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Aconteceu - 11/12/2008 15h20
Ciência e Tecnologia quer mais recursos para software livre
Gustavo Moreno
O presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática,
deputado Walter Pinheiro (PT-BA), defendeu nesta quinta-feira mais recursos
no Orçamento para ampliar o uso de software livre no Brasil.
A comissão está lutando para aumentar as verbas que serão destinadas à
oferta de bolsas de pesquisa pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq) no próximo ano.
O colegiado aprovou emenda de R$ 100 milhões para pesquisas apoiadas pelo
CNPq, o que abrangeria o desenvolvimento de softwares livres. No entanto, o
relatório setorial do Orçamento de 2009 para Ciência e Tecnologia reservou
apenas R$ 2 milhões para a área.
Nesta quinta, a Comissão reuniu especialistas para debater em seminário o
"Software Livre e os Desafios do Legislativo para a Internet e as
Tecnologias da Informação", evento sugerido por Walter Pinheiro.
Uso do Fust
O parlamentar defendeu ainda o uso do Fundo de Universalização dos Serviços
de Telecomunicações (Fust) também na universalização da informática, além da
telefonia. "Onde há celular podem chegar dados de internet também", lembrou.
Ao observar que software livre e internet andam juntos, Walter Pinheiro
destacou que essa é mais uma razão para universalizar o acesso à rede de
computadores, pois isso facilitará que qualquer pessoa possa baixar os
programas de código aberto para seu próprio uso.
Vantagens
No seminário, os especialistas explicaram as vantagens dos programas
abertos. Conforme destacaram, a pessoa que utiliza o software livre conta
com segurança e evolução tecnológica constante, além de gratuidade.
"O usuário não fica na mão de um proprietário de software que desaparece do
mercado", destaca o secretário de Política de Informática do Ministério da
Ciência e Tecnologia, Augusto César Gadelha.
"O software livre possui alta qualidade, uma vez que está sempre em
desenvolvimento, por meio de cooperação. Muitas vezes, quem oferta os
programas abertos é quem demanda, como empresas", acrescenta.
Diminuição de custos
Segundo o coordenador do Comitê de Software Livre do governo federal, Marcos
Vinícius Mazoni, a evolução constante do software livre, dentro do governo,
é responsável pela diminuição dos custos de manutenção dos sistemas de
informática.
Mazoni lembrou que 80% dos gastos com programas referem-se a manutenção. No
software livre, ao contrário, não é preciso contratar empresa para proceder
a atualizações, uma vez que qualquer solução nova é disponibilizada na
internet.
As prefeituras também são beneficiadas, afirmou ainda Sergio Rosa, diretor
da Cobra Tecnologia, subsidiária do Banco do Brasil. Um dos benefícios é a
redução da pirataria, principalmente nas pequenas prefeituras, com a
possibilidade de gestão de atividades em todas as áreas.
Recursos humanos
O Ministério da Ciência e Tecnologia tem centrado esforços na formação de
recursos humanos, setor que apresenta carente no Brasil. "Poucas pessoas se
formam em cursos técnicos, quando precisamos urgentemente formar uma
comunidade de desenvolvedores de software. O software livre surge na
academia", ressaltou Augusto César Gadelha.
Para o deputado Walter Pinheiro, mais do que criar regras que tornem
obrigatório o uso de software livre, é preciso mudar a cultura social e
quebrar preconceitos, para beneficiar a difusão dos programas abertos no
Brasil.
Os debates sobre software livre continuarão nesta tarde, até as 17 horas.
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