*América Latina fará intercâmbio de software livre*
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24 DE MAIO DE 2007 - 21h13
América Latina fará intercâmbio de software livre
Uma rede formada por países da América Latina pretende intensificar, na
administração pública, o uso de softwares livres (que não precisam de
licença para uso). A iniciativa — que já conta com a participação de
Brasil, Cuba, Venezuela, Colômbia e Uruguai — vai divulgar programas
utilizados em algumas nações e auxiliar a adaptá-los para que possam ser
implementados em outros locais. Os softwares ficarão disponíveis na
internet, acessíveis a qualquer internauta.
A Rede Colaborativa de Software Livre e Aberto da América Latina e
Caribe, como é chamada a iniciativa, começou a ser montada no fim de
2005, por meio de uma parceria entre o PNUD e a UFMG (Universidade
Federal de Minas Gerais), que abriga o primeiro núcleo de coordenação do
projeto. O acordo foi formalmente assinado na semana passada. “A rede
vai trabalhar com software livre voltado para governança. Vai reunir a
demanda de software dos países nessa área, ou seja, o que cada país está
precisando, e o que eles podem oferecer”, diz Fausto dos Anjos Alvim,
analista de programa da Unidade de Políticas Sociais do PNUD.
Os programas gratuitos serão disponibilizados para os outros
interessados. A rede vai fornecer especialistas para fazer as adaptações
nos softwares, de modo que eles atendam as necessidades de cada país.
Para isso, o projeto contará inicialmente com US$ 200 mil, doados pelo
escritório do PNUD de Nova York e pela UFMG. “Como o software é livre,
não se compra nem vende. Mas é preciso que sejam feitas adaptações, e a
verba serve para isso”, explica Alvim.
Até o momento, a rede é formada por representantes dos governos de Cuba,
Brasil e Venezuela, uma organização não-governamental do Uruguai e outra
da Colômbia. Três programas, todos do Brasil, foram compartilhados: um
destinado a compras governamentais, outro que faz um inventário de
máquinas relacionadas com a tecnologia da informação e outro que
autentica com maior segurança documentos assinados por membros da
administração pública. A participação dos países e o número de
integrantes vai aumentar, esperam os organizadores.
A partir de junho, deverá entrar no ar um portal, que abrigará todos os
programas disponibilizados pelos países. Qualquer interessado poderá
acessá-los e baixar os arquivos gratuitamente, mas não poderá,
inicialmente, inserir novos softwares sem a autorização dos organizadores.
Além da divulgação dos programas gratuitos já usados, a iniciativa tem
como objetivo também fomentar a elaboração de novos, explica Wagner
Meira Júnior, professor do departamento de Ciência da Computação da
UFMG, que coordena o núcleo da universidade. “Há uma preocupação com as
pequenas e médias empresas que atuam na área de software livre. Queremos
incentivar que elas criem novos programas”, diz. “As demandas [dos
governos] serão mapeadas para que essas empresas saibam quais as áreas
desse mercado que estão vazias e onde podem investir”, completa o
analista do PNUD.
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