Olhem mais um destes repórter com intenções $$$$
http://www.itweb.com.br/noticias/index.asp?cod=42421
*Sete motivos por que o Linux não terá sucesso em computadores desktop*
por Alexander Wolfe, da InformationWeek EUA
26/09/2007
/O sistema operacional de código aberto está destinado a permanecer na
sombra do Windows, opina o blogueiro Alex Wolfe/
É inquestionavelmente exato observar que, embora o Linux seja um sucesso
no que se refere a servidores – o Apache no Linux é capaz de rodar mais
web sites do que o ISS, da Microsoft, apesar de este último estar sendo
aprimorado –, o sistema operacional de código aberto tem se apresentado
como um fracasso desanimador em desktops. Existem pelo menos sete
sólidas razões, que serão detalhadas a seguir, pelas quais o Linux não
aumentou nem um pouco sua participação, representada por um único
dígito, no mercado de desktops, desde que entrou em cena, em 1991; e
nunca conseguirá aumentar.
A falha no lançamento do Linux para desktops é muito mais complicada de
se entender quando se considera que é difícil pensar nessa situação em
relação a qualquer tecnologia que tenha sido apoiada por um grupo de
patrocinadores tão entusiastas e comprometidos. Infelizmente, esse
incentivo realmente foi “um tiro que saiu pela culatra”.
A média dos usuários de PCs não têm sido influenciada pelos protestos
veementes dos adeptos do Linux no sentido de que ele é tão nitidamente
superior a todo e qualquer produto da Microsoft. Parece óbvio que mais
usuários tem sido desviados pela difamação dirigida a eles por muitos
iniciantes em fonte aberta, do que têm sido motivados a substituir seus
Windows já instalados.
Embora o Ubuntu (sistema operacional com base no Linux), a mais recente
e a mais amigável distribuição, tenha feito muito para reduzir a
rejeição por parte dos usuários comuns, o Linux para desktops continua
limitado a uma participação de mercado de menos de 2%. É provável que
esta situação continue, apesar de a Dell de oferecer o Ubuntu
pré-instalado em um lote de PCs e laptops. Este é o maior incentivo que
o Linux para desktops já recebeu, mas é muito pouco; e já é tarde demais.
A seguir, veja as sete razões por que o Linux não terá sucesso em desktops:
*1 – Os custos de adaptação de aplicativos são proibitivos*
De acordo com um relatório elaborado em 2005 pelo Laboratório de
Desenvolvimento de Código Aberto (OSDL, na sigla em inglês), um dos
principais impedimentos para a adoção do Linux em desktops é a falta de
compatibilidade com aplicativos populares, como Photoshop, PageMaker,
AutoCAD e Quicken.
Nada mudou nestes últimos dois anos. O Photoshop e o PageMaker, da
Adobe, e seu sucessor, o InDesign, assim como o Quicken, ainda estão
disponíveis somente para o Windows e o Mac; o AutoCAD apenas é
compatível com produtos da Microsoft. Na verdade, é possível executar o
Photoshop e o Quicken utilizando o Crossover Linux, da Codeweavers, um
programa que é instalado no Linux e possibilita a execução de
aplicativos do Windows. No entanto, por definição, somente usuários mais
experientes fazem isto.
É possível compreender porque os pequenos fabricantes de software podem
evitar o Linux e tentar explorar o potencial da base de usuários do
Windows, que é muito maior. Mas por que os principais fabricantes, como
Adobe e AutoDesk, evitam o Linux? É porque o retorno não compensa as
dores de cabeça. Mesmo se o departamento de marketing de uma companhia
estiver confiante de que venderá muitos programas de software Linux,
qualificar aplicativos Linux é um pesadelo logístico e um transtorno
dispendioso.
Isso é porque não existe um único "Linux". Se você quiser qualificar um
aplicativo no sistema operacional de código aberto, terá de testar e
verificar se ele pode ser executado em uma série de distribuições
específicas. Comercialmente falando, isso significa um mínimo de quatro
distribuições – as variedades corporativa e para desktop, da Red Hat e
Novell. Então, um fabricante precisa decidir se quer oferecer
compatibilidade com uma distribuição popular comunitária, como o Ubuntu.
Contatei Bill Weinberg, especialista em Linux, que costumava ser um
defensor do OSDL. Veja como ele explicou a situação: "Diversidade e
opções, as ‘marcas registradas’ do Linux e do open source, têm seu preço
– a fragmentação”. Além das duas grandes fabricantes, Red Hat e
Novell/SUSE, existem divisões de distribuição em linhas tais como
comercial versus gratuito, servidor versus desktop, e as demandas
regionais.
“À medida que a participação de mercado do Linux continua a subir, os
fabricantes de software independente corporativo estão altamente
motivados a se dedicar e a oferecer suporte técnico ao Linux como um
host, mas enfrentam o desafio do retorno de investimento. Para
servidores e desktops, eles geralmente precisam de compatibilidade com o
dobro das distribuições/versões do Linux do que para o Windows, embora a
transição entre o XP e o Vista esteja provocando um empate".
*2 – O fator alienação dos fanáticos ou como os maiores patrocinadores
do Linux afastam novos usuários em potencial*
Chamo isto de o fator "Linux é bom demais para viver". Minha
discordância, no sentido de que a veemência dos fanáticos é desagradável
para a vasta maioria das pessoas que poderiam, de outra forma,
considerar experimentar o Linux, não precisa de argumentos, apenas de
uma defesa.
Deixe-me explicar: todos nós sabemos que essa afirmação é bastante
auto-evidente. Também sabemos que divulgar isto publicamente provocará
ataques fora do contexto da web. Contudo, me arrisco a apostar que eles
estarão muito menos propensos a discutir minha tese do que a se engajar
em um ataque ao meu caráter.
Sendo assim, deixe-me tentar evitar desde já as críticas negativas.
Algumas pessoas consideram o termo fanáticos como sendo pejorativo. Não
é essa minha intenção. Digo que esse é um termo descritivo e justo. Eu o
defini como uma referência a um especialista técnico super-entusiasta e
com visão míope, que não aceita nenhuma opinião diferente da dele –
vamos admitir que quase sempre se trata de um “ele” do qual estamos
falando.
Encarem a realidade, fanáticos. Vocês não são “os bons” porque usam
Linux, falam mal de tudo que é da Microsoft e tratam os iniciantes como
se eles tivessem de provar alguma coisa para poderem entrar em seu clube
de mentalidade elitista. Vocês estão apenas reforçando o estereótipo de
serem “geeks”, que tem sido o principal empecilho para a adoção do
código aberto entre os usuários de computadores que não são técnicos.
Os fanáticos são as crianças desobedientes na sala de estar do Linux.
Eles não podem ser controlados pelos adultos da comunidade de código
aberto, que estão tentando admiravelmente obter sucesso com o sistema
operacional. Estou falando da história da The Linux Foundation e de seus
predecessores, o OSDL e o Free Standards Group (Grupo de Padrões
Gratuitos).
*3 – Não é possível ganhar dinheiro com o sistema operacional*
Como usuário, não estou reclamando do custo do Linux. Ele é gratuito.
Contudo, como fabricante, a situação é um pesadelo. Existe uma razão
pela qual a Microsoft tem se dedicado a tecnologias que permitem
combater a pirataria, tais como Windows Genuine Advantage, que parece
estar conseguindo ampla aprovação. Isso é para garantir um constante
fluxo de rendimento.
A incapacidade de ganhar dinheiro com o sistema operacional apropriado é
porque existem somente dois destacados fabricantes comerciais do Linux –
Novell e Red Hat. Isso também é porque outros bons produtos, tais como o
Mandriva, têm enfrentado desafios financeiros, nos últimos anos.
Reconhecendo que não existe possibilidade de lucrar com o sistema
operacional em si, muitos fabricantes têm se dedicado a uma estratégia
pela qual tentam ganhar dinheiro com suporte técnico. Vamos definir que
esse modelo de negócios também não funciona.
Possivelmente, o maior incentivo ao modelo de suporte técnico jamais
antes recebido é o acordo de novembro de 2006, entre a Microsoft e a
Novell. Um pacto que alguns patrocinadores do código aberto chamaram de
pacto com o diabo. Segundo o acordo, a Microsoft concordou em tornar
disponível para seus clientes 70 mil assinaturas de suporte técnico ao
Linux, no prazo de um ano. Em março de 2007, 35 mil haviam sido
ativadas. No entanto, todas elas eram para o SUSE Linux Enterprise
Server [servidor corporativo Linux SUSE], e não para o Linux em desktops.
Entretanto, é improvável que os patrocinadores do Linux irão desistir de
obter rendimento com o suporte técnico. A web está repleta de
recomendações honestas, mas ingênuas, que sugerem o caminho do "Suporte
técnico comercial. Cobrar dos clientes US$ 200 por hora de assistência
técnica, mas garantir que o serviço é fornecido... Em seguida, fornecer
serviços de instalação, personalização e aprimoramento. É aí que está o
verdadeiro dinheiro... Por fim, você pode ganhar dinheiro com
re-licenciamento".
Tomara que isso seja verdade.
*4 – Resistência por parte da média dos usuários
*
Este argumento é diferente daquele aspecto negativo por parte dos
fanáticos (fanboys), mencionado acima. Mesmo que os patrocinadores do
Linux fossem um bando de “geeks” que, em vez de caminharem em suas horas
vagas ficam atrás de computadores, sem incomodar ninguém – opa! eles são
assim mesmo –, os usuários expostos a anos de marketing colateral feito
pela Microsoft simplesmente não estão interessados. Na verdade, "Eu
quero meu Microsoft" é o mantra silencioso da média dos funcionários de
escritório que utilizam computador.
A razão disso não está exatamente definida. Provavelmente, ocorre porque
a conscientização em relação ao Linux é muito menor do que a maioria de
nós, da área técnica, admite. No entanto, obviamente, o reconhecimento
do nome Microsoft está em um nível altíssimo.
Infelizmente, não posso fornecer dados quantitativos a esse respeito.
Parece que não existe nenhum estudo sobre a consciência sobre a marca
Linux entre os usuários que não são adeptos do Linux. Procurando no
Google por "reconhecimento da marca Linux", uma resposta foi um artigo
da CNN, datado de 1998, intitulado "Free OS gains groundswell of
support" (“Sistema Operacional gratuito conquista grande adesão de
suporte técnico”). Este artigo relatava que o "Linux está começando a
emergir como uma alternativa popular ao Windows NT". Aparentemente, 1998
foi o ano da grande mudança para os entusiastas do Linux.
Pela falta de números estatísticos, proponho a seguinte experiência:
faça uma reunião para a ceia do Natal e pergunte aos membros de toda a
sua família se eles já ouviram falar do Linux. Se alguém responder que
sim, pergunte o que eles acreditam que seja o Linux.
*5 – O Linux é "simples"; o Windows "simplesmente funciona"
*Para o bem desse debate, vamos momentaneamente deixar de lado meus
comentários sobre a conscientização dos usuários e a abertura para a
experimentação do Linux. Em vez disso, vamos nos focar no aspecto
prático: o que as pessoas percebem como benefício quando utilizam o
Linux, em comparação com a experiência deles com o Windows.
Nesse caso, meu argumento é que, assim como às vezes acontece na vida
conjugal, as expectativas geralmente são maiores do que aquilo que a
realidade oferece em relação a um novo relacionamento. E não se engane,
um usuário inicia de fato um relacionamento com seu sistema operacional.
De que outro modo se poderia chamar uma convivência que faz alguém
dedicar até mais de oito horas por dia com alguém ou (nesse caso) alguma
coisa?
Isso nos leva à importante, mas geralmente não reconhecida, distinção
entre Linux e Windows. Como descobri quando tentei instalar o Ubuntu em
um laptop, a experiência de uma pessoa individualmente vai diferir
daquela que todos os usuários, como um grupo, esperam ter.
Admito que esse não é o caso do Windows. Quaisquer que sejam os
problemas que o Windows tenha – e vamos reconhecer que existem muitos –
ele funciona, quando instalado. Os defeitos do Windows não envolvem uma
impossibilidade de inicialização. Na verdade, o Windows é mais
freqüentemente “pré-instalado” do que o usuário. Todavia, para penalizar
a Microsoft em relação a isso seria puni-la injustamente por seu sucesso.
Em contraposição, alguém pode afirmar justamente que o Ubuntu, como
muitas outras distribuições do Linux, ele é simples, no bom sentido. Ele
foi bem projetado e não é sobrecarregado com muitas “inutilidades
decorativas”. Essa é uma crítica contra a qual o Windows não está
totalmente imune.
Porém, embora a maioria das distribuições do Linux funcione bem para
alguns usuários, poucas, se houver alguma, funciona bem para 99,44% de
todas as pessoas que tentaram instalá-las. Isso é um impedimento grave
para o progresso do Linux, considerando que nenhuma das pessoas que
tiveram experiências negativas irá falar bem dele.
Nesse sentido, muitas das novas distribuições do Linux são como novos
filmes que têm sucesso em sua semana de lançamento, mas rapidamente são
esquecidos pelo público. Em seu favor, pode-se afirmar que o Ubuntu
ultrapassou bem essa barreira. Seu desafio agora é manter seu sucesso
por bastante tempo.
*6 – Existem demasiadas distribuições do Linux*
No fim do primeiro semestre deste ano, cheguei a um consenso em uma
pesquisa feita com os leitores, quando afirmei que a demasiada
quantidade de distribuições do Linux estava criando uma confusão em
relação ao código aberto. Declarei que o website DistroWatch.com havia
identificado um número de distribuições totalizando 359. Esse não é
exatamente um método direcionado de atrair a atenção de usuários que
estão procurando uma alternativa para o Windows. A página de
estatísticas do DistroWatch tinha uma explicação apropriada para esta
réplica livre:
"Uma distribuição do Linux é como uma religião. Se você já tentou
sugerir para outra pessoa que a escolha dela de uma distribuição pode
não ser a melhor, então, você sabe o que eu quero dizer". [O "eu"
provavelmente é Ladislav Bodnar, fundador do site.]
Já afirmei que o Linux está muito longe de ser como uma religião, para
seu próprio bem; por isso, vou deixar esse aspecto de lado, por
enquanto. Muitos respondentes à minha pesquisa sobre distribuições
argumentam que existem realmente apenas duas (ou quatro, ou seis, ou
oito, dependendo de quem respondeu). Aquelas importantes, as mais
mencionadas, são Red Hat e Novell/SUSE/OpenSUSE.
Se esse é o caso, porque precisamos do Ubuntu, que é, nitidamente, a
escolha do mês? E quanto às alternativas: PCLinuxOS, Fedora e MEPIS, que
estão na lista das cinco mais importantes distribuições, enumeradas pelo
DistroWatch? É por isto que encerrei meu blog com a afirmação muito
lisonjeira: "Não há outra forma de explicar: o Linux é uma bagunça
ramificada”.
Infelizmente, em vez de debater meu ponto de vista de que o lado
positivo do Linux está dissipado em meio a uma confusão de marcas,
criada pela existência de mais de 350 distribuições, muitos respondentes
optaram por discutir sobre o que é uma "ramificação". Uma nova
distribuição não é uma ramificação, de acordo com a argumentação típica,
desde que não tenha feito nenhuma modificação no kernel.
Sim, você está correto. Sentei em frente ao meu terminal de computador,
me sentindo humilhado por sua superioridade técnica. E, sim, enquanto
você está discutindo comigo, outro usuário que nunca tinha ouvido falar
de Puppy Linux ou Gnoppix, nem de Xandros, optou pelo Windows.
*7 – Linux não tem nenhum defensor que seja comparável a Bill Gates ou
Steve Jobs*
O único principal lado negativo do Linux não é técnico. É que não existe
nenhuma pessoa nem mesmo um defensor conhecido para direcionar o Linux
para a adoção em desktops. Na realidade, Linus Torvalds conquistou o
prêmio de bom rapaz da indústria de tecnologia de todos os tempos. Ele
também é um garoto-propaganda que pretende mostrar como manter uma
comunidade diversificada e descontrolada focalizada na manutenção de uma
boa tecnologia.
Infelizmente, apesar de todos os seus pontos fortes, Linus é um fracasso
como defensor. Se você não concorda com isso, basta comparar Linus a
Bill Gates e a Steve Jobs. Para sermos justos com Linus, é preciso dizer
que ele criou a marca do Linux. Contudo, desde seu destacado projeto,
datado de 1998, parece que essa criação de marca estacionou. Nem Linus,
nem ninguém mais, está fazendo nada para impulsionar o Linux para o uso
em desktop. A única atividade nesse sentido está sendo feita pela Dell.
Agora, considere Gates, que superou uma terrível batalha antitruste,
travada com o governo dos Estados Unidos, e uma reputação como alguém
que era um “pão-duro” no que se refere à caridade. Atualmente, ele é um
filantropo mundialmente renomado e uma celebridade bem vista, sendo um
dos homens mais ricos do mundo. Além disso, ele é amigo do cantor Bono,
do U2. E o mais importante é que ele criou a imagem pública de que é um
gênio do setor de software e incutiu isso na mente das pessoas, por meio
da linha de produtos da Microsoft.
Não estou dizendo que a imagem de Gates seja correta – será que ele
realmente foi o líder da arquitetura de software dos produtos da
Microsoft? Apenas estou afirmando que as pessoas acreditam nisso. Gates
transferiu esse título para Ray Ozzie em junho de 2006.
Quanto a Steve Jobs, ele nunca enfrentou um desafio de marketing que não
conseguisse superar. Esse é um homem que se dedica aos seus clientes, e
eles estão felizes pelo fato de ele estar de volta para realizar mais
coisas. Certamente, você pode falar que Jobs é arrogante e arrogante.
Mas não há duvida de que ele é um gênio do marketing.
No mundo dos negócios, se você não tiver um diretor-executivo que seja
uma celebridade, não terá uma marca. A IBM e seu diretor-executivo, Sam
Palmisano, são uma exceção. A celebridade de Palmisano nos negócios é
marcada pela sua falta de uma maior fama. Linus simplesmente não é
conhecido pelo público em geral.
E o que as pessoas pensam sobre Linus, se é que pensam alguma coisa
sobre ele? É justo dizer que sua imagem pública é a de um programador
que é, principalmente, normal, mas um pouco inseguro, que se afasta de
seus deveres em relação ao Linux para se comunicar com o mundo externo
somente quando uma situação realmente o perturba. Ele é visto como um
bom homem, que tem a cabeça no lugar.
Embora essas características sejam louváveis e, na realidade, muito
incomuns nos anais da história dos inovadores técnicos, elas também
significam que Linus Torvalds não é uma grande força para conduzir
mudanças. Ele está muito feliz para dedicar seus dias gerenciando
atualizações do kernel do Linux e fornecendo respostas breves às grandes
questões que perturbam o cenário atual da fonte aberta.
Mas impulsionar o Linux como uma alternativa para o Windows, como um SO
para o qual os usuários massivos de desktop terão de fazer conversão
imediatamente? Não é que esse tipo de “pregação” não esteja à altura de
Linus. É que ele simplesmente nunca demonstrou nenhum interesse em se
envolver.
Embora eu não pretenda igualar esses dois profissionais em nenhum
aspecto, forma ou estilo, a personagem da indústria de tecnologia mais
similar a Linus, no sentido de que ele não “mexe uma palha” em favor de
sua companhia, é Steve Ballmer. Mas considerando que Ballmer conquistou
uma posição negativa como recompensa por todos os seus anos de presença
destacada, Torvalds é apenas neutro.
E quanto a Richard Stallman? Ele deveria ser, pela lógica, o próximo
profissional de destaque na lista, se Torvalds não se parecesse com o
“pregador” destinado a colocar o Linux para desktops em primeiro lugar.
Do lado positivo, Stallman tem construído sua reputação como um
obsessivo defensor de software gratuito. No entanto, embora seu
compromisso com um código gratuito seja admirável, sua filosofia, como
foi definida em seu manifesto: "Why Software Should Not Have Owners"
(“Por que o software não deve ter proprietários”) o coloca em uma
situação ruim com os fabricantes, que estão tentando desenvolver
negócios com base no Linux.
Não é ofender Stallman dizer que ele parece perder seu rumo, terminando
por afastar aliados em potencial. Por exemplo, em sua recente
entrevista, ele critica Torvalds por utilizar o termo "código aberto",
em vez do nome preferido por Stallman: "software gratuito".
Naturalmente, Stallman é livre para expressar quaisquer opiniões
políticas que desejar, mas é interessante observar que, para um homem
que professa a defesa da "liberdade" no reino do software, ele
certamente tem uma longa lista de coisas que gostaria que as outras
pessoas deixassem de fazer. Por exemplo, em sua página web pessoal, ele
pede que as pessoas façam um boicote à Coca-Cola, deixem de comprar os
livros da série de Harry Potter, não publiquem documentos em conjunto
com o IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers ou
Instituto dos Engenheiros Elétricos e Eletrônicos), boicotem o Yahoo e
também os dois novos formatos de alta definição Blu-ray e HD DVD.
É seguro dizer que, embora Stallman tenha muitos talentos
(principalmente como desenvolvedor de software), o de ser um mediador
não está entre eles.
*Conclusões *
É possível que eu esteja errado; e que o Linux aumente sua participação
no mercado de desktops para além de um único dígito, em que ele está
estagnado há tanto tempo? A maior esperança para o Linux em desktops
surgiu no começo deste ano, por parte da Dell, que agora está oferecendo
o Linux pré-instalado em vários desktops e notebooks. A pré-instalação é
importante, porque a grande maioria dos usuários de PCs nunca irá
instalar seus próprios softwares de sistemas em uma máquina que não
esteja preparada.
Uma história pessoal: a Dell nunca cumpriu sua própria promessa de me
enviar uma unidade para análise de seu laptop Ubuntu. Se isso é porque
eles preferem divulgar a máquina em websites do Linux, porque me
consideram anti-Linux (o que eu não sou) ou porque não querem desviar a
atenção de suas máquinas rodando o Windows em websites que são
predominantemente da área de TI, como este, isso eu não posso dizer. O
que eu posso afirmar é que os desktops Linux, da Dell, continuarão à
margem e representarão “uma gota em um balde” para as organizações
direcionadas a PCs, em comparação com o Windows.
Embora as máquinas Linux, da Dell, provavelmente irão continuar no
mercado por mais algum tempo, a outra grande esperança para o Linux no
setor varejista também não conquistou seu lugar. Esse foi o
posicionamento do Linux como uma opção básica de varejo, que atingiu seu
ápice em 2004, quando o Wal-Mart decidiu se dedicar a vender PCs de
baixo custo executando o Linux.
Atualmente, a maior parte da atividade básica relacionada ao Linux
envolve o Linspire, a distribuição comercializada pelo bilionário da
Net, Michael Robertson. O Linspire é fornecido pré-instalado no PC
Microtel; outros parceiros do Linspire têm produtos similares. No
entanto, não é realista dizer que o Linspire será o salvador do Linux
para desktops.
E então? Talvez, 2010 finalmente será o ano do Linux para desktops.
Infelizmente, creio que os sete argumentos que apresentei aqui
demonstram, sem nenhuma dúvida, que isso não vai acontecer.
abraços,
--
Rodolfo Avelino
Participem da V edição do CONISLI
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