Olá pessoal!
Bom dia!
Eu havia pensado em produzir um pequeno texto sobre a minha graduação, mas
acho interessante começar a discussão com algo que aconteceu no primeiro
dia de aula da meu curso de Licenciatura...
Numa sala de 50 pessoas, uma boa parte dos alunos respondeu 'não' a uma
pergunta da professora de Laboratório de Matemática: 'Quem pretende ser
professor de matemática?'. Eu fiquei espantado, mas pior foi no dia da
Colação de Grau: o número de formandos não chegava a 10...
O que vocês pensam sobre isso?
Um abraço!
Luiz Antonio

On Thu, Jul 19, 2018, 11:39 PM Anderson Torres <torres.anderson...@gmail.com>
wrote:

> Opa! Mantenham-me informado!
> Em seg, 16 de jul de 2018 às 12:39, Manoel Cesar Valente Lopes
> <lo...@cma.com.br> escreveu:
> >
> > Me inclua nesta discussão!
> >
> >
> >
> > De: owner-ob...@mat.puc-rio.br <owner-ob...@mat.puc-rio.br> Em nome de
> Claudio Buffara
> > Enviada em: Wednesday, July 11, 2018 12:30 PM
> > Para: obm-l@mat.puc-rio.br
> > Assunto: [obm-l] ensino de matemática
> >
> >
> >
> > Prezados colegas da lista:
> >
> >
> >
> > Entendo que o tema pode ser off-topic pois não trata especificamente de
> problemas olímpicos, mas aqui vai de qualquer forma...
> >
> >
> >
> > Algum de vocês se interessa pelo ensino de matemática (escolar ou
> universitário)?
> >
> >
> >
> > Pergunto porque há anos tenho pensado na melhor forma de ensinar
> matemática (principalmente em termos de composição do currículo e de
> apresentação dos tópicos nos livros didáticos), estou convencido de que não
> estamos fazendo certo, nem na escola e nem na universidade, e gostaria de
> ter gente interessada pra debater idéias e, quem sabe, elaborar algum
> projeto mais concreto.
> >
> >
> >
> > Em linhas gerais, discordo da ordem em que os assuntos são abordados, na
> maioria dos livros.
> >
> > O foco é muito mais na ordem lógica (seguindo o rigor do método
> axiomático, mesmo em livros pra ensino médio) sem nenhuma preocupação:
> >
> > - com a motivação para os resultados que são apresentados (e, nos
> ensinos fundamental e médio, quase nunca demonstrados);
> >
> > - com tornar estes resultados intuitivos para o estudante.
> >
> >
> >
> > Também acho que certos assuntos deveriam ser incluídos e outros
> excluídos do currículo, mas este, pra mim, é um problema menor. Pois,
> qualquer que seja o tópico, se for bem ensinado e incentivar o aluno a
> pensar, já tá valendo.
> >
> >
> >
> > A meu ver, seria ideal se cada tópico do currículo de matemática fosse
> apresentado seguindo a sequência:
> >
> > identificação de padrões ("patterns") ==> formulação de conjecturas ==>
> demonstração destas conjecturas.
> >
> > Pois esta é a maneira como a matemática é criada.
> >
> > Mas acho que muito poucos professores estão capacitados pra ensinar
> matemática deste jeito.
> >
> >
> >
> > Em particular, no Ensino Médio, a ênfase nos últimos anos tem sido na
> tal contextualização, que pode ser vista em todo o seu esplendor nas provas
> do Enem.
> >
> > O resultado disso me parece ser um retrocesso na formação matemática dos
> alunos e também a disseminação da mentalidade de que a única matemática que
> deve ser estudada é aquela que é usada no dia-a-dia dos cidadãos comuns.
> >
> >
> >
> > E, na universidade, a coisa não é muito melhor, mesmo num assunto que só
> é visto na graduação em matemática. a análise real.
> >
> > Vejam só:
> >
> > Os livros tratam da topologia da reta antes de conceitos tais como
> compacidade e conexidade se mostrarem realmente necessários (o que, de
> fato, só ocorre em dimensão > 1; na reta, quase tudo pode ser demonstrado
> com base em sequências e no método da bisseção, que são coisas bastante
> intuitivas, mas que quase nunca são usadas).
> >
> >
> >
> > Limites e continuidade podem ser introduzidos também com base em
> sequências, interpretando-se os epsilons como margens de erro em
> aproximação.
> >
> >
> >
> > Aliás, a noção de que análise nada mais é do que uma teoria de
> aproximações quase nunca é mencionada.
> >
> > Por exemplo, foi só estudando a análise do R^n é que eu me dei conta de
> que a derivada é uma aproximação de uma função arbitrária por uma função
> afim.
> >
> > Antes disso, eu só sabia que "derivada = inclinação da reta tangente".
> >
> >
> >
> > Os livros também mencionam critérios de convergência de séries
> (Dirichlet, Abel, etc.) que vêm do nada (pois foram inventados para o
> estudo de séries de Fourier, que estes liros não abordam).
> >
> >
> >
> > E o principal resultado sobre convergência de séries de potências
> decorre quase trivialmente do estudo das PGs infinitas (assunto de Ensino
> Médio). Mas qual livro deixa isso explícito?
> >
> >
> >
> > E, pra terminar, poucos têm uma figura para ilustrar o teorema
> fundamental do cálculo que, com uma figura bem feita, fica bem intuitivo.
> No entanto, a análise na reta em geral é apresentada com um caráter
> aritmético/algébrico, mas quase nunca geométrico.
> >
> >
> >
> > Obrigado pela atenção.
> >
> >
> >
> > []s,
> >
> > Claudio.
> >
> >
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> > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e
> > acredita-se estar livre de perigo.
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> Instru�ões para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
> http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html
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