[obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Raízes irracionais

2014-08-08 Por tôpico saulo nilson
Seja P(x) um polinômio não identicamente nulo e de coeficientes racionais,
e sejam a, m e n números racionais
— m e n são positivos e m^(1/2) e n^(1/2) são números irracionais. Sejam M
= m^(1/2) e N = n^(1/2). Pode-se então afirmar:

1) Se a + M é raiz de P(x), então a - M também o é (e com a mesma
multiplicidade).
P(x)=C(x-r1)(x-r2)(x-r3)=C(a-M-a-M)(a-M-r2)(a-M-r3)...
(a-M)^2-(2a)(a-M)+a^2-M^2=0 de grau 2 e- verdade
como
P^n(x)=CP2(x)*P^(n-2)(x) e p2(x)=0 entao
P^n(x)=0 tambem

2) Se M + N é raiz de P(x), então M - N, -M + N e -M-N também o são (e
todas as quatro raízes têm a mesma multiplicidade)


2014-08-07 20:31 GMT-03:00 Willy George Amaral Petrenko 
wgapetre...@gmail.com:

 Bem, o Bernardo já corrigiu o enunciado, então vou partir daí.

 Vc sabe álgebra avançada? Anéis, corpos, ideais, domínios euclidianos,
 anéis quociente, anéis de polinômios? Seria o ideal (pun intended) para
 entender a demonstração. Mas talvez dê para pegar a ideia sem isso, vou
 tentar ser didático.

 Um negócio sobre o conjunto dos polinômios de coeficientes racionais
 (chamado Q[x]), é que ele é um domínio euclidiano. Dentre outras
 propriedades, isso significa que vc pode fazer uma divisão de polinômios,
 chamada divisão euclidiana:

 Sejam f e g ∈ Q[x]. Então existem únicos q e r ∈ Q[x], com grau (r)  grau
 (g) tais que f = g*q + r

 Isso não é difícil de provar, dá pra fazer por indução no grau.

 Considere um polinômio do tipo g(x) = x2 - m, que não possui raiz
 racional (ou seja, as raiz dele são √m e -√m, ambas irracionais). Seja
 p(x), um polinômio racional com raiz a+b√m. Definimos f(x) = p(bx+a). É
 fácil ver que f tem √m como raiz. Além disso, ele continua sendo um
 polinômio racional. Gostaríamos de provar que f também possui -√m como
 raíz. Façamos a divisão de f por g:

 f(x) = (x2 - m)*q(x) + r(x), com grau (r)  grau (x2 - m) = 2. Ou seja, r
 é de grau no máximo 1 e portanto é da forma r(x) = cx + d. Mas f(√m) = 0:

 f(√m) = (√m2 - m)*q(√m) + r(√m) == 0 = r(√m) == c√m + d = 0. Mas lembre
 que r é um polinômio racional também, logo c = d = 0, pois caso contrário
 teríamos -d/c = √m, absurdo pois √m não é racional.

 Tudo isso significa que r(x) é identicamente nulo, ou seja, que f é
 divisível por x2 - m. Logo ele também possui -√m como raíz. Aplicando
 isso na definição de f, descobrimos que o polinômio original tem a-b√m como
 raiz, cqd.


 Para a parte 2, temos que considerar o corpo Q2 = {a√m + b, a,b ∈ Q}. Ele
 também é euclidiano. Considere os polinômios em Q2 = Q2[x]. Esse conjunto
 é uma extensão de Q[x] - de fato, todo polinômio com coeficientes racionais
 tem coeficientes da forma a√m + b com a = 0. A demonstração segue análoga
 à da parte 1, só que agora g(x) = x2 - n, que não possui raízes em Q2.
 Além disso, p(x) tem raiz a + b√m + c√n, e vc vai definir o f ∈ Q2 de
 forma que ele tenha √n como raíz, ou seja f(x) = p(a + b√m + cx).

 Obviamente o resultado pode ser facilmente extendido por indução para n
 raízes independentes


 Abç

 Willy


 2014-08-07 8:47 GMT-03:00 Bernardo Freitas Paulo da Costa 
 bernardo...@gmail.com:

 2014-08-07 7:21 GMT-03:00 Pedro Chaves brped...@hotmail.com:
  Prezados Colegas,
 
  Gostaria de saber se alguém conhece uma demonstração do teorema abaixo.
  Um abraço do Pedro Chaves!
  ___
 
  Teorema das raízes irracionais:
 
 
  Seja P(x) um polinômio não identicamente nulo e de coeficientes
 racionais, e sejam a, m e n números racionais
  — m e n são positivos e m^(1/2) e n^(1/2) são números irracionais.
 Sejam M = m^(1/2) e N = n^(1/2). Pode-se então afirmar:
 
  1) Se a + M é raiz de P(x), então a - M também o é (e com a mesma
 multiplicidade).
 
  2) Se M + N é raiz de P(x), então M - N, -M + N e -M-N também o são (e
 todas as quatro raízes têm a mesma multiplicidade).

 Essa segunda é falsa. Seja M = raiz(2) e N = 2*raiz(2), de forma que m
 = 2 e n = 8. Seja agora P(x) um polinômio com raiz M + N = 3*raiz(2).
 Basta tomar P(x) = x^2 - 18. Para este polinômio, -(M+N) também é
 raíz, mas nem M-N nem -(M-N) são.

 Para ser verdade, você precisa que M e N sejam racionalmente
 independentes, o que é (quase) o que você quer mostrar no teorema...

 Abraços,
 --
 Bernardo Freitas Paulo da Costa

 --
 Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e
  acredita-se estar livre de perigo.


 =
 Instru�ões para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
 http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html
 =



 --
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 acredita-se estar livre de perigo.


-- 
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 acredita-se estar livre de perigo.



[obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Raízes irracionais

2014-08-08 Por tôpico saulo nilson
2)
M-N e raiz igual ao item 1
N-M e raiz igual ao item 1
(M+N)^2-0-(M+N)^2=0
-M-N e raiz tambem


2014-08-08 3:15 GMT-03:00 saulo nilson saulo.nil...@gmail.com:

 Seja P(x) um polinômio não identicamente nulo e de coeficientes racionais,
 e sejam a, m e n números racionais
 — m e n são positivos e m^(1/2) e n^(1/2) são números irracionais. Sejam M
 = m^(1/2) e N = n^(1/2). Pode-se então afirmar:

 1) Se a + M é raiz de P(x), então a - M também o é (e com a mesma
 multiplicidade).
 P(x)=C(x-r1)(x-r2)(x-r3)=C(a-M-a-M)(a-M-r2)(a-M-r3)...
 (a-M)^2-(2a)(a-M)+a^2-M^2=0 de grau 2 e- verdade
 como
 P^n(x)=CP2(x)*P^(n-2)(x) e p2(x)=0 entao
 P^n(x)=0 tambem

 2) Se M + N é raiz de P(x), então M - N, -M + N e -M-N também o são (e
 todas as quatro raízes têm a mesma multiplicidade)


 2014-08-07 20:31 GMT-03:00 Willy George Amaral Petrenko 
 wgapetre...@gmail.com:

 Bem, o Bernardo já corrigiu o enunciado, então vou partir daí.

 Vc sabe álgebra avançada? Anéis, corpos, ideais, domínios euclidianos,
 anéis quociente, anéis de polinômios? Seria o ideal (pun intended) para
 entender a demonstração. Mas talvez dê para pegar a ideia sem isso, vou
 tentar ser didático.

 Um negócio sobre o conjunto dos polinômios de coeficientes racionais
 (chamado Q[x]), é que ele é um domínio euclidiano. Dentre outras
 propriedades, isso significa que vc pode fazer uma divisão de polinômios,
 chamada divisão euclidiana:

 Sejam f e g ∈ Q[x]. Então existem únicos q e r ∈ Q[x], com grau (r) 
 grau (g) tais que f = g*q + r

 Isso não é difícil de provar, dá pra fazer por indução no grau.

 Considere um polinômio do tipo g(x) = x2 - m, que não possui raiz
 racional (ou seja, as raiz dele são √m e -√m, ambas irracionais). Seja
 p(x), um polinômio racional com raiz a+b√m. Definimos f(x) = p(bx+a). É
 fácil ver que f tem √m como raiz. Além disso, ele continua sendo um
 polinômio racional. Gostaríamos de provar que f também possui -√m como
 raíz. Façamos a divisão de f por g:

 f(x) = (x2 - m)*q(x) + r(x), com grau (r)  grau (x2 - m) = 2. Ou seja,
 r é de grau no máximo 1 e portanto é da forma r(x) = cx + d. Mas f(√m) =
 0:

 f(√m) = (√m2 - m)*q(√m) + r(√m) == 0 = r(√m) == c√m + d = 0. Mas
 lembre que r é um polinômio racional também, logo c = d = 0, pois caso
 contrário teríamos -d/c = √m, absurdo pois √m não é racional.

 Tudo isso significa que r(x) é identicamente nulo, ou seja, que f é
 divisível por x2 - m. Logo ele também possui -√m como raíz. Aplicando
 isso na definição de f, descobrimos que o polinômio original tem a-b√m como
 raiz, cqd.


 Para a parte 2, temos que considerar o corpo Q2 = {a√m + b, a,b ∈ Q}.
 Ele também é euclidiano. Considere os polinômios em Q2 = Q2[x]. Esse
 conjunto é uma extensão de Q[x] - de fato, todo polinômio com coeficientes
 racionais tem coeficientes da forma a√m + b com a = 0. A demonstração
 segue análoga à da parte 1, só que agora g(x) = x2 - n, que não possui
 raízes em Q2. Além disso, p(x) tem raiz a + b√m + c√n, e vc vai definir
 o f ∈ Q2 de forma que ele tenha √n como raíz, ou seja f(x) = p(a + b√m +
 cx).

 Obviamente o resultado pode ser facilmente extendido por indução para n
 raízes independentes


 Abç

 Willy


 2014-08-07 8:47 GMT-03:00 Bernardo Freitas Paulo da Costa 
 bernardo...@gmail.com:

 2014-08-07 7:21 GMT-03:00 Pedro Chaves brped...@hotmail.com:
  Prezados Colegas,
 
  Gostaria de saber se alguém conhece uma demonstração do teorema abaixo.
  Um abraço do Pedro Chaves!
  ___
 
  Teorema das raízes irracionais:
 
 
  Seja P(x) um polinômio não identicamente nulo e de coeficientes
 racionais, e sejam a, m e n números racionais
  — m e n são positivos e m^(1/2) e n^(1/2) são números irracionais.
 Sejam M = m^(1/2) e N = n^(1/2). Pode-se então afirmar:
 
  1) Se a + M é raiz de P(x), então a - M também o é (e com a mesma
 multiplicidade).
 
  2) Se M + N é raiz de P(x), então M - N, -M + N e -M-N também o são (e
 todas as quatro raízes têm a mesma multiplicidade).

 Essa segunda é falsa. Seja M = raiz(2) e N = 2*raiz(2), de forma que m
 = 2 e n = 8. Seja agora P(x) um polinômio com raiz M + N = 3*raiz(2).
 Basta tomar P(x) = x^2 - 18. Para este polinômio, -(M+N) também é
 raíz, mas nem M-N nem -(M-N) são.

 Para ser verdade, você precisa que M e N sejam racionalmente
 independentes, o que é (quase) o que você quer mostrar no teorema...

 Abraços,
 --
 Bernardo Freitas Paulo da Costa

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[obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Raízes irracionais

2014-08-07 Por tôpico Willy George Amaral Petrenko
Bem, o Bernardo já corrigiu o enunciado, então vou partir daí.

Vc sabe álgebra avançada? Anéis, corpos, ideais, domínios euclidianos,
anéis quociente, anéis de polinômios? Seria o ideal (pun intended) para
entender a demonstração. Mas talvez dê para pegar a ideia sem isso, vou
tentar ser didático.

Um negócio sobre o conjunto dos polinômios de coeficientes racionais
(chamado Q[x]), é que ele é um domínio euclidiano. Dentre outras
propriedades, isso significa que vc pode fazer uma divisão de polinômios,
chamada divisão euclidiana:

Sejam f e g ∈ Q[x]. Então existem únicos q e r ∈ Q[x], com grau (r)  grau
(g) tais que f = g*q + r

Isso não é difícil de provar, dá pra fazer por indução no grau.

Considere um polinômio do tipo g(x) = x2 - m, que não possui raiz racional
(ou seja, as raiz dele são √m e -√m, ambas irracionais). Seja p(x), um
polinômio racional com raiz a+b√m. Definimos f(x) = p(bx+a). É fácil ver
que f tem √m como raiz. Além disso, ele continua sendo um polinômio
racional. Gostaríamos de provar que f também possui -√m como raíz. Façamos
a divisão de f por g:

f(x) = (x2 - m)*q(x) + r(x), com grau (r)  grau (x2 - m) = 2. Ou seja, r é
de grau no máximo 1 e portanto é da forma r(x) = cx + d. Mas f(√m) = 0:

f(√m) = (√m2 - m)*q(√m) + r(√m) == 0 = r(√m) == c√m + d = 0. Mas lembre
que r é um polinômio racional também, logo c = d = 0, pois caso contrário
teríamos -d/c = √m, absurdo pois √m não é racional.

Tudo isso significa que r(x) é identicamente nulo, ou seja, que f é
divisível por x2 - m. Logo ele também possui -√m como raíz. Aplicando isso
na definição de f, descobrimos que o polinômio original tem a-b√m como
raiz, cqd.


Para a parte 2, temos que considerar o corpo Q2 = {a√m + b, a,b ∈ Q}. Ele
também é euclidiano. Considere os polinômios em Q2 = Q2[x]. Esse conjunto é
uma extensão de Q[x] - de fato, todo polinômio com coeficientes racionais
tem coeficientes da forma a√m + b com a = 0. A demonstração segue análoga à
da parte 1, só que agora g(x) = x2 - n, que não possui raízes em Q2. Além
disso, p(x) tem raiz a + b√m + c√n, e vc vai definir o f ∈ Q2 de forma que
ele tenha √n como raíz, ou seja f(x) = p(a + b√m + cx).

Obviamente o resultado pode ser facilmente extendido por indução para n
raízes independentes


Abç

Willy


2014-08-07 8:47 GMT-03:00 Bernardo Freitas Paulo da Costa 
bernardo...@gmail.com:

 2014-08-07 7:21 GMT-03:00 Pedro Chaves brped...@hotmail.com:
  Prezados Colegas,
 
  Gostaria de saber se alguém conhece uma demonstração do teorema abaixo.
  Um abraço do Pedro Chaves!
  ___
 
  Teorema das raízes irracionais:
 
 
  Seja P(x) um polinômio não identicamente nulo e de coeficientes
 racionais, e sejam a, m e n números racionais
  — m e n são positivos e m^(1/2) e n^(1/2) são números irracionais. Sejam
 M = m^(1/2) e N = n^(1/2). Pode-se então afirmar:
 
  1) Se a + M é raiz de P(x), então a - M também o é (e com a mesma
 multiplicidade).
 
  2) Se M + N é raiz de P(x), então M - N, -M + N e -M-N também o são (e
 todas as quatro raízes têm a mesma multiplicidade).

 Essa segunda é falsa. Seja M = raiz(2) e N = 2*raiz(2), de forma que m
 = 2 e n = 8. Seja agora P(x) um polinômio com raiz M + N = 3*raiz(2).
 Basta tomar P(x) = x^2 - 18. Para este polinômio, -(M+N) também é
 raíz, mas nem M-N nem -(M-N) são.

 Para ser verdade, você precisa que M e N sejam racionalmente
 independentes, o que é (quase) o que você quer mostrar no teorema...

 Abraços,
 --
 Bernardo Freitas Paulo da Costa

 --
 Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e
  acredita-se estar livre de perigo.


 =
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 http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html
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-- 
Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e
 acredita-se estar livre de perigo.



[obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Raízes irracionais

2010-09-15 Por tôpico Bernardo Freitas Paulo da Costa
Daniel: eu teria dito um pouquinho diferente de você.

Note que você resolveu o grande problema: se m + n*raiz(2) é zero de
p(x), então m - n*raiz(2) também. (o que decorre da parte dos
polinômios minimais). Mas para fazer a parte multiplicidade, eu
teria feito por recorrência, ou seja, já que h(x) divide p(x), olhamos
para as raízes de (p/h)(x) e continua-se o processo. O que eu não vejo
no argumento final é como garantir que não tem nenhum fator a mais
de um lado ou do outro, sem repetir o argumento da divisibilidade;
dito de outra forma, não entendi porque de h | p decorre que a
multiplicidade (em p) das raízes de h é a mesma.

abraços,
-- 
Bernardo Freitas Paulo da Costa


2010/9/15 Daniel da Silva Nunes klein...@globo.com:
 Olá Pedro,

 Seja F o corpo dos quocientes de polinomios em raiz(n) com coeficientes
 racionais. Na prática, coisas do tipo (a + b*raiz(n))/(c + d*raiz(n)), com
 a, b, c e d racionais. F é extensão dos racionais Q.

 Vou chamar de p(x) o polinômio original. Ele está em Q[x], conjunto dos
 polinômios com coeficientes racionais. Repare que a = m + raiz(n) está em F.
 Como p(a) = 0, o polinômio irredutível sobre Q de a divide p, dada sua
 unicidade. É fato que a extensão de Q sobre raiz(n) coincide com a extensão
 de Q sobre a, e ambas têm grau 2, visto que o polinomio irredutível sobre Q
 é x^2 - n no primeiro caso e h(x) = (x - m)^2 - n no segundo.

 Recaptulando, h divide p. Como h(x) = (x - m - raiz(n))*(x - m + raiz(n)), o
 grau de a multiplicidade de m - raiz(n) e m + raiz(n) tem que ser o mesmo.

 []s,

 Daniel

 Em 14 de setembro de 2010 21:03, Pedro Chaves brped...@hotmail.com
 escreveu:

 Caros amigos,


 Peço-lhes socorro na questão seguinte, onde uso R(n) para indicar a raiz
 quadrada de n.


 Sejam m e n números inteiros (n0) e R(n) irracional. Mostrar que a
 equação algébrica, de coeficientes racionais,
 que admite a raiz m + R(n), com multiplicidade p, admite também a raiz m -
 R(n) com a mesma
 multiplicidade.

 Obrigado!
 Pedro Chaves


=
Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html
=


[obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Raízes irracionais

2010-09-15 Por tôpico Daniel da Silva Nunes
Oi Bernardo,

Acho que entendo onde você vê a necessidade de indução (seria para mostrar a
existência de determinada fatoração de p, não?). Com certeza ficaria mais
rigoroso se for explicitada essa etapa do argumento, mas aí é aquela velha
história do que vale como bagagem (os fatos) X o que tem que ser provado
(os objetivos da questão). São pontos de vista, mas, realmente, se não
custa, melhor provar!

[]s,

Daniel
Em 15 de setembro de 2010 16:52, Bernardo Freitas Paulo da Costa 
bernardo...@gmail.com escreveu:

 2010/9/15 Daniel da Silva Nunes klein...@globo.com:
  Bernardo,
 
  Creio que não seja necessária a recorrência. Tanto a = m + raiz(n) quanto
 b
  = m - raiz(n) têm o mesmo polinomio irredutível (ok, minimal!) h sobre Q,
  que se fatora como (x - a)*(x - b) na extensão F = Q(raiz(n)). Isto é,
 têm
  mesma multiplicidade 1. Se, portanto, a tem multiplicidade q em p(x),
  forçosamente a multiplicidade de b em p(x) deve ser q.
 
  Não há como haver outra fatoração em Q[x] de p com raízes a ou b
 sobrando.
  Se p(x) = f(x)*g(x), fatoração racional, com f(a) = 0, então h divide f e
 a
  multiplicidade de a em f é a mesma de b em f, pelo mesmo argumento acima.
 É
  só pensar na fatoração em Q[x], não em Q(raiz(n))[x], pois p(x) é
 racional.
 Oi Daniel!

 Esse argumento é mais ou menos uma recorrência no grau do polinômio,
 não ? Enfim, eu acho que fica mais claro se der para evitar o pelo
 mesmo argumento acima (que a gente ainda está provando!) e fazer por
 indução.

  []s,
 
  Daniel

 abraços,
 --
 Bernardo Freitas Paulo da Costa


  Em 15 de setembro de 2010 08:45, Bernardo Freitas Paulo da Costa
  bernardo...@gmail.com escreveu:
 
  Daniel: eu teria dito um pouquinho diferente de você.
 
  Note que você resolveu o grande problema: se m + n*raiz(2) é zero de
  p(x), então m - n*raiz(2) também. (o que decorre da parte dos
  polinômios minimais). Mas para fazer a parte multiplicidade, eu
  teria feito por recorrência, ou seja, já que h(x) divide p(x), olhamos
  para as raízes de (p/h)(x) e continua-se o processo. O que eu não vejo
  no argumento final é como garantir que não tem nenhum fator a mais
  de um lado ou do outro, sem repetir o argumento da divisibilidade;
  dito de outra forma, não entendi porque de h | p decorre que a
  multiplicidade (em p) das raízes de h é a mesma.
 
  abraços,
  --
  Bernardo Freitas Paulo da Costa
 
 
  2010/9/15 Daniel da Silva Nunes klein...@globo.com:
   Olá Pedro,
  
   Seja F o corpo dos quocientes de polinomios em raiz(n) com
 coeficientes
   racionais. Na prática, coisas do tipo (a + b*raiz(n))/(c + d*raiz(n)),
   com
   a, b, c e d racionais. F é extensão dos racionais Q.
  
   Vou chamar de p(x) o polinômio original. Ele está em Q[x], conjunto
 dos
   polinômios com coeficientes racionais. Repare que a = m + raiz(n) está
   em F.
   Como p(a) = 0, o polinômio irredutível sobre Q de a divide p, dada sua
   unicidade. É fato que a extensão de Q sobre raiz(n) coincide com a
   extensão
   de Q sobre a, e ambas têm grau 2, visto que o polinomio irredutível
   sobre Q
   é x^2 - n no primeiro caso e h(x) = (x - m)^2 - n no segundo.
  
   Recaptulando, h divide p. Como h(x) = (x - m - raiz(n))*(x - m +
   raiz(n)), o
   grau de a multiplicidade de m - raiz(n) e m + raiz(n) tem que ser o
   mesmo.
  
   []s,
  
   Daniel
  
   Em 14 de setembro de 2010 21:03, Pedro Chaves brped...@hotmail.com
   escreveu:
  
   Caros amigos,
  
  
   Peço-lhes socorro na questão seguinte, onde uso R(n) para indicar a
   raiz
   quadrada de n.
  
  
   Sejam m e n números inteiros (n0) e R(n) irracional. Mostrar que a
   equação algébrica, de coeficientes racionais,
   que admite a raiz m + R(n), com multiplicidade p, admite também a
 raiz
   m -
   R(n) com a mesma
   multiplicidade.
  
   Obrigado!
   Pedro Chaves

 =
 Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
 http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html
 =