Eu simplesmente comparei com a série de Taylor de arctan(x), que converge
em [-1,1] (logo, em [0,1]) e é obtida por integração de 1/(1+x^2).

1 - x^2 + x^4 - x^6 + ... converge uniformemente pra 1/(1+x^2) em todo
sub-intervalo compacto de (-1,1).
Mas pra x = 1, a série diverge e a justificativa pra integrabilidade é que
o resto da série geométrica de razão -x^2 (igual a (-1)^n*x^(2n)/(1+x^2) )
é integrável em [0,1] e a o valor absoluto da integral é dominado por
Integral(0...1) x^(2n)*dx = 1/(2n+1) que tende a zero quando n -> +infinito.

Mas Integral(0...x) (-1)^n*u^(2n)*du/(1+u^2) é justamente o resto da série
de Taylor de arctan(x), para x em [0,1].

Tem um teorema, devido a Abel, que diz que se uma série de potências f(x) =
SOMA(n>=0)  a_n*x^n converge em (-1,1) e se a série numérica SOMA(n>=0) a_n
converge pra L, então lim(x -> 1-) f(x) = L. É o caso da série de arctg(x)
= x - x^3/3 + x^5/5 - x^7/7 + ..., que converge justamente pra pi/4, quando
x =1.
A demonstração usa soma por partes e pode ser encontrada aqui:
http://www.math.uconn.edu/~kconrad/blurbs/analysis/abelthm.pdf.

Mas, pra mim, a grande sacada deste problema foi a sua dica, de que a
transformação x =1/t transforma Integral(0...+inf) log(x)*dx/(1+x^2) em
Integral(+inf...0) log(t)*dt/(1+t^2)  (ou seja, simplesmente inverte os
limites de integração), de modo que a integral é igual a zero. Isso não é
óbvio de antemão.

[]s,
Claudio.



On Wed, Aug 29, 2018 at 2:18 AM Artur Steiner <artur.costa.stei...@gmail.com>
wrote:

> Esta sua solução por séries é bem interessante. Valeu! A justificativa
> para transformar a integral  de uma série em uma série dr integrais é
> convergência uniforme da série, certo?
>
> Eu prnsei numa solução baseada em I1(a) = Int(0, inf) dx/(x^2 + a), a > 0.
> Fazendo x = 1/t demonstramos que I1(1) = 0. Depois, fazendo x = at, vamos
> cair numa integral que dá arctan e deduzimos que
>
> I1(a) = (Pi log(a))/(4raiz(a)), a > 0
>
> Sendo I2(a) = Int(0, inf) dx/(x^2 + a)^2, vemos que o integrando de I2(a)
> é  -d/da 1/(x^2 + a), o simétrico da derivada parcial com relaçâo a a do
> integrando de I1(a). Para a >= 1, o valor absoluto desta derivada é
> dominado em (0, inf) pela função de x
>
> f(x) = log(x)/(x^2 + 1), x em (0, 1], que já vimos ser integrável neste
> intervalo
>
> f(x) = log(x)/x^2, x em (1, inf). Uma simples integração por partes mostra
> que este ramo de f é integrável em (1, inf).
>
> Assim, para a >= 1, f domina o integrando de I2(a) em (0, inf) e é
> integrável no mesmo. Segundo um teorema da Análise (egresso da Teoria da
> Medida), isto nos possibilita diferenciar sob o sinal de integral para
> concluir que
>
> I2(a) = -d/da I1(a).
>
> Isto nos leva a que
>
> I2(a) = Pi/8 (log(a) - 2) a^(-3/2), a >= 1
>
> Não sei se esta fórmula vale em (0, 1). Acho que não.
>
> Fazendo a = 1, obtemos I2(1) = -Pi/4
>
> Mas se o objetivo for só determinar I2(1), parece que usei guindaste pra
> levantar uma caixa de fósforos.
>
> Acho que a sugestão do tal Phd (um francês) não era o que eu fiz.
>
> Artur Costa Steiner
>
> Em ter, 28 de ago de 2018 21:34, Claudio Buffara <
> claudio.buff...@gmail.com> escreveu:
>
>> x = 1/t ==> Integral(1...+inf) log(x)*dx/(1+x^2)^2 = Integral(0...1)
>> t^2*log(t)*dt/(1+t^2)^2
>>
>> Assim,
>> Integral(0...+inf) log(x)*dx/(1+x^2)^2 =
>> Integral(0...1) log(x)*dx/(1+x^2)^2 + Integral(1...+inf)
>> log(x)*dx/(1+x^2)^2 =
>> Integral(0...1) log(x)*dx/(1+x^2)^2 + Integral(0...1)
>> x^2*log(x)*dx/(1+x^2)^2 =
>> Integral(0...1) (log(x)/(1+x^2)^2 + x^2*log(x)/(1+x^2)^2)*dx =
>> Integral(0...1) log(x)*dx/(1+x^2) =
>> Integral(0...1) log(x)*(1 - x^2 + x^4 - x^6 + ...)*dx
>>
>> A primitiva de x^n*log(x) é  x^(n+1)/(n+1)*(log(x) - 1/(n+1)) + C
>>
>> Logo, Integral(0...1) x^n*log(x)*dx = -1/(n+1)^2 ==>
>> Integral(0...1) log(x)*(1 - x^2 + x^4 - x^6 + ...)*dx =
>> -1 + 1/3^2 - 1/5^2 + 1/7^2 - ... =
>> -(1 - 1/3^2 + 1/5^2 - 1/7^2 + ...)
>>
>> A série entre parênteses não parece ter soma Pi/4, mas é muito provável
>> que eu tenha errado alguma conta.
>>
>> []s,
>> Claudio.
>>
>>
>>
>>
>> On Tue, Aug 28, 2018 at 4:55 PM Artur Steiner <
>> artur.costa.stei...@gmail.com> wrote:
>>
>>> Ha algum tempo vi uma discussão sobre a integral
>>>
>>> Int (-oo a oo) ln(x)/(x^2 + 1)^2 dx
>>>
>>> Um Phd em matemática disse que a resolução fica bem mais simples se
>>> considerarmos que (-oo a oo) ln(x)/(x^2 + 1) dx = 0.  Este fato não é
>>> difícil de mostrar. Parcelando a segunda integral na soma de uma de (-oo a
>>> 1] com outra de [1 a oo) e fazendo x = 1/t em uma delas, concluimos que a
>>> integral é nula.
>>>
>>> Mas não vejo como esta informação possa ser utilizada na resolução da
>>> 1a.? Não vi o argumento do Phd.
>>>
>>> Alguém tem alguma sugestão? A resposta é -pi/4.
>>>
>>> Artur Costa Steiner
>>>
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>>> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e
>>> acredita-se estar livre de perigo.
>>
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>
>
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