Olá amigos,

Acho que já está na hora de encerrarmos a discussão sobre Física Teórica para 
que possamos nos voltar para o escopo desta Lista. Permito-me fazer este pedido 
a vocês, porque a discussão começou quando recomendei a leitura de um livro (A 
Equação que...) e, daí, apareceu a mensagem "125 perguntas...".

Não obstante, não consigo deixar de fazer alguns reparos à mensagem abaixo:

1) Não há nenhum indício que as teorias [ atuais (*) ] da Física sejam válidas 
instantes após o big-bang  (modelo-padrão) e, muito menos, no instante inicial. 
A Física mais atual se propõe a modelar apenas o que ocorreu a partir de cerca 
de 20 segundos (não sei o porquê desse número!) após a explosão primordial. 
Portanto, tecer qualquer consideração (e.g. regras de causalidade, aumento da 
entropia...) sobre o que ocorreu antes, durante e logo após o primeiro evento 
tem a mesma base científica que o Livro do Apocalipse de João;

2) O Big-bang (modelo-padrão) é apenas uma hipótese, que ainda não foi 
verificada. A primeira evidência da validade deste modelo será a (possível) 
detecção do bóson de Higgs num acelerador de partículas, tal como o LHC (CERN) 
- o que, até ontem, não ocorreu.

3) Durante o primeiro evento, o universo passou da escala atômica para a escala 
cosmológica em poucos instantes. É sabido que nenhuma teoria (conhecida) da 
Física consegue abranger estas duas escalas e já se cogita que uma teoria 
"unificada" não seja mesmo possível.

(*) - Relatividade Geral, Mecânica Quântica, Supercordas etc.

Saudações a todos,
Albert Bouskela
bousk...@msn.com

> -----Mensagem original-----
> De: owner-ob...@mat.puc-rio.br [mailto:owner-ob...@mat.puc-rio.br] Em
> nome de luiz silva
> Enviada em: 11 de novembro de 2010 12:28
> Para: obm-l@mat.puc-rio.br
> Assunto: [obm-l] Re: [obm-l] RES: [obm-l] Re: [obm-l]RES: [obm-l] Re: [obm-l]
> Re: [obm-l] 125 perguntas ainda não respondidas pela Ciência
> 
> 
> Pessoal,
> 
> Não sei pq, este email não foi para a lista :
> 
> Ola Pessoal,
> 
> Sem querer ser chato, mas sabendo que tem pessoas da lista que podem se
> incomodar com este tipo de discussão, coloquei o Off-Topic.
> 
> Rafael,
> 
> Concordo com o que vc falou, realmente esta pergunta é(atualmente)
> filosófica, não estando no escopo nem ao alcance do método científico ,
> porém, em minha humilde opinião é o grande X da questão.
> 
> Porém, mesmo essa definição de ser ou não científico pode ser questionada,
> pois a consciência foi, durante muito tempo, considerada um problema
> filosófico, não científico...Qqer um cientista que tentasse algo, já era
> considerado "idiota"...Agora, a coisa mudou, e a ciência "hard" está correndo
> atrás de uma explicação.
> 
> Ainda com relação ao argumento que vc colocou, em minha opinião é uma
> fuga deste tipo de questionamento(perguntar o que havia antes do big-bag) e,
> uma corrente grnade da ciência considera irracional o surgimento de algo do
> nada(nada mesmo, não do nada "contido dentro do espaço-tempo")
> 
> Abaixo, se tiver paciência para ler, segue uma análise que fiz da falácia da
> causa primeira, e da questão do "antes" no modelo cosmológico do big-bang
> com singularidade e em um modelo cosmológico de big-bang sem
> singularidade (cíclico).
> 
> Claro que as premissas podem ser questionadas (ou seja, podemos ter eventos
> sem causa, mas ainda não os encontramos - os próprios eventos quãnticos,
> mesmo se forem totalmente aleatórios, dependem da pré-existência do
> espaço-tempo para sua manifestção).
> 
> Basicamente, o que tento "demonstrar"(muita pretensão, é claro...::)) é que o
> universo, de acordo com os modelos atuais, tem que ter uma causa não-
> local...Críticas, a vontade, por favor(tem alguns pontos que gostaria de ver
> "atacados").
> 
> 1. O argumento :
> 
> 1 – Premissa: Todos os eventos, no universo, tem uma causa.
> 
> 2 – Premissa: O Universo é o conjunto de todos os eventos;
> 
> 3 – Inferência: Como todos os eventos tem uma causa, todo subconjunto de
> eventos tem causa;
> 
> 4 – Inferência: Isso implica que o Universo, que é subconjunto dele mesmo,
> tem uma  causa;
> 
> 7 – Esta causa é Deus.
> 
> Ou
> 
> 1 – Premissa: Todo evento tem uma causa.
> 
> 2 – Premissa: O Universo teve um começo, uma origem(admitindo-se que a
> teoria do Big-Bang está correta, sendo qualquer outra teoria um complemento
> desta.)
> 
> 3 – Premissa: Começar envolve um evento.
> 
> 4 – Inferência: Isso implica que o começo do Universo envolveu um
> evento(Big-Bang).
> 
> 5 – Inferência: Logo, o começo do Universo(Big-Bang) teve uma causa.
> 
> 6 – Conclusão: O Universo teve uma causa.
> 
> 7 – Esta causa foi Deus
> 
> 
> 
> 2. A falácia :
> 
> Se esta causa foi Deus, quem ou o que causou Deus ? Com isso, temos a
> determinação do caráter falacioso do argumento.
> 
>      3. A Análise (considerando-se o modelo do Big-Bang com Singularidade,
> como correto) :
> 
> 
> 
> Um detalhe parece ter passado despercebido, na determinação desta falácia,
> da forma como foi feita: pelas evidências que temos, causa e efeito dependem
> da existência de espaço-tempo para se manifestarem, mesmo que o efeito
> preceda a causa ou em fenômenos não locais, como na MQ .
> 
> 
> 
> Então, o universo tem uma causa, mas não podemos afirmar que seja um
> criador(aqui, temos novamente o caráter falacioso do argumento), mas
> podemos analisar algumas possibilidades:
> 
> 
> 
> a - Lei da Gravidade(recentemente sugerida pelo Stephen Hawkins) : A
> gravidade só se manifesta após a existência do espaço e do tempo. Assim, não
> pode ser a causa básica do surgimento do universo, mas sim uma causa
> secundária do seu surgimento e desenvolvimento.
> 
> 
> 
> Alguns físicos, e o próprio Hawkins, consideram a possibilidade das leis da
> física sempre terem existido, mesmo antes do surgimento do universo. Isto,
> levaria esta causa para o item d desta lista.
> 
> 
> 
> b - O próprio Universo: argumenta-se que o princípio da incerteza, qdo
> aplicado a t=0 e s=0, levaria a criação do universo. Porém, devemos nos
> lembrar que t=0 e s=0 pertencem ao universo; são sua origem. Então, o
> princípio da incerteza só poderá existir, depois que o universo existir. 
> Assim,
> não pode ser a causa-básica do mesmo. No máximo, uma causa secundária, da
> mesma forma que a lei da gravidade.
> 
> 
> 
> c - Outro Universo/Seres de Outro Universo: esta hipótese leva sempre a
> recursividade infinita que traz complicações quanto ao momento presente ou,
> em determinado momento, a um universo com um evento único de "criação",
> o que leva a questão - quem criou este universo? Assim,  voltamos para esta
> análise.
> 
> 
> 
> No caso de seres de outros universos(esta especulação não é tão absurda,
> dado que teoricamente, podemos criar um outro universo em um acelerador
> de partículas), teremos também uma regressão infinita(será tratada mais
> detalhadamente no item 3.1), o que levaria ao seguinte problema, além da
> própria regressão infinita:  o que surgiu antes, o universo ou a consciência 
> ?;
> 
> 
> 
> d- Criador ;
> 
> 
> 
> e - Outras causas não-locais;
> 
> 
> 
> As causas d e e,  do ponto de vista do nosso universo, são não-locais,
> transcendentes (que, atualmente, já está incorporada ao “mundo da física”,
> através dos fenômenos não locais).
> 
> 
> 
> O importante aqui é que, realmente, no caso das causas d e e,  não faz mais
> sentido continuarmos perguntando coisas do tipo: o que esta causa não-local
> (qqer que seja ela - um criador ou uma lei que tenha "existência"
> transcendental) fazia? Era? quem foi seu pai? o que a causou? Etc. Por serem
> não-locais, estarem além do espaço-tempo, nossos conceitos de causa e efeito
> perdem sentido que têm qdo aplicados "internamente", no nosso universo.
> 
> 
> 
>      3.1 A Análise (considerando-se modelos eternos) :
> 
> 
> 
> Nestas situação, temos duas possibilidades:
> 
> 
> 
> 1) universos eternos , porém com um momento inicial (big-bag) – neste caso,
> teremos a mesmo análise realizada anteriormente;
> 
> 
> 
> 2) universos eternos, porém sem um momento inicial;
> 
> 
> 
> No caso 2, temos uma primeira dificuldade que é : se o universo tem existência
> de tempo infinita para o passado e para o futuro, o que faz deste momento o
> momento presente? Ou, como chegamos neste momento? Pois temos,
> obrigatoriamente, um tempo anterior infinito, referente aos infinitos cilcos 
> de
> bilhões de anos dos outros universos, anterior ao universo, ao momento
> atual?
> 
> 
> 
> Vale ressaltar que existe uma diferença significativa com relação a este
> paradoxo e o paradoxo de Zenão. No segundo, apesar de termos infinitos
> “segmentos” a serem percorridos, o tempo para percorrer um determinado
> segmento tende a zero, a medida que o segmento também tende a zero, e as
> séries convergem. Já no primeiro, o tempo passado é ,literalmente, infinito o
> que impossibilitaria estarmos aqui, agora.
> 
> Abs
> 
> Felipe
> 
> 
> --- Em qua, 10/11/10, Albert Bouskela <bousk...@msn.com> escreveu:
> 
> > De: Albert Bouskela <bousk...@msn.com>
> > Assunto: [obm-l] RES: [obm-l] Re: [obm-l]RES: [obm-l] Re: [obm-l] Re:
> > [obm-l] 125 perguntas ainda não respondidas pela Ciência
> > Para: obm-l@mat.puc-rio.br
> > Data: Quarta-feira, 10 de Novembro de 2010, 18:00 Bem, pelo visto,
> > vamos precisar de muito tempo (*) até que possamos descobrir todas as
> > respostas. Enquanto isso, sugiro a leitura da seguinte paródia (é uma
> > PARÓDIA!):
> >  “Transgredindo
> > as fronteiras: em direção a uma hermenêutica transformativa da
> > gravitação quântica” – Alan Sokal – publicada no final dos anos 90 na
> > revista Social Text ( http://str.com.br/Scientia/transgredindo.htm
> > ). Sabendo, de antemão, que se trata de uma paródia, dá pra rir um
> > bocado.
> >  (*) Já
> > há algumas especulações, no campo da Astrofísica, de que o tempo seja
> > uma grandeza finita (tal como o espaço a massa/energia...). Então,
> > neste mundo de entropia crescente, o tempo pode vir a esgotar-se,
> > terminar, acabar...
> >  Albert
> > bouskelabousk...@msn.com
> >  De:
> > owner-ob...@mat.puc-rio.br
> > [mailto:owner-ob...@mat.puc-rio.br] Em nome de
> > apolo_hiperbo...@terra.com.br Enviada em: 10 de novembro de 2010
> 17:02
> > Para: obm-l@mat.puc-rio.br
> > Assunto: [obm-l] Re: [obm-l]RES: [obm-l] Re: [obm-l]
> > Re: [obm-l] 125 perguntas ainda não respondidas pela Ciência  Em
> > relação à natureza do tempo ...
> >
> > Conhecem aquela indagação "O que havia antes do Big Bang" ? Li certa
> > vez que astrofísicos atuais dizem que essa indagação não tem
> > fundamento, pois eles acreditam que "o tempo" foi criado pelo próprio
> > Big Bang, então não faz sentido dizer o que havia "antes" do Big Bang,
> > pois o termo "antes", "depois" ... ensejam o próprio "tempo". Provar
> > isso e se o tempo é ou não granuloso, conforme já li na net uma
> > discussão a respeito, que é o problema.
> >
> >
> > Regards,
> > Rafael
> >
> >
> > On Qua 10/11/10 15:57 , Albert Bouskela bousk...@msn.com sent:Olá!
> >  Eu não
> > vou ser chato, mas vou discordar:
> >  A
> > indagação “Qual é a natureza da gravidade?” é, perfeitamente,
> > científica. Partindo-se do pressuposto (o qual, absolutamente, não é
> > óbvio e nem demonstrável – v. obs. abaixo) que a gravidade – i.e. a
> > atração gravitacional – exista, é necessário saber através do que, e
> > em que meio, esta atração se manifesta. Nenhum experimento, até agora,
> > conseguiu detectar a presença de uma única onda gravitacional
> > (admitindo-se que o campo gravitacional seja ondulatório e contínuo,
> > tal como o eletromagnético). Outrossim, não há nada (por enquanto) no
> > Universo que seja capaz de bloquear, ou atenuar, o campo gravitacional
> > – esta é uma característica única, nenhum outro campo ondulatório a
> > possui.
> >  Então,
> > até que se descubra do é feita a gravidade, pode-se especular que ela
> > seja quântica (não contínua), não ondulatória etc.
> >  Obs.: –
> > A Teoria da Relatividade Generalizada (Einstein, 1916) preconiza, de
> > forma axiomática, que a gravitação seja o efeito da curvatura do
> > espaço-tempo decorrente da presença de um corpo massivo ou energético.
> > Trata-se apenas de uma teoria, ainda não confirmada e que pode estar
> > errada ou inconsistente – outras teorias não faltam...
> >
> >  Outra
> > indagação pertinente refere-se à natureza do tempo, o qual é diferente
> > de todas as outras grandezas físicas, já que é (por enquanto)
> > unidirecional e contínuo – aqui, também, outras teorias não faltam...
> >  Sds.,Albert
> > bouskelabousk...@msn.com
> >  De:
> > owner-ob...@mat.puc-rio.br
> > [mailto:owner-ob...@mat.puc-rio.br] Em nome de Willy George do Amaral
> > Petrenko Enviada em: 10 de novembro de 2010 14:55
> > Para: obm-l@mat.puc-rio.br
> > Assunto: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] 125 perguntas ainda não
> > respondidas pela Ciência  Vou ser um pouco chato aqui, com o risco de
> > falar besteira:
> >
> >
> > Luiz Silva,
> > tem que tomar cuidado em diferenciar perguntas científicas de
> > perguntas filosóficas. A sua pergunta é tipicamente filosófica. A
> > ciência não pergunta porque existe o algo, ela simplesmente estuda o
> > que existe. Pelo mesmo motivo que o jogador de xadrez não fica
> > pensando porque o cavalo anda em L.
> >
> >
> > Me parece que a própria lista cometeu esse erro algumas vezes, como em
> > : 34- "Qual é a natureza da gravidade?"
> >
> > E ainda outras perguntas que não são nem científicas nem filosóficas
> > como: 25- "Malthus continuará errando?", ou 119- "Por que a pobreza
> > aumentou e a expectativa de vida diminuiu na África subsaariana?"
> >
> > Na verdade me parece que essa lista foi feita sem muito critério...
> >
> > Mas agora, quanto ao P x NP, a pergunta 19 tem a ver "Quais são os
> > limites da computação convencional?"
> >
> > Abç
> >
> 
> 
> 
> 
> ===========================================================
> ==============
> Instru  es para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
> http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html
> ===========================================================
> ==============


=========================================================================
Instru��es para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html
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