Re: [obm-l] Mais uma de diferenciabilidade

2014-07-06 Por tôpico Bernardo Freitas Paulo da Costa
2014-07-05 2:35 GMT+02:00 Merryl sc...@hotmail.com:
 Seja f:I -- R contínua no ponto a do intervalo aberto I. Suponhamos que
 para todas sequências (x_n) e (y_n) em I tais que

 (x_n) seja crescente e convirja para a

 (y_n) seja decrescente e convirja para a

 x_n  a  y_n para todo n

 exista um mesmo real L para o qual convirjam os quocientes ((f(y_n) -
 f(x_n))/(y_n - x_n)).

 Mostre que f é diferenciável em a e que f'(a) = L

Bom, como o Ralph e o Artur já demonstraram, eu não vou escrever a
minha versão, mas apenas comentar para você tentar fazer sozinha sem
copiar as soluções deles, o que é a melhor maneira de aprender.

Essa questão tem vários problemas. O maior é que você tem informação
para o limite de toda sequência e você gostaria de ter uma
informação numa vizinhança. Por assim dizer, um problema de
uniformizar / juntar todos os limites x_n - a numa coisa que é
válida para |x - a|  epsilon. Esse foi o esforço principal do Artur,
que matou o problema no lema que ele mostrou.

O outro problema é que tem variáveis demais, e isso pode atrapalhar.
Note que você pode supor, sem perda de generalidade, que
* a = 0
* f(a) = 0
* L = 0

Nada disso vai resolver o problema, mas pode limpar a área e ajudar
a fazer a parte de cima mais rápido. Isso é justificado com uma
mudança de variáveis (e funções) da seguinte forma: em vez de f(x),
considere a função

g(x) = f(x + a) - f(a) - L*x.

Veja que isso corresponde ao resto da aproximação linear quando você
considera a derivada como a melhor reta que aproxima a sua função.
Aliás, para muitos problemas fundamentais de derivada, é sempre
MUITO poderoso usar a formulação f(x + a) = f(a) + f'(a)*x +
resto(x,a), onde resto(x,a)/x - 0 quando x - 0.

Isso feito, a minha demonstração (que é mais ou menos a do Artur ao
contrário) é assim:

A) Mostre que para y_n - 0 (decrescente) é sempre verdade que
f(y_n)/y_n - 0, usando uma sequência x_n tal que |f(x_n)|  1/2 *
|f(y_n)|, e |x_n|  |y_n| (que existe pela continuidade de f em 0).

B) O passo de uniformizar : suponha por absurdo (como todos fizeram
até aqui, estou ainda tentando achar uma versão direta) que a derivada
não seja L, isso dá uma sequência SPG decrescente (como fez o Ralph)
y_n - 0 tal que f(y_n) é grande. De novo usando o truque  |f(x_n)|
 1/2 * |f(y_n)|, e |x_n|  |y_n| , isso dá um par de sequências x_n
 0  y_n onde o limite não vai dar zero, absurdo.


Abraços,
-- 
Bernardo Freitas Paulo da Costa

-- 
Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e
 acredita-se estar livre de perigo.


=
Instru��es para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html
=


Re: [obm-l] Mais uma de diferenciabilidade

2014-07-05 Por tôpico saulo nilson
esse problema e semlhante ao anterior.


2014-07-05 0:25 GMT-03:00 Ralph Teixeira ralp...@gmail.com:

 Estou pensando em algo com o seguinte espirito (mas tem que examinar
 todos os detalhes e ver se funciona mesmo)!

 1. Suponha que f'(a) NAO EH L. Entao existe alguma sequencia (que,
 passando uma subsequencia se necessario, pode ser tomada monotona --
 vou supor spdg decrescente) z_n - a (com z_n a) tal que lim
 (f(z_n)-f(a)) / (z_n-a) nao eh L.
 2. Se a sequencia dos numeros (f(z_n)-f(a))/(z_n-a) for ilimitada,
 passe outra sub para que ele o limite dela seja +Inf ou -Inf; se for
 limitada, ela tem que ter um ponto de acumulacao que nao eh L, entao
 passe uma subsequencia para que o limite seja um numero A diferente de
 L.

 Em suma, neste momento temos uma sequencia z_n-a decrescente tal que
 lim (f(z_n)-f(a)) / (z_n-a) = A  L.

 3. Ideia: tome y_n=z_n. Agora, para CADA y_n fixo, vamos escolher x_n
 MUITO PERTO de a, tal que f(x_n) esteja MUITO MUITO PERTO de f(a).
 Assim, teremos algo do tipo
 [f(y_n) - f(x_n)]/[y_n-x_n] ~~~ [f(y_n) - f(a)]/[y_n-a] ~~~ A, que
 estaria **longe** de L. Pronto, isto seria uma contradicao frente aa
 hipotese dada!

 Vejamos os detalhes, pelo menos no caso em que A eh finito: vou
 denotar B_n=[f(y_n) - f(a)]/[y_n-a] e D=|A-L|0.
 i) Primeiro passe outra subsequencia de forma a garantir que |B_n  -
 A|  D/4. Isto eh para garantir que este negocio estah realmente longe
 de L (e eh possivel porque o limite de B_n eh A quando n-Inf, entao
 eh soh cortar o comeco da sequencia e deixar um rabo conveniente).
 ii) Agora, para um y_n fixo, note que lim (x-a) (f(y_n) - f(x))/(y_n
 - x) = B_n. Entao, para x suficientemente proximo de a, temos
 |(f(y_n)-f(x)) / (y_n-x) - B_n |D/4.
 iii) Entao escolha um x_n de cada vez, indutivamente, sempre no
 intervalo (x_(n-1),a) e satisfazendo (ii) (que simplesmente
 determinava um intervalo em volta de a onde x_n tinha que estar).
 iv) Pronto! A sequencia x_n eh crescente, e temos

 |[f(y_n) - f(x_n)]/[y_n-x_n] - L|  |A-L| - |B_n-A| - |[f(y_n) -
 f(x_n)]/[y_n-x_n] - B_n|  D - D/4 - D/4  D/2
 e portanto o limite desta fracao ali na esquerda nao serah L, absurdo.


 (Agora falta fazer um raciocinio analogo no caso em que A=+-Inf! Mas
 tenho certeza que sai, deve ateh ser mais facil do que esse que eu
 fiz.)

 Abraco, Ralph.

 2014-07-04 21:35 GMT-03:00 Merryl sc...@hotmail.com:
  Boa noite amigos
 
  Obrigada a todos pela ajuda naquele outro problema.
 
  Gostaria de ajuda com este aqui. Já pensei mas não consegui provar.
 
  Seja f:I -- R contínua no ponto a do intervalo aberto I. Suponhamos que
  para todas sequências (x_n) e (y_n) em I tais que
 
  (x_n) seja crescente e convirja para a
 
  (y_n) seja decrescente e convirja para a
 
  x_n  a  y_n para todo n
 
  exista um mesmo real L para o qual convirjam os quocientes ((f(y_n) -
  f(x_n))/(y_n - x_n)).
 
  Mostre que f é diferenciável em a e que f'(a) = L
 
  Eu tentei partir o quociente acima em duas partes, escrevendo-o como
 
  (f(y_n) - f(a))/(y_n - a) (y_n - a)/(y_n - x_n) - (f(x_n) - f(a))/(x_n -
 a)
  (x_n - a)/(y_n - x_n)
 
  Mas como a hipótese é que f é só contínua em a, não se assume
  diferenciabilidade, isto não permite chegar a f'(a) = L.
 
  Obrigada
 
  --
  Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e
  acredita-se estar livre de perigo.

 --
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  acredita-se estar livre de perigo.


 =
 Instru�ões para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
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 acredita-se estar livre de perigo.



[obm-l] Mais uma de diferenciabilidade

2014-07-04 Por tôpico Merryl
Boa noite amigos

Obrigada a todos pela ajuda naquele outro problema. 

Gostaria de ajuda com este aqui. Já pensei mas não consegui provar.

Seja f:I -- R contínua no ponto a do intervalo aberto I. Suponhamos que para 
todas sequências (x_n) e (y_n) em I tais que

(x_n) seja crescente e convirja para a

(y_n) seja decrescente e convirja para a

x_n  a  y_n para todo n

exista um mesmo real L para o qual convirjam os quocientes ((f(y_n) - 
f(x_n))/(y_n - x_n)).

Mostre que f é diferenciável em a e que f'(a) = L

Eu tentei partir o quociente acima em duas partes, escrevendo-o como

(f(y_n) - f(a))/(y_n - a) (y_n - a)/(y_n - x_n) - (f(x_n) - f(a))/(x_n - a) 
(x_n - a)/(y_n - x_n)

Mas como a hipótese é que f é só contínua em a, não se assume 
diferenciabilidade, isto não permite chegar a f'(a) = L.

Obrigada
  
-- 
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 acredita-se estar livre de perigo.



Re: [obm-l] Mais uma de diferenciabilidade

2014-07-04 Por tôpico Ralph Teixeira
Estou pensando em algo com o seguinte espirito (mas tem que examinar
todos os detalhes e ver se funciona mesmo)!

1. Suponha que f'(a) NAO EH L. Entao existe alguma sequencia (que,
passando uma subsequencia se necessario, pode ser tomada monotona --
vou supor spdg decrescente) z_n - a (com z_n a) tal que lim
(f(z_n)-f(a)) / (z_n-a) nao eh L.
2. Se a sequencia dos numeros (f(z_n)-f(a))/(z_n-a) for ilimitada,
passe outra sub para que ele o limite dela seja +Inf ou -Inf; se for
limitada, ela tem que ter um ponto de acumulacao que nao eh L, entao
passe uma subsequencia para que o limite seja um numero A diferente de
L.

Em suma, neste momento temos uma sequencia z_n-a decrescente tal que
lim (f(z_n)-f(a)) / (z_n-a) = A  L.

3. Ideia: tome y_n=z_n. Agora, para CADA y_n fixo, vamos escolher x_n
MUITO PERTO de a, tal que f(x_n) esteja MUITO MUITO PERTO de f(a).
Assim, teremos algo do tipo
[f(y_n) - f(x_n)]/[y_n-x_n] ~~~ [f(y_n) - f(a)]/[y_n-a] ~~~ A, que
estaria **longe** de L. Pronto, isto seria uma contradicao frente aa
hipotese dada!

Vejamos os detalhes, pelo menos no caso em que A eh finito: vou
denotar B_n=[f(y_n) - f(a)]/[y_n-a] e D=|A-L|0.
i) Primeiro passe outra subsequencia de forma a garantir que |B_n  -
A|  D/4. Isto eh para garantir que este negocio estah realmente longe
de L (e eh possivel porque o limite de B_n eh A quando n-Inf, entao
eh soh cortar o comeco da sequencia e deixar um rabo conveniente).
ii) Agora, para um y_n fixo, note que lim (x-a) (f(y_n) - f(x))/(y_n
- x) = B_n. Entao, para x suficientemente proximo de a, temos
|(f(y_n)-f(x)) / (y_n-x) - B_n |D/4.
iii) Entao escolha um x_n de cada vez, indutivamente, sempre no
intervalo (x_(n-1),a) e satisfazendo (ii) (que simplesmente
determinava um intervalo em volta de a onde x_n tinha que estar).
iv) Pronto! A sequencia x_n eh crescente, e temos

|[f(y_n) - f(x_n)]/[y_n-x_n] - L|  |A-L| - |B_n-A| - |[f(y_n) -
f(x_n)]/[y_n-x_n] - B_n|  D - D/4 - D/4  D/2
e portanto o limite desta fracao ali na esquerda nao serah L, absurdo.


(Agora falta fazer um raciocinio analogo no caso em que A=+-Inf! Mas
tenho certeza que sai, deve ateh ser mais facil do que esse que eu
fiz.)

Abraco, Ralph.

2014-07-04 21:35 GMT-03:00 Merryl sc...@hotmail.com:
 Boa noite amigos

 Obrigada a todos pela ajuda naquele outro problema.

 Gostaria de ajuda com este aqui. Já pensei mas não consegui provar.

 Seja f:I -- R contínua no ponto a do intervalo aberto I. Suponhamos que
 para todas sequências (x_n) e (y_n) em I tais que

 (x_n) seja crescente e convirja para a

 (y_n) seja decrescente e convirja para a

 x_n  a  y_n para todo n

 exista um mesmo real L para o qual convirjam os quocientes ((f(y_n) -
 f(x_n))/(y_n - x_n)).

 Mostre que f é diferenciável em a e que f'(a) = L

 Eu tentei partir o quociente acima em duas partes, escrevendo-o como

 (f(y_n) - f(a))/(y_n - a) (y_n - a)/(y_n - x_n) - (f(x_n) - f(a))/(x_n - a)
 (x_n - a)/(y_n - x_n)

 Mas como a hipótese é que f é só contínua em a, não se assume
 diferenciabilidade, isto não permite chegar a f'(a) = L.

 Obrigada

 --
 Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e
 acredita-se estar livre de perigo.

-- 
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RE: [obm-l] Mais uma de diferenciabilidade

2014-07-04 Por tôpico Artur Costa Steiner
De fato, partindo o quociente como vc fez, parece meio difícil chegar lá. 
Justamente porque, como vc disse, tudo que se assume em a é continuidade. 
Embora a conclusão de que f'(a) = L seja um tanto intuitiva, a prova não me 
parece assim trivial.br/br/Vou propor uma prova que guarda semelhança com a 
dada pelo Ralph. Comecemos pelo seguinte lema:br/br/As condições dadas 
implicam que, para todo eps  0, exista d  0 tal que, para todos x e y de I 
satisfazendo x  a  y e y - x  d, tenhamosbr/br/|(f(y) - f(x))/(y - x) - 
L|  epsbr/br/Prova do lema:br/br/Se o lema não vigorar, então, para 
algum eps0  0, é verdade que, dado qualquer d  0, existam x e y em I tais que 
x  a  y, y - x  d e br/br/|(f(y) - f(x))/(y - x) - L| = eps0   
(1)br/br/Aplicando esta conclusão para d = 1, obtemos (x_1, y_1) tal que 
x_1  a  y_1, y_1 - x_1  1 e tal que (x_1, y_1) satisfaz à desigualdade (1). 
br/br/Suponhamos que, para algum
 inteiro positivo n, tenhamos encontrado pares (x_k, y_k), k = 1,  n, tais 
que br/br/(2) x_1  x_2   x_n  a  y_n   y_2   y_1br/br/(3) 
y_k - x_k  1/k, k = 1,  nbr/br/(4) Cada (x_k, y_k) satisfaz à 
desigualdade (1) acima.br/br/Façamos d_(n + 1) = min{1/(n + 1), a - x_n, 
y_n - a}. Existe então (x_(n + 1), y_ (n + 1)), satisfazendo à desigualdade 
(1), tal que br/br/x_(n + 1)  a  y _(n + 1) e br/y_(n + 1) - x_(n + 1) 
 d_(n + 1)br/br/Destas duas últimas desigualdades e da definição de d_(n + 
1), segue- se quebr/br/a - x_(n + 1)  y_(n + 1) - x_(n + 1)  d_(n + 1) = 
 a - x_n, o que implica quebr/a - x_(n + 1)  a - x_n e que, portanto, x_n  
x_(n + 1)br/br/Por um raciocínio análogo, concluímos também que y_(n + 1)  
y_n. Além disto, temos quebr/br/ y_(n + 1) - x_(n + 1)  d_(n + 1) = 1/(n 
+ 1), logo y_(n + 1) - x_(n + 1)  1/(n + 1). br/br/Assim, as condições (2) 
a (4) acima
 são satisfeitas com n + 1 no lugar de n. Isto completa a indução e mostra que 
este processo pode prosseguir indefinidamente, gerando sequências (x_n) e (y_n) 
tais que br/br/que br/br/(5)x_1  x_2   x_n  a  y_n   y_2  
 y_1br/br/(6) y_n  - x_n   1/n para todo nbr/br/(7) Cada (x_n, y_n) 
satisfaz à desigualdade (1) acima.br/br/(5) e (6) implicam que (x_n) cresça 
para a e que (y_n) decresça para a. Logo, estas sequências satisfazem aos 
requisitos descritos no enunciado do problema. Mas (7) implica que, 
contrariamente à hipótese, (f(y_n) - f(x_n))/(y_n - x_n)) não convirja para L. 
Temos assim uma contradição que prova o lema.br/br/De volta ao problema 
original:br/br/Dado eps  0,  escolhamos d conforme citado no lema e 
fixemos arbitrariamente y em (a, a + d). Então, y - d  a e, para todo x em (y 
- d, a), temos que x  a  y, y - x  d e, em virtude do lema,br/br/|(f(y) 
- f(x))/(y - x) - L|  eps
 (8)br/br/Como f é contínua em a, mantendo-se y fixo e fazendo x -- a-, o 
primeiro membro de (8) tende a br/br/|(f(y) - f(a))/(y - a) - L| 
br/br/E em virtude da desigualdade em (8), segue-se que br/br/|(f(y) - 
f(a))/(y - a) - L| = eps (9) br/br/Assim, para todo eps  0 existe d  0 
tal que (9) se verifica para to x em (a, a + d). Isto é o mesmo que dizer 
quebr/br/lim (y -- a+)  (f(y) - f(a))/(y - a) = Lbr/br/o que, por sua 
vez, é o mesmo que dizer que f é diferenciável em a + com f'(a+) = L. Por um 
raciocínio similar concluímos também que f'(a-) = L, de modo que, conforme 
afirmado, f é diferenciável em a e f'(a) = L.br/br/Abraçosbr/br/Artur 
br/br/a href=https://overview.mail.yahoo.com?.src=iOS;br/br/Enviado 
do Yahoo Mail para iPad/a
-- 
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 acredita-se estar livre de perigo.