Mas e se o juiz dissesse "Você será enforcado de surpresa na segunda ou na terça ou na quarta ou na quinta ou na sexta" ?
Nesse caso, mesmo que o preso (ou rábula) concluísse pela inconsistência ou pela impossibilidade do enforcamento, o juiz poderia enforcá-lo em qualquer dia. O rábula certamente ficaria surpreso dada sua própria conclusão, e o juiz perguntaria; "Está surpreso, meu caro? Não foi exatamente a isso que eu lhe condenei?" Walter PS - Talvez seja essa a formulação do problema do exame surpresa, mas não sei se é exatamente a mesma. De todo modo a questão central aí é a surpresa, que parece ser intratável logicamente... Em qua, 25 de mar de 2020 07:10, <logica-l@dimap.ufrn.br> escreveu: > logica-l@dimap.ufrn.br > <https://groups.google.com/a/dimap.ufrn.br/forum/?utm_source=digest&utm_medium=email#!forum/logica-l/topics> > Grupos > do Google > <https://groups.google.com/a/dimap.ufrn.br/forum/?utm_source=digest&utm_medium=email/#!overview> > <https://groups.google.com/a/dimap.ufrn.br/forum/?utm_source=digest&utm_medium=email/#!overview> > Resumo por e-mail dos temas > Ver todos os temas > <https://groups.google.com/a/dimap.ufrn.br/forum/?utm_source=digest&utm_medium=email#!forum/logica-l/topics> > > - O enforcado - de novo <#m_-5314833240286883577_group_thread_0> - 13 > atualizações > - ensino de Lógica [e tudo o mais] na era do distanciamento social > <#m_-5314833240286883577_group_thread_1> - 7 atualizações > - 14 anos de LOGICA-L <#m_-5314833240286883577_group_thread_2> - 1 > atualização > - Abaixo-assinado · Pela imediata Revogação da Portaria 34 da CAPES > #NenhumaBolsaaMenos <#m_-5314833240286883577_group_thread_3> - 1 > atualização > > O enforcado - de novo > <http://groups.google.com/a/dimap.ufrn.br/group/logica-l/t/167c5cbdd059263e?utm_source=digest&utm_medium=email> > Rodrigo Freire <freires...@gmail.com>: Mar 24 11:15AM -0300 > > Olá Andrea. A formulação da prova surpresa é mais familiar para mim. > > A sentença poderia ser reformulada com o axioma: > > *Você será enforcado na segunda ou na terça ou na quarta ou na quinta ou na > sexta.* > > Essa é a única informação da sentença. O resto tem o efeito de "sem mais > informações" e é melhor entendida como uma frase da metalinguagem (sobre o > sistema de informações, não como uma informação adicional). Uma > incorporação do "sem mais informações" como uma informação positiva não > gera um sistema confiável. > > A interpretação que o rábula faz da sua sentença de morte incorpora em seu > sistema de justificação a parte prescreve o que ele não saberá. Ou seja, > ele interpreta, com ajuda da má formulação da sentença, uma ausência de > informação como informação positiva. > Esse movimento incorpora na lógica do rábula uma modalidade > metalinguística. O sistema resultante de justificação do rábula é baseado > na própria noção de justificação que o sistema tenta capturar. Esse é um > tipo de planificação da linguagem/metalinguagem é problemática e não gera > um sistema dedutivo confiável. De qualquer modo, uma formalização simples > desse sistema em logica modal resulta inconsistente. > > É assim que vejo o problema. > > Abraço > Rodrigo > > > > > > > Andrea Loparic <alopa...@gmail.com>: Mar 24 03:38PM -0300 > > Oi Rodrigo, > > Assim formulado, o problema é outro. O problema tradicional é uma questão > de lógica epistêmica. O não poder saber de véspera é parte da sentença > do problema tradicional. Eu não estou nesse momento podendo pegar meu > exemplar do "The ways of Paradox" do Quine, onde ele expõe o problema e > a solução que ele dá; se você ou algum colega tiver à mão esse livro, peço > que copie aqui a formulação que lá aparece. > Abraços, > Andréa > > < > https://www.avast.com/sig-email?utm_medium=email&utm_source=link&utm_campaign=sig-email&utm_content=webmail > > > Livre > de vírus. www.avast.com > < > https://www.avast.com/sig-email?utm_medium=email&utm_source=link&utm_campaign=sig-email&utm_content=webmail > >. > <#DAB4FAD8-2DD7-40BB-A1B8-4E2AA1F9FDF2> > > Em ter., 24 de mar. de 2020 às 11:15, Rodrigo Freire <freires...@gmail.com > > > escreveu: > > >> > https://groups.google.com/a/dimap.ufrn.br/d/msgid/logica-l/CACHAqBnO2pCNhNfMO9OqEcy5d5G%3DUspDta1Ek6DcU1TU6f%3DAVg%40mail.gmail.com > >> < > https://groups.google.com/a/dimap.ufrn.br/d/msgid/logica-l/CACHAqBnO2pCNhNfMO9OqEcy5d5G%3DUspDta1Ek6DcU1TU6f%3DAVg%40mail.gmail.com?utm_medium=email&utm_source=footer > > > >> . > > < > https://www.avast.com/sig-email?utm_medium=email&utm_source=link&utm_campaign=sig-email&utm_content=webmail > > > Livre > de vírus. www.avast.com > < > https://www.avast.com/sig-email?utm_medium=email&utm_source=link&utm_campaign=sig-email&utm_content=webmail > >. > <#DAB4FAD8-2DD7-40BB-A1B8-4E2AA1F9FDF2> > Rodrigo Freire <freires...@gmail.com>: Mar 24 03:48PM -0300 > > Oi Andrea, > > Sim, meu ponto é que a teoria epistêmica resultante não é confiável (se > formalizada será contraditória). Por isso sugiro que "não saberá de > véspera" não deve ser interpretada como uma nova informação e internalizada > através de uma linguagem epistêmica, mas apenas como a metainformação "sem > mais informações". O problema se dissolve se interpretado desse modo. > > Abraço > Rodrigo > > > > > Andrea Loparic <alopa...@gmail.com>: Mar 24 04:08PM -0300 > > Bem o que você está dizendo é que o probema tradicional é um > falso problema, ou seja, que a sentença não tem modelo. Você > concorda então com o rábula! E seria contraditado na terça > feira, quando fosse surpreendido pela chegada do carrasco > pra te buscar as 5:50 ! > > < > https://www.avast.com/sig-email?utm_medium=email&utm_source=link&utm_campaign=sig-email&utm_content=webmail > > > Livre > de vírus. www.avast.com > < > https://www.avast.com/sig-email?utm_medium=email&utm_source=link&utm_campaign=sig-email&utm_content=webmail > >. > <#DAB4FAD8-2DD7-40BB-A1B8-4E2AA1F9FDF2> > > Em ter., 24 de mar. de 2020 às 15:48, Rodrigo Freire <freires...@gmail.com > > > escreveu: > > Rodrigo Freire <freires...@gmail.com>: Mar 24 04:47PM -0300 > > Ao contrário, discordo do raciocínio do rábula. O rábula raciocina em um > sistema que usa o raciocínio do rábula (o próprio sistema, portanto) na > linguagem objeto. Esse sistema é contraditório, dele qualquer coisa se > segue. Não se pode usar esse sistema. > > Antonio Marmo <marmo.t...@gmail.com>: Mar 24 05:50PM -0300 > > Pois é preciso dizer antes em quais termos se coloca o problema para > pensar a solução. Ainda assim, isto não garante que alguém não o resolva > pensando “fora da caixa”. > > A lenda do nó górdio é um exemplo óbvio. Alexandre o Grande teria sido o > único que resolveu o problema passando a espada, ao passo que todos antes > dele pressupuseram que a proposta era desfazer o nó sem partir a corda. > > Voltando ao problema específico: as Cortes de Lisboa determinam que El-rei > D. João VI deve voltar à Lisboa. O monarca responde: “um dia eu volto, hoje > não.” Como vamos analisar o problema? Usando alguma lógica epistêmica > conhecida, como T ou D? Usando da simples lógica proposicional clássica? Ou > vamos observar como as pessoas intuitivamente reagem ao problema? > > No caso do exemplo histórico, os deputados portugueses não se > surpreenderam com o retorno de D. João VI quando aconteceu. Na verdade, ao > ouvirem dele que regressaria algum dia, mas sem uma data marcada, > entenderam que ele não regressaria e o pressionaram até que anunciasse sua > partida do Rio de Janeiro. Qual era a lógica que guiou a intuição política > nesse caso? Houve uma lógica nisso? > > Por isso é que questões em lógica não se limitam à parte técnica. Não > existe a técnica sem a indispensável reflexão filosófica. É no bojo dela > que os problemas se formulam. Obviamente, admitimos que ad soluções quando > nos chegam podem estar fora da caixa, mas neste caso é outrossim necessário > ter ciência de que a reflexão se deslocou para outros termos. Só com a > reflexão clara entendemos direito o que significam os problemas e as > soluções propostas. > > Most problems of teaching are not problems of growth but helping cultivate > growth. As far as I know, and this is only from personal experience in > teaching, I think about ninety percent of the problem in teaching, or maybe > ninety-eight percent, is just to help the students get interested. > Noam Chomsky > > Andrea Loparic <alopa...@gmail.com>: Mar 24 06:14PM -0300 > > Então não entendi sua posição antes. Deixe ver agora: > Na sua opinião, a sentença do rei é sustentável e > é o raciocínio do rábula que não é? > E você estava mostrando por que a argumentação do > rábula está furada, é isso? > > < > https://www.avast.com/sig-email?utm_medium=email&utm_source=link&utm_campaign=sig-email&utm_content=webmail > > > Livre > de vírus. www.avast.com > < > https://www.avast.com/sig-email?utm_medium=email&utm_source=link&utm_campaign=sig-email&utm_content=webmail > >. > <#DAB4FAD8-2DD7-40BB-A1B8-4E2AA1F9FDF2> > > Em ter., 24 de mar. de 2020 às 17:50, Antonio Marmo <marmo.t...@gmail.com> > escreveu: > > Rodrigo Freire <freires...@gmail.com>: Mar 24 06:27PM -0300 > > A sentença do rei é mais que sustentável, ela de fato ocorre, não é? > O raciocínio do rábula não é sustentável, como não são alguns raciocínios > que contém a noção metalinguística de "verdade" na linguagem objeto. Ele > poderia, por exemplo, dizer ao rei: "se o que estou a dizer é verdade, > então sou inocente". O rei teria que concluir que essa frase é verdadeira, > portanto que o rábula é inocente. É essa analogia que faço. > No caso em questão, o raciocínio contém a noção metalinguística de "saber" > na linguagem objeto. > Meu ponto é que isso gera um sistema inconsistente, como a inclusão da > noção metalinguística de "verdade" na linguagem objeto. > > > > > Antonio Marmo <marmo.t...@gmail.com>: Mar 24 06:47PM -0300 > > Rodrigo, > > A que semântica você se refere quando diz isso? > > Suponha que numa lógica epistêmica o operador K faz o modal “quadradinho”. > Numa semântica como a de Scott-Montague, Kp então quer dizer que o conjunto > de mundos da proposição p está na vizinhança de um mundo de referência w. > Por que isso seria inconsistente de dizer? > > Andrea Loparic <alopa...@gmail.com>: Mar 24 06:53PM -0300 > > Ah, tá. Eu não tinha entendido sua primeira msg. > Também acho que o furo do rábula tem a ver com "saber" e > que já a eliminação do último dia não se sustenta, ou seja, o > "se eu fosse morrer no sábado, eu saberia na sexta que > ia morrer no sábado" é falso e ele não poderia impugnar > a sentença na sexta dizendo algo como "eu não vou morrer > amanhã pois eu estou sabendo hoje que vocês vão me matar > amanhã"... > > > Em ter., 24 de mar. de 2020 às 18:27, Rodrigo Freire <freires...@gmail.com > > > escreveu: > > Rodrigo Freire <freires...@gmail.com>: Mar 24 07:35PM -0300 > > Não é a lógica (modal) que é inconsistente, é a teoria modal em que o > rábula raciocina. Vamos analisar esse raciocínio para tentar esclarecer. > > Seja K o operador de conhecimento de véspera, ~ o operador de negação, p1 a > proposição que diz que o enforcamento será na segunda, ..., p5 a proposição > que diz que o enforcamento será na sexta. > > O rábula admite como axiomas > > A: (p1 e ~K(p1)) ou ... ou (p5 e ~K(p5)). [a interpretação dele da > sentença] > > > B1: p1 implica ~p2 e ... e ~p5 > . > . > . > B5: p5 implica ~p1 e ... e ~p4 > > C: p5 implica K(p5) > > D: K(~p5) implica (p4 implica K(p4)) > > E: (K(~p5) e K(~p4)) implica (p3 implica K(p3)) > > F: (K(~p5) e K(~p4) e K(~p3)) implica (p2 implica K(p2)) > > G: (K(~p5) e K(~p4) e K(~p3) e K(~p2)) implica (p1 implica K(p1)) > > Agora o raciocínio: > > - A partir de C, de B5 e de A, conclui-se ~p5. Da necessitação, que o > rábula assume pois o que ele deduz ele considera como conhecimento de > véspera, K(~p5). > > - A partir de K(~p5), de B4, de D e de A, conclui-se ~p4. Da necessitação, > que o rábula assume pois o que ele deduz ele considera como conhecimento de > véspera, K(~p4). > > - A partir de K(~p5), K(~p4), de B3, de E e de A, conclui-se ~p3. Da > necessitação, que o rábula assume pois o que ele deduz ele considera como > conhecimento de véspera, K(~p3). > > - A partir de K(~p5), K(~p4), K(~p3), de B2, de F e de A, conclui-se ~p2. > Da necessitação, que o rábula assume pois o que ele deduz ele considera > como conhecimento de véspera, K(~p2). > > - A partir de K(~p5), K(~p4), K(~p3), K(~p2), de B1, de G e de A, > conclui-se ~p1. > > - A partir de ~p5, ~p4, ~p3, ~p2, ~p1 e de A, conclui-se bottom. > > Abraço > > > > > Antonio Marmo <marmo.t...@gmail.com>: Mar 24 08:13PM -0300 > > Caro Rodrigo, > > Obrigado pela sua resposta. > Entendi agora qual é o caminho que você está vendo. > > Como há mais pessoas lendo essa discussão, se me permite, vou apenas dizer > algo sobre a literatura: esse problema do enforcado apareceu, conforme já > disse a professora Andreia, num livro de Quine, cujo título é “Ways of > Paradox”. No primeiro capítulo desse livro, Quine faz uma exposição da > distinção entre falácia e paradoxo. No segundo capítulo, páginas 21 a 23, > ele aborda esse problema dando a entender que não é um paradoxo de verdade, > mas apenas um caso de um sujeito que raciocinou errado sobre uma > proposição. Vale a pena ler o livro só por esses dois capítulos. > > > Andrea Loparic <alopa...@gmail.com>: Mar 24 09:32PM -0300 > > Muito legal, Rodrigo! > Eu estou sem poder hoje, mas amanã vou sentar e seguir > passo a passo sua dedução. > Valeu!! > > > Em ter., 24 de mar. de 2020 às 20:13, Antonio Marmo <marmo.t...@gmail.com> > escreveu: > > Voltar ao início <#m_-5314833240286883577_digest_top> > ensino de Lógica [e tudo o mais] na era do distanciamento social > <http://groups.google.com/a/dimap.ufrn.br/group/logica-l/t/b9e9b1e6c9a04be7?utm_source=digest&utm_medium=email> > Adolfo Neto <adolfo....@gmail.com>: Mar 24 07:58AM -0300 > > Atividades de ensino da UTFPR foram suspensas > > http://portal.utfpr.edu.br/noticias/geral/atividades-de-ensino-estao-suspensas-por-tempo-indeterminado > > > -- > ================================================================== > Adolfo Neto > Associate Professor - Federal University of Technology, Paraná > Web: http://www.dainf.ct.utfpr.edu.br/~adolfo > Mestrado em Computação Aplicada: http://www.ppgca.ct.utfpr.edu.br > ================================================================== > Claus Akira Horodynski Matsushigue <claus...@mat.unb.br>: Mar 24 10:10AM > -0300 > > ORGULHO DE SER UnB!!!!!!!!!!!!!!!!!! > > > > > > > ADUnB pede suspensão completa das atividades na UnB > > A Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB) enviou um > oficio ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), pedindo a > suspensão completa das atividades de ensino na universidade, por tempo > indeterminado e com posterior discussão do calendário acadêmico quando a > situação de circulação de pessoas já esteja regularizada. > > > A UnB havia determinado a suspensão das atividades presenciais de ensino, > pesquisa e extensão e a substituição das aulas presenciais por atividades > virtuais, por meio do uso de ferramentas e plataformas de EAD. Para a > ADUnB, a medida causa prejuízos aos(às) docentes e à comunidade acadêmica, > já que muitos estudantes não têm acesso livre à internet e as professoras e > professores não terão o suporte adequado para desenvolver conteúdo nessas > plataformas. > > > Leia o documento na íntegra: > > > Ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UnB > > Reitoria em Cópia > > Senhores e Senhoras Conselheiros, > > > A Associação de Docentes da Universidade de Brasília tem acompanhado de > perto as medidas coletivas de proteção à nossa comunidade e vem partilhar > com os senhores e senhoras algumas preocupações no interesse da categoria > docente. > > > Todos e todas estamos cientes da gravidade dessa pandemia, sem precedentes > na história, e que começa a se espalhar pelo nosso país, tornando > imprescindível reduzir rapidamente a circulação de pessoas para reduzir, > consequentemente, a velocidade de contágio. A Resolução do CEPE 0011/2020, > de 14 de março, suspendeu até o dia 29 do mesmo mês as atividades > presenciais de ensino, pesquisa e extensão e o DEG emitiu comunicado > orientando a substituição das aulas presenciais por atividades virtuais por > meio do uso de ferramentas e plataformas de EAD, disponibilizadas pela > universidade. > > > Nós estamos compreendendo essas medidas como uma solução temporária para > manter os alunos em atividade neste primeiro período de interrupção. Mas, > acreditamos que elas não poderão dar conta de manter qualidade de ensino e > equidade de acesso, caso seja necessário um prolongamento de maior duração > das atividades presenciais. Enumeramos abaixo as razões principais que nos > fazem pensar assim: > > > 1. Existe um conjunto de conhecimentos e técnicas em torno de textos e > aulas em EAD desenvolvidos ao longo do tempo, demonstrando que para > garantir qualidade de ensino nesta modalidade não se pode, simplesmente, > fazer o mesmo que se faria em sala diante de uma câmera de computador ou > dentro de uma sala virtual de debate. É verdade que muitos de nossos > professores tem experiência anterior em EAD, o que torna mais fácil para > eles, na dependência da natureza dos conteúdos, adaptar as aulas ao formato > virtual. Entretanto, essa não é a realidade, talvez, da maioria dos nossos > docentes e suas dificuldades com essas ferramentas não permitirão, por um > lado, a isonomia na qualidade da oferta e, por outro lado, não pode > expô-los ao conjunto dos estudantes como docentes despreparados, ou > negligentes. > > > 2. A UnB não dispõe de nenhum estudo sobre inclusão digital de seus > estudantes, no que se refere à qualidade da acessibilidade domiciliar dos > mesmos. É sabido, entretanto, que muitos deles dependem de conexões > disponibilizadas publicamente, cuja possível radicalização das medidas de > isolamento os impedirá de acessá-las, prejudicando exatamente o grupo dos > estudantes mais vulnerável, em um contexto, onde já estão suspensos os > passes estudantis de transporte público. Ou, poderá ainda, forçar esse > grupo a procurar os locais com sinal aberto, obrigando-os a gastos e > expondo-os a maiores riscos, o que também vai de encontro à equidade das > oportunidades. > > > 3. Não parece evidente que o nosso provedor e nossa rede suportarão, de uma > só vez, todas as disciplinas de todos os cursos usando plataformas > abrigadas em nosso CPD. Do mesmo modo, nos preocupa se o suporte técnico > necessário às novas demandas desse uso generalizado das plataformas on line > poderá ser mantido diante da redução de efetivos técnico-administrativos > presenciais necessários à proteção desse setor. Devemos notar que problemas > com quedas temporárias de conexão não chegam a ser raras em condições > normais na UnB, o que causa maiores inseguranças para longos períodos de > sobrecarga do sistema. > > > 4. Entre as medidas do governo pensadas para reduzir nossa jornada para 30 > horas e baixar 25% de nossos salários, encontra-se a proposta de > transformar 40% de todos os cursos em atividade EAD. Assim sendo, se no > esforço de respondermos às demandas emergentes da pandemia, nós > transformarmos, ainda que sem condições, os cursos presenciais de todo um > semestre em modalidade EAD, estaremos reforçando essa perspectiva irreal e > contrária aos interesses de toda a comunidade universitária. > > > No dia de ontem surgiu o primeiro caso comunitário no Distrito Federal e as > estimativas de especialistas apontam para 4.900 casos no Brasil até o fim > desse mês. Desta maneira, acreditamos que no dia 29 de março deverá estar > mais claro para todos e todas que o rigor nas medidas de isolamento físico > necessário só aumentará nas semanas seguintes. Neste sentido, solicitamos > aos conselheiros e conselheiras, que ao fim desse período determinem a > suspensão completa das atividades de ensino por tempo indeterminado, com > posterior discussão do calendário acadêmico quando a situação de circulação > de pessoas já esteja regularizada, devendo-se ter em conta que o conjunto > de docentes e da comunidade acadêmica em geral não pode ser culpabilizado > pela crise com perda de seus direitos. > > > Com votos de respeito e consideração, > > Associação dos Docentes da Universidade de Brasília - ADUnB > > A DIRETORIA > > > > -- > _______________________________________________ > adunb-l mailing list > adun...@listas.unb.br > http://listas.unb.br/listinfo/adunb-l > > > > Claus Akira Horodynski Matsushigue <claus...@mat.unb.br>: Mar 24 10:16AM > -0300 > > ORGULHO DE SER UnB!!!!!!!!!!!!!!!! > > > > O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Universidade de > Brasília, decidiu, em reunião virtual nesta segunda-feira (23/3), suspender > o calendário acadêmico do primeiro semestre de 2020 pelo tempo que durar a > situação de emergência de saúde pública relacionada à pandemia do novo > coronavírus no Distrito Federal. As aulas e atividades realizadas de 9 de > março até agora não perdem a validade. > > > Na resolução do Cepe, ficam autorizadas algumas atividades não presenciais, > como as de extensão voltadas ao atendimento à comunidade em temas > relacionados à saúde da população. Os estágios supervisionados e atividades > assistenciais na área de saúde, preferencialmente relacionadas ao combate à > Covid-19, também estão autorizadas pelo Cepe, assim como a realização de > bancas de defesa de Trabalho de Conclusão de Curso, de qualificação e > defesa de dissertação ou tese, *desde que exclusivamente de modo não > presencial*. > > > A Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB) representada > na reunião pelos diretores Jacques de Novion e Luiz Araújo, e defendeu, > conforme o *ofício enviado pelo sindicato ao Cepe na quarta-feira (18)* > < > https://www.adunb.org/post/adunb-pede-suspens%C3%A3o-completa-das-atividades-na-unb > >, > a suspensão completa das atividades de ensino na universidade. > > > A ADUnB afirmou que a medida preserva a isonomia da instituição, já que não > há como garantir equidade de acesso - tanto aos docentes quanto aos > estudantes - à tecnologia necessária para continuidade das atividades > acadêmicas, o que prejudicaria a qualidade do ensino. > > > "Não podemos colocar em risco a comunidade com atividades presenciais, > tampouco aprofundar as desigualdades existentes de acesso ao ensino. > Concordamos também com a abertura para atividades de acolhimento, > solidariedade e combate à pandemia. Certamente a UnB tem dever de estar > engajada nesse esforço nacional", considerou a ADUnB durante a reunião. > > > _______________________________________________ > adunb-l mailing list > adun...@listas.unb.br > http://listas.unb.br/listinfo/adunb-l > > On Tue, Mar 24, 2020 at 10:10 AM Claus Akira Horodynski Matsushigue < > Joao Marcos <botoc...@gmail.com>: Mar 24 10:32AM -0300 > > > já que muitos estudantes não têm acesso livre à internet e as professoras > e professores > > não terão o suporte adequado para desenvolver conteúdo nessas plataformas > > Quais as propostas da UnB (ou da ADUnB) para *resolver* estes dois > problemas? > > JM > Claus Akira Horodynski Matsushigue <claus...@mat.unb.br>: Mar 24 10:59AM > -0300 > > Veja.. não sou da ADUnB, nem estou defendendo-a. O prof Everaldo abaixo > não é de "esquerda" por exemplo. > > Realmente é não fechar os olhos para o que está acontecendo no mundo, e > pior, o morticínio que ocorrerá no Brasil... morticínio. > > Sugeriria também uma leve visita às residências dos nosso alunos com mais > carências, ver as casas, os cômodos, quantos vivem, quantos desempregados, > doentes, bêbados, idosos, crianças, problemas de segurança... isso antes > da epidemia. Saber que no BRASIL REAL, agora no início da epidemia, por > exemplo, um dos maiores problemas são crianças que, sem escola, ficam sem > merenda, SEM COMER. Fora que não há e não haverá hospital para todos. A > maioria terá que voltar para casa, mesmo infectado e enfermo. Sem nenhuma > instrução ou condição. Nem testes estão fazendo, esta é a realidade. E um > governo que faz piada durante estes meses sobre a "gripezinha", ainda faz. > Quando não sugere deixar os trabalhadores SEM SALÁRIOS POR 4 MESES. Com > MAIS DE DOIS MESES DE ANTECEDÊNCIA DA CHINA e mais de um da Itália, o > Brasil não tem nem álcool, nem máscara, nem testes, nem equipes preparadas > e organizadas, nem hospitais ou novos leitos sendo construídos, nem > respiradores.... No final, NADA... ao deus dará!!! > > > > > *O calendário acadêmico precisa e poderá aguardar; nossas vidas, não!* > > *Prof. Everaldo Batista da Costa* > > *Departamento de Geografia* > > *Universidade de Brasília* > > *everaldoco...@unb.br <everaldoco...@unb.br> * > > Vou repetir o que já está dado: os meses de abril, maio e junho poderão ser > trágicos para o Brasil, na dimensão da saúde pública e da economia, em > especial. > > Nesse sentido, diante de um quadro social caótico, como atuarão ou como > podem atuar as Universidades públicas brasileiras? > > O debate interno parece ser o da “manutenção do calendário acadêmico” no > EAD. > > Eu teria dezenas de argumentos contra essa posição, mas deixarei apenas um, > o mais óbvio: *nem a Universidade púbica brasileira, muito menos a > sociedade, os professores ou estudantes temos **estrutura técnica** e * > *formativa** para a “desejada” EAD, nem momentaneamente, para > ensinar-aprender de forma qualificada.* > > Assim, quero fazer coro ao que defende o colega professor Paulo Celso dos > Reis Gomes, da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília, em > texto publicado, no dia 20 de março de 2020 pela ADUnB, no tocante à > atuação social da instituição, neste momento peculiar da história mundial. > > Texto coerente e necessário que termina com o chamado: “Peço > encarecidamente à Administração Superior que avalie a possibilidade de > suspender o calendário do semestre letivo e o substitua por atividades de > extensão universitária, coordenadas e integradas por nossas instâncias > internas mais adequada, até que o pior dessa pandemia passe” (P. Gomes). > > Não é o momento para que a “Universidade sem condição” (J. Derrida) esteja > centrada na manutenção do calendário acadêmico, de forma > precarizada-precarizante, ultrajada-ultrajante do ensino, dos docentes e > dos alunos. O calendário será recuperado, as vidas não. > > Assim, dentre as Faculdades, Institutos e Departamentos, quais poderiam: > > > > 1. Atuar junto às mães e aos pais que estão em casa com seus filhos > pequenos, com atividades pedagógicas? > 2. Dar suporte técnico à manutenção de equipamentos hospitalares? > 3. Criar e/ou disponibilizar/indicar material lúdico, de lazer ou > entretenimento para famílias que estão em casa acometidos pela angústia do > confinamento? > 4. Propor grupos de leitura interativa entre docentes e comunidade > (obviamente, incluindo nossos alunos), no limite daquilo que podemos atuar > e que a sociedade pode receber, virtualmente? > 5. Realizar apoio psicológico às famílias que já apresentam indivíduos > infectados ou em quadro de depressão catalisado ou não pela pandemia? > > > > São muitas as alternativas de atuação extensiva, além destas aqui indicadas > e inspiradas no que propõe nosso colega Paulo Celso dos Reis. > > Este momento - único na vida da maioria de nós - deve ser superado com > solidariedade. *O calendário acadêmico precisa e poderá aguardar; nossas > vidas, não. * > > > > > _______________________________________________ > adunb-l mailing list > adun...@listas.unb.br > http://listas.unb.br/listinfo/adunb-l > > > > Joao Marcos <botoc...@gmail.com>: Mar 24 11:12AM -0300 > > Pelo que entendi, a proposta do Prof. Everaldo ---com cinco ações > claramente delineadas--- é nos concentramos na *extensão*. Parece-me bom > --- certamente bem melhor do que simplesmente proibir todos os docentes de > dar aulas "em qualquer modalidade", sem justificativa, e propor interromper > as defesas de trabalhos de conclusão, dissertação e tese, sem > justificativa. A UnB já começou a tomar medidas para a *implementação* > destas propostas? O tempo urge! > > JM > > > PS: Mais uma vez, esta thread vai se tornando demasiado off-topic, e não > pretendo por isso dar continuidade à discussão. > Rodrigo Freire <freires...@gmail.com>: Mar 24 11:36AM -0300 > > Vou tentar esclarecer o que aprovamos no cepe (não que seja relevante, mas > sou conselheiro titular e estive na reunião por zoom) e o cenário de > coordenação que temos. > > 1- Como foi dito, aprovamos a suspensão do semestre, não seu cancelamento. > Significa que o semestre será retomado quando a quarentena terminar. Já era > a proposta da reitoria e, de fato, em uma semana de coordenação, vimos que > seria muito difícil suportar a avalanche de demandas por muito tempo. É > recomendado que sejam mantidas atividades ou mesmo cursos de modo mais > leve, mais diluído, sem cobrança de calendário nem de avaliação, para > manter os alunos engajados e ajudar no lado psicológico deles durante a > quarentena. Usamos google classroom, aprenda, moodle, email e outras > plataformas. Como coordenador de pós, acho essencial manter, na medida do > possível, cursos de modo diluído durante esse período. > > 2- Sobre os estudantes que não tem acesso à internet, não há um plano para > garantir internet em espaços privados fora do câmpus. O acesso é garantido > nas dependências do câmpus. Se a presença no câmpus é impedida, temos um > problema. Mas temos um problema mais básico, de garantir a alimentação dos > estudantes que dependem disso. A alimentação está sendo entregue em casa > para os que tem uma modalidade específica de bolsa alimentar. Outras > soluções estão em estudo. Na pós não temos esses problemas. > > 3- A universidade deve continuar ativa. Deve ajudar no que for possível. > > Abraço > Rodrigo > > > Voltar ao início <#m_-5314833240286883577_digest_top> > 14 anos de LOGICA-L > <http://groups.google.com/a/dimap.ufrn.br/group/logica-l/t/834218be7cb5b3d5?utm_source=digest&utm_medium=email> > O Administrador da LOGICA-L <logica-l+own...@dimap.ufrn.br>: Mar 24 > 11:16AM -0300 > > Esta lista acaba de completar 14 anos. Estendo meus parabéns a todos > aqueles que a tornam diariamente um espaço de intercâmbio de > informação e de ideias úteis à comunidade! > > Aproveito para registrar aqui, igualmente, o meu desejo de que todos > possamos novamente, tão breve quanto possível, respirar com mais > leveza! > > O Administrador da LOGICA-L > Voltar ao início <#m_-5314833240286883577_digest_top> > Abaixo-assinado · Pela imediata Revogação da Portaria 34 da CAPES > #NenhumaBolsaaMenos > <http://groups.google.com/a/dimap.ufrn.br/group/logica-l/t/e522fb1d6ffa18c1?utm_source=digest&utm_medium=email> > Marcos Silva <marcossilv...@gmail.com>: Mar 24 10:20AM -0300 > > ---------- Forwarded message --------- > From: iana cavalcanti <ianavcavalcant...@gmail.com> > Date: Mon, Mar 23, 2020 at 7:44 PM > Subject: Abaixo-assinado · Pela imediata Revogação da Portaria 34 da CAPES > #NenhumaBolsaaMenos · Change.org > To: Marcos Silva <marcossilv...@gmail.com> > > > > https://www.change.org/p/presid%C3%AAncia-da-capes-pela-imediata-revoga%C3%A7%C3%A3o-da-portaria-34-da-capes-nenhumabolsaamenos?recruiter=1060510894&utm_source=share_petition&utm_campaign=psf_combo_share_abi&utm_medium=whatsapp&utm_content=washarecopy_20983958_pt-BR:v3&recruited_by_id=8c8475f0-6cd0-11ea-bd61-4993772a22b1&fbclid=IwAR2roI9nA3qgXpnbC8THUX-zOwQ8aL7x2hI1fCwCxyFYO4xYKl1_bWvEWy0 > > > -- > Marcos Silva (UFPE/CNPq) > Philosophy Department > Federal University of Pernambuco, Brazil > Marcos Silva Philosophy > <https://sites.google.com/view/marcossilvaphilosophy/home> > Voltar ao início <#m_-5314833240286883577_digest_top> > Você recebeu esse resumo porque está inscrito para receber atualizações > deste grupo. Você pode alterar suas configurações na página de associação > do grupo > <https://groups.google.com/a/dimap.ufrn.br/forum/?utm_source=digest&utm_medium=email#!forum/logica-l/join> > . > Para cancelar sua inscrição neste grupo e deixar de receber e-mails do > mesmo, envie um e-mail para logica-l+unsubscr...@dimap.ufrn.br. > -- Você está recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo "LOGICA-L" dos Grupos do Google. Para cancelar inscrição nesse grupo e parar de receber e-mails dele, envie um e-mail para logica-l+unsubscr...@dimap.ufrn.br. Para ver esta discussão na web, acesse https://groups.google.com/a/dimap.ufrn.br/d/msgid/logica-l/CA%2Bob58OGuksAeVZnQeqsKOjPAzwDaDGR-vdog82HRO2CSuaB3g%40mail.gmail.com.