Estudo polêmico diz que pirataria de software favorece Windows
Por Matthew Broersma, para o IDG Now!*
Publicada em 11 de setembro de 2006 às 18h26
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Londres
- Dois pesquisadores de Havard criam modelo para analisar a competição
entre o Windows e Linux e chegam a conclusões surpreendentes.
A pirataria de software ao contrário do que pensa o senso comum pode ajudar a Microsoft em sua batalha contra o Linux. Essa é uma das conclusões de um estudo polêmico de dois pesquisadores da Havard Business School, dos Estados Unidos.
O
texto acadêmico (Dynamic Mixed Duopoly: A Model Motivated by Linux vs.
Windows) foi escrito pelo professor assistente Ramon Casadesus-Masanell
e pelo professor Pankaj Ghemawat e publicado em uma edição especial da
revista Management Science.Os dois basearam seus estudos em
modelos econômicos simplificados para recriar a dinâmica de competição
entre o Windows e o Linux, no qual o Windows tem participação de
mercado e lucratividade de seu lado, enquanto o Linux beneficia-se de
um ciclo de desenvolvimento mais rápido e de um custo mais baixo.Casadesus-Masanell
e Ghemawat, para surpresa deles mesmos, descobriram que as vantagens do
Linux sozinhas não significam que com isso ele vai superar o Windows,
que se beneficia inicialmente de seu poder dominante de mercado.Um
fato que poderia ajudar o Linux a ganhar espaço são os "compradores
estratégicos" - grandes empresas e governos, que se sentem mais
confortáveis em ter acesso ao código fonte."Esta deve ser uma
das razões porque a Microsoft está fornecendo acesso ao código fonte do
Windows para os governos", disseram os pesquisadores. Outra
surpresa, segundo os pesquisadores da Harvard Business School, é que a
pirataria do Windows pode, na verdade, ajudar a Microsoft. Isso porque
quanto mais pessoas usam o software, maior é o efeito rede, o que torna
o Windows mais valioso e permite que a Microsoft cobre mais por ele.O
estudo diz também que a pirataria do Windows ajuda a reduzir o
entusiasmo pelo Linux. "Descobrimos que em países onde a pirataria é
alta, o Linux tem as taxas mais baixas de penetração", disseram
Casadesus-Masanell e Ghemawat.A terceira descoberta dos
estudiosos é que o Linux não significa necessariamente um efeito de
bem-estar social melhor do que o Windows. "Com o monopólio, os
esforços para desenvolver um novo software e melhorar uma plataforma
são direcionados para um único sistema e isso pode ser melhor em uma
perspectiva de bem-estar social", escreveram os pesquisadores.Os
dois pesquisadores admitem que o modelo econômico que construíram para
estudar os impactos do Windows e do Linux é bastante simplificado e
pode não refletir fatores importantes que existem no mundo real.Detalhes da pesquisa podem ser conferidas em uma entrevista dos dois pesquisadores
(em inglês).
Matthew Broersma é editor da Techworld, em Londres.
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