UN COMENTARIO EN _TRIBUNA DA IMPRENSA_ SOBRE EL "PLAN COLOMBIA"
A COMMENT FROM _TRIBUNA DA IMPRENSA_ ON THE "COLOMBIA PLAN"

Organization:           UFPB-NEPREMAR
To:                     Lista de geografia <[EMAIL PROTECTED]>
From:                   Gilson Melo <[EMAIL PROTECTED]>
Date sent:              Fri, 20 Oct 2000 18:06:15 -0300
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Subject:                [listageografia] Plano Colômbia: vai sobrar para o Brasil

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Prezadas(os) colegas,

Surpreendentemente, o famigerado Plano Colômbia, que quase certamente
trará terríveis implicações (e complicações) para o Brasil, não tem
obtido a devida repercussão nesta conceituada lista.
Surpreendentemente porque, não desconsiderando a importância desses
episódios recentíssimos, aqui se discutiu, de forma competente e
enfática, primeiro o conflito dos Bálcãs, notadamente o drama de
Kosovo, e depois o de Timor Leste, embora de menor peso para o Brasil
comparativamente à gravíssima situação ora vivida na Colômbia, nosso
vizinho amazônico. Esta reflexão moveu-me a enviar para a lista a
matéria, abaixo transcrita, assinada pelo jornalista Carlos Chagas e
publicada na edição de hoje do jornal carioca Tribuna da Imprensa.
Abraços

Gilson Melo.



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Um gringo estabanado; por Carlos Chagas (Tribuna da Imprensa,
sexta-feira, 20/10/2000)

BRASÍLIA - Olha aí o dia seguinte continuando a ficar pior do que a
véspera, como sempre repete mestre Helio Fernandes. No encerramento da
IV Conferência de Ministros da Defesa das Américas, o subsecretário de
Defesa dos Estados Unidos, James Rodner, brindou os colegas com frase
que define a postura de seu país, agora transformado em superpotência
única no planeta: "O Plano Colômbia será executado com ou sem a
solidariedade internacional."

Depois que o secretário de Defesa, Willian Cohen, passou duas horas e
meia conversando com o presidente Fernando Henrique, convencendo-o a
dar o "apoio firme" do Brasil ao presidente colombiano Andrés
Pastrana, quer dizer, solidarizando-se com o Plano Colômbia, vem esse
gringo estabanado e complica tudo.

Porque o Brasil estava contra a intervenção armada dos Estados Unidos
num país limítrofe com o nosso e desde o início se negou, como ainda
se nega, a integrar a tal força armada de combate à guerrilha e ao
narcotráfico. Apoiar retoricamente a iniciativa já foi um grande
avanço, mesmo na perspectiva norte-americana, mas agora fica tudo
tornado sem efeito pela infeliz proclamação.


Elers não fazem graça para ninguém

Que já era assim, nem se duvida. Faz muito que os Estados Unidos
impõem seus interesses através das armas. Mesmo antes da débacle da
União Soviética os "marines" transitavam pelos cinco continentes.
Depois, ficou pior, bastando lembrar os mísseis lançados sobre a
Somália, Bagdá, Kosovo e Belgrado, ainda recentemente.

Se continuam dando de ombros para a opinião pública internacional,
todo mundo sabe, não precisariam falar a respeito da intervenção na
Colômbia, precisamente diante dos vizinhos daquele país, já obrigados
a deglutir pílula tão amarga.

Até o ministro da Defesa do Brasil, Geraldo Quintão, irritou-se e
protestou. Afinal, serão para nós as piores conseqüências do
incremento com data marcada da luta ao longo de nossas fronteiras -
começará em janeiro. Ninguém pode garantir que contingentes
guerrilheiros, dos narcotraficantes e até do exército colombiano e dos
batalhões norte-americanos não venham a se embrenhar pelo nosso
território, querendo ou sem querer.

A floresta é uma só, não está especificamente delimitada, além de a
estratégia militar não se preocupar, propriamente, com esses detalhes
geográficos ou geopolíticos. Na hora que zunem as balas e explodem as
bombas, o que importa é salvar a vida e, se possível, vencer a
batalha.

Acresce que as populações locais, intimidadas pela luta, terão que
fugir para algum lugar. Imagine-se para onde. Relacione-se, ainda, o
fato de que a lei da gravidade fará escoar para rios brasileiros os
resíduos das armas químicas empregadas em território colombiano para a
extirpação das plantações de coca e de papoula.

A Bacia Amazônica é uma só e logo far-se-ão sentir em nossos rios, na
flora e até na fauna ribeirinhas, os efeitos dos desfolhantes e
sucedâneos já previstos para utilização.


O jeito agora é enfrentar

O Brasil mobiliza o Exército e a Polícia Federal na zona de fronteira
com a Colômbia, ainda que não tenha dado maiores demonstrações de
força, o que seria no mínimo aconselhável, para desestimular
alienígenas.

O "apoio firme" enfatizado ainda esta semana pelo presidente Fernando
Henrique ao Plano Colômbia recomendava cautela, mas, agora, como
ficamos? Solidariedade, da qual os norte-americanos prescindem, sempre
foi um componente essencial nas relações internacionais.

Sua inocuidade declarada não deixará de despertar reações, mesmo por
parte de um governo que, como o nosso, tem feito sempre aquilo que os
patrões determinam, em se tratando de política econômica.

Eis aí uma frase, melhor dizendo, um episódio, que será minimizado
pela grande mídia, como outros semelhantes, ainda que se torne
necessário anotá-lo no rol das humilhações a que vimos sendo
submetidos há tempos.



--
Gilson do Nascimento Melo
Nucleo de Estudos e Pesquisas de Recursos do Mar
UFPB/CCEN
58051-900 Joao Pessoa, Paraiba, Brasil
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