O Sen. Tuma (PFL), como relator, aceitou algumas destas novas sugestões, 
mas rejeitou as principais e gerou o texto do projeto substitutivo.
No dia da votação deste substitutivo, o Jobim encaminhou a vários senadores 
as emendas que ele queria ver inclusas (e que tinham sido rejeitadas pelo 
Tuma). Foram apresentadas 19 emendas, sendo que apenas 4 (3 do Requião e 
uma do Valadares) tinham texto diferente das oferecidas pelo TSE.
O Sebastião Rocha (PDT) caiu na armadilha e apresentou TODAS as 8 emendas 
sugeridas pelo TSE, segundo ele por solicitação do Dep. Miro Teixeira, 
inclusive a que exluia o Sistema Operacional da lista de programas 
apresentados aos partidos, contrariando o próprio mandato de segurança do PDT.
Os senadores do PFL apresentaram AS MESMAS EMENDAS que o PDT, de forma que 
havia duas emendas para cada tema, idênticas!

O Tuma (na realidade o Requião), em novo acordo com o Sen. Hugo Napoleão, 
lider do PFL, aceitou mais alguns dos itens propostos pelo TSE mas 
modificou outros, e este novo acordo foi para a votação...
(fazia parte deste novo acordo, se aceitar o voto manual e manter a 
desvinculação entre votação e identificação)

O que aconteceu na votação do plenário
--

O Sebastião Rocha (PDT) se arrempendeu e, por solicitação direta do Brizola 
que percebeu estar sendo utilizado pelo Jobim, pediu a retirada das emendas 
1 (sorteio na véspera)  e 8 (recusa de Sistema Operacional aberto). Manteve 
as demais que, como já disse, tinham duplicatas nas emendas do PFL.

O Requião descobriu mais uma armadilha que estava no art. 6 do 
susbtitutivo, que forçava o princípio da anualidade e quis retirá-lo, mas a 
bancada governista (PFL, PSDB e PMDB),  CONTRARIANDO O PROMETIDO PELO JOBIM 
AOS PARLAMENTARES,  votaram contra a retirada do princípio da anualidade, o 
que quer dizer que se o projeto de lei não for aprovado amanhã (dia 3/10) 
na Câmara, NÃO VALERA' PARA AS ELEIÇÕES DE 2002 !

O Hugo Napoleão pediu votação em destaque de todas as emendas do TSE que 
tinham sido rejeitadas pelo Tuma (inclusive a sobre a desvinculação, 
CONTRARIANDO O ACORDO que tinha feito com o Requião) e, usando a maioria da 
bancada governista, aprovou-se todas elas, de forma que o texto final 
aprovado pelo Senado é 100% escrito pelo TSE e NADA dos projetos originais 
do Requião/Tuma/Voto-e restou aprovado!

O Hugo Napoleão teve o refinamento de selecionar para aprovação as emendas 
apresentadas pelo PDT sempre que havia uma duplicata dela apresentada pelo 
PFL, seu partido. Fez isto com a única finalidade de poder dizer que as 
emendas aprovadas foram apresentadas pelo PDT, que tanto havia protestado 
contra a falta de transparência do TSE.
Quando o Sebastião Rocha compreendeu que havia caido numa armadilha do 
Jobim, tentou retirar suas próprias emendas mas teve seu pedido recusado. 
Acabou por se criar uma cena patética em que o Sen. Rocha declarava o seu 
voto contrário a suas próprias emendas!!!

Como eu já disse, o texto final do projeto de lei que impõe o voto impresso 
pela urna eletrônica foi 100% escrito pelos técnicos do TSE e é muito 
importante que se frise à imprensa que nada dele se deve ao Sen. Requião, 
que tentou, junto com o Sen. José Dutra (PT) despertar a consciência dos 
senadores governistas para o absurdo de se votar numa máquina com software 
secreto ou de se sortear ANTES do dia da votação quais urnas serão 
auditadas, sem conseguir nada. O Sen. Nabor Junior (vice lider do PMDB) não 
se vexou em declarar que votava contra as propostas do Requião por que era 
de interesse do TSE!!!

Vejam como é diferente o que o Voto-e propunha, ao longo dos últimos quatro